1Tm 4.1-5
INTRODUÇÃO
Nesta
lição veremos uma definição do termo “sutileza”; pontuaremos o alerta divino
para os últimos dias; veremos a natureza dos ataques e as estratégias do
maligno; e por fim, notaremos as armas espirituais para vencer a guerra.
I. DEFINIÇÃO DO TERMO SUTILEZA
1.Definição de etimológica.
O
dicionário Houaiss (20001, p. 2650) define sutileza como: “característica ou caráter
de quem é sutil; que demonstra leveza, finura; delicadeza; tenuidade; agudeza
de inteligência; argumento de grande complexidade que embaraça ou diverge;
afirmação de difícil entendimento para quem não está acostumado com o assunto;
detalhe quase imperceptível; qualidade do que se faz sem alarde; o que se faz
discretamente; algo misterioso; enigma”.
2. Definição teológica.
Os
termos “engano e sutileza”, nesse contexto da carta aos colossos, significam a
mesma coisa. A palavra grega usada para sutileza é “apate”, isto é, “engano”
(Ef 4.22), “sedução” (Mt 13.22). É usada para referir-se a pessoas de
conduta enganosa e embusteira que levam outras ao engano. É mediante tais
recursos que os mestres do erro conduzem suas vítimas ao desvio. Tais sutilezas
impedem as pessoas de verem a verdade e, como consequência, tornam-se cativas
das astúcias de Satanás.
II. O ALERTA DIVINO PARA OS ÚLTIMOS DIAS
O
apostolo Paulo inspirado por Deus fez grandes alertas ao jovem pastor Timóteo
sobre os últimos dias, eles seriam dias difíceis para a Igreja de Cristo, além
disso, seriam marcados por grandes mudanças na sociedade e entre os que “professam”
a fé em Cristo, vejamos agora quais as principais marcas deste tempo que Paulo
profetizou e nós estamos vivenciando:
1. Serão marcados por apostasias.
O
termo apostasia vem do grego “apostásis” e significa “o
abandono premeditado e consciente da fé cristã”. O termo grego “aphistemi”
é definido por: “apartar, decair, desertar, retirar, rebelião, abandonar, afastar-se
daquilo que antes se estava ligado” (STAMPS, 1995, p. 1903). É o desvio
de parte ou totalidade dos ensinos de Cristo e dos apóstolos (1Tm 4.1; 2Tm
4.3). Nestes últimos dias os falsos obreiros apresentam uma salvação fácil e
uma graça divina sem valor, desprezando as exigências do arrependimento, à
separação da imoralidade, e à lealdade a Deus e seus padrões (2Pe 2.1-3,12-19).
Os
falsos “evangelhos”, voltados a interesses humanos, necessidades e alvos
egoístas, gozam de popularidade por sua mensagem fácil e agradável.
2. Serão marcados por falsas doutrinas
humanas e demoníacas.
A
falha dos apóstatas, Paulo explica, é devida a obedecerem a espíritos
enganadores e a ensinos de demônios; noutras palavras, detecta nela os
estratagemas maléficos de Satanás e seus aliados, assim como discernira sua
influência operante na oposição em Corinto (2Co 2.11) e, de modo mais geral, na
resistência que os homens opõem à verdade (2Co 4.4; Ef 2.2). Estes demônios, no
entanto, empregam agentes humanos; logo, a apostasia é realizada pela hipocrisia
dos que falam mentiras, e que têm cauterizada a própria consciência. (KELLY,
2010, p. 94).
3. Serão marcados por hipocrisia.
“Assim, pois, pelos seus frutos os conhecereis”
(Mt 7.15-20). Esses falsos mestres pregam uma coisa, mas praticam outra. Dizem
a seus discípulos o que fazer, mas eles próprios não o fazem. Satanás trabalha "pela
hipocrisia dos que falam mentiras" (1 Tm 4.2). Uma das
características do verdadeiro servo de Deus é sua honestidade e integridade;
ele pratica o que prega. Isso não significa que seja absolutamente perfeito,
mas que procura sinceramente obedecer à Palavra de Deus. Procura manter uma boa
consciência (ver 1 Tm 1.5,19; 3.9). (WIERSBE, 2010, p. 293).
4. Serão marcados por consciências
cauterizadas.
“Esses
indivíduos estão tão cegos pela incredulidade e são tão endurecidos de coração
que a consciência não é mais capaz de exercer suas funções designadas. Ela está
cauterizada Em Efésios 4.19, o apóstolo descreve a pessoa nesta condição moral:
“havendo perdido todo o sentimento” (HOWARD, 2015, p. 408).
III. A NATUREZA DOS ATAQUES E AS ESTRATÉGIAS DO MALIGNO
Desde
a fundação da Igreja, os falsos mestres vêm disfarçando-se entre os filhos de
Deus para disseminar suas heresias. Jesus disse que os mestres do erro
apresentam-se “vestidos como ovelhas, mas
interiormente são lobos devoradores” (Mt 7.15). A Bíblia classifica os tais
como “falsos apóstolos” e “obreiros fraudulentos”, identificando-os como
agentes de Satanás que se transfiguram “em ministros da justiça” (2Co
11.13-15). Devemos, por isso, acautelar-nos deles.
1. A natureza dos ataques.
Paulo
deixa claro que as batalhas na vida do Cristão não são empreendidas contra
forças terrenas, porque ele diz: “não temos que lutar contra carne e sangue
[...]” (Ef 6.12), caso se tratasse disso a força humana seria
suficiente. Antes de falar contra quem devemos lutar, o apóstolo declara contra
quem não é a nossa luta. O apóstolo declara enfaticamente que essa batalha não
é física nem terrena, mas espiritual. A expressão “carne e o sangue” denota a espécie
da batalha, uma expressão usada frequentemente no NT para referir-se a ser
humano, ou a natureza do homem (Mt 16.17; 1Co 15.50; Gl 1.16; Hb 2.14),
portanto, ao usá-la Paulo quer dar a entender aqui, simplesmente, a natureza
humana em contraste com os seres espirituais, que não possuem a matéria e,
portanto, não são de carne e sangue. Sendo assim, não se trata de uma
luta humana de homens contra homens, mas contra inimigos espirituais, nossa
luta, portanto não é física, mas espiritual e esta realidade era por certo,
algo bem familiar aos cristãos em Éfeso (At 19.13-20). Seria uma tragédia um
soldado sair para a guerra sem saber contra quem deve guerrear. Há muitos
cristãos que estão entrando na batalha e ferindo aos próprios irmãos, estão
atingindo com seus torpedos os próprios aliados, em vez de bombardear o arraial
do inimigo (LOPES, 2009, p. 178,179). O inimigo a ser derrotado é o diabo e
todo o seu exército (1Pe 5.8; Ef 6.12).
2. As estratégias do maligno.
O apóstolo
Paulo asseverou que: “precisamos ficar firmes contra as astutas ciladas
do diabo” (Ef 6.11). A palavra “ciladas” vem do grego “metodeia”,
que significa: “métodos, estratagemas, armadilhas”. O diabo tem um grande
arsenal de armadilhas, ele pesquisa meticulosamente (Jó 1.7; 2.2) em busca de
nossos pontos vulneráveis (Zc 3.1,3), e não hesita em buscar brechas em nossa
vida espiritual “[...] anda em derredor, bramando como leão, buscando a
quem possa tragar” (1Pd 5.8), ele age insistentemente para nos levar a
pecar contra Deus (Gn 39.10; Ne 6.4,5,13), não desistindo facilmente (Mt
4.1-11; ver Lc 4.13).
IV. ARMAS ESPIRITUAIS PARA VENCER A GUERRA
1. A Palavra de Deus.
Pensando
nas armaduras que Deus nos deu, é importante falar da principal delas, a
Palavra de Deus, em Efésios Paulo a chama de espada, que em seu tempo tinha
várias formas e dimensões, e eram feitas de vários tipos de metais. Esse é o
símbolo usado por Paulo para indicar a Palavra de Deus, a Bíblia Sagrada: “[...]
e
a espada do Espírito, que é a palavra de Deus” (Ef
6.17b). O escritor aos hebreus também afirmou isso (Hb 4.12). Pedro tentou usar
a espada para defender Jesus no Getsêmani (Lc 22.47-51), mas, em Pentecostes,
aprendeu que a “espada do Espírito” é muito mais poderosa. Quando foi tentando
por Satanás no deserto, Cristo usou a espada do Espírito e derrotou o inimigo
(Lc 4.1-13). Moisés também tentou conquistar pela espada, mas descobriu que a
Palavra de Deus, por si mesma, era suficiente para derrotar o Egito (Êx 2.11-15
(WIERSBE, 2010, p. 77).
2. Oração.
O
soldado cristão consegue se manter fiel, sendo bem-sucedido na resistência aos
inimigos espirituais, somente quando permanece em oração, sempre pronto a pôr
suas necessidades diante do Senhor. O apóstolo Paulo recomenda que devemos orar
sempre: “Orando em todo o tempo [...]” (Ef 6.18), a expressão “em
todo tempo” é a tradução de: “en panti kairo”, que pode ser
traduzida por: “em todas as ocasiões, o tempo todo, sempre”. O termo grego: “kairós”,
às vezes tem a força de circunstância especial e, por conseguinte, neste
contexto, significaria: “na ocasião do conflito” (BEACON,
2006, p. 200), A convocação para orar é seguida da exortação à vigilância na
intercessão persistente: “Orando [...] e vigiando nisto com toda a
perseverança e súplica por todos os santos” (Ef 6.18; ver At 1.14;
2.42; Rm 12.12; Cl 4.2). A combinação de “orar
e vigiar” origina-se das palavras de Jesus aos discípulos (Lc 21.36; Mt
26.41; Mc 14.38). Quando Neemias estava restaurando os muros de Jerusalém e o
inimigo tentava impedi-lo de realizar essa obra, Neemias derrotou os
adversários vigiando e orando: “Porém nós oramos ao nosso Deus e, como
proteção, pusemos guarda contra eles” (Ne 4.9).
CONCLUSÃO
Apesar
dos ataques de Satanás contra os servos de Deus, temos em Cristo a graça
necessária para resisti-lo, certos de que, em conservarmos a nossa vida diante
do Senhor, o diabo não poderá nos vencer, antes, fugirá de nós. Uma vida de oração
e leitura da Santa Palavra fará com que nós estejamos prontos para vencer tais
ataques. Que Deus em Cristo nos guarde.
REFERÊNCIAS
Ø HOWARD, R. E. Comentário Beacon 1 Timóteo, Vol.
9. CPAD.
Ø KELLY, J. N. D. 1 e 2 Timoteo e Tito. Introdução
e Comentário. VIDA NOVA.
Ø STAMPS, Donald C. Bíblia de Estudo Pentecostal.
CPAD.
Ø WIERSBE, W. W. Comentário Bíblico Expositivo NT.
GEOGRÁFICA
Ø LOPES, Hernandes Dias. Comentário
Expositivo Efésios. HAGNOS.
Por
Rede Brasil de Comunicação.
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