Ez 43.1-9
INTRODUÇÃO
Nesta lição estudaremos sobre o novo templo e o milênio no
livro do profeta Ezequiel, para isso analisaremos a revelação que o profeta
teve deste novo edifício. Em seguida veremos como será a dispensação do
milênio. E, Por fim, notaremos o que será o milênio para a nação de Israel.
I. A VISÃO QUE O PROFETA EZEQUIEL TEVE DO
NOVO TEMPLO
Ezequiel não é o único profeta a dizer que haverá um templo
sagrado durante a era do reino no milênio. Encontramos o templo do reino e sua
adoração em Isaías 2:1-5; 60.7, 13; Jeremias 33.18; Joel 3.18; Miqueias 4.2;
Ageu 2.7-9 e Zacarias 6.12-15; 14.16,20,21. Ezequiel 37.24-28 registra a promessa
de Deus para seu povo de que colocaria seu santuário no meio deles. “O
meu tabernáculo estará com eles; eu serei o seu Deus, e eles serão o meu povo” (Ez
37.27).
1. Ezequiel contemplou o
retorno da Glória de Deus ao Novo Templo.
Ezequiel
havia visto, com o coração profundamente entristecido, a glória do Senhor
deixar o templo (Ez
10.4-5,18-19; 11.22-23). Agora, dezenove
anos depois (cf. Ez 8.1;40.1), o profeta testemunha o retorno do Senhor para
ocupar e consagrar esse novo edifício como seu santuário sagrado. Temos a
impressão de que todo o processo anterior de inspeção e medição foi como uma
visita acompanhada com um guia a um palácio vazio antes da chegada majestosa do
rei (Ez 40.3-4;17,32;41.1).
2. Ezequiel contemplou a
liturgia interna do Novo Templo.
O
Senhor mostrou ao profeta: a) os sacerdotes e os levitas (Ez
44.4-45.12), os levitas, exceto pela família de Zadoque, não serão mais capazes
de atuar como sacerdotes, pois incentivaram o povo a adorar deuses
estrangeiros. Ezequiel descreve um oficial do Templo de especial importância,
conhecido apenas como “o príncipe” (Ez 44.1-3; 45.13-17; 46.1-8,16-18); b) O
profeta viu as ofertas que seriam apresentadas aos Senhor (Ez 45.18-25; 46.9-1
5,19-24). No primeiro dia de cada ano, no começo da primavera, eles devem
sacrificar um novilho para purificar o Templo.
3. Ezequiel contemplou o
altar do holocausto.
O
retorno dos sacrifícios de animais depois do definitivo e perfeito sacrifício
de Cristo tem sido uma dificuldade para os intérpretes. Uns entendem que o
templo de Ezequiel e seus sacrifícios não podem ser literais, porque o
sacrifício expiatório de Jesus cumpriu e tornou sem efeito os sacrifícios do AT
(Hb 9.10-15; 10.1 4,8). É possível que Ezequiel descreva, na linguagem do AT,
as bênçãos do sacrifício expiador de Cristo, que é válido para sempre. Outros
entendem que os sacrifícios são literais, oferecidos como memoriais do
sacrifício de Cristo na cruz. […] Assim como hoje a igreja celebra a Ceia do
Senhor, com sentido retrospectivo, como memorial da obra redentora já consumada
uma vez para sempre, por Cristo, o sacrifício perfeito (STAMPS, 2012,
p. 1233 – grifo nosso).
4. Ezequiel contemplou um
rio que saia do Novo Templo.
Esse
templo é atípico tendo em vista que não aparece os utensílios que são próprios
do Tabernáculo e do Templo de Salomão. Não aparece a Arca da Aliança, o altar
do incenso, o candelabro e nem a mesa da proposição dos pães. Porém, a
diferença marcante desse templo em relação aos anteriores é o rio que flui de
dentro do templo: “[…] A água vinha de debaixo do lado direito do templo,
do lado sul do altar…Estas águas correm para a região leste, descem ao vale do
Jordão e entram no mar, cujas águas ficarão saudáveis” (Ez 47.1,8). A
água do templo tornaria saudável o mar Morto bem como os rios, fazendo
multiplicar as criaturas aquáticas por onde passasse. As árvores nas margens do
rio proveriam alimento todos os meses, e as folhas seriam usadas para fins
medicinais. A vida vem do templo de Deus e não de um palácio ou de um edifício
do governo!
II. O QUE É O MILÊNIO
O
Milênio será o Reino com duração de mil anos a ser instaurado, na terra, pelo
Senhor Jesus, logo após o arrebatamento da Igreja e do término da Grande
Tribulação (Ap 20.4-6). Trata-se de um reino literal, cujo principal
objetivo é a exaltação de Jesus não somente como o Messias de Israel e de todas
as demais nações. De acordo com as profecias, pode-se conceber o futuro do
Reino de Deus de duas formas distintas: (1) Em sua realização milenial. O Reino
de Deus materializar-se-á no estabelecimento do Milênio. Expresso em termos
materiais, terá como objetivo reverter a maldição que, desde o Éden, vem
destruindo o mundo e toda a sua economia. O Milênio representará o auge da
história terrena e o ápice da intervenção divina nos negócios humanos (Is 2;
11; 35); (2) Em sua realização eternal. Nesta fase, que se dará logo após o
Juízo Final, o Reino de Deus traduzir-se-á na união eterna entre Cristo e a sua
Igreja; será a Nova Jerusalém com toda as bem-aventuranças que o Pai Celeste
nos reservou (Ap 21) (ANDRADE, sd, p. 109 – acréscimo nosso).
III. QUEM REINARÁ SOBRE A TERRA
As profecias nos
mostram que o Messias, Jesus Cristo, o Rei dos Reis e Senhor dos Senhores,
estará reinando literalmente na terra durante este período e eternamente (Is
2.2-4; 9.3-7; 11.1-10; 16.5; 24.21-23; 31.4-32.2; 42.1-7,13; 49.1-7; 51.4,5;
60.12; Dn 2.44; 7.15-28; Ob 17-21; Mq 4.1-8; 5.2-5,15; Sf 3.9-10,18,19; Zc
9.10-15; 14.16,17). “É evidente que não há e nunca haverá um reino
teocrático na terra sem a presença pessoal e manifesta do Senhor Jesus Cristo.
Toda a era depende de Seu retorno à terra como prometido. Tudo o que existe no
milênio tem origem no Rei revelado. O milênio não poderia existir sem a
manifestação de Cristo, de quem depende toda a era milenar” (PENTECOST, sd,
p. 488).
IV.
O QUE ACONTECERÁ NO MILÊNIO
“Na era milenar a
justiça divina deverá ser demonstrada (Is 11.5; 32.1; Jr 23.6; Dn
9.24). Será também o teste final de Deus para a humanidade nas circunstâncias
ideais. Todos os recursos de tentação serão retirados para que o homem
demonstre o que ele de fato é, independentemente da influência satânica. A fim
de que possa haver a manifestação completa da justiça e o teste da humanidade
livre da tentação externa, Satanás será afastado desta esfera.
Logo, na segunda vinda, ele será preso e tirado de cena durante todo o período
milenar” (PENTECOST, sd, p. 487).
V.
ONDE SERÁ A SEDE DO GOVERNO DE CRISTO
Embora o reino do
Messias seja universal, a sede do seu governo será em Jerusalém: “[...]
de Sião sairá a lei, e de Jerusalém, a palavra do Senhor” (Is 2.3). O
sacerdote Melquisedeque reinou nesta cidade (Gn 14.18). Davi fez de Jerusalém a
sede do seu governo, ao ponto de ser chamada de Cidade de Davi (II Sm 5.7; I Rs
2.10; I Cr 13.13; 15.1). O nome Jerusalém significa: “habitação da paz” e
Jesus é chamado profeticamente de Príncipe da paz (Is 9.6). Portanto, ele
reinará sobre o mundo a partir de Jerusalém.
VI.
CARACTERÍSTICAS DO REINO DE CRISTO
A Bíblia nos mostra que o reino de
Cristo terá as seguintes características:
1. Justiça. Graças à presença
do Messias, Jerusalém será a fonte da qual toda a justiça do milênio emanará em
glória (Is 62.1c-,2a). Sião será chamada “cidade de justiça” (Is
1.26), e estará cheia de direito e justiça (Is 33.5). A justiça será o termo
descritivo que caracterizará o governo do Messias como um todo. Cristo será um
rei que rege com justiça (Is 32.1).
2. Paz. A paz nacional e
individual é fruto do reino do Messias (Is 2.4; 9.4-7; 11.6-9; 32.17,18;
33.5,6; 54.13; 55.12; 60.18; 65.25; 66.12; Ez 28.26; 34.25,28; Os 2.18; Mq
4.2,3; Zc 9.10).
3. Alegria. A plenitude da
alegria será marca característica da era milenar (Is 9.3,4; 12.3-6; 14.7,8;
25.8,9; 30.29; 42.1,10-12; 52.9; 60.15; 61.7,10; 65.18,19; 66.10-14; Jr
30.18,19; 31.13,14; Sf 3.14-17; Zc 8.18,19; 10.6,7).
VII.
OS PARTICIPANTES DO MILÊNIO
As pessoas inclusas no reino
milenial de Cristo serão os santos da Grande Tribulação: judeus e gentios,
tanto vivos como ressurretos (Mt 24.32-40; Ap 20.4) e a Igreja do Senhor Jesus
Cristo com corpo glorioso (Ap 1.6; 2.6; 5.10) (LAHAYE, 2010, pp. 149-150 –
acréscimo nosso).
VIII.
O QUE SERÁ O MILÊNIO PARA ISRAEL
Segundo o teólogo Pentecostal Dwight (sd, p. 486), esse período verá o cumprimento
completo de todas as alianças que Deus fez com o povo de Israel. Notemos:
1. A aliança
abraâmica.
As
promessas da aliança abraâmica a respeito da terra e da descendência são
cumpridas na era milenar (Is 10.21,22; Jr 30.22; 32.38; Ez 34.24,30,31; Mq 7.19,20;
Zc 13.9; Ml 3.16-18). A perpetuidade de Israel, sua posse total da terra e sua
herança das bênçãos estão diretamente relacionadas ao cumprimento desta
aliança.
2. A aliança
davídica.
As
promessas da aliança davídica a respeito do rei, do trono e da casa real são
cumpridas pelo Messias na era milenar (Is 11.1,2; 55.3,11; Jr 23.5-8; 33.20-26;
Ez 34.23-25; 37.23,24; Os 3.5; Mq 4.7,8). O fato de Israel possuir um reino,
governado pelo Filho de Davi, baseia-se nessa aliança davídica.
3. A aliança palestina.
As
promessas da aliança palestina a respeito da ocupação da terra são cumpridas
por Israel na era milenar (Is 11.11,12; 65.9; Ez 16.60-63; 36.28,29; 39.28; Os
1.10-2.1; Mq 2.12; Zc 10.6). Essas referências à ocupação da terra prometem o
cumprimento da aliança palestina.
4. A nova aliança.
As
promessas da nova aliança no tocante a um novo coração, ao perdão dos pecados e
à plenitude do Espírito Santo são cumpridas para com a nação convertida na era
milenar (Jr 31.31-34; 32.35-39; Ez 11.18-20; 16.60-63; 37.26; Rm 11.26-29).
Todas as bênçãos espirituais que Israel recebe são cumprimento dessa aliança.
CONCLUSÃO
O
fato marcante na visão que o profeta Ezequiel teve no Novo Templo foi o retorno
da Glória de Deus. Isto mostra que nesta nova fase, Israel está livre da
idolatria que tantos prejuízos trouxe para nação. Somente na dispensação do
milênio isso acontecerá. Esse período de mil anos literais será marcado pela
justiça, paz e alegria no Espírito Santo para todos os homens.
REFERÊNCIAS
Ø ANDRADE, Corrêa de. Dicionário
de Escatologia Bíblica. CPAD.
Ø CHAMPLIN, R. N. Dicionário
de Bíblia, Teologia e Filosofia. HAGNOS.
Ø LAHAYE, Tim. Enciclopédia
Popular de profecia Bíblica. CPAD.
Ø PFEIFFER, Charles F. et al. Dicionário
Bíblico Wyclliffe. CPAD.
Ø PENTECOST, J. Dwight. Manual
de Escatologia. VIDA.
Ø WALWOORD, John F. Todas
as profecias da Bíblia. VIDA.
Por Rede Brasil de Comunicação.
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