Rm 1.18-23
INTRODUÇÃO
Nesta lição traremos definições de alguns termos não usuais;
falaremos das diversas teorias a respeito da criação do universo; destacaremos
os argumentos racionais em defesa da fé, criados pelos apologistas cristãos
durante a história da igreja; e, por fim, concluiremos falando que o Deus da
criação se revela e deseja ter comunhão com o ser humano.
I. DEFINIÇÕES
1. Materialismo.
Doutrina que ensinar ser a matéria a realidade última do
Universo. É a negação sistemática das realidades espirituais (ANDRADE, 2006, p.
262). A maioria dos materialistas acredita que a matéria sempre existiu. O
universo material é autossustentado e autocriado. É provavelmente eterno, mas,
se surgiu, então surgiu sozinho, sem ajuda externa. Portanto, a matéria é
eterna, ou então surgiu do nada espontaneamente (GEISLER, 2002, p. 549).
2. Ateísmo.
Doutrina que
nega, de maneira sistemática e persistente, a existência de Deus (ANDRADE,
2006, p. 66). Geisler (2002, p. 83) assevera que “os verdadeiros ateus
acreditam que apenas o cosmos existe. Deus não criou o homem; as pessoas
criaram Deus”.
3. Teísmo.
Doutrina
segundo a qual tudo quanto existe foi criado por Deus (ANDRADE, 2006, p. 119).
O criacionismo bíblico é a doutrina segundo a qual Deus criou, a partir de sua
Palavra, tudo quanto existe (Sl 33.6; Jo 1.1-3; Ef 3.9; Cl 1.16; Hb 1.2; 11.3;
Ap 4.11). A Bíblia nos mostra Deus como criador do céu, da Terra e do Universo
(Is 40.26; 45.18; Is 43.5; 45.18; Jo 1.3; At 17.24; Rm 11.36), e de todos os
homens (Sl 102.18; 139.13-16; Is 43.1,7). O criacionismo fundamenta-se na
Bíblia Sagrada (Rm 1.20; Sl 119.1-6).
II. A EDUCAÇÃO
MATERIALISTA E ATEÍSTA - UM DESAFIO PARA A IGREJA MODERNA
É uma educação centralizada no materialismo, ou seja, é uma
educação cuja centralidade descarta completamente a pessoa de Deus do contexto
educacional da sociedade. O ateísmo se serve do materialismo para difundir suas
ideias, principalmente em ambiente acadêmico a fim de demolir das crianças,
adolescentes e jovens a crença no Criador e Sua revelação na Pessoa de Cristo.
Abaixo destacaremos as principais teorias a respeito da criação e as devidas
refutações:
1. Big-Bang (teoria da
grande explosão).
Defende que tudo resultou de uma grande explosão aleatória e
sem causa primária a bilhões de anos (evolução espontânea), e que, a partir
daí, surgiram os mundos, as galáxias e tudo que existe sem a participação de um
Ser Criador (Deus). Mas, a Bíblia declara que todas as coisas foram criadas por
Deus (Gn 1.1; Jo 1.10; Cl 1.16,17; Hb 11.2).
2. Teoria ateísta.
Nega a existência de Deus e afirma que o universo é fruto do
acaso, e que existe por necessidade e por toda eternidade. Entretanto, a
geologia e a astronomia têm demonstrado que houve grandes mudanças na Terra e
no espaço sideral, mostrando com isso que a ordem presente não é eterna, ou
seja, houve um tempo em que o Universo não existia (Hb 3.4). Vejamos
ainda (Rm 1.19,20; Sl 19.1-10).
3. Teoria panteísta.
Declara que Deus e a natureza são a mesma coisa e estão
inseparavelmente ligados. O Senhor nada criou, mas tudo emana e faz parte dele,
ou seja, Deus é tudo e tudo é Deus. Porém, a Bíblia afirma que o Criador não é
parte do universo, e sim, este foi criado por Ele (Gn 1.1; At 17.24).
4. Teoria evolucionista.
Ensina que a matéria é eterna e preexistente. A partir daí,
mediante processos naturais e por transformação gradual, os seres passam a
existir. Todavia, a Bíblia afirma que Deus criou todas as coisas prontas e
acabadas: “E viu Deus tudo quanto tinha feito, e eis que era muito bom” (Gn
1.31).
III. ARGUMENTOS
RACIONAIS PARA A EXISTÊNCIA DE DEUS
Assim como os
incrédulos criaram argumentos para defenderem sua descrença em Deus e num
universo por Ele criado, Deus levantou durante a história da igreja os
apologistas, defensores da fé, que de igual forma valeram-se das Escrituras, da
verdadeira ciência e da experiência humana para refutar as ideias antiteistas.
Notemos:
1. A crença universal na existência de Deus é
intuitiva.
É a primeira verdade vindo logicamente antes da crença por
meio da Bíblia. A História mostra que o elemento religioso de nossa natureza é
tão universal quanto o racional ou social. Há uma sede de Deus incrustada na
alma humana (Sl 42.2; 63.1).
2. A existência de Deus é assumida nas Escrituras.
Na Bíblia é
ponto pacífico o fato da existência de Deus (Gn 1.1; Jo 1.1). Ela também nos
mostra Deus como Criador dos céus, da Terra e do Universo (Is 40.26; 45.18; Is
43.5; 45.18; Jo 1.3; At 17.24; Rm 11.36), e de todos os homens (Sl 102.18;
139.13-16; Is 43.1,7).
3. A crença na existência de Deus é corroborada por
outros argumentos, tais como:
a)
Cosmológico:
a criação não surgiu sem causa e não é eterna, o universo tem um começo e foi
Deus quem criou todas as coisas (Sl 19.1,2; Rm 1.20);
b)Teleológico: a ordem em que a criação se encontra demonstra um Criador
Inteligente, que não somente criou mais estabeleceu leis para manter a criação,
tornando possível a vida (Jó 38; Hb 1.3);
c) Ontológico: Deus é auto existente e um ser absolutamente necessário (Êx
3.14; Cl 1.17);
d) Moral: Deus implantou no homem a consciência para lhe dar a noção
de certo e errado (Rm 2.14,15).
IV. COMO PODEMOS
CONHECER A DEUS
A Bíblia não
somente afirma a existência de Deus, mas também a possibilidade de conhecê-lo e
de se relacionar com Ele. Vejamos:
1. Através da criação.
Denomina-se o método de revelação é natural quando esta é
comunicada por meio da natureza, isto é, por meio da criação visível com suas
leis e poderes ordinários. A revelação geral está arraigada na criação, é
dirigida ao homem na qualidade de homem, e mais particularmente à razão humana,
e acha seu propósito na concretização do fim da sua criação, conhecer a Deus e
assim desfrutar comunhão com Ele (Sl 19; At 14.17; Rm 1.19,20; 2.14,15; 1Co
2.10; Gn 6.1-17; 11.1-8; Dn 2.20,21). A existência do universo e do homem não
pode ser obra do acaso, pois nada vem do nada. A existência de algo é uma
evidência de um Criador, dotado de inteligência e sabedoria. A própria natureza
revela Deus (Sl 19; At 14.17; Rm 1.19,20).
2. Através de Cristo.
Ninguém jamais viu a Deus, no entanto o Seu Filho Unigênito o
revelou (Mt 11.27; Jo 1.18). Entre as coisas que Jesus revelou a respeito do
Pai, destacam-se: seu grande amor (Jo 3.16); seu caráter (Mt 5.48); sua vontade
(Lc 10.21); sua espiritualidade (Jo 4.24); sua bondade (Mt 7.11); seu cuidado
para com a criação e com os homens (Mt 6.25-32). Portanto, Jesus Cristo é a
maior expressão da revelação de Deus. Ele é o Emanuel, o Deus conosco (Is 7.14;
Mt 1.23). Nele habita corporalmente toda a plenitude da divindade (Cl 2.9).
Quem vê Cristo vê o Pai, porque ambos são um em essência (Jo 10.30; 14.9).
3. Através da Bíblia: a Palavra de Deus.
Desde a criação do
homem que Deus tem promovido meios de se comunicar com ele, revelando-se de
diversas maneiras: através da natureza (Sl 19.1-3; Rm 1.19,20); oralmente (Gn
3.8; 4.9; 6.13); através dos profetas (Hb 1.1). Sua revelação perfeita deu-se
através de Jesus - a Palavra Viva (Jo 14.6-9) e através da Bíblia - a Palavra
Escrita (II Pe 1.20,21). A Bíblia é a revelação escrita de Deus ao homem, pois
através dela Deus se fez conhecido. Disse o Pastor Antônio Gilberto: “Pela
Bíblia, Deus fala em linguagem humana, para que o homem possa entendê-lo” (GILBERTO,
2004, p. 6). Portanto, se quisermos conhecer a Deus devemos ler e meditar na
Palavra de Deus (Js 1.8; Sl 1.2; 119.15; Lc 24.27,44; Jo 5.39).
4. Através da experiência pessoal.
A experiência, embora considerada como subjetiva, é um fato
impactante para quem a teve (Lc 1.1-2; At 5.32). Portanto, esta é muito válida
quando respaldada pela Palavra de Deus (I Jo 4.1). A experiência cristã diz
respeito ao encontro pessoal que o pecador arrependido tem com o Senhor Jesus
Cristo. Isto implica na certeza da vida eterna, e subsequentemente no
recebimento do dom do Espírito (At 2.38). A experiência cristã é mais que um
sentimento intelectual; é plena vivência dos mistérios do Reino de Deus. É a
vida de Deus reinando na vida do crente (ANDRADE, 2006, p. 180). A Bíblia está
repleta de histórias de pessoas que tiveram experiências marcantes com Deus:
Abraão (Gn 12.1,7); Jacó (Gn 28.10-22); Moisés (Êx 3.1-5); Samuel (1Sm 3.1-10);
Jeremias (Jr 1.1-12); Pedro (Lc 5.1-10; At 4.20); João (Jo 1.14; 1Jo 1.1-3);
Tomé (Jo 20.24-28); Tiago (1Co 15.7); Paulo (At 9.1-6). O desejo de Deus é que
cada pessoa mergulhe profundo nas experiências com Ele a fim de que possa
adquirir mais conhecimento de Sua Pessoa (Os 6.3; Tg 4.8; 2Pe 3.18).
CONCLUSÃO
A tentativa de
afirmar a eternidade da matéria para excluir a possibilidade de um Criador para
tudo o que existe é refutada facilmente pelas modernas descobertas científicas
e pela Palavra de Deus.
REFERÊNCIAS
Ø ANDRADE, Claudionor
de. Dicionário
Teológico. CPAD.
Ø GEISLER, Norman. Enciclopédia
de Apologética: resposta aos
críticos da fé cristã. VIDA.
Ø GILBERTO, Antônio, et
al. Teologia
Sistemática. CPAD.
Ø HOUAISS. Dicionário
eletrônico Houaiss da língua portuguesa. Rio de Janeiro: Objetiva.
Ø STAMPS, Donald C. Bíblia
de Estudo Pentecostal. CPAD.
Ø THIESSEN, Henry
Clarence. Palestra em Teologia Sistemática. IBR.
Por
Rede Brasil de Comunicação.
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