sexta-feira, 30 de agosto de 2024

LIÇÃO 09 – A CONSPIRAÇÃO DE HAMÃ CONTRA OS JUDEUS






Et 3.7-11; 4.1-4
 
 

INTRODUÇÃO
Nesta lição veremos a definição das palavras “conspiração” e “antissemitismo”; pontuaremos o plano de destruição de Hamã contra o povo Judeu; analisaremos o que fazer quando se descobre um projeto de destruição para sua vida; e por fim, notaremos o antissemitismo em nossos dias.


I. PALAVRAS-CHAVE DA AULA DE HOJE
1. Definição da palavra conspiração.
Segundo Aurelio, (2015, p.192) conspiração é: “o ato ou efeito de conspirar, maquinar, tramar, conluio secreto”. Sendo assim, uma conspiração é uma combinação secreta de pessoas com o objetivo de tramar algo prejudicial ou ilícito. O termo também se refere ao conjunto dessas pessoas. O ato desenvolvido por Hamã é um ato conspirador, tendo em vista que ele não menciona o nome do povo, e não diz ao rei que Mardoqueu é o motivo de sua ira infundada e preconceituosa.
 
2. Definição da palavra antissemitismo.
De forma prática, antissemitismo é a manifestação de hostilidade sistemática contra os judeus. É possível verificar ao longo da história três faces de expressão desse ódio obstinado: antissemitismo religioso, antissemitismo nacionalista e antissemitismo racial. No aspecto religioso, registram-se principalmente as perseguições católicas. No século XIV, por exemplo, os judeus chegaram a ser acusados por católicos europeus como responsáveis pela peste negra, que assolou a Europa em 1348 (Novinsky, 2015, p. 38). Também durante a Idade Média, sofreram intensa perseguição pela Inquisição, principalmente a partir de 1478, na Espanha, por ordem do Papa Sisto IV (1414–1484), e a partir de 1536, em Portugal, pela instituição oficial do Tribunal do Santo Ofício pelo Papa Paulo III (1468–1549). O principal objetivo era combater o que chamavam de “heresia judaica”. Milhões de judeus foram espoliados, torturados, execrados e mortos por não aderirem ao catolicismo e por questões econômicas e políticas. A primeira ordem de confinação de judeus em guetos não foi de Adolf Hitler (1889–1945), no século XX; foi do Papa Paulo IV, em 1555, e atingiu todos os Estados Papais por mais de 300 anos. Antes, contudo, no século XIV, já existiram as judiarias, os bairros judeus, na Península Ibérica (Queiroz, 2024, pp. 109,110). 


II. O PLANO DE DESTRUIÇÃO DE HAMÃ
1 Lançou Pur, sorte (Et. 3.7).
Hamã e alguns astrólogos da corte lançaram sortes a fim de determinar o dia para a destruição dos judeus. Isso foi feito em secreto, antes de Hamã abordar o rei com seu plano. Desejava, com isso, certificar-se de que seus deuses estariam com ele e de que seu plano seria bem-sucedido. O termo babilônio pur significa “sorte”, e é dele que vem o nome que os judeus deram a sua festa: “Purim” (Et 9.26). É interessante que Hamã começou esse procedimento no mês de nisã, justamente o mês no qual o povo de Israel comemorava sua libertação do Egito. Ao lançarem sortes sobre o calendário, mês após mês e dia após dia, os astrólogos chegaram à data mais propícia: o décimo terceiro dia do décimo segundo mês (Et 3.13). Essa decisão foi, sem dúvida, do Senhor, pois dava aos judeus um ano inteiro para se preparar e, também, dava a Mordecai e Ester o tempo necessário para agir: “a sorte se lança no regaço, mas do Senhor procede toda decisão” (Pv 16.33) (Wiersbe, 2010, pp. 703,704). Não estamos a ermo diante dos nossos inimigos, seus projetos não passam despercebido por Deus.
 
2. Construiu uma narrativa mentirosa (Et 3.8).
Não podemos eximir o rei de culpa, ele é o rei, mas confiava em um homem ardiloso e terrível. A forma como Hamã faz seu discurso, deveria ao menos fazer o rei perguntar: Quem é este povo. Mas uma vez percebemos Assuero um rei passivo, facilmente manobrável e que lhe faltava convicções sobre sua liderança. “Hamã toma muito cuidado para insinuar-se para com o rei, dando a impressão de estar motivado apenas pelo que convém ao rei. O rei foi desencorajado a verificar os fatos, pela omissão intencional da parte de Hamã de todos os detalhes específicos, especialmente o nome dos perturbadores. O fato de eles estarem espalhados, dispersos dá a entender que retiveram a sua identidade, e a acusação de Hamã de que eles têm o seu próprio sistema legislativo e ignoram as leis do reino persa, marca-os como culpados. Desta forma, Hamã prepara o caminho para a sugestão de que deviam ser destruídos, enquanto que ao mesmo tempo promete um lucro financeiro desse empreendimento” (Baldwin, 2011, p. 66).
 
3. Usou uma verdade distorcida: “um povo cuja leis são diferentes” (Et 3.8).
Hamã estava certo quando descreveu os judeus como um povo “cujas leis são diferentes das leis de todos os povos” (Et 3.8). Suas leis eram diferentes, pois eram o povo escolhido de Deus e somente eles haviam recebido sua santa lei das mãos do próprio Deus. Moisés perguntou: “E que grande nação há que tenha estatutos e juízos tão justos com o toda esta lei que hoje eu vos proponho?” (Dt 4.8), e a resposta é: Nenhuma! sim nossos inimigos podem até usar a nossa fé para tentar destruir-nos, mas a Bíblia faz questão de mostrar que todos que se levantaram contra Deus e seu povo terminaram suas história de forma lamentável. Muitos experimentam muito tarde o pavor que faraó e seu povo sentiu: “[...] Então disseram os egípcios: Fujamos da face de Israel, porque o Senhor por eles peleja contra os egípcios” (Êx. 14. 25).
 
4. Recebeu autoridade para fazer o que queria (Et 3.10-11).
O rei, presumindo que o povo disperso em questão fosse aliado distante, hostil à sua causa, emprestou a sua autoridade real a Hamã. O seu anel era o selo de poder executivo, reconhecido por todo o império. Hamã tinha liberdade para levar a efeito a sua conspiração, que tinha longo alcance. No verso 10 o autor repete todos os seus títulos, mas acrescenta: adversário dos judeus (Baldwin, 2011, p. 67 – acréscimo nosso). Sem fazer perguntas, Assuero entregou a Hamã seu anel de selar (Et 3.8.2,8), autorizando-o, desse modo, a agir em nome do rei. Hamã poderia redigir qualquer documento que quisesse e colocar nele o selo do rei, e esse documento seria aceito como lei e obedecido. Foi um gesto insensato de Assuero, mas com o lhe era típico, primeiro ele tomou uma atitude e depois se arrependeu dela. A Bíblia diz que: “Responder antes de ouvir é estultícia e vergonha” (Pv 18.13).


III. O QUE FAZER QUANDO SE DESCOBRE UM PROJETO DE DESTRUIÇÃO PARA SUA VIDA
1. Se humilhar como Mardoqueu (Et 4.1.2).
Em 2Crônicas 7.14 a primeira coisa que Deus recomendou que Israel fizesse quando estivesse em aperto era aproximar-se dele com humildade: “E se o meu povo, que se chama pelo meu nome, se humilhar...”. A palavra humilhar-se no hebraico “kãna” significa: abaixar, subjugar. O povo de Deus deveria reconhecer as suas faltas, manifestar tristeza pelo seu pecado e renovar seu compromisso de fazer a vontade de Deus. Humilhar-se diante de Deus e da Sua Palavra, importa em reconhecer a sua pobre espiritual (2Cr 11.16; 15.12,13,15; 34.15-19; Sl 51.17; Mt 5.3). Fica implícito que esta humilhação é na verdade o quebramento que deve fazer parte da vida de todo autêntico servo de Deus que anseia ser atendido por Ele. É exatamente este o ato de Mardoqueu e dos Judeus. A resposta já estava a caminho.
 
2. Jejuar e orar como o povo fez (Et 4. 3).
O jejum era um sinal de pesar (Jz 20.26; Jl 2.12). Ele é definido como a abstinência parcial ou total de alimentos com finalidades específicas. Essa prática vem desde o AT onde o povo de Israel jejuava por diversas razões (Sl 69.10; 2Sm 12.16). Do período de Samuel em diante, vemos o jejum sendo uma prática para enfatizar a sinceridade das orações do povo de Deus quando Israel enfrentava problemas especiais (1Sm 7.6; At 13.2). Diversos textos das Sagradas Escrituras incentivam o crente a orar (1Cr 16.11; Sl 105.4; Is 55.6; Am 5.4,6; Mt 26.41; Lc 18.1; Jo 16.24; Ef 6.17,18; Cl 4.2; 1Ts 5.17). A oração coletiva e a comunhão são elementos indispensáveis para a vitória (At 4.31).

 
IV. O ANTISSEMITISMO EM NOSSOS DIAS
1. Uma antiga perseguição contra os judeus.
Israel vive um quadro delicado junto à parte da comunidade internacional. Em 7 outubro de 2023, o país foi brutal e covardemente atacado pelo grupo extremista Hamas, auxiliado por outros cinco grupos terroristas, abrigados em países vizinhos a Israel, como a Síria, e que também aspiram ao extermínio judeu. Israel precisou defender-se invadindo a Faixa de Gaza para neutralizar as forças do Hamas e libertar os 240 reféns. Como já afirmado, a criação do Estado de Israel em 1948 não garantiu paz aos judeus. O país vive em estado de alerta em função de ataques terroristas internos e externos, feitos em nome de uma falsa causa palestina. O que os inimigos de Israel querem não é um acordo que lhes garanta um lugar para viver. A sua verdadeira causa é o extermínio dos judeus. Só Jesus, o Messias, salvará Israel, quando da sua conversão nacional (Is 11.10-16; Ez 37.12-14; Zc 12,13; 14.4-9; Rm 11.26; Ap 1.7) (Queiroz, 2024, p. 111).
 
 
CONCLUSÃO
Este infortúnio que os Judeus passaram precisa nos fazer lembrar de duas grandes verdades: primeiro, não estamos imunes ao que o mundo pode nos fazer, não somos super-heróis, ainda estamos em um mundo que o maligno está ao nosso derredor. Segundo, podemos sempre usar as armas espirituais, elas são a garantia de que o nosso Deus não está alheio a nossa situação, e sim, Ele se levantará e responderá nossas orações.




REFERÊNCIAS
Ø  BALDWIN, Joyce G. Introdução e comentário de Ester. VIDA NOVA.
Ø  QUEIROZ, SILAS, O Deus que governa o mundo e cuida da família. CPAD.
Ø  WIERSBE, Warren W. Comentário Bíblico Expositivo do Antigo Testamento. GEOGRAFICA.
Ø  STAMPS, Donald C. Bíblia de Estudo Pentecostal. CPAD.
Ø  VINE, W.E, et al. Dicionário Vine. CPAD.
   
 
Por Rede Brasil de Comunicação.





terça-feira, 27 de agosto de 2024

LIÇÃO 09 - ENTRE A LEI DE DEUS E A LEI DOS HOMENS


Vídeo Aula - Pastor Valmir
 




LIÇÃO 09 - A CONSPIRAÇÃO DE HAMÃ CONTRA OS JUDEUS (V.02)


Vídeo Aula - Pastor Silas
 




LIÇÃO 09 - A CONSPIRAÇÃO DE HAMÃ CONTRA OS JUDEUS (V.01)


Vídeo Aula - Pastor Ciro
 




QUESTIONÁRIOS DO 3° TRIMESTRE DE 2024






Na Cova dos Leões –
O Exemplo de Fé e Coragem de Daniel para o
Testemunho Cristão em Nossos Dias. 
 








Lição 08
 
Hora da Revisão
A respeito de “A Consequência Destruidora do Prazer Carnal”, responda: 

 
1. Quem era o pai de Belsazar?
Nabonido.

2. O que é o hedonismo?
É uma doutrina e ao mesmo tempo uma forma de viver que coloca o prazer como o principal objetivo da vida.

3.O que os hedonistas defendem?
Que a coisa mais importante na vida é a conquista do prazer e a fuga ao sofrimento, de sorte que a primeira pergunta que fazem não é, ‘Isto é correto?’, mas: ‘Trará prazer?’

4. Qual o sentido da mensagem escrita na parede?
A mensagem era um veredicto claro, o juízo de Deus havia chegado sobre o rei e sobre o império Babilônico.

5. Quem entrou e tomou a cidade da Babilônia?
Dario.

 

QUESTIONÁRIOS DO 3° TRIMESTRE DE 2024






O Deus que Governa o Mundo e Cuida da Família-
Os Caminhos Divinos nos Livros
de Rute e Ester para a Nossa Geração.









Lição 08

Revisando o Conteúdo
A respeito de “A Resistência de Mardoqueu responda: 
 
 
1. Que virtude ética Ester revelou no episódio de informar ao rei acerca da conspiração?
O fato de ter sido promovida a uma posição elevada não envaideceu Ester: ela não se envergonhou do primo e nem aproveitou da informação para projetar ainda mais o próprio nome.
 
2. O que aprendemos com Assuero a respeito de como tratar uma acusação?
O rei, mesmo ouvindo da rainha, teve o cuidado de apurar a informação. É uma questão de justiça. Nesse ponto, Assuero agiu como um líder sensato. Não exerceu o poder de forma precipitada.
 
3. Segundo a Bíblia de Estudo Pentecostal, por qual razão Mardoqueu não se prostrava perante Hamã?
Tudo indica que a homenagem prestada a Hamã pelos servos do rei e por outros, ou era imerecida, ou conflitava com atos religiosos que os judeus reservavam exclusivamente à adoração a Deus.
 
4. O que pode ter movido Hamã a desejar a morte de todos os judeus?
Além de sentir-se ferido em seu orgulho, é possível que Hamã estivesse agindo movido por uma inimizade intergeracional – Flávio Josefo diz isso –, o que confirmaria sua descendência de Agague, o rei amalequita morto por Samuel (1 Sm 15.32,33).
 
5. O que são inimizades intergeracionais?
São conflitos, alimentados e repetidos ao longo de muitas gerações.


 

sexta-feira, 23 de agosto de 2024

LIÇÃO 08 – A RESISTÊNCIA DE MARDOQUEU

 
 



Et 2.21-23; 3.16


 
INTRODUÇÃO
Nesta lição, veremos a definição do termo “resistência” e quem foi Mardoqueu; estudaremos sobre a conspiração contra o rei Assuero e a denúncia de Mardoqueu; pontuaremos o ódio de Hamã e a resistência de Mardoqueu e, por fim, relacionaremos as atitudes dos cristãos em meio às perseguições.


I. DEFINIÇÃO E EXPLICAÇÃO DO TEMA
1. Definição do termo resistência.
Segundo o dicionário Houaiss (2001, p.), resistência é: “o ato ou efeito de resistir, qualidade ou condição do que é resistente, força que se opõe a outra, obstáculo, empecilho”. Logo, uma pessoa resistente é aquela que é capaz de resistir uma força ou oposição. Esta, sem dúvida, é uma das principais características de Mardoqueu. Pelo fato de recusar-se a se curvar diante de Hamã, o mais alto oficial do reino da Pérsia, ele foi perseguido e ameaçado de morte, juntamente com todos os judeus (Et 3.2-6). Mas, resistiu firme as perseguições e afrontas de Hamã, e, no tempo certo Deus agiu, não só em seu benefício, mas, também, de todos os judeus. Com a ajuda da rainha Ester, o plano de Hamã foi denunciado e ele foi enforcado na mesma forca que preparou para Mardoqueu; enquanto que Mardoqueu foi honrado e ocupou o cargo mais elevado no reino da Pérsia (Et 7.1-10).
 
2. Quem era Mardoqueu.
“Era um judeu da tribo de Benjamim, filho de Jair, pai adotivo de Ester, também é chamado de Mordecai em algumas versões bíblicas. Ele vivia na fortaleza de Susã durante o exílio do povo judeu, no reinado de Assuero (Xerxes), onde criou aquela linda jovem como se fosse sua própria filha. Depois de uma série de acontecimentos, Ester tornou-se rainha e Mordecai distinguiu-se, quando denunciou um complô preparado para assassinar o rei. As dificuldades começaram para ele quando se recusou a inclinar-se diante de Hamã, o mais alto oficial da corte, o qual ficou furioso e desenvolveu um plano para matar todos os judeus do mundo. Com a ajuda da rainha Ester, Hamã foi denunciado ao rei e morto, e Mordecai recebeu o cargo mais elevado no serviço do rei. Por meio de um decreto, os judeus puderam defender-se e todos foram salvos” (GARDNER, 1995, p. 467).


II. A CONSPIRAÇÃO CONTRA O REI ASSUERO E A DENÚNCIA DE MARDOQUEU
Desde os tempos bíblicos que as conspirações eram constantes. Até mesmo em Israel, diversas vezes ocorreram conspirações, traições e assassinatos por causa de disputas pelo poder (1Rs 15.27; 16.9,16; 2Rs 9.14; 15.10,25,30). E, nem mesmo o rei Assuero estava isento dessas investidas. “Não nos esqueçamos, contudo, de que a primeira tentativa de usurpação de poder aconteceu no reino angelical, com Lúcifer (Is 14.12-15; Ez 28.17,18). Desde então, toda busca doentia por domínio é expressão desse mesmo sentimento maligno e deve ser rejeitada pelo verdadeiro cristão (Tg 3.14-18)” (Queiroz, 2004, p. 94).
 
1. A conspiração contra o rei Assuero.
Bigtã e Teres eram dois eunucos que trabalhavam na guarda do palácio real (Et 2.21). Com certeza, eram homens de extrema confiança do rei. “A narrativa bíblica retrata o que geralmente ocorre em todos os bastidores do poder, onde não é incomum que haja intrigas e insatisfações entre os auxiliares mais próprios da autoridade superior ou até em relação ao mandatário maior, como ocorreu no caso de Assuero. Os seus oficiais desejavam assassiná-lo, pois nutriam uma grande indignação, cuja causa o texto sagrado não revela. Seja qual for a razão, é da natureza humana caída alimentar ressentimentos e discórdias, que, quando não dissipados, levam a terríveis tragédias” (Queiroz, 2004, p. 94).
 
2. A denúncia de Mardoqueu.
De alguma forma essa conspiração chegou ao conhecimento de Mardoqueu, que imediatamente informou a rainha Ester sobre os planos de Bigtã e Teres, e ela contou ao rei (Et 2.22). “Ester foi a portadora da comunicação, mas não a fez no seu próprio nome (Et 2.21-23). Esse detalhe da narrativa não é irrelevante. Ester bem poderia simplesmente contar ao rei que tomara conhecimento de uma conspiração em andamento sem revelar a fonte, mas não foi o que ela fez; muito pelo contrário! Embora fosse rainha, e o primo, apenas um servidor do palácio, Ester fez questão de informar ao rei em nome de Mardoqueu” (Queiroz, 2004, p. 94).
 
3. A investigação dos fatos e a condenação dos conspiradores.
Após a denúncia de Mardoqueu e a transmissão dos fatos ao rei, o caso foi investigado. Mesmo sendo informados por pessoas de extrema confiança do rei, isso não impediu que a causa fosse devidamente averiguada. “Ao ouvir da rainha a informação clara e direta de que Bigtã e Teres tramavam matá-lo, talvez se esperasse que o rei simplesmente mandasse prendê-los ou mesmo executá-los, mas não foi assim que Assuero agiu. O versículo 23 diz: e inquiriu-se o negócio, e se descobriu […]” (Queiroz, 2004, p. 95). O rei, apesar de não professar a sua fé no Deus de Israel, demonstrou prudência e senso de justiça. Muitas vezes, pessoas inocentes são condenadas e punidas por falta de uma investigação. Somente depois que houve a confirmação dos fatos é que os dois conspiradores foram enforcados.
 
4. O registro da denúncia e a temporária omissão da recompensa.
A conspiração e a consequente denúncia por parte de Mardoqueu foram registradas no livro das crônicas. Não devemos confundir esse livro com os dois livros das Crônicas dos reis de Israel, que fazem parte do cânon sagrado. Nesse livro eram registrados os principais fatos que ocorriam no Reino da Pérsia. Apesar do registro no livro das crônicas perante o rei (Et 2.23), nenhuma recompensa foi dada a Mardoqueu naquela ocasião. Mas, isso não trouxe nenhum tipo de revolta ou insatisfação por parte de Mardoqueu. Ele continuou servindo a Deus e ao rei com fidelidade, e, no devido tempo, Deus fez com que o rei tivesse insônia, e mandasse buscar o livro das crônicas, onde foi lido o registro desse fato. Nos eternos propósitos divinos, esse registro seria lido no momento oportuno em que Mardoqueu seria honrado (Et 6.1-11). Como disse o sábio Salomão: Tudo tem o seu tempo determinado, e há tempo para todo o propósito debaixo do céu(Ec 3.1).


III. O ÓDIO DE HAMÃ E A RESISTÊNCIA DE MARDOQUEU
No capítulo 3 do livro de Ester aparece um outro personagem importante do livro: Hamã, que foi extremamente honrado e exaltado pelo rei Assuero: Depois dessas coisas, o rei Assuero engrandeceu a Hamã [...] e pôs o seu lugar acima de todos os príncipes que estavam com ele(Et 3.1). Por essa razão, todos os servos do rei se inclinavam e se prostravam perante ele, exceto, Mardoqueu (Et 3.2). Por esse motivo, Hamã passou a odiar não apenas a Mardoqueu, mas, também, a todos os judeus (Et 3.6).
 
1. A aparente prosperidade de Hamã.
“Enquanto Hamã foi exaltado, Mardoqueu permaneceu por muito tempo como um herói (aparentemente) esquecido. Isso nos ensina como é necessário ter sabedoria e prudência para viver momentos paradoxais, de aparente injustiça. Se Mardoqueu se movesse pelos fatos do momento, guiando-se pela própria vista, teria sido profundamente afetado com a ascensão de Hamã. Quando temos uma visão equivocada das circunstâncias que vivemos, tornamo-nos vulneráveis e propensos a crises emocionais e espirituais, principalmente quando o cenário é desfavorável. Um clássico exemplo bíblico é o de Asafe, que começou a olhar para a aparente prosperidade dos ímpios, comparando-a às suas aflições e dificuldades pessoais, e quase desistiu da fé” (Sl 73.13,14) (Queiroz, 2004, p. 97).
 
2. Por que Mardoqueu não se inclinava perante Hamã.
Mardoqueu, por sua lealdade a Deus, recusou-se a inclinar-se diante de Hamã. Não era uma questão de insubordinação ou insubmissão a uma autoridade, e sim, o reconhecimento que os judeus tinham de que não deveriam se prostrar diante de homens ou ídolos (Dt 6.13; 10.20; Js 24.15; Mt 4.10). Isso também ocorreu nos primórdios da Era Cristã, onde os cristãos foram perseguidos por não participarem do culto ao imperador e nem se prostrarem diante das imagens que eram erguidas em homenagem aos imperadores romanos, que se sentiam como se fossem Deus. O povo de Deus, desde os tempos antigos, sempre enfrentou oposições e perseguições, tanto internas, ou seja, do meio da comunidade de Israel (Nm 12.1-10; 16.1-33; At 14.2; 17.5); quanto externas, ou seja, de outros povos (Êx 1.8-14; 17.8-16; At 14.2-6; 16.19-24).
 
3. A resistência de Mardoqueu.
Mesmo diante das injustiças, ódio e perseguições, Mardoqueu permanece firme, sendo fiel a Deus e ao rei Assuero. “A fidelidade de Mordecai para com seu próprio povo e seu compromisso com a soberania de Deus nas questões de seu povo são vistas claramente na resposta que deu a Ester, ao tentar persuadi-la a ir diante do rei para interceder pelos judeus: Pois se de todo te calares agora, socorro e livramento doutra parte virá para os judeus, mas tu e a casa de teu pai perecereis. E quem sabe se não foi para tal tempo como este que chegaste ao reino?(Et 4.14) (GARDNER, 1995, p. 467).


IV. A ATITUDE DOS CRISTÃOS EM MEIO ÀS PERSEGUIÇÕES
A Bíblia não apenas adverte sobre os perigos da perseguição, mas, além de registrar diversos exemplos de perseguições ao povo de Deus, ela ensina como devemos agir em meio às perseguições. Vejamos:
 
1. Não devemos estranhar as perseguições.
A Bíblia adverte claramente que todos os seguidores de Jesus padecerão perseguições (Mt 10.23; Lc 21.12; Jo 15.20; 1Co 4.12; 2Co 4.9; 2Tm 3.12).
 
2. Devemos nos alegrar nas perseguições.
Jesus ensinou que devemos nos regozijar em meio às perseguições, pois grande é o nosso galardão no céu (Mt 5.10-12; Lc 6.22,23; 1Pe 4.14).
 
3. Devemos orar por aqueles que nos perseguem.
A atitude do cristão em meio às perseguições não deve ser de ódio, e sim, de amor e de intercessão (Mt 5.44; Lc 6.28,35).


CONCLUSÃO
Sem dúvida, uma das principais virtudes de Mardoqueu foi a sua integridade e fidelidade a Deus, mesmo em meio às injustiças e perseguições. Ele não cedeu às pressões externas, mas, pacientemente, esperou o agir dAquele que governa o mundo e cuida da família!
     
 
 
 
REFERÊNCIAS
Ø  BALDWIN, Joyce G. Ester: Introdução e Comentário. VIDA NOVA.
Ø  GARDNER, Paul. Quem é Quem na Bíblia Sagrada. VIDA.
Ø  QUEIROZ, Silas. O Deus que Governa o Mundo e Cuida da Família. CPAD.
Ø  STAMPS, Donald C. Bíblia de Estudo Pentecostal. CPAD.
   
 
Por Rede Brasil de Comunicação.




 

LIÇÃO 08 - A CONSEQUÊNCIA DESTRUIDORA DO PRAZER CARNAL


Vídeo Aula - Pastor Valmir
 




terça-feira, 20 de agosto de 2024

LIÇÃO 08 - A RESISTÊNCIA DE MARDOQUEU (V.02)


Vídeo Aula - Pastor Silas 





LIÇÃO 08 - A RESISTÊNCIA DE MARDOQUEU (V.01)

 
Vídeo Aula - Pastor Ciro





QUESTIONÁRIOS DO 3° TRIMESTRE DE 2024






Na Cova dos Leões –
O Exemplo de Fé e Coragem de Daniel para o
Testemunho Cristão em Nossos Dias. 









Lição 07
 
Hora da Revisão
A respeito de “Deus Abate o Coração Orgulhoso”, responda: 
 

1. Qual a ordem que a sentinela que surge no sonho dá?
Para que a árvore fosse derrubada, deixando somente o toco e suas raízes, preso com ferro e bronze.
 
2. O que simbolizava a árvore majestosa?
A árvore simbolizava formosura, a grandeza, o poder e a riqueza do reino de Nabucodonosor.
 
3. Quanto tempo depois o sonho se cumpriu?
Doze meses (4.29).
 
4. Quais palavras foram usadas por Nabucodonosor demonstrando a sua vanglória?
‘Não é esta grande Babilônia que eu edifiquei para casa real, com a força do meu poder e para a glória da minha magnificência?’ (4.39).
 
5. O que nos ensina a postura de Daniel de transmitir a mensagem divina ao rei?
Nos ensina sobre a necessidade de pregarmos para todas as pessoas sem medo (Mc 16.15).



 

QUESTIONÁRIOS DO 3° TRIMESTRE DE 2024






O Deus que Governa o Mundo e Cuida da Família-
Os Caminhos Divinos nos Livros
de Rute e Ester para a Nossa Geração.








 
Lição 07

Revisando o Conteúdo
A respeito de “A Deposição da Rainha Vasti e a Ascensão de Ester” responda: 
 
 
1. Qual a diferença entre o banquete de Assuero e o de Vasti?
Assuero ofereceu um banquete para todo o povo de Susã, no pátio do jardim de seu palácio. Vasti também ofereceu um banquete, porém, restrito para as mulheres do palácio (Et 1.9).

2. Qual o procedimento adotado por Assuero para decidir o futuro da rainha?
Ele submeteu o caso ao exame dos sábios de seu reino, entendidos nas leis e no direito dos medos e persas (Et 1.13,14).
 
3. Que resolução foi acompanhada do seu decreto de deposição de Vasti?
Ele decretou a deposição de Vasti. Além disso, enviou cartas a todas as províncias, estabelecendo “que cada homem fosse senhor em sua casa” (Et 1.22).

4. Quais os critérios para a escolha da nova rainha?
Não havia restrição quanto à origem étnica ou racial. A única exigência é que fossem virgens e formosas (Et 2.2-4).
 
5. O que se destaca na obediência de Ester?
Mardoqueu ordenou a Ester que não declarasse seu povo e sua parentela. Qual a razão dessa ordem? Não sabemos ao certo, já que não havia restrição étnica no processo de escolha da nova rainha. Mesmo sem entender o motivo da proibição, Ester obedeceu à risca a ordem de Mardoqueu (Et 2.10). Ela não exigia explicação para obedecer.




quinta-feira, 15 de agosto de 2024

LIÇÃO 07 – A DEPOSIÇÃO DA RAINHA VASTI E A ASCENSÃO DE ESTER






Et 1.10-12,16,17,19; 2.12-17
 
 

INTRODUÇÃO
Nesta lição, exploraremos a história de Ester, considerando o contexto em que ela se insere. Focaremos na análise dos conceitos de arrogância e obediência, e discutiremos como a arrogância pode levar a decisões precipitadas. Veremos também que, mesmo diante dessas falhas, Deus continua no controle e sempre oferece soluções para aqueles que buscam viver com humildade. E por fim, examinaremos como esses princípios se refletem na narrativa de Ester e em suas lições para nós.
 
 
I. DEFINIÇÃO DAS PALAVRA CHAVES
1. Definição do termo arrogância.
O dicionário Houaiss (2001, p. 303) define arrogância como: “orgulho que se manifesta por atitudes altivas e desdenhosas”. O termo deriva-se do hebraico zadôn e significa “altivez”, “orgulho” ou “soberba” (Ml 3.15; 4.1; Sl 119.51,69,78,122; Jr 43.2). O orgulho é um pecado (Pv 21.4) e é abominável diante de Deus (Pv 6.16). No NT o termo é alazonia, que é traduzido por “soberba” (1Jo 2.16) ou “orgulho” (1Tm 3.6). O orgulho foi o principal fator na queda de Lúcifer (Is 14.12) e é uma das características dos ímpios nos últimos dias (2Tm 3.2).
 
2. Definição do termo obediência.
A palavra obediência vem do latim “obedientia” e significa “sujeição, submeter à autoridade; agir de acordo com as ordens recebidas”. É o mais forte indício da fé em Deus. A obediência é imposta pelo Senhor a todos aqueles que lhe servem (Dt 13.4); é essencial à fé (Hb 11.6); é o resultado para quem dá crédito à voz de Deus (Êx 19.5,6).
 
 
II. UMA DISCUSSÃO EM FAMÍLIA SE TRANSFORMA EM CRISE NACIONAL
Assuero, conhecido em grego como Xerxes, era filho de Dario I e neto de Ciro, o Grande, pertencendo a uma família persa de grande prestígio. Ele governou o império persa de 486 a.C. a 465 a.C. O império estava subdividido em vinte “satrapia” que, por sua vez, eram divididas em “províncias”, nas quais o rei exercia controle absoluto. Como a maioria dos monarcas da época, Assuero demonstrava um grande orgulho; e, neste capítulo, observamos três indícios desse orgulho (Wiersbe, 2010, p. 692).   
 
1. A arrogância traz muitos males.
Se houve um homem que deveria ter aprendido a verdade expressa em Provérbios 16.18, foi Assuero: “A soberba precede a ruína, e a altivez do espírito, a queda”. Os reis do Oriente gostavam de oferecer banquetes suntuosos, pois, nessas ocasiões, tinham a oportunidade de impressionar seus convidados com o poder e a riqueza do reino [um banquete de 180 dias, ou seja, uma festa de seis meses]. Durante seis meses, as demonstrações e troféus alardeavam a majestade e a glória do rei Assuero. As exibições eram de toda espécie, desde escravos que o rei fizera dentre os povos conquistados, até as riquezas que ele acumulara. Neste capítulo, são mencionados três banquetes: a) um para os oficiais militares e políticos mais importantes (Et 1.1-4); b) um para os homens de Susã, local do palácio de inverno do rei (Et 1.5-8); e, c) outro para as mulheres de Susã (Et 1.9), oferecido pela rainha Vasti.
 
2. Um líder embriagado (Et 1.10).
No final do banquete de sete dias “estando já o coração do rei alegre do vinho” (Et 1.10), Assuero ordenou que sua rainha exibisse sua beleza aos convidados ali reunidos (Et 1.11). A resposta dela foi, sem dúvida, uma ofensa tripla contra o rei. Como mulher, Vasti desacatou a autoridade de um homem; como esposa, desobedeceu às ordens do marido e, como súdita, desrespeitou seu rei. Em decorrência disso, “o rei muito se enfureceu e se inflamou de ira” (Et 1.12). Assuero era capaz de exercer domínio sobre tudo e todos, menos sobre si mesmo. Assuero era facilmente influenciado pelos seus conselheiros; tomava decisões precipitadas das quais se arrependia depois, e, quando não conseguia as coisas a sua maneira, ficava furioso.
 
3. A lei dos persas e dos medos, que não podia ser revogada, podia, porém, ser recusada (Et 1.10-12).
A rainha Vasti que, de acordo com o costume persa, vinha dando uma festa separada para as mulheres (Et 1.9), recusou-se a atender as exigências sem sentido de Assuero. A lei podia ser capaz de obrigar as pessoas a beberem quanto quisessem, mas não podia afinal obrigar a esposa do rei a ser tratada como um objeto sexual. Uma simples mulher se ergueu e disse “não” e sacudiu as bases do império com sua recusa.
 
4. Seu espírito vingativo (Et 1.13).
Quando o ego é ferido, libera um veneno poderoso que leva as pessoas a fazerem coisas que jamais fariam se fossem humildes e se sujeitassem ao Senhor. Todo chefe de estado tem à sua volta pessoas que não querem senão agradá-lo, não importa o que isto exija, e Assuero não era exceção a essa regra. Se Assuero tivesse esperado até ficar sóbrio e pensado sobre o assunto com cuidado, jamais teria deposto a esposa. Afinal, ela demonstrou mais caráter do que ele. O rei persa contava com sete conselheiros que o orientavam nas questões de Estado e que tinham o direito de se aproximar de seu trono. Também sabiam muito bem como lisonjear o rei a fim de garantir seus cargos e de obter dele o que desejavam. A expressão “entendiam dos tempos” (Et 1.13) indica que eram astrólogos, que consultavam as estrelas e usavam outras formas de adivinhação.
 
5. Conselho sem conhecimento é apenas desorientação disfarçada (Et 1.16).
O Aurélio define conselho como “advertência que se emite; aviso; admoestação; censurar ou repreender com brandura” (Ferreira, 2004, p. 528). Já o Houaiss (2001, p. 807) define a palavra conselho como “opinião”, “parecer”, “sabedoria”, “bom senso”. O dicionário vine diz que do grego “gnome” relacionado a “gnosko”, quer dizer: “opinião sobre algo que deve ser feito”, “saber, conhecer, perceber”, “julgamento”, “conselho” (Vine, 2002, p. 495). Vasti havia insultado não apenas o rei, mas todo o império. Assim, quando os convidados voltassem para casa, contariam a todos como a rainha era desobediente ao marido, e as consequências seriam desastrosas. Assim, Vasti foi despojada do seu título. Na verdade, o edito se auto desconstrói. Ele serve apenas para publicar por todo o vasto império e na língua de todos os grupos de pessoas a falta de autoridade de Assuero na sua própria casa. Se o objetivo era inspirar respeito pelos maridos e por Assuero, o verdadeiro efeito foi exatamente o contrário. Se ele temia que a fofoca sobre sua impotência se espalhasse, o seu edito agora garantiria que todos ouviriam a história.
 
 
III. O TEMPO ESTÁ NAS MÃOS DE DEUS
Quase quatro anos haviam se passado desde a deposição de Vasti. Nesse meio-tempo, o rei havia comandado a campanha frustrada contra a Grécia e voltado para casa, não coberto de honras, mas humilhado. A ideia original, quando Vasti foi deposta e banida da presença do rei, era encontrar uma mulher melhor para assumir a posição real dela (Et 1.19).
 
1. A escolha de Ester (Et 2.5-18).
Segundo o Aurélio a palavra escolha significa: “ato ou efeito de escolher, preferência, eleger, opção, discernimento, capacidade de avaliar, selecionar uma coisa entre duas ou mais opções” (Ferreira, 2004, p. 792). Levou um ano inteiro para preparar aquelas mulheres, a fim de serem apresentadas ao rei. Quantos cosméticos de alto preço deve ter sido gastos nesse período (Et 2.12). Os planos de Deus não são prejudicados quando os eventos deste mundo são carnais ou seculares. A sua presença penetra de qualquer modo, até mesmo nos salões dos banquetes pagãos da Pérsia antiga. Ele não fica limitado a operar na família cristã. Trabalha tanto no gabinete do governo, como no meio da igreja (Wiersbe, 2010, p. 694).
 
2. Ester demonstrou discrição e controle extraordinários (Et 2.10).
Ester não contou a ninguém que era judia, Por quê? Porque Mardoqueu lhe dera instruções nesse sentido. Nem mesmo os esplendores estranhos do harém que poderiam tê-la facilmente seduzido, a fizeram quebrar sua promessa a Mardoqueu. É bem provável que essa atitude de Mordecai tenha sido motivada pelo desejo de preservar a própria segurança, mas Deus usou os dois para preservar o povo judeu. A discrição verbal está se tornando rapidamente uma virtude esquecida (Swindoll, 2020, p. 61).
 
3. Ester não pediu além do necessário (Et 2.12-15).
Ester não sucumbe à tentação ao seu redor, à superficialidade, egoísmo, sedução, egocentrismo. Ela se porta com modéstia desinteressada, mantendo a sua autenticidade em meio a toda aquela incomparável extravagância. Ester apresentou-se ao rei sem medo, pois não tinha qualquer ambição desenfreada de ser rainha. Sua vida não girava em torno da sua aparência ou de agradar ao rei. Só se encontrava ali por uma razão: ela sabia que a mão de Deus estava sobre a sua vida. Ester sabia de onde viera e sabia quem era, bem como sabia no que acreditava. E sabia que a mão de Deus se achava sobre a sua vida (Swindoll, 2020, p. 65).
 
4. Ester demonstrou respeito e humildade pela autoridade (Et 2.18,20).
Muitos pensam que depois de casar-se a pessoa não precisa mais dos conselhos dos pais. Ou que, ao tornar-se independente, o indivíduo fica totalmente por sua própria conta. Você decide as coisas sozinho e faz o que quer. Todavia, vemos aqui que Ester, mesmo depois de ser coroada rainha daquela terra, lembrou-se da sabedoria do seu protetor e aceitou de bom grado o seu conselho. A graça da mulher lhe concede um lugar de honra. A esposa virtuosa confere ao marido uma posição importante, em público e pessoalmente (Pv 31) (Swindoll, 2020, p. 66).
 
 
CONCLUSÃO
Assim, ao refletirmos sobre a história de Ester, compreendemos que a arrogância frequentemente nos conduz a decisões apressadas e prejudiciais, enquanto a obediência e a humildade nos orientam na direção de escolhas sábias e bem fundamentadas. Apesar das nossas falhas e das armadilhas da soberba, é reconfortante saber que Deus está sempre no controle de toda a história. Ele tem a capacidade de transformar situações desafiadoras e oferecer soluções divinas para aqueles que se entregam com um coração humilde e obediente, buscando Sua orientação e sabedoria em cada etapa da vida.    
 
 
 

REFERÊNCIAS
Ø  HOUAISS, Antônio. Dicionário da Língua Portuguesa. OBJETIVA.
Ø  HUBBARD JR, Robert L. Comentário do Antigo Testamento. CULTURA CRISTÃ.
Ø  NETO, Emilio Garofalo. Ester na Casa da Pérsia. FIEL.
Ø  STAMPS, Donald C. Bíblia de Estudo Pentecostal. CPAD.
Ø  VINE, W.E, et al. Dicionário Vine. CPAD.
Ø  WIERSBE, Warren W. Comentário Bíblico Expositivo do Antigo Testamento. GEOGRÁFICA.
Ø  SWINDOLL, Charles R. Ester: uma mulher de sensibilidade e coragem. MUNDO CRISTÃO.   
 
Por Rede Brasil de Comunicação.