sexta-feira, 2 de dezembro de 2022

LIÇÃO 09 – GOGUE E MAGOGUE: UM DIA DE JUÍZO

 
  



Ez 38.1-6; 39.1-10
  


INTRODUÇÃO
Nas lições anteriores estudamos diversos eventos que ocorreram com o povo judeu no passado. Porém, nesta lição, estudaremos uma das mais importantes profecias do livro de Ezequiel, que descreve uma batalha que ocorrerá em Jerusalém, no futuro, onde Deus executará seu juízo contra Gogue da terra de Magogue. Porém, antes de estudarmos esta profecia, veremos um breve resumo do ódio das nações contra Israel; citaremos as três batalhas escatológicas; e por fim, veremos como se dará a batalha de Gogue e Magogue, descrita nos capítulos 38 e 39 do livro do profeta Ezequiel.
 
 
I. ISRAEL E AS BATALHAS DO PASSADO
A história do povo de Israel sempre foi marcada por batalhas sangrentas, invasões estrangeiras, dispersões, cativeiros, perseguições e opressões por parte de nações estrangeiras. Vejamos algumas:
 
1. No Egito.
O Egito foi o berço do povo de Israel e foi naquela nação que o povo hebreu cresceu e se multiplicou (Êx 1.7,12). Por essa razão, Faraó, temendo que os descendentes de Jacó se unissem a outras nações e pelejassem contra os egípcios, começou a afligir e escravizar o povo hebreu (Êx 1.10,11,13,14); mandou que as parteiras das hebreias matassem os meninos (Êx 1.15,16), e ordenou que os meninos dos filhos de Israel fossem lançados no rio, deixando apenas as meninas vivas (Êx 1.22), numa tentativa de enfraquecer a nação e impedir que o povo de Israel dominasse sobre eles.
 
2. Na peregrinação no deserto.
Durante os quarenta anos de peregrinação no deserto, com destino a terra de Canaã, o povo de Israel, mesmo sem experiência com guerras e conflitos armados, teve que aprender a guerrear para se defender de seus inimigos. Os amalequitas pelejaram contra Israel (Êx 17.8) e num ato de extrema covardia, atacou o povo mais fraco de Israel, que caminhava cansado e fragilizado no deserto (Dt 25.17,18). Foi necessário Josué pelejar contra os amalequitas, e, o povo hebreu só foi vitorioso porque Moisés subiu ao cume do monte para interceder por Israel (Êx 1.17.9-16).
 
3. Na terra de Canaã.
Depois da conquista da terra de Canaã, o povo de Israel enfrentou diversas batalhas. É bem verdade que, muitas vezes, foi o próprio Deus quem os entregou nas mãos de nações estrangeiras, por causa da rebelião do povo (Jz 3.8,14; 4.1; 6.1; 10.6,7). Porém, muitas vezes, as guerras contra Israel foram motivadas pelo ódio ao povo hebreu, principalmente por parte dos filisteus (1Sm 4.1-10; 7.7-11; 17.1-11; 19.8-11; 2Sm 21.15-22) e da Síria (2Rs 6.24-7.20; 20.1-30; 2Rs 12.17-21). E, diversas vezes, Deus pelejou a favor de Israel e executou juízo contra nações inimigas, como ocorreu nos dias de Samuel (1Sm 7.7-11); do rei Ezequias (2Rs 19.35-37), e nos dias do rei Josafá (2Cr 20.1-30).
 
4. Na História.
Nos dois últimos milênios, o povo judeu foi massacrado e perseguido por nações estrangeiras. No ano 70 d.C. o general Tito invadiu Jerusalém com um exército de 50.000 homens, a cidade de Jerusalém foi incendiada, e os judeus que não foram mortos, foram dispersos para outras terras. Na Segunda Guerra Mundial (1939 a 1945), cerca de seis milhões de judeus foram mortos nos campos de concentração nazistas. E, apesar de Israel voltar a ser reconhecida como nação, em maio de 1948 pela Organização das Nações Unidas, o povo judeu continua sendo odiado e perseguido por diversas nações do mundo.
 
 
II. ISRAEL E AS BATALHAS DO FUTURO
De acordo com as profecias bíblicas, pelo menos três grandes conflitos ocorrerão no futuro, envolvendo o povo de Israel: A batalha de Gogue e Magogue, que ocorrerá antes, ou no início a Grande Tribulação (Ez 38,39); A batalha do Armagedom, no final da grande Tribulação (Ap 16.16) e a batalha de Gogue e Magogue, após o Reino milenial (Ap 20.7-10).
 
1. A Batalha de Gogue e Magogue (Ez 38,39).
Trata-se de uma grande invasão a nação de Israel no fim dos tempos, por uma confederação de nações (Ez 38.1-6) com o intuito de tomar posse das riquezas de Israel (Ez 38.11,12). Porém, o Senhor derramará a sua fúria contra as nações invasoras e enviará um grande terremoto, pestes e chuvas de saraiva, fogo e enxofre sobre elas (Ez 38.19-22). A carnificina será tão grande que serão necessários sete meses para sepultar os mortos (Ez 39.11-14) e as aves dos céus e os animais do campo se fartarão da carne dos soldados dos exércitos inimigos de Israel (Ez 39.11-14). (LAHAYE, Tim & HINDSON, Ed, 2008, p. 244). No próximo tópico abordaremos com mais detalhes esta batalha.
 
2. A Batalha do Armagedom (Ap 16.16).
“A Batalha do Armagedom (Dn 11.40-45; Jl 3.9-17; Zc 14.1-3; Ap 16.14-16) ocorrerá nos últimos dias da Grande Tribulação. O apóstolo João nos diz que os reis do mundo se reunirão para a batalha, naquele grande Dia do Deus Todo-poderoso. Quando o Anticristo e seus exércitos marcharem contra Jerusalém, Deus entrará em ação e Jesus Cristo voltará para resgatar o seu povo, Israel. O Senhor, com seu exército angelical, destruirá os exércitos e lançará o Anticristo e o Falso Profeta no lago de fogo (Ap 1911-21)” (LAHAYE, Tim & HINDSON, Ed, 2008, p. 74).
 
3. A Batalha de Gogue e Magogue após o Milênio (Ap 20.7-10).
“Gogue e Magogue aqui, são nações rebeladas contra Deus, instigadas por Satanás, e conduzindo um furioso ataque contra os santos. Não se trata absolutamente de Gogue e Magogue descritos em Ezequiel capítulos 38 e 39. É evidente que em Apocalispe 20, a expressão ‘Gogue e Magogue’ é empregada simbolicamente, representando os últimos inimigos de Deus e do seu povo. É evidente que Ezequiel trata de um evento, e Apocalipse de outro”. (GILBERTO, 2022. pp. 114,115).
 
 
III. A BATALHA DE GOGUE E MAGOGUE (EZEQUIEL 38 e 39)
Os capítulos 38 e 39 de Ezequiel descreve uma profecia acerca de uma invasão de diversas nações contra Israel. Sendo que o capítulo 38 descreve a invasão das nações confederadas, inimigas do povo judeu; e, o capítulo 39 anuncia a derrota dessas nações, pelo poder de Deus, como veremos a seguir:
 
1. Quem participará da invasão?
“Ezequiel 38.1-6 lista dez nomes próprios que ajudam a identificar a força invasora, dentre os quais nove descrevem localizações geográficas. ‘Gogue’ constitui a única exceção. Essa palavra não é um local ou nome próprio de pessoa, mas é um título, como ‘Faraó’, ‘Cesar’ ou ‘presidente’. ‘Gogue’ será o líder desta invasão. Magogue, inclui Ásia central (antiga União Soviética) e o Afeganistão; Meseque, atual Turquia; Tubal, atual Irã; Persia, atual Irã; Etiópia, atual Sudão; Pute, atual Líbia; Gomer e Togarma, atual Turquia. Esta lista mostra que pelo menos seis aliados formarão uma aliança para a invasão de Israel: Rússia, Turquia, Irã, Líbia, Sudão e as nações da Ásia Central.” (LAHAYE, Tim & HINDSON, Ed, 2008, p. 244).
 
2. O propósito da invasão.
O propósito principal dessa batalha é tomar posse das riquezas de Israel. Em Ezequiel 38.9-16 diz que as nações inimigas do povo judeu virão como uma tempestade e como uma nuvem, para cobrir a terra de Israel com suas tropas (v. 9); eles virão com grande ajuntamento e um exército numeroso (v. 15); com maus intentos no coração (v. 10); e virão com o propósito de tomar os despojos de Israel, seu gado e suas possessões (v. 12), para levar a prata, o ouro e saquear a nação (v.13).
 
3. Os resultados da invasão.
A ira de Deus se manifestará sobre as nações inimigas de Israel: “Naquele dia, quando Gogue vier contra a terra de Israel, diz o Senhor Deus, eu ficarei furioso. Pois, no meu zelo, no fogo do meu furor, eu disse que, naquele dia, haverá um grande terremoto na terra de Israel.” (Ez 38.18,19 - NAA). “Deus virá pra resgatar seu povo indefeso e lançará mão de quatro recursos para destruir Gogue e seus aliados: O Senhor enviará um grande terremoto (Ez 38.19,20); Haverá conflitos entre tropas de várias nações e os exércitos das nações voltar-se-ão uns contra os outros (Ez 38.21); pestes se alastrarão e cairão chuvas torrenciais, com granizo, fogo e enxofre (Ez 38.22). (LAHAYE, Tim & HINDSON, Ed, 2008, p. 246). “Assim, revelarei a minha grandeza e a minha santidade e me darei a conhecer aos olhos de muitas nações. E saberão que eu sou o Senhor.” (Ez 38.23 - NAA).
 
4. A derrota de Gogue e seus aliados.
A destruição do exército e Gogue em Israel será uma derrota esmagadora, como afirma a profecia: “Nos montes de Israel, você cairá” (Ez 39.4a). Essa palavra se refere ao próprio Gogue. O oráculo é claro em mostrar que o julgamento de Javé é extensivo a todo o bando: “você, todas as suas tropas e os povos que estão com você” (Ez 39.4b). A derrota deles em campo aberto foi determinada por Deus (Ez 39.5). Duas vezes a profecia esclarece que é o próprio Javé que conduzirá Gogue e seu bando para derrotá-los nos montes de Israel (38.4; 39.2). Eles serão abatidos e ficarão insepultos, e seus cadáveres servirão de pastos e alimento aos abutres e aos animais selvagens: ‘Eu o entregarei a todo tipo de ave de rapina e aos animais selvagens, para que o devorem’ (Ez 39.4c). O castigo divino a Gogue e ao seu bando não se restringe às tropas do exército, mas também à terra de cada um desses povos: ‘Porei fogo em Magogue e nos que vivem em segurança nas terras do mar’ (Ez 39.6) (SOARES, 2020, p. 113).
 
5. O que ocorrerá após a batalha.
Com a derrota de Gogue e seu bando, “os moradores das cidades de Israel sairão e farão fogo com as armas” (Ez 39.9a). Todos os seus equipamentos bélicos serão transformados em combustível. A profecia especifica essas armas: “queimando as couraças e os escudos, os arcos e as flechas, os porretes e as lanças” (Ez 39.9b), da mesma forma que Javé vai transformar as armas de guerras em máquinas e ferramentas agrícolas no milênio (Is 2.4; Mq 4.3). Em vez de se fazer uma grande fogueira com essas armas, haverá durante sete anos nas cidades de Israel combustível para acender fogo (Ez 39.9c). Nesta semana sabática, a população de Israel terá energia para abastecer as casas e movimentar as indústrias de uma fonte inusitada: “Não terão de trazer lenha do campo, nem a cortarão dos bosques, mas com as armas acenderão fogo” (Ez 39.10a). A situação vai se inverter: “Saquearão aqueles que os saquearam e despojarão aqueles que os despojaram” (Ez 39.10b). Agora, são os saqueadores (38.12,13) que serão despojados (Ez 39.6) (SOARES, 2020, p. 115).
 
6. O que esta batalha nos ensina?
Uma das principais lições que aprendemos nesta profecia é a Soberania de Deus sobre todas as nações. A expressão “E saberão que eu sou o Senhor” está presente cerca de 70 vezes em Ezequiel, o que nos faz entender que um dos objetivos do livro é demonstrar a soberania de Deus sobre todas as nações da terra (Ez 6.7,10,1314; 7.4,27; 12.15,16,20; 13.9,14,21,23; 14.8; 15.7; 16.62; 20.7,12,19,20,26,38,42,44). Essa derrota de Gogue e seus aliados, revelará não só para o povo judeu, mas a todos os seus inimigos que o Senhor é Deus (Ez 39.6,7,22).
 
 
CONCLUSÃO
A existência da nação de Israel e do povo judeu só pode ser explicada com uma palavra: Milagre! Se não fora o Senhor, Israel há muito tempo que teria sido destruída, pois, desde a antiguidade que o Senhor peleja pelo seu povo. E, na batalha de Gogue e Magogue não será diferente. Deus sairá em defesa do povo judeu e Gogue e seus aliados serão destruídos.
 
 
 
 
REFERÊNCIAS
Ø  GILBERTO, Antônio. O Calendário da Profecia. CPAD.
Ø  LAHAYE, Tim & HINDSON, Ed. Enciclopédia Popular de profecia Bíblica. CPAD.
Ø  SOARES, Esequias & Daniele. A Justiça Divina. CPAD.
Ø  STAMPS, Donald. Bíblia de Estudo Pentecostal. CPAD.  
 
 
Por Rede Brasil de Comunicação.




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