sexta-feira, 31 de maio de 2024

LIÇÃO 09 – RESISTINDO À TENTAÇÃO NO CAMINHO

 



 
Mt 4.1-11
 
 
INTRODUÇÃO
Nesta lição introduziremos o assunto definindo a palavra “tentação”; destacaremos que a caminhada cristã é repleta de tentações que são obstáculos rumo ao céu; pontuaremos também quais os agentes da tentação e como deve ser a postura do cristão diante deles; e, por fim, falaremos sobre como vencer as tentações.
 
 
I. DEFINIÇÃO DO TERMO TENTAÇÃO
Exegeticamente os termos empregados na Bíblia para tentação e provação são os mesmos. No hebraico “massah” e no grego “peirasmos” significam respectivamente: “prova, provação, teste da fé, juízo”. Já o verbo correspondente, peirazein” é traduzido por tentação dirigida para um fim proveitoso”, em alusão as tentações com propósitos e efeitos benéficos (Lc 4.1-11). A expressão pode estar também relacionada ao conflito moral, isto é, a uma incitação aos desejos da carne, ou seja, o ato de pecar (VINE, 2002, p.1014 – grifo e acréscimo nosso). Assim, a palavra peirasmos” tem dois significados em Tiago que são: a) “adversidades externas, provações, processo de testar, provar", no versículo 2. b) nos versículos 13 e 14 ela significa "impulso íntimo para o mal, tentação” (Moody, sd, p. 5). Logo, a palavra pode ter conotação tanto positiva quanto negativa, dependendo do seu contexto (Sl 95.8; Mt 6.13; Lc 8.13; Gl 4.14; Ap. 3.10).
 
 
II. OS PERIGOS NA CAMINHADA CRISTÃ
Assim como existia a modalidade das corridas nos jogos olímpicos da antiguidade, os escritores bíblicos apresentam a corrida que todo cristão deve percorrer, e lembra seus leitores que a vida cristã é semelhante a uma competição (At 13.25; 20.24; 2 Tm 4.7; Hb 12.1). A palavra “carreira” aqui usada em Hebreus 12.1, denota, na língua original, a ideia de “luta”, “conflito” (Fp 1.30; 1Ts 2.2). A ideia de uma disputa intensa associada ao verbo correr informa-nos que a figura usada para descrever a vida cristã é uma corrida, mais especificamente, a uma maratona de longa distância. Nessa caminhada temos que vencer os obstáculos. O escritor diz o que são: “deixemos todo embaraço e o pecado que tão de perto nos rodeia” (Hb 12.1). A palavra grega é “ogkon”, sendo aqui usada no sentido de “embaraço” ou “estorvo”. Seu significado primordial é de “volume”, seja em tamanho, seja em “peso” (ARA). Já a palavra “pecado” no grego “hamartia”, literalmente “errar o alvo”, e que o escritor é enfático ao dizer que o pecado “que tão de perto nos rodeia”. A expressão grega dá a ideia de algo que “incomoda continuamente”, e isto acontece, por meio das tentações que enfrentamos em nossa trajetória. Na corrida da fé o pecado é o maior obstáculo a ser vencido (Wiley, 2013, p. 504).
 
 
III. OS AGENTES DA TENTAÇÃO
Em Tiago nos versos 12 e 13 o apóstolo fala sobre as provações internas, isto é, as tentações. A palavra tentação na versão Almeida e Corrigida carrega a ideia de seduzir ao pecado. Tiago provavelmente tinha em mente a doutrina judia do “Yetzer ha ra'”, que é o “impulso do mal”. “Alguns judeus arrazoavam que tendo Deus criado tudo, devia também ter criado o impulso do mal, e considerando que é o impulso do mal que tenta o homem ao pecado. Em última análise é Deus que o criou, e por isso é o autor e responsável pelo mal” (Barclay, sd. p. 52). Tiago aqui REFUTA essa ideia afirmando que “Deus não pode ser tentado pelo mal, e ele mesmo a ninguém tenta”. Em vez de acusar Deus pelo mal, o homem deve assumir a responsabilidade pessoal dos seus pecados. É a sua própria cobiça que o atrai e o seduz (Tg 1.14,15). Vejamos os agentes da tentação e como devemos agir diante deles:
 
1. O Diabo.
Do grego “diablos”, é o principal agente da tentação (Mt 4.3; Lc 4.13; 1Ts 3.5). Sobre esse inimigo, Pedro afirmou: “[…] porque o diabo, vosso adversário […]” (1Pe 5.8; ver Tt 2.8), adversário do grego: “antidikos” de “anti”, “contra” e “dike”, uma causa ou demanda legal, traz a ideia de um opositor um inimigo (Lc 18.3). Cujo propósito básico é separar o homem de Deus (2Co 11.3). Engana-se quem pensa que o diabo age de forma desordenada. Ele é um ser calculista, ou seja, que age de forma planejada para alcançar os seus objetivos malignos (2Co 2.11; 1Tm 3.7-b). O apóstolo Paulo asseverou que: “precisamos ficar firmes contra as astutas ciladas do diabo” (Ef 6.11). A palavra “ciladas” vem do grego “metodeia”, que significa: “métodos, estratagemas, armadilhas”. O diabo tem um grande arsenal de armadilhas, ele pesquisa meticulosamente (Jó 1.7; 2.2) em busca de nossos pontos vulneráveis (Zc 3.1,3), e não hesita em buscar brechas em nossa vida espiritual (1Pd 5.8), ele age insistentemente para nos levar a pecar contra Deus (Gn 39.10; Ne 6.4,5,13), não desistindo facilmente (Mt 4.1-11; ver Lc 4.13). Muitas vezes as ciladas perigosas surgem com ares de inocência, mas que são preparadas para pegar de surpresa o crente, tanto na esfera física, como moral, e espiritual.
 
2. A carne.
Do grego “sarx”, refere-se a natureza caída, as paixões, os desejos e apetites desordenados que estão presentes em nossa natureza (1Co 10.13; Tg 1.14,15). Podemos dizer que a carne é o mais perigoso de todos os inimigos. Pois, enquanto os demais são externos, este inimigo reside em nós mesmos. “Cada um, porém, é tentado pelo PRÓPRIO MAU desejo, sendo por esse iludido e arrastado. Em seguida, esse desejo, tendo concebido, faz nascer o pecado, e o pecado, após ter se consumado, gera a morte” (Tg 1.14,15 – Bíblia King James). Sabendo disto o diabo nos tenta nas nossas concupiscências. A cerca dessa “natureza” a Bíblia nos orienta a: não andarmos segundo seus impulsos (Rm 8.1-a); nos despojarmos dela (Ef 4.22); e, fazermos morrer seus desejos (Cl 3.5).
 
3. O mundo.
O mundo aqui do grego: “kosmos” não é o planeta Terra onde vivemos, mas, é o presente século mau, o grande sistema do mal ao redor de nós (Gl 1.4; 6.14), que é governado por um príncipe (Jo 14.30; 2Co 4.4). É o governo mundial de rebelião contra Deus, e que se opõe ao Senhor Jesus e satisfaz: “a concupiscência da carne, a concupiscência dos olhos e a soberba da vida” (1Jo 2.15-17). A Bíblia oriente o cristão quanto à postura correta em relação ao mundo:
 
POSTURA DO CRISTÃO
REFERÊNCIAS
Não ganhar o mundo em troca da alma
Mt 4.8-10; Mt 16.26
Não ser do mundo
Jo 15.19; 17.14,16
Ser crucificado para o mundo
Gl 5.24; 6.14
Brilhar como a luz no mundo
Mt 5.13-16; Fp 2.15
Negar os desejos mundanos e viver justamente
Tt 2.12; Tg 1.27
Não ser amigo do mundo
Tg 4.4
Escapar da poluição e corrupção do mundo
2Pe 1.4; 2.20
Não amar o mundo nem as coisas que há nele
1Jo 2.15-17
Ser como Cristo no mundo
1Jo 4.17
Vencer o mundo com a fé
1Jo 5.4-5
Não se conformar com o mundo
Rm 12.1,2
 
 
IV. COMO VENCER AS TENTAÇÕES
Todo servo de Deus deve saber que não há tentação invencível. Por duas razões dizemos isto: A primeira é que Jesus venceu todos os nossos inimigos e nos garante a vitória (Jo 16.33; Cl 2.15). A segunda é que quando somos tentados, Deus sempre nos dá um escape “Não veio sobre vós tentação, senão humana; mas fiel é Deus, que não vos deixará tentar acima do que podeis, antes, com a tentação dará também o escape, para que a possais suportar” (1Co 10.13). Deus não ignora nossa estrutura, mas se lembra que somos pó (Sl 103.14), por isto o nosso socorro é garantido pela compaixão do nosso Deus (Hb 4.15; 2.18).
 
MEIOS PARA VENCER AS TENTAÇÕES
Orando e vigiando (Mt 26.41)
Renunciando a si mesmo (Gn 39.7-12)
Tomando toda a armadura de Deus (Ef 6.10-18)
Refugiando-se em Jesus (Hb 2.18)
Evitando a ociosidade (2Sm 11.1,2; 2Pe 1.8-10)
Sujeitando-se a Deus (Tg 4.7a)
Evitando tudo que possa levar a tentação (Pv 27.12; 1Ts 5.22)
Resistindo ao Diabo (Tg 4.7b)
Lendo e meditando na Palavra de Deus (Js 1.7,8)
Estando cheio do Espírito Santo (Ef 5.18)
Andar em Espírito (Gl 5.16); e ocupar a mente com o que é santo (Fp 4.8; Cl 3.2)
Viver uma vida de santidade (Ef 4.22-5.1; 1Ts 5.23; 1Pe 1.16;)
Amando a Deus e ao próximo (1Co 13; Cl 3; 12-17; 1Jo 4:7,8)
Manifestando o fruto do Espírito (Jo 15.1-5,16; Gl 5.22,23; Ef 2.10)
 
 
CONCLUSÃO
As tentações são uma realidade na vida cristã. Todo crente as enfrentará, durante toda a sua caminhada rumo ao céu. Diante disso, devemos buscar a Deus e utilizarmos as armas da oração, vigilância, jejum a fim de não sermos enredados pelos ataques do mal.
 
 
 
 
REFERÊNCIAS
ü  BARCLAY, William. Comentário Bíblico de Tiago. PDF
ü  GONÇALVES, José. A supremacia de Cristo Fé. CPAD.
ü  HENRY, Matthew. Comentário Bíblico de Tiago. PDF
ü  MOODY, D. L. Comentário Bíblico de Tiago. PDF
ü  STAMPS, Donald C. Bíblia de Estudo Pentecostal. CPAD.
ü  VINE, W.E, et al. Dicionário Vine. CPAD.
ü  WILEY, Orton. A excelência da nova aliança em Cristo. Central Gospel.   
 
 
Por Rede Brasil de Comunicação.




segunda-feira, 27 de maio de 2024

LIÇÃO 09 - RESISTINDO À TENTAÇÃO NO CAMINHO (V.01)


Vídeo Aula - Pastor Ciro
 




ESCOLA BÍBLICA DOMINICAL


3º Trimestre de 2024




No 3º trimestre de 2024 estudaremos em nossas Escolas Dominicais o tema: O DEUS QUE GOVERNA O MUNDO E CUIDA DA FAMÍLIA – Os Ensinamentos Divinos nos Livros de Rute e Ester para a Nossa Geração. O comentarista será o Pastor Silas Queiroz. Este servo de Deus é pastor na Assembleia de Deus em Ji-Paraná (RO), e procurador-geral no mesmo município. É também Jornalista e membro do Conselho de Comunicação e Imprensa da CGADB. Além disso, é Formado em Direito pela Universidade Luterana do Brasil (Especialista em Direito Público, Direito Processual Civil e Docência Universitária) e Bacharel em Teologia pela Faculdade de Teologia Logos (FAETEL). Casado há 30 anos com Jocineide Machado de Almeida Queiróz e pai de Silas Junior, Gabriel e Ana Carolina.
 
 
Abaixo, você pode conferir os títulos das 13 lições:
 
Lição 01 - Duas Importantes Mulheres na História de um Povo
Lição 02 - O Livro de Rute
Lição 03 - Rute e Noemi: Entrelaçadas pelo Amor
Lição 04 - O Encontro de Rute com Boaz
Lição 05 - O Casamento de Rute e Boaz: A Remição da Família
Lição 06 - O Livro de Ester
Lição 07 - A Deposição da Rainha Vasti e a Ascenção de Ester
Lição 08 - A Resistência de Mardoqueu
Lição 09 - A Conspiração de Hamã contra os Judeus
Lição 10 - O Plano de Livramento e o Papel de Ester
Lição 11 - A Humilhação de Hamã e a Honra de Mardoqueu
Lição 12 - O Banquete de Ester: Denúncia e Livramento
Lição 13 - Ester, a Portadora das Boas-Novas


  
Venha e traga a sua família!
Você não pode faltar!



 

domingo, 26 de maio de 2024

QUESTIONÁRIOS DO 2° TRIMESTRE DE 2024






O PADRÃO BÍBLICO
 PARA A VIDA CRISTÃ –
Caminhando Segundo os Ensinos
das Sagradas Escrituras. 









Lição 08
 
Hora da Revisão
A respeito de “A Realidade Bíblica do Trabalho”, responda:
 

1. Quem deu o trabalho ao homem?
A história da Criação nos apresenta o trabalho como uma ocupação dada para o homem pelo próprio Deus (Gn 2.15).

2. O trabalho foi uma maldição pelo pecado?
Em hipótese alguma podemos crer que o trabalho foi uma maldição antes do pecado, pois foi Deus que posicionou o homem para essas finalidades, e isso não teve relação alguma com uma prática pecaminosa.
 
3. O que aconteceu com o trabalho depois da Queda? 
Após a Queda, com o pecado no mundo, o trabalho se tornou mais difícil.
 
4. Cite dois cristãos que lutaram para o fim da escravidão,
John Wesley, John Newton e Wilberforce.
 
5. Segundo a lição, quais os dois exemplos bíblicos de trabalho no Novo Testamento?
Jesus e Paulo.

 


QUESTIONÁRIOS DO 2° TRIMESTRE DE 2024






A Carreira Que Nos Está Proposta-
O Caminho da Salvação, Santidade e
Perseverança para Chegar ao Céu.









Lição 08
 

Revisando o Conteúdo
A respeito de “Confessando e Abandonando o Pecado” responda: 

 
1. Qual ideia o ensino geral da Bíblia traz a respeito da confissão de pecado?
O ensino bíblico geral da confissão de pecado traz a ideia de reconhecê-lo e fazer a sua confissão, pois o perdão depende desse ato (Sl 32.5; 1 Jo 1.9).
 
2. O que a pessoa reconhece no ato de confissão de pecado?
No ato da confissão de pecados, a pessoa reconhece de maneira autônoma os pecados cometidos e que, por isso, se encontra indigna de estar na presença de Deus.

3. O que podemos compreender em Provérbios 28.13?
Quando lemos e analisamos Provérbios 28.13, percebemos que a confissão de pecado não se trata apenas de um ensino judaico, mas também cristão.

4. Segundo a lição, o que pode acontecer com quem ignora a recomendação bíblica de confessar o pecado?
Ocultar o pecado é decidir por trilhar uma jornada de sofrimento espiritual e emocional.

5. Segundo o ensino bíblico, a confissão de pecados deve ser dirigida primeiramente a quem? 
Segundo o ensino bíblico, a confissão de pecados deve primeiramente ser dirigida a Deus, por intermédio de seu Filho, pois só Ele pode perdoar os nossos pecados.

 
 

sexta-feira, 24 de maio de 2024

LIÇÃO 08 – CONFESSANDO E ABANDONANDO O PECADO






Sl 51.1-12; 1Jo 1.8-10


INTRODUÇÃO
Nesta lição estudaremos sobre a confissão e o abandono do pecado; começaremos, então, abordando a definição de bíblica-teológica do pecado, veremos os passos que levam a queda, para isso analisaremos a transgressão cometida pelo rei Davi. Por fim, pontuaremos a confissão como uma condição para a restauração espiritual.
 
 
I. DEFINIÇÃO DO TERMO PECADO
1. Definição exegética e bíblica.
A palavra hebraica “hatah” e a grega “hamartia” originalmente significam: “errar o alvo, falhar no dever” (Rm 3.23). Existem outras várias designações bíblicas para o pecado, muito mais do que há para o bem. Cada palavra apresenta a sua contribuição para formar a descrição completa desta ação horrenda contra um Deus santo. Em um sentido básico pecado é: “a falta de conformidade com a lei moral de Deus, quer em ato, disposição ou estado” (Chaves, 2015, p. 128). Podemos afirmar ainda que: “O pecado é a transgressão da Lei de Deus” (1Jo 3.4).
 
2. Descrição bíblica de pecado.
Pecado é a transgressão deliberada e consciente das leis estabelecidas por Deus. Transgressão “é o ato de transgredir” “violar” ou “infringir”. Transgredir é “a quebra de um dever e de uma ordem” (Rm 2.23). Por isso, a Bíblia diz que ao pecar, Eva caiu em transgressão (1Tm 2.14), o mesmo que ocorreu com Adão (Rm 5.14). O pecado é, de fato, uma ativa oposição a Deus, uma transgressão das suas leis, que o homem, por escolha própria, cometeu (Gn 3.1-6; Rm 1.18-32; 1Jo 3.4).
 
 
II. O PECADO DE DAVI: PASSOS QUE LEVARAM À QUEDA
Davi estava vivendo um dos melhores momentos de sua vida e de seu reinado. Tinha um exército respeitado (2Sm 8,10); as fronteiras haviam sido ampliadas (2Sm 5.6-12); tinha uma linda casa nova (2Sm 5.11); e até planos para construir o templo do Senhor (2Sm 7). Porém, como acontece geralmente com todas as pessoas, a queda de Davi não foi repentina. Algumas brechas começaram a se abrir, em sua vida espiritual. Vejamos:
 
1. Ociosidade.
A Palavra de Deus nos diz: “E Aconteceu que, tendo decorrido um ano, no tempo em que os reis saem à guerra, enviou Davi a Joabe, e com ele os seus servos, e a todo o Israel; porém Davi ficou em Jerusalém”. Como o reinado estava consolidado, possivelmente Davi achou que não havia necessidade de ir à batalha com seu exército. Mas, o maior erro de Davi não foi ficar em Jerusalém; seu maior erro foi abrir a guarda da vigilância. Além de ficar no palácio, o rei foi passear no terraço da casa real (2Sm 11.1,2). As maiores tentações que o crente enfrenta, não são aquelas que lhe sobrevêm quando ele está à frente da peleja, e sim, quando está ocioso.
 
2. Cobiça.
Enquanto passeava, Davi viu Bate-Seba que estava se banhando. Ao vê-la, Davi a cobiçou, pois era uma mulher muito formosa (2Sm 11.2,3). O pecado da cobiça leva o homem perder o domínio próprio e ficar sob o domínio da carne (Tg 1.14,15). Foi isto que aconteceu com Davi. Ele procurou saber quem era aquela mulher e lhe informaram que era a mulher de Urias, ou seja, era uma mulher casada, e não era lícito possuí-la. Mas ele não se conteve e mandou trazê-la.
 
3. Insensibilidade.
Mesmo sabendo que aquela mulher era casada (2Sm 11.3), Davi a possuiu e adulterou com ela, sem pensar nas consequências do seu erro. Uma das estratégias de Satanás é cegar o homem para as consequências do pecado; Davi ficou “cego” e transgrediu o mandamento de Deus ao tomar a mulher de outro homem (Êx 20.14,17).
 
 
III. A CONFISSÃO E ARREPENDIMENTO: UM PASSO PARA A RESTAURAÇÃO
1. A confissão e a sua importância para a restauração espiritual.
A confissão é de suma importância para que haja mudança: “O que encobre as suas transgressões nunca prosperará, mas o que as confessa e deixa, alcançará misericórdia” (Pv 28.13). A Bíblia nos mostra que sem arrependimento não há remissão de pecados, portanto a confissão é a porta para o arrependimento e um passo essencial para a restauração: “E a descendência de Israel se apartou de todos os estrangeiros, e puseram-se em pé, e fizeram confissão pelos seus pecados e pelas iniquidades de seus pais” (Ne 9.2). A confissão e o arrependimento ajudam a curar a ferida. O arrependimento é uma mudança de mente e disposição para abandonar o pecado, envolvendo em senso de culpa e desamparo, apreensão da misericórdia de Deus, um forte desejo de escapar ou ser salvo do pecado, e abandono voluntário. A confissão de Davi é premiada como misericórdia. A Bíblia nos mostra o perdão pela confissão: “Se confessarmos os nossos pecados, ele é fiel e justo para nos perdoar os pecados, e nos purificar de toda a injustiça” (1Jo 1.9). O apóstolo João trata a mentira e a sua progressão entre aqueles que tiveram um encontro com Jesus: 
  • “Se dissermos que temos comunhão com ele, e andarmos em trevas, mentimos, e não praticamos a verdade” (1Jo 1.6). As pessoas que estão em nossa volta têm comunhão com Deus, mas a forma de viver não corresponde como as nossas palavras. Andamos em trevas, e isso não corresponde a praticar a mentira; 
  • “Se dissermos que não temos pecado, enganamo-nos a nós mesmos, e não há verdade em nós.” (1Jo 1.8). Após mentirmos as pessoas que nos cercam, estamos mentindo a nós mesmos;
  • “Se dissermos que não pecamos, fazemo-lo mentiroso, e a sua palavra não está em nós” (1Jo 1.10). Quando tentamos mentir para Deus, fazemo-nos dele mentiroso, o qual testifica da pecaminosidade do homem (Mt 6.23b). Se nós erramos, precisamos do seu perdão para caminhar. 

2. O arrependimento e a sua importância para a restauração espiritual.
Como todos os homens pecaram e destituídos estão da glória de Deus (Rm 3.23), o arrependimento também é necessário a todos os homens. Jesus mesmo introduziu a mensagem do Reino, chamando as pessoas ao arrependimento (Mt 4.17; 9.13; Mc 2.17). Ele comissionou os apóstolos a pregarem esta mensagem (Lc 24.47). Confira também (Mc 6.12; At 2.38; 3.19; 8.22). Paulo disse que por meio do evangelho se “anuncia agora a todos os homens, e em todo o lugar, que se arrependam” (At 17.30). O arrependimento é vital para que o ser humano possa obter a salvação (At 2.38; 3.19; 2Co 7.10). Jesus ensinou que, se não houver arrependimento o homem perecerá em seus pecados (Lc 13.3,5; Jo 8.14). “O verdadeiro arrependimento é o que produz convicção do pecado; contrição do pecado; confissão do pecado; abandono do pecado; e conversão do pecado” (Gilberto, 2008, p. 358).
 
 
IV. O ABANDONO DO PECADO: A GARANTIA DA RESTAURAÇÃO
1. A atitude de Davi.
Enquanto o monarca não agiu corretamente em reconhecer sua falha, estava na seguinte condição: “Enquanto eu me calei, envelheceram os meus ossos pelo meu bramido em todo o dia. Porque de dia e de noite a tua mão pesava sobre mim; o meu humor se tornou em sequidão de estio” (Sl 32.2,3). Mas ao reconhecer e buscar ao Senhor, Deus respondeu à sua petição: “Confessei-te o meu pecado e a minha maldade não encobri; dizia eu: Confessarei ao SENHOR as minhas transgressões; e tu perdoaste a maldade do meu pecado” (Sl 32.5). Voltava à paz com seu Pai celestial. Embora Davi merecesse claramente a pena de morte (Lv 20.10; 24.17), o Senhor perdoou-o por ter demonstrado arrependimento e remorso. Até mesmo no Antigo Testamento podemos ver a graça de Deus resplandecer no relacionamento dos seus filhos (Jr 18.8) Essa experiência de Davi com o Senhor ressalta a graça divina como nenhuma outra passagem veterotestamentária. Os erros de Davi sempre se relacionam com a falha em não consultar a vontade de Deus; em vez disso, sua restauração estava sempre ligada ao ato de renovar a comunicação com Deus (Sl 55.4).
 
 
CONCLUSÃO
Aprendemos nesta lição a importância da restauração espiritual de Davi. Ele reconheceu o seu erro e pediu a misericórdia de Deus sobre a sua vida. “Esconde a tua face dos meus pecados, e apaga todas as minhas iniquidades. Cria em mim, ó Deus, um coração puro, e renova em mim um espírito reto. Não me lances fora da tua presença, e não retires de mim o teu Espírito Santo. Torna a dar-me a alegria da tua salvação, e sustém-me com um espírito voluntário” (Sl 51.9-12). Em nossos dias os servos de Deus precisam reconhecer os seus erros e ter um melhor relacionamento com Deus, assim obedecendo os seus estatutos e aguardando a sua Palavra. “Escondi a tua palavra no meu coração, para eu não pecar contra ti” (Sl 119.11).
 
 
 
 
REFERÊNCIAS
ü  ANDRADE, Claudionor de. Dicionário Teológico. CPAD.
ü  CHAMPLIN, Russell Norman, O Novo Testamento Interpretado versículo por versículo. HAGNOS.
ü  CHAVES, Gilmar, Vieira. Temas Centrais da Fé Cristã. CENTRAL GOSPEL.
ü  GEISLER, Norman. Teologia Sistemática. CPAD.
ü  STAMPS, Donald C. Bíblia de Estudo Pentecostal. CPAD.  
 
 
Por Rede Brasil de Comunicação.