sexta-feira, 23 de dezembro de 2022

LIÇÃO 13 – O SENHOR ESTÁ ALI

 
 


 
Ez 48.30-35 
 
 
 
INTRODUÇÃO
Na lição de hoje, estudaremos sobre a divisão das terras de Israel entre as tribos durante o período do milênio. Veremos também como será a cidade Jerusalém. Por fim, pontuaremos que a vontade de Deus é habitar no meio do seu povo.
 
 
I. AS DIVISÕES DAS TRIBOS DE ISRAEL DURANTE O MILÊNIO
Os capítulos de encerramento da profecia de Ezequiel explicam como a terra de Israel será dividida durante a era do reino, sendo uma parte designada para o Senhor, outra para o príncipe e uma área para cada uma das doze tribos. A primeira divisão da Terra Prometida foi feita depois da conquista de Canaã, quando Josué, o sumo sacerdote Eleazar e os chefes das doze tribos lançaram sortes diante do Senhor para determinar as linhas de demarcação (Nm 26.52-56; 34.16-29; Js 13 – 22). Em seu reinado, o rei Salomão dividiu a terra em doze “distritos reais” e exigiu que cada distrito oferecesse provisões para o rei e sua casa por um mês (1Rs 4.7-19) Notemos algumas regiões:
 
1. A região reservada para ser lugar sagrado.
Em Ezequiel 48.8-22 ficará a porção já separada para o príncipe, que incluirá o santuário e a cidade de Jerusalém. Essa região sagrada será um quadrado amplo, fronteiriço ao norte do mar Morto. Será dividida em três faixas horizontais: a superior será reservada para os sacerdotes e, no meio, para o templo milenar; a central será para os levitas; e a inferior para o povo comum e, no meio, para Jerusalém. O território restante a leste e oeste do quadrado pertencerá ao príncipe.
 
2.  A região reservada ao Príncipe.
A parte do príncipe (Ez 45.7 – 46.18; 44.1-3; 48.21, 22). Sem maiores explicações, Ezequiel apresenta “o príncipe” em Ez 44.1-3 e fala dele pelo menos catorze vezes no restante do livro. Não deve ser confundido com “Davi...[o] príncipe” (Ez 34:24; 37:24, 25), que alguns consideram ser o Messias, herdeiro do trono de Davi (Lc 1.30-32); tampouco deve ser confundido com o Messias. O príncipe será um homem casado e terá filhos que herdarão sua terra (Ez 46.16-18), localizada nos dois lados da área sagrada central. O príncipe não é identificado em parte alguma como membro da família real, sacerdote ou levita, nem sequer sabemos de que tribo ele virá. Ao que parece, será um governante civil, um vice regente sob a autoridade do Messias e, no entanto, a maior parte de suas funções será religiosa.
 
3. As regiões distribuídas entre as tribos revelam a fidelidade de Deus.
As fronteiras da terra serão diferentes das fronteiras pouco ideais das tribos nos dias de Josué. A terra será dividida igualmente entre as tribos, cumprindo a promessa dada aos antepassados israelitas (Gn 12.1 3; 15.9-21; 17.8). Em Ezequiel. O prometido novo êxodo e assentamento (20.33-38) resultará numa nova divisão da terra com fronteiras semelhantes às do império davídico e à de Jeroboão II 2Sm 8.5-12; 2Rs 14.25; cp. Nm 34. O território da Transjordânia está surpreendentemente ausente da terra (HOWARD, 2018, p.1310).
 
4. As regiões distribuídas também aos estrangeiros.
Na época em que ocorrer a restauração, os estrangeiros também poderão beneficiar-se. “Vocês devem reparti-la como herança para vocês e para os estrangeiros que moram no meio de vocês, que gerarem filhos no meio de vocês. Eles deverão ser considerados como naturais entre os filhos de Israel; junto com vocês, eles receberão uma herança no meio das tribos de Israel” (Ez 47.22 – NAA). Os regulamentos em Levítico 4.22 e Números 15.29 dizem como lidar com os estrangeiros. Isaías também ensinou sobre isso (Is 56.3-8). Os filhos de estrangeiros herdarão propriedades assim como os israelitas. Qualquer pessoa que aceite os padrões e esteja disposta a obedecer, poderá desfrutar as bênçãos do Reino de Deus (BERS, 2012, p.1086). 
 

II. A CIDADE DE JERUSALÉM DURANTE O MILÊNIO
Na dispensação do milênio, a cidade de Jerusalém terá um novo formato e receberá um novo nome: “E o nome da cidade desde aquele dia será: O Senhor Está Ali” (Ez 48.35). Não devemos confundir esta nova cidade apresentada no livro do profeta Ezequiel com a Nova Jerusalém contemplada pelo apóstolo João (Ap 21.2). Notemos as características principais:
 
1. A cidade de Jerusalém será grandiosidade.
De acordo com Zacarias, Jerusalém será uma enorme cidade. Isso esclarece que: a futura Jerusalém naturalmente abrangerá o Monte do Templo, mas também farão parte dela todas as áreas habitadas ou não, da área da “dádiva sagrada”, cujos lados medem cerca de 80 km. A grande Jerusalém terá uma área de mais de 6.200 km2. Que metrópole! De fato, uma digna Capital do Mundo! Essa será a cidade do grande Rei”! A cidade murada, com o nome de “O Senhor ESTÁ AQUI” se refere a uma parte da cidade da grande Jerusalém (LIEBI, 2016, p. 226).
 
2. A cidade de Jerusalém terá 12 portas.
A passagem primeiro descreve as portas que formam as saídas da cidade (v. 30). Cada lado da cidade (norte [v. 30,31]; leste [v. 32]; sul [v. 33]; oeste [v. 34]) possui três portas, e o Senhor anuncia que as portas serão chamadas pelos nomes das doze tribos de Israel (v. 31), simbolizando a solidariedade do povo e a igualdade de acesso à presença divina.
 
3. A cidade de Jerusalém será a sede do governo mundial.
Embora o reino do Messias seja universal, a sede do seu governo será em Jerusalém: “[...] de Sião sairá a lei, e de Jerusalém, a palavra do Senhor” (Is 2.3). O sacerdote Melquisedeque reinou nesta cidade (Gn 14.18). Davi fez de Jerusalém a sede do seu governo, ao ponto de ser chamada de Cidade de Davi (2Sm 5.7; 1Rs 2.10; 1Cr 13.13; 15.1). O nome Jerusalém significa: “habitação da paz” e Jesus é chamado profeticamente de Príncipe da paz (Is 9.6). Portanto, ele reinará sobre o mundo a partir de Jerusalém.
 
4. A cidade de Jerusalém será um lugar de Paz.
O Texto Sagrado explica que o estrangeiro será tratado como natural da terra de Israel. “[...] estrangeiros que moram no meio de vocês, que gerarem filhos no meio de vocês. Eles deverão ser considerados como naturais entre os filhos de Israel; junto com vocês, eles receberão uma herança no meio das tribos de Israel” (Ez 47.22 – NAA). Isso demonstra um governo de paz e igualdade que existirá no milênio como nunca foi visto antes no planeta.
 
5. A cidade de Jerusalém será um lugar onde todas nações deverão comparecer.
Depois da volta de Cristo e da destruição do anticristo e dos seus exércitos (cf. Ap 19), os sobreviventes das nações virão anualmente a Jerusalém por ocasião da Festa dos Tabernáculos a fim de adorar o Rei Messias, o Senhor Jesus: “E acontecerá que todos os que restarem de todas as nações que vieram contra Jerusalém subirão de ano em ano para adorarem o Rei, o SENHOR dos Exércitos, e para celebrarem a Festa das Cabanas” (Zc 14.16). Os sobreviventes serão provavelmente, em sua maioria, civis que permanecerão na sua pátria e aceitarão a Cristo como Senhor.
  
A CIDADE DE JERUSALÉM DURANTE O MILÊNIO (EZ 48) 
A NOVA JERUSALÉM (Ap 21 9-27)
Possui um templo
Não possui templo (Ap 21.22)
Possui um rio que corre em direção ao mar morto
Não possui oceanos (Ap 21.1)
Construído na Terra
Celestial (21.1)
Tem o nome das doze tribos de Israel (30-35)
Nome dos doze apóstolos (Ap 21.14)
Tem a forma de um quadrado (30-35)
Tem forma de um quadrado (Ap 21.16)
Cada lado da cidade de 2.250 metros
Tem 2.200 km (Ap 21.16)


III. O NOME DA JERUSALÉM DO MILÊNIO: O SENHOR ESTÁ ALI
A cidade é chamada de Yahweh Shammah, ou seja, “O Senhor está ali”. A glória do Senhor que havia partido (cf. caps. 8-11), retornou (44.1-2) e sua morada, o templo, fica exatamente no centro da porção de terra destinada ao Senhor. Com essa nota final, todas as promessas incondicionais feitas a Israel na aliança abraâmica (Gn 12), na aliança sacerdotal (Nm 25), na aliança davídica (2Sm 7) e na nova aliança (Jr 31) foram cumpridas (MACARTHUR, p. 1074). Sempre foi o interesse de Deus habitar no meio de seu povo. Notemos como isso é apresentado nas Escrituras Sagradas:
 
1. A presença do Senhor no Tabernáculo.
Quando o senhor retirou Israel do Egito e o conduziu pelo deserto, Ele ordenou aos filhos de Israel que construíssem um lugar para que pudesse estar no meio do Seu povo. A ideia da construção do tabernáculo foi divina, não humana: “E me farão um santuário, e habitarei no meio deles” (Êx 25.8). Podemos observar que o Senhor não disse: “Habitarei dentro do santuário”. O Senhor nunca ensinou que estivesse preso a uma estrutura terrena (1Rs 8.27), mas o tabernáculo, e mais tarde o Templo serviram para focalizar a atenção de Seu povo no fato que o Senhor se achava entre eles, e particularmente que Sua presença era infinitamente santa, pelo que também o acesso a Ele só podia ser efetuado por meio de sacrifícios expiatórios e da mediação do Sumo Sacerdote.
 
2. A presença do Senhor no Templo de Salomão.
Na inauguração da casa do Senhor, diz o texto bíblico, que a glória de Deus encheu a casa de uma forma tão sublime que o cronista relata: “[...] e não podiam os sacerdotes ter-se em pé, para ministrar, por causa da nuvem, porque a glória do SENHOR encheu a Casa de Deus” (2Cr 5.14). Isto demostra também que Deus havia escolhido aquele lugar para sua habitação, como é confirmado pelo texto: “Porque escolhi e santifiquei este templo, para que nele esteja o meu nome para sempre; os meus olhos e o meu coração estarão ali todos os dias” (2Cr 7.16). Sempre foi o desejo de Deus habitar no meio de Seu povo, ou seja, ser o centro principal da vida de todo judeu ou de qualquer pessoa que o segue.
 
3. A presença do Senhor no Templo do Milênio.
Durante o período do milênio Israel provará a presença de Deus de uma forma especial. O Santo Templo, construído para esse período, será o local onde a glória do Senhor habitará, pois o relato do texto bíblico no livro do profeta Ezequiel diz: “E a glória do Senhor entrou no templo pelo caminho da porta cuja face está para o lado do oriente” (Ez 43.4). Isto significa que a presença do Senhor estará ali.
  

CONCLUSÃO
Estudamos como será a distribuição das tribos no período milenial, também estudamos como será a cidade de Jerusalém nesse período; vale salientar que essa é bem distinta da Nova Jerusalém, que desce do céu. E por fim, aprendemos que o desejo de Deus é habitar no meio de seu povo.
 
 
 
REFERÊNCIAS
Ø  DAVIDSON, F. Novo Comentário da Bíblia. ACADÊMICO.
Ø  LIEBI, Roger. Ezequiel. CHAMADA.
Ø  HOWARD, Jeremy Royal. Bíblia de Estudo Holman. CPAD.
Ø  STAMPS, Donald C. Bíblia de Estudo Pentecostal. CPAD.
Ø  BERS, Ronald. Bíblia de Aplicação Pessoal. CPAD.
Ø  MACARTHUR, John. Bíblia de Estudo MaCarthur. SBB.
    

Por Rede Brasil de Comunicação.




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