Sl
51.1-12; 1Jo 1.8-10
INTRODUÇÃO
Nesta lição estudaremos sobre a confissão e o abandono do
pecado; começaremos, então, abordando a definição de bíblica-teológica do
pecado, veremos os passos que levam a queda, para isso analisaremos a
transgressão cometida pelo rei Davi. Por fim, pontuaremos a confissão como uma
condição para a restauração espiritual.
I. DEFINIÇÃO DO
TERMO PECADO
1. Definição exegética e bíblica.
A palavra hebraica “hatah” e a
grega “hamartia” originalmente significam: “errar o alvo, falhar no dever” (Rm 3.23). Existem outras várias designações
bíblicas para o pecado, muito mais do que há para o bem. Cada palavra apresenta
a sua contribuição para formar a descrição completa desta ação horrenda contra
um Deus santo. Em um sentido básico pecado é: “a falta de conformidade com a lei
moral de Deus, quer em ato, disposição ou estado” (Chaves, 2015, p. 128). Podemos afirmar ainda
que: “O pecado é a
transgressão da Lei de Deus” (1Jo 3.4).
2. Descrição bíblica de pecado.
Pecado é a transgressão deliberada e consciente das leis
estabelecidas por Deus. Transgressão “é o ato de transgredir” “violar” ou “infringir”.
Transgredir é “a quebra de um dever e de uma ordem” (Rm 2.23). Por isso, a
Bíblia diz que ao pecar, Eva caiu em transgressão (1Tm 2.14), o mesmo que
ocorreu com Adão (Rm 5.14). O pecado é, de fato, uma ativa oposição a Deus, uma
transgressão das suas leis, que o homem, por escolha própria, cometeu (Gn
3.1-6; Rm 1.18-32; 1Jo 3.4).
II. O PECADO DE
DAVI: PASSOS QUE LEVARAM À QUEDA
Davi estava vivendo um dos melhores momentos de sua vida e de
seu reinado. Tinha um exército respeitado (2Sm 8,10); as fronteiras haviam sido
ampliadas (2Sm 5.6-12); tinha uma linda casa nova (2Sm 5.11); e até planos para
construir o templo do Senhor (2Sm 7). Porém, como acontece geralmente com todas
as pessoas, a queda de Davi não foi repentina. Algumas brechas começaram a se
abrir, em sua vida espiritual. Vejamos:
1. Ociosidade.
A Palavra de Deus nos diz:
“E Aconteceu
que, tendo decorrido um ano, no tempo em que os reis saem à guerra, enviou Davi
a Joabe, e com ele os seus servos, e a todo o Israel; porém Davi ficou em
Jerusalém”. Como o reinado estava
consolidado, possivelmente Davi achou que não havia necessidade de ir à batalha
com seu exército. Mas, o maior erro de Davi não foi ficar em Jerusalém; seu
maior erro foi abrir a guarda da vigilância. Além de ficar no palácio, o rei
foi passear no terraço da casa real (2Sm 11.1,2). As maiores tentações que o
crente enfrenta, não são aquelas que lhe sobrevêm quando ele está à frente da
peleja, e sim, quando está ocioso.
2. Cobiça.
Enquanto passeava, Davi viu Bate-Seba que estava se banhando. Ao
vê-la, Davi a cobiçou, pois era uma mulher muito formosa (2Sm 11.2,3). O pecado
da cobiça leva o homem perder o domínio próprio e ficar sob o domínio da carne
(Tg 1.14,15). Foi isto que aconteceu com Davi. Ele procurou saber quem era
aquela mulher e lhe informaram que era a mulher de Urias, ou seja, era uma
mulher casada, e não era lícito possuí-la. Mas ele não se conteve e mandou
trazê-la.
3. Insensibilidade.
Mesmo sabendo que aquela mulher era casada (2Sm 11.3), Davi a
possuiu e adulterou com ela, sem pensar nas consequências do seu erro. Uma das
estratégias de Satanás é cegar o homem para as consequências do pecado; Davi
ficou “cego” e transgrediu o mandamento de Deus ao tomar a mulher de outro
homem (Êx 20.14,17).
III. A CONFISSÃO E
ARREPENDIMENTO: UM PASSO PARA A RESTAURAÇÃO
1. A confissão e a
sua importância para a restauração espiritual.
A confissão é de suma importância para que haja mudança: “O que encobre as suas
transgressões nunca prosperará, mas o que as confessa e deixa, alcançará misericórdia”
(Pv 28.13). A Bíblia nos
mostra que sem arrependimento não há remissão de pecados, portanto a confissão é
a porta para o arrependimento e um passo essencial para a restauração: “E a descendência de Israel se
apartou de todos os estrangeiros, e puseram-se em pé, e fizeram confissão pelos
seus pecados e pelas iniquidades de seus pais” (Ne 9.2). A confissão e o arrependimento
ajudam a curar a ferida. O arrependimento é uma mudança de mente e disposição
para abandonar o pecado, envolvendo em senso de culpa e desamparo, apreensão da
misericórdia de Deus, um forte desejo de escapar ou ser salvo do pecado, e
abandono voluntário. A confissão de Davi é premiada como misericórdia. A Bíblia
nos mostra o perdão pela confissão: “Se confessarmos os nossos pecados, ele é fiel e justo para nos
perdoar os pecados, e nos purificar de toda a injustiça” (1Jo 1.9). O apóstolo João trata a mentira e a
sua progressão entre aqueles que tiveram um encontro com Jesus:
- “Se dissermos que temos comunhão com ele, e andarmos em trevas, mentimos, e não praticamos a verdade” (1Jo 1.6). As pessoas que estão em nossa volta têm comunhão com Deus, mas a forma de viver não corresponde como as nossas palavras. Andamos em trevas, e isso não corresponde a praticar a mentira;
- “Se dissermos que não temos pecado, enganamo-nos a nós mesmos, e não há verdade em nós.” (1Jo 1.8). Após mentirmos as pessoas que nos cercam, estamos mentindo a nós mesmos;
- “Se dissermos que não pecamos, fazemo-lo mentiroso, e a sua palavra não está em nós” (1Jo 1.10). Quando tentamos mentir para Deus, fazemo-nos dele mentiroso, o qual testifica da pecaminosidade do homem (Mt 6.23b). Se nós erramos, precisamos do seu perdão para caminhar.
2. O arrependimento
e a sua importância para a restauração espiritual.
Como todos os homens pecaram e destituídos estão da glória de
Deus (Rm 3.23), o arrependimento também é necessário a todos os homens. Jesus
mesmo introduziu a mensagem do Reino, chamando as pessoas ao arrependimento (Mt
4.17; 9.13; Mc 2.17). Ele comissionou os apóstolos a pregarem esta mensagem (Lc
24.47). Confira também (Mc 6.12; At 2.38; 3.19; 8.22). Paulo disse que por meio
do evangelho se “anuncia agora
a todos os homens, e em todo o lugar, que se arrependam” (At 17.30). O arrependimento é vital para que
o ser humano possa obter a salvação (At 2.38; 3.19; 2Co 7.10). Jesus ensinou
que, se não houver arrependimento o homem perecerá em seus pecados (Lc 13.3,5;
Jo 8.14). “O verdadeiro arrependimento é o que produz convicção do pecado;
contrição do pecado; confissão do pecado; abandono do pecado; e conversão do
pecado” (Gilberto, 2008, p. 358).
IV. O ABANDONO DO
PECADO: A GARANTIA DA RESTAURAÇÃO
1. A atitude de
Davi.
Enquanto o monarca não agiu corretamente em reconhecer sua
falha, estava na seguinte condição: “Enquanto eu me calei, envelheceram os meus ossos pelo meu
bramido em todo o dia. Porque de dia e de noite a tua mão pesava sobre mim; o
meu humor se tornou em sequidão de estio” (Sl 32.2,3). Mas ao reconhecer e buscar ao Senhor,
Deus respondeu à sua petição: “Confessei-te o meu pecado e a minha maldade não encobri; dizia
eu: Confessarei ao SENHOR as minhas transgressões; e tu perdoaste a maldade do
meu pecado” (Sl 32.5). Voltava à paz com
seu Pai celestial. Embora Davi merecesse claramente a pena de morte (Lv 20.10;
24.17), o Senhor perdoou-o por ter demonstrado arrependimento e remorso. Até
mesmo no Antigo Testamento podemos ver a graça de Deus resplandecer no relacionamento
dos seus filhos (Jr 18.8) Essa experiência de Davi com o Senhor ressalta a
graça divina como nenhuma outra passagem veterotestamentária. Os erros de Davi
sempre se relacionam com a falha em não consultar a vontade de Deus; em vez
disso, sua restauração estava sempre ligada ao ato de renovar a comunicação com
Deus (Sl 55.4).
CONCLUSÃO
Aprendemos nesta lição a importância da restauração espiritual
de Davi. Ele reconheceu o seu erro e pediu a misericórdia de Deus sobre a sua
vida. “Esconde a tua
face dos meus pecados, e apaga todas as minhas iniquidades. Cria em mim, ó
Deus, um coração puro, e renova em mim um espírito reto. Não me lances fora da
tua presença, e não retires de mim o teu Espírito Santo. Torna a dar-me a
alegria da tua salvação, e sustém-me com um espírito voluntário” (Sl 51.9-12). Em nossos dias os servos de Deus
precisam reconhecer os seus erros e ter um melhor relacionamento com Deus,
assim obedecendo os seus estatutos e aguardando a sua Palavra. “Escondi a tua palavra no meu
coração, para eu não pecar contra ti” (Sl 119.11).
REFERÊNCIAS
ü ANDRADE, Claudionor de. Dicionário Teológico. CPAD.
ü CHAMPLIN, Russell Norman,
O Novo Testamento
Interpretado versículo por versículo. HAGNOS.
ü CHAVES, Gilmar, Vieira. Temas Centrais da Fé
Cristã. CENTRAL GOSPEL.
ü GEISLER, Norman. Teologia Sistemática. CPAD.
ü STAMPS, Donald C. Bíblia de Estudo
Pentecostal. CPAD.
Por
Rede Brasil de Comunicação.
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