Mt 28.19,20; Mc
16.15-18
INTRODUÇÃO
Finalizaremos o ano com um tema extremamente necessário para
os dias atuais; a obra missionária. Infelizmente muitos tem esquecido que seu
papel enquanto igreja ainda é levar o ide a toda a criatura. Sabemos dos
grandes desafios, dificuldades e principalmente do esfriamento em muitas vidas,
mas essas barreiras nunca tiveram forças para deter a Igreja. Na aula de hoje
conheceremos de forma introdutória a temática deste trimestre abordando a
importância das missões transculturais e sua importância nesta última hora da
Igreja de Cristo aqui na terra.
I. DEFINIÇÕES
IMPORTANTES
1. Grande Comissão.
Em linhas gerais, a grande comissão é a ordenança dada por
Jesus à Sua Igreja com o fim de levar as boas novas de salvação, a todos os
povos, em todos os lugares, em todas as línguas a fim de alcançá-los para o
reino de Deus (Mt 28.18-20; Mc 16.15-20; Lc 24.46-49; Jo 20.21,22; At 1.8). A
Grande Comissão tem seu enfoque na vida das pessoas, envolvendo o aspecto
espiritual, apontando para uma vida de reconhecimento do pecado e o
arrependimento para que possam participar do reino de Deus. “A grande
Comissão preocupa-se, principalmente, com a expansão da Igreja no universo dos
que ainda não pertencem a Igreja, quem quer que seja, e onde quer que esteja” (GABY,
2023, p. 8).
2. Etnocêntrico.
O etnocentrismo é a inclinação a considerar a sua própria
raça ou grupo social como o centro da cultura. Tal pensamento constitui-se uma
barreira para que muitos possam levar, ou mesmo, receber o Evangelho.
II. A IGREJA E SUA
MISSÃO
Segundo Horton (2006, pp. 299, 300) “a Igreja é uma
comunidade formada por Cristo em benefício do mundo. Cristo entregou-se em
favor da Igreja, e então a revestiu com o poder do dom do Espírito Santo a fim
de que ela pudesse cumprir o plano e propósito de Deus”. Para Pereira (2023, p.
101) “o sermão profético anunciado por Jesus revela o que ocorrerá antes do fim
de todas as coisas. Porém, na descrição do caos social e das catástrofes
naturais que sobrevirão como sinais deste fim, Jesus visualizou a Igreja
cumprindo sua tarefa: “...este evangelho do Reino será pregado em todo o
mundo...” (Mt. 24.14). A diferença está nessa realidade! Pois o mundo
continuará descaído, mas a Igreja permanecerá como arauto de Deus”. Sendo assim
acreditamos que precisamos relembrar alguns conceitos fundamentais que nos
fazem IGREJA, pois Ela representa a responsabilidade da Igreja em promover o
reino de Deus em meio à sociedade. Como representante do reino nesse mundo, a
Igreja deve utilizar todos os meios legítimos para expansão do reino de Deus.
1. A Igreja existe para evangelizar.
Acerca de um dos propósitos pelo qual a igreja existe,
afirmou o apóstolo Pedro: “Mas vós sois a geração eleita, o sacerdócio
real, a nação santa, o povo adquirido, para que anuncieis as virtudes daquele
que vos chamou das trevas para a sua maravilhosa luz” (1Pe 2.9). A
Igreja tem diversas atribuições, no entanto, a mais excelente delas é a que
justifica a sua presença aqui na terra: a sublime tarefa da evangelização.
Segundo Horton (2006, p. 300), “na adoração, a Igreja volta-se para Deus; na
edificação, atenta (corretamente) para si mesma; e, evangelização, a Igreja
focaliza o mundo”.
2. A Igreja é ordenada a evangelizar.
A palavra “ordenar” segundo o Aurélio
significa: “mandar, decretar”. A tarefa de evangelizar é uma
ordenação divina a todo discípulo de Cristo e não somente aos apóstolos (Mt
28.19; Mc 16.15). “A ordenança bíblica da proclamação do Evangelho em todo o
mundo (Mt 28.19,20; Mc 16.15) sinaliza o seu caráter universal, ou seja, o
direito que todos os povos têm de ouvi-lo de forma clara e consciente para
crerem no Senhor Jesus Cristo, arrepender-se de seus pecados e ter a certeza da
vida eterna” (GILBERTO, 2008, p. 418).
3. A Igreja se realiza evangelizando.
Pedro não podia deixar de falar daquilo que tinha visto e
ouvido, mesmo sofrendo afronta e açoites do Sinédrio (At 4.20; 5.40-42). Paulo
tinha a evangelização como uma obra que lhe foi imposta (I Co 9.16). Ele se
realizava em pregar o evangelho ainda que lhe custasse à vida (At 20.24). “O
verdadeiro movimento pentecostal, missionário, ora pelas missões; contribui
para as missões; promove as missões! É um movimento que vai ao campo
missionário. A igreja que não evangeliza, muito breve deixará de ser
evangélica” (GILBERTO, 2008, p. 184).
4. A Igreja só pode continuar a existir se evangelizar.
Como a Igreja poderá crescer em número senão evangelizar? Sua
existência depende da prática da evangelização, do contrário não irá perdurar.
No livro dos Atos dos apóstolos, percebemos claramente os apóstolos inflamados
pelo poder pentecostal, pregando o evangelho e o pequeno grupo de quase cento e
vinte discípulos aumentando de forma extraordinária. Na primeira pregação do
apóstolo Pedro, por ocasião do Pentecostes, quase três mil almas se decidiram
por Cristo (At 2.41). Já na segunda mensagem mais de cinco mil pessoas se
converteram (At 4.4). O relato de Lucas disse que a igreja tinha um crescimento
extraordinário, porque o evangelismo se tornara uma prática constante (At
5.14,42).
III. A
IMPORTÂNCIA DO ENTENDIMENTO DA GRANDE COMISSÃO
1. Entendendo o propósito da grande comissão.
Para Pereira (2023, p. 154); “A proclamação das Boas Novas
visa anunciar o comunicado divino ao coração de toda humanidade através de uma
mensagem fundamentada pelas Escrituras Sagradas. Essa pregação Bíblica, que
teve Jesus e os apóstolos como paradigma para as demais gerações de
mensageiros, revela que o nosso Senhor e Salvador não morreu por alguns, mas
por todos os homens (Jo. 3.16), e que, através do seu sacrifício, manifestou a
vontade do Pai, que quer a salvação de todas as pessoas” (2Tm. 2.4).
2. As barreiras que a grande comissão precisa vencer.
Um olhar atento a esta declaração deve-nos levar a seguintes
perspectivas: Existem muitas barreiras que precisam ser transpostas para que
possamos alcançar o que Jesus pretendia com a grande comissão: o Pastor Gaby
nos lembra (2023, p. 12). Existem barreiras complexas para a evangelização do
mundo que a Igreja precisa conhecer e estar preparada para realizar a sua
tarefa missional:
a)
Barreiras geográficas novas nações e cultura;
b)
Barreiras culturais valores de vida, costumes e hábitos;
c)
Barreiras econômicas diferenças de moeda e comercio;
d)
Barreiras linguísticas as línguas do coração;
e) Barreiras religiosas islamismo, ateísmo,
manteríamos, secularismos etc.
3. Esta é a nossa maior tarefa na atualidade.
O Senhor nos ordenou pregar o evangelho, pois Ele quer que a
mensagem da salvação alcance a toda criatura (Mc 16.15), todas
as nações (Mt 28.19), todo o mundo (Mc 16.15), todas
as aldeias (Mt 9.35), todos os lugares (At 17.30). Todos
os crentes, sem exceção, receberam esta incumbência do Senhor (Mt 10.8; 1Pe
2.9). Evangelização não é uma tarefa entregue apenas a liderança da Igreja, e
nem a um grupo de cristãos, mas, a todos os salvos (Mt 28.19,20; At 1.8).
Portanto, todo aquele que foi alcançado por tão grande salvação, deve falar de
Cristo aos pecadores. O próprio Jesus disse: “[...] de graça recebestes,
de graça dai” (Mt 10.8).
IV. MISSÕES TRANSCULTURAIS
1. O real sentido de missões.
A palavra “missão” vem da expressão latina “missione”,
que se originou por sua vez do verbo “mittere,” que significa:
“ação”, “tarefa”, “ordem”, “mandado”, “compromisso”, “incumbência”, “encargo”
ou “obrigação de enviar missionários”. No grego, corresponde à palavra “apostello”
que, em português, é “apóstolo” e significa “alguém enviado por ordem de
outrem para realizar uma tarefa” (PAULA, 2006, p. 11).
2. O que vem a ser uma missão transcultural?
Para entender melhor a ideia de transculturalindade,
precisamos definir primeiro o que é cultura. Paul Hiebert ao conceituar
o termo cultura, diz que ela é o: “sistema mais ou menos integrado de
ideias, sentimentos, valores e padrões associados do comportamento e de
produtos, compartilhados por um grupo de pessoas que organiza e regulamenta o
que pensa, sente e faz” (HIEBERT, 1999, p. 30). “Em linhas gerais,
portanto, missões transculturais é transpor uma cultura para levar a mensagem
do Evangelho. Essa mensagem não pode restringir-se a uma só cultura, mas tem
alcance abrangente em todos os quadrantes da erra, onde quer que haja uma etnia
que ainda não tenha ouvido” (GABY, 2023, p. 10).
3. O propósito divino nas missões.
Desde o início, a proposta divina sempre foi estender a
bênção da salvação a todos os homens indiscriminadamente (Gn 12.3; Gl 3.8).
Mas, o sentimento ultranacionalista dos judeus fechou seus olhos a esta
realidade de que, Deus os levantou a fim de serem uma nação evangelizadora para
todos os povos (Is 42.6; 49.6; Rm 2.17-20). A vinda do Messias, no entanto,
mostrou claramente que, Deus não faz acepção de pessoas (At 10.34; Rm 2.11; Ef
6.9). É necessário entender que:
a) Deus amou o mundo e não apenas uma classe de pessoas (Jo
3.16);
b) o sacrifício de Jesus não alcança apenas um povo (Jo 1.29;
1Jo 2.2);
c) sua graça alcança tanto os judeus como os gentios (Rm 3.29;
9.24,30; Gl 3.14; Ef 3.6);
d) a ordem de levar as boas novas de salvação é extensiva até
aos confins da terra (At 1.8).
4. A missão da igreja.
Missões é o trabalho de proclamar o evangelho a quem ainda
não conhece. Todo o crente deve ter um desejo ardente por missões, pois o
próprio Deus dentro das Escrituras fez isso ao longo do Antigo e do Novo
testamento. Enquanto ainda estava aqui na terra, Jesus enviou seus discípulos
para pregar o evangelho a todos os povos da terra (Marcos 16:15). Essa é a
grande missão da igreja, que continua até hoje.
CONCLUSÃO
Esta missão que
tem por objetivo proclamar o evangelho, seguida da mensagem de fé e
arrependimento visando o homem em sua plenitude. Ela representa a responsabilidade
da Igreja em promover o reino de Deus em meio à sociedade. Como representante
do reino nesse mundo, a Igreja deve utilizar todos os meios legítimos para
expansão do reino de Deus. Que você e eu sejamos despertados para esta tão
grande obra. Jesus está voltando, precisamos anunciar isto ao mundo inteiro.
REFERÊNCIAS
Ø GABY,
Wagner. Até os confins da Terra.
CPAD.
Ø GILBERTO,
Antônio. A Prática do Evangelismo
Pessoal. CPAD.
Ø HILBERT,
Paul. O Evangelho e a diversidade de
culturas. VIDA.
Ø HORTON,
Stanley. Teologia Sistemática.
CPAD.
Ø PAULA,
Oséas. Manual de missões. CPAD.
Ø PEREIRA,
Shostenes. Fundamentação Bíblica para
a Evangelização. BEREIA.
Por
Rede Brasil de Comunicação.