1Co 6.15-20; Rm
1.26-28
INTRODUÇÃO
Nesta lição veremos a definição da palavra imoralidade, tanto
do ponto de vista etimológico como da perspectiva bíblica. Pontuaremos os
principais termos utilizados nas Escrituras Sagradas que descrevem a
imoralidade sexual como uma distorção da sexualidade. E por fim, elencaremos os
propósitos do sexo segundo a palavra de Deus, além de apresentarmos quais são
as atitudes que devemos realizar para vencermos as concupiscências da carne.
I. DEFINIÇÃO DA PALAVRA IMORALIDADE
1. Definição
etimológica.
Segundo o dicionarista é: “Caráter ou qualidade do que é imoral; conduta ou comportamento que não
se pauta pela moralidade; cinismo, dissolução. Prática de maus costumes;
depravação, libertinagem. Ato ou dito imoral” (HOUAISS, 2001, p. 1577).
2.
Definição teológica.
A palavra grega “poneros” significa: “imoral,
no sentido de imoralidade física ou moral”. Ela foi traduzida uma vez
como “lascivo” em algumas versões do Novo Testamento (At 17.5),
embora os termos “imoral” ou “iníquo” também sejam possíveis
traduções (WICLIFFE, 2007 p. 1134).
II. A IMORALIDADE É UM DISTORÇÃO DA
SEXUALIDADE SEGUNDO A BÍBLIA
O pecado afetou todas as áreas da vida humana, inclusive a
sexualidade gerando toda sorte de distorção sexual. As consequências da queda
do primeiro homem foram tão nefastas que as Escrituras citam 372 formas de
pecado e há centenas de outras não mencionadas na Bíblia. Há várias listas de
pecados semelhantes ao que o apóstolo faz referência (Rm 1.18-32; 1Co 5.9-11;
6.9; 2Co 12.20,21; Ef 4.19; 5.3-5; Cl 3.5-9; 1Ts 2.3; 4.3-7; lTm 1.9,10; 6.4,5;
2Tm 3.2-5; Tt 3.3,9,10). Essa lista, embora extensa, não é exaustiva, uma vez
que Paulo conclui dizendo: “[…] e coisas semelhantes a estas” (Gl
5.21). Notemos os principais termos usados na Bíblia que revelam as distorções
sexuais:
1.
Adultério.
Relação sexual entre pessoas casadas com pessoas que não são
seus cônjuges (Mt 5.27; Rm 13.9). É perigoso (Pv. 5.1-5) e um grave pecado. O
adultério é estritamente proibido tanto no AT (o sétimo mandamento, Êx 20.14;
Dt 5.18; punível sob a lei com morte por apedrejamento, Lv 20.10; Dt 22.22)
quanto no NT (Rm 13.9; G1 5.19; Tg 2.11). O Senhor Jesus estendeu a culpa pelo
adultério da mesma forma como fez para outros mandamentos, incluindo o
propósito ou o desejo de cometê-lo ao próprio ato em si (Mt 5.28).
2.
Concupiscência.
Conhecida também como cobiça carnal. Do grego “epithumia”,
que denota “desejo forte, desordenado” de qualquer tipo seja bom
ou ruim, sendo frequentemente especificado por algum adjetivo. A palavra é
usada em referência a um desejo bom somente em (Lc 22.15; Fp 1.23; 1Ts 2.17),
em todos os outros lugares têm um sentido negativo referindo-se aos maus
desejos que estão prontos para se expressar (Rm 13.14; Gl 5.16,24; Ef 2.3; 2Pe
2.18; 1Jo 2.16) (VINE, 2002, p.487 – acréscimo nosso).
3.
Fornicação.
A palavra grega é “porneia” que significa: “fornicação,
prostituição”, é usado acerca no sentido de “intercurso sexual
ilícito” (Jo 8.41: At 15.20.29; 21.25; 1Co 5.1; 6.13,18; 7.3; 2Co
12.21; Gl 5.19; Ef 5.3: Cl 3.5; 1Ts 4.3; Ap 2.21; 9.21); em Mateus 5.32 e 19.9,
representa ou inclui o adultério; No entanto, é diferenciado do adultério em
Mateus 15.19 e Marcos 7.21. Metaforicamente, fala da “associação da
idolatria pagã com as doutrinas da fé cristã e professadas por seus adeptos” (Ap
14.8; 17.2.4; 18.3; 19.2); alguns sugerem que este é o sentido em Apocalipse
2.21,2. A palavra “pornos” denota “homem que se vicia em
fornicação ou prostituição, fornicador ou prostituidor” (1Co 5.9,10,11;
6.9; Ef 5.5: 1Tm 1.10; Hb 12.16: 13.4; Ap 21.8; 22.15). (VINE, 2002, p. 665 –
acréscimo nosso).
4.
Homossexualidade.
Relação entre pessoas do mesmo sexo. É abominação ao Senhor
(Lv 20.13; 18.22). Vício de Sodoma (sodomia) (Gn 19.5). Deus destruiu cidades
por causa disso (Dt 23.17). Não entram no Reino de Deus os que praticam tais
atos abomináveis (lCo 6.9,10). É considerado no NT como “paixão infame” (Rm
1.24-27).
5.
Lascívia.
A palavra grega “aselgeia”, que é a
sensualidade. Esse termo descreve, pois, uma entrega sem restrições à prática
do pecado. Os especialistas o descrevem como algo maldito que domina uma pessoa
e a torna impúdica de tal modo que perde totalmente o senso de vergonha e, por
isso, faz qualquer coisa degradante sem ocultar seu pecado (GILBERTO, 2008, p.
305). É seguir as próprias paixões a ponto de perder a vergonha. É a porta
aberta para uma vida de dissolução completa, controlada totalmente pelas
paixões carnais (Cl 3.5).
III.
PROPÓSITOS DO SEXO SEGUNDO AS ESCRITURAS
No NT o apóstolo
Paulo tratou da questão da sexualidade de um modo muito direto. Ao escrever
sobre o assunto, o apóstolo não deixa dúvida quanto ao caráter legítimo e santo
do sexo dentro do contexto matrimonial (1Co 7.1-5). Além da Bíblia ensinar que
o ato conjugal deve ser praticado única e exclusivamente dentro do casamento,
ela também mostra quais os propósitos pelos quais Deus criou o sexo. Vejamos as
principais:
1. Procriação.
Sem dúvida alguma,
o primeiro propósito do ato sexual é a reprodução humana (Gn 1.28; 9.1; Sl
127.3). A procriação é o ato criador de Deus, através do homem. Para tanto, o
Senhor dotou o homem de capacidade reprodutiva, instituindo o matrimônio e a
família (Gn 2.21-24). No AT, a “lua de mel” para o soldado durava
um ano, com o fim de proporcionar ao casal a possibilidade da procriação (Dt
24.5). Quando os fez macho e fêmea, Deus tinha o propósito de tornar possível a
reprodução do gênero humano (Gn 1.28a), visto que dois iguais não se
reproduzem, por isso a prática homossexual é vista na Bíblia como uma
abominação (Lv 18.22); e, algo antinatural (Rm 1.26,27). Portanto, “o
princípio da heterossexualidade estabelecido na criação, continua a ser parte
integrante do plano de Deus para o casamento”.
2. Satisfação
mútua.
O ato conjugal
também foi criado para proporcionar prazer ao casal. A Bíblia diz: “Bebe
água da tua fonte, e das correntes do teu poço. Derramar-se-iam as tuas fontes
por fora, e pelas ruas os ribeiros de águas? Sejam para ti só, e não para os
estranhos contigo. Seja bendito o teu manancial, e alegra-te com a mulher da
tua mocidade” (Pv 5.15-18). O sábio exorta os cônjuges a
desfrutarem do sexo, sem ao menos mencionar os filhos. Neste capítulo, o homem
é incentivado a valorizar a união conjugal honesta e santa, exaltando a
monogamia, a fidelidade e o prazer (Ec 9.9; Ct 4.1-12; 7.1-9).
IV.
AS ATITUDES QUE O CRENTE DEVE REALIZAR PARA VENCER A IMORALIDADE SEXUAL
Mesmo sendo salvo
em Cristo Jesus, o crente tem uma luta diária contra a carne com todos os seus
desejos pervertidos: “Porque a carne luta contra o Espírito, e o Espírito
luta contra a carne, porque são opostos entre si, para que vocês não façam o
que querem” (Gl 5.17 – NAA). Por isso, a palavra de Deus traz
recomendações. Notemos:
1. Devemos nos
encher da Palavra de Deus.
É imprescindível a
leitura, a meditação e o viver das verdades bíblicas, pois somente com uma vida
cheia da palavra de Deus é que poderemos vencer o pecado (Sl 119.9-11). A
Bíblia traz diversas recomendações sobre a importância das Escrituras em nossas
vidas. É por meio dala que vivemos (Lc 4.4); é nas páginas da Bíblia que
encontramos o alimento para as nossas almas (Mt 4.4; Jr 15.16; 1Pd 2.2). É importante
salientar que a palavra de Deus é o manual do crente (Tm 2.15; 3.16). Pois, Ela
nos ensina como devemos amar, temer e obedecer a Deus (Dt 17.18,19; Ec 12.13;
Lc 10.27); como devemos amar ao próximo (Mc 12.33; Lc 10.27-37); bem como nos
ensina a viver neste mundo (Mt 5.13-16; 1Co 10.32). Por isso, devemos ler a
Bíblia para ser sábio; crer na Bíblia para ser salvo e praticar a Bíblia para
ser santo (1Tm 4.16; 2Tm 3.15). Sendo assim, um crente cheio da palavra de Deus
estará mais fortalecido para vencer as sutilezas da imoralidade sexual.
2. Devemos ser
vigilantes.
Várias são as
razões para sermos vigilantes (1Pe 5.7-9; Lc 22.39-41,46), a primeira dela é a
fragilidade humana, isto ficou muito evidente nas palavras de Jesus: “Vigiai
e orai, para que não entreis em tentação; na verdade, o espírito está pronto,
mas a carne é fraca” (Mt 26:41). Fomos perdoados e libertos dos nossos
pecados (1Jo 2.12; Rm 6.22), todavia, ainda não estamos livres da presença do
pecado na nossa natureza humana. Isto somente se dará quando nosso corpo for
glorificado, por ocasião do arrebatamento da Igreja (1Co 15.51-54). Até este
acontecimento, precisamos viver vigilantes, a fim de não sermos vencidos pelo
pecado (Rm 6.11,12; 1Co 15.34). “Quem quiser ter um discipulado produtivo,
precisa disciplinar o corpo para não ceder às paixões” (ADEYEMO, 2010,
p. 1192).
3. Devemos ter uma
vida de oração.
A vida de oração
se constitui um elemento essencial para o crente vencer. A recomendação bíblica
é: “Orai sem cessar. Em tudo dai graças, porque esta é a vontade
de Deus em Cristo Jesus para convosco” (1Ts 5. 16-18). A atividade da
oração é descrita como: invocar a Deus (Sl 17.6); invocar o nome do Senhor (Gn
4.26); clamar ao Senhor (Sl 3.4); levantar nossa alma ao Senhor (Sl 25.1), etc.
Diversos textos das Sagradas Escrituras incentivam o crente a orar (1Cr 16.11;
Sl 105.4; Is 55.6; Am 5.4,6; Mt 26.41; Lc 18.1; Jo 16.24; Ef 6.17,18; Cl 4.2;
1Ts 5.17) fazendo-nos entender que Deus aspira a comunhão com o homem. Somente
com uma vida de oração é que podemos vencer as sutilezas da imoralidade sexual.
CONCLUSÃO
Nesta lição
aprendemos que a imoralidade sexual é resultante do pecado que afetou toda
humanidade, e como consequência tornou-se uma distorção do verdadeiro propósito
estabelecido por Deus para o sexo. E para vencermos as concupiscências da
carne, as recomendações bíblicas são: enchesse da palavra de Deus, e ter uma
vida de oração e vigilância.
REFERÊNCIAS
Ø HOUAISS. Dicionário eletrônico Houaiss da língua portuguesa.
Rio de Janeiro: Objetiva.
Ø PFEIFFER, Charles F. et al. Dicionário Bíblico Wycliffe.
Rio de Janeiro: CPAD.
Ø TOKUMBOH, Adeyemo. Comentário Bíblico Africano. MUNDO
CRISTÃO.
Ø VINE, W.E et al. Dicionário Vine. CPAD.
Ø STAMPS, Donald C. Bíblia de Estudo Pentecostal. CPAD.
Por
Rede Brasil de Comunicação.
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