sábado, 16 de julho de 2022

LIÇÃO 03 – A SUTILEZA DA IMORALIDADE SEXUAL


 
 
 
 
1Co 6.15-20; Rm 1.26-28

 
 


INTRODUÇÃO
Nesta lição veremos a definição da palavra imoralidade, tanto do ponto de vista etimológico como da perspectiva bíblica. Pontuaremos os principais termos utilizados nas Escrituras Sagradas que descrevem a imoralidade sexual como uma distorção da sexualidade. E por fim, elencaremos os propósitos do sexo segundo a palavra de Deus, além de apresentarmos quais são as atitudes que devemos realizar para vencermos as concupiscências da carne.
 
 
I. DEFINIÇÃO DA PALAVRA IMORALIDADE
1. Definição etimológica.
Segundo o dicionarista é: “Caráter ou qualidade do que é imoral; conduta ou comportamento que não se pauta pela moralidade; cinismo, dissolução. Prática de maus costumes; depravação, libertinagem. Ato ou dito imoral” (HOUAISS, 2001, p. 1577).
 
2. Definição teológica.
A palavra grega “poneros” significa: “imoral, no sentido de imoralidade física ou moral”. Ela foi traduzida uma vez como “lascivo” em algumas versões do Novo Testamento (At 17.5), embora os termos “imoral” ou “iníquo” também sejam possíveis traduções (WICLIFFE, 2007 p. 1134).
 
 
II. A IMORALIDADE É UM DISTORÇÃO DA SEXUALIDADE SEGUNDO A BÍBLIA
O pecado afetou todas as áreas da vida humana, inclusive a sexualidade gerando toda sorte de distorção sexual. As consequências da queda do primeiro homem foram tão nefastas que as Escrituras citam 372 formas de pecado e há centenas de outras não mencionadas na Bíblia. Há várias listas de pecados semelhantes ao que o apóstolo faz referência (Rm 1.18-32; 1Co 5.9-11; 6.9; 2Co 12.20,21; Ef 4.19; 5.3-5; Cl 3.5-9; 1Ts 2.3; 4.3-7; lTm 1.9,10; 6.4,5; 2Tm 3.2-5; Tt 3.3,9,10). Essa lista, embora extensa, não é exaustiva, uma vez que Paulo conclui dizendo: “[…] e coisas semelhantes a estas” (Gl 5.21). Notemos os principais termos usados na Bíblia que revelam as distorções sexuais:
 
1. Adultério.
Relação sexual entre pessoas casadas com pessoas que não são seus cônjuges (Mt 5.27; Rm 13.9). É perigoso (Pv. 5.1-5) e um grave pecado. O adultério é estritamente proibido tanto no AT (o sétimo mandamento, Êx 20.14; Dt 5.18; punível sob a lei com morte por apedrejamento, Lv 20.10; Dt 22.22) quanto no NT (Rm 13.9; G1 5.19; Tg 2.11). O Senhor Jesus estendeu a culpa pelo adultério da mesma forma como fez para outros mandamentos, incluindo o propósito ou o desejo de cometê-lo ao próprio ato em si (Mt 5.28).
 
2. Concupiscência.
Conhecida também como cobiça carnal. Do grego “epithumia”, que denota “desejo forte, desordenado” de qualquer tipo seja bom ou ruim, sendo frequentemente especificado por algum adjetivo. A palavra é usada em referência a um desejo bom somente em (Lc 22.15; Fp 1.23; 1Ts 2.17), em todos os outros lugares têm um sentido negativo referindo-se aos maus desejos que estão prontos para se expressar (Rm 13.14; Gl 5.16,24; Ef 2.3; 2Pe 2.18; 1Jo 2.16) (VINE, 2002, p.487 – acréscimo nosso).
 
3. Fornicação.
A palavra grega é “porneia” que significa: “fornicação, prostituição”, é usado acerca no sentido de “intercurso sexual ilícito” (Jo 8.41: At 15.20.29; 21.25; 1Co 5.1; 6.13,18; 7.3; 2Co 12.21; Gl 5.19; Ef 5.3: Cl 3.5; 1Ts 4.3; Ap 2.21; 9.21); em Mateus 5.32 e 19.9, representa ou inclui o adultério; No entanto, é diferenciado do adultério em Mateus 15.19 e Marcos 7.21. Metaforicamente, fala da “associação da idolatria pagã com as doutrinas da fé cristã e professadas por seus adeptos” (Ap 14.8; 17.2.4; 18.3; 19.2); alguns sugerem que este é o sentido em Apocalipse 2.21,2. A palavra “pornos” denota “homem que se vicia em fornicação ou prostituição, fornicador ou prostituidor” (1Co 5.9,10,11; 6.9; Ef 5.5: 1Tm 1.10; Hb 12.16: 13.4; Ap 21.8; 22.15). (VINE, 2002, p. 665 – acréscimo nosso).
 
4. Homossexualidade.
Relação entre pessoas do mesmo sexo. É abominação ao Senhor (Lv 20.13; 18.22). Vício de Sodoma (sodomia) (Gn 19.5). Deus destruiu cidades por causa disso (Dt 23.17). Não entram no Reino de Deus os que praticam tais atos abomináveis (lCo 6.9,10). É considerado no NT como “paixão infame” (Rm 1.24-27).
 
5. Lascívia.
A palavra grega “aselgeia”, que é a sensualidade. Esse termo descreve, pois, uma entrega sem restrições à prática do pecado. Os especialistas o descrevem como algo maldito que domina uma pessoa e a torna impúdica de tal modo que perde totalmente o senso de vergonha e, por isso, faz qualquer coisa degradante sem ocultar seu pecado (GILBERTO, 2008, p. 305). É seguir as próprias paixões a ponto de perder a vergonha. É a porta aberta para uma vida de dissolução completa, controlada totalmente pelas paixões carnais (Cl 3.5).
 
 
III. PROPÓSITOS DO SEXO SEGUNDO AS ESCRITURAS
No NT o apóstolo Paulo tratou da questão da sexualidade de um modo muito direto. Ao escrever sobre o assunto, o apóstolo não deixa dúvida quanto ao caráter legítimo e santo do sexo dentro do contexto matrimonial (1Co 7.1-5). Além da Bíblia ensinar que o ato conjugal deve ser praticado única e exclusivamente dentro do casamento, ela também mostra quais os propósitos pelos quais Deus criou o sexo. Vejamos as principais:
 
1. Procriação.
Sem dúvida alguma, o primeiro propósito do ato sexual é a reprodução humana (Gn 1.28; 9.1; Sl 127.3). A procriação é o ato criador de Deus, através do homem. Para tanto, o Senhor dotou o homem de capacidade reprodutiva, instituindo o matrimônio e a família (Gn 2.21-24). No AT, a “lua de mel” para o soldado durava um ano, com o fim de proporcionar ao casal a possibilidade da procriação (Dt 24.5). Quando os fez macho e fêmea, Deus tinha o propósito de tornar possível a reprodução do gênero humano (Gn 1.28a), visto que dois iguais não se reproduzem, por isso a prática homossexual é vista na Bíblia como uma abominação (Lv 18.22); e, algo antinatural (Rm 1.26,27). Portanto, “o princípio da heterossexualidade estabelecido na criação, continua a ser parte integrante do plano de Deus para o casamento”.
 
2. Satisfação mútua.
O ato conjugal também foi criado para proporcionar prazer ao casal. A Bíblia diz: “Bebe água da tua fonte, e das correntes do teu poço. Derramar-se-iam as tuas fontes por fora, e pelas ruas os ribeiros de águas? Sejam para ti só, e não para os estranhos contigo. Seja bendito o teu manancial, e alegra-te com a mulher da tua mocidade(Pv 5.15-18). O sábio exorta os cônjuges a desfrutarem do sexo, sem ao menos mencionar os filhos. Neste capítulo, o homem é incentivado a valorizar a união conjugal honesta e santa, exaltando a monogamia, a fidelidade e o prazer (Ec 9.9; Ct 4.1-12; 7.1-9).
 
 
IV. AS ATITUDES QUE O CRENTE DEVE REALIZAR PARA VENCER A IMORALIDADE SEXUAL
Mesmo sendo salvo em Cristo Jesus, o crente tem uma luta diária contra a carne com todos os seus desejos pervertidos: “Porque a carne luta contra o Espírito, e o Espírito luta contra a carne, porque são opostos entre si, para que vocês não façam o que querem” (Gl 5.17 – NAA). Por isso, a palavra de Deus traz recomendações. Notemos:
 
1. Devemos nos encher da Palavra de Deus.
É imprescindível a leitura, a meditação e o viver das verdades bíblicas, pois somente com uma vida cheia da palavra de Deus é que poderemos vencer o pecado (Sl 119.9-11). A Bíblia traz diversas recomendações sobre a importância das Escrituras em nossas vidas. É por meio dala que vivemos (Lc 4.4); é nas páginas da Bíblia que encontramos o alimento para as nossas almas (Mt 4.4; Jr 15.16; 1Pd 2.2). É importante salientar que a palavra de Deus é o manual do crente (Tm 2.15; 3.16). Pois, Ela nos ensina como devemos amar, temer e obedecer a Deus (Dt 17.18,19; Ec 12.13; Lc 10.27); como devemos amar ao próximo (Mc 12.33; Lc 10.27-37); bem como nos ensina a viver neste mundo (Mt 5.13-16; 1Co 10.32). Por isso, devemos ler a Bíblia para ser sábio; crer na Bíblia para ser salvo e praticar a Bíblia para ser santo (1Tm 4.16; 2Tm 3.15). Sendo assim, um crente cheio da palavra de Deus estará mais fortalecido para vencer as sutilezas da imoralidade sexual.
 
2. Devemos ser vigilantes.
Várias são as razões para sermos vigilantes (1Pe 5.7-9; Lc 22.39-41,46), a primeira dela é a fragilidade humana, isto ficou muito evidente nas palavras de Jesus: “Vigiai e orai, para que não entreis em tentação; na verdade, o espírito está pronto, mas a carne é fraca” (Mt 26:41). Fomos perdoados e libertos dos nossos pecados (1Jo 2.12; Rm 6.22), todavia, ainda não estamos livres da presença do pecado na nossa natureza humana. Isto somente se dará quando nosso corpo for glorificado, por ocasião do arrebatamento da Igreja (1Co 15.51-54). Até este acontecimento, precisamos viver vigilantes, a fim de não sermos vencidos pelo pecado (Rm 6.11,12; 1Co 15.34). “Quem quiser ter um discipulado produtivo, precisa disciplinar o corpo para não ceder às paixões” (ADEYEMO, 2010, p. 1192).
 
3. Devemos ter uma vida de oração.
A vida de oração se constitui um elemento essencial para o crente vencer. A recomendação bíblica é: Orai sem cessar. Em tudo dai graças, porque esta é a vontade de Deus em Cristo Jesus para convosco” (1Ts 5. 16-18). A atividade da oração é descrita como: invocar a Deus (Sl 17.6); invocar o nome do Senhor (Gn 4.26); clamar ao Senhor (Sl 3.4); levantar nossa alma ao Senhor (Sl 25.1), etc. Diversos textos das Sagradas Escrituras incentivam o crente a orar (1Cr 16.11; Sl 105.4; Is 55.6; Am 5.4,6; Mt 26.41; Lc 18.1; Jo 16.24; Ef 6.17,18; Cl 4.2; 1Ts 5.17) fazendo-nos entender que Deus aspira a comunhão com o homem. Somente com uma vida de oração é que podemos vencer as sutilezas da imoralidade sexual.
 
 
CONCLUSÃO
Nesta lição aprendemos que a imoralidade sexual é resultante do pecado que afetou toda humanidade, e como consequência tornou-se uma distorção do verdadeiro propósito estabelecido por Deus para o sexo. E para vencermos as concupiscências da carne, as recomendações bíblicas são: enchesse da palavra de Deus, e ter uma vida de oração e vigilância.
 
  
 
 
REFERÊNCIAS
Ø  HOUAISS. Dicionário eletrônico Houaiss da língua portuguesa. Rio de Janeiro: Objetiva.
Ø  PFEIFFER, Charles F. et al. Dicionário Bíblico Wycliffe. Rio de Janeiro: CPAD.
Ø  TOKUMBOH, Adeyemo. Comentário Bíblico Africano. MUNDO CRISTÃO.
Ø  VINE, W.E et al. Dicionário Vine. CPAD.
Ø  STAMPS, Donald C. Bíblia de Estudo Pentecostal. CPAD.
 
 
Por Rede Brasil de Comunicação.

 


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