Et
3.7-11; 4.1-4
INTRODUÇÃO
I. PALAVRAS-CHAVE
DA AULA DE HOJE
1. Definição da palavra conspiração.
Segundo Aurelio, (2015, p.192) conspiração é: “o
ato ou efeito de conspirar, maquinar, tramar, conluio secreto”. Sendo
assim, uma conspiração é uma combinação secreta de pessoas com o objetivo de tramar
algo prejudicial ou ilícito. O termo também se refere ao conjunto dessas
pessoas. O ato desenvolvido por Hamã é um ato conspirador, tendo em vista que
ele não menciona o nome do povo, e não diz ao rei que Mardoqueu é o motivo de
sua ira infundada e preconceituosa.
2. Definição da palavra antissemitismo.
De forma prática, antissemitismo é a manifestação
de hostilidade sistemática contra os judeus. É possível verificar ao longo da
história três faces de expressão desse ódio obstinado: antissemitismo
religioso, antissemitismo nacionalista e antissemitismo racial. No
aspecto religioso, registram-se principalmente as perseguições católicas. No
século XIV, por exemplo, os judeus chegaram a ser acusados por católicos
europeus como responsáveis pela peste negra, que assolou a Europa em 1348
(Novinsky, 2015, p. 38). Também durante a Idade Média, sofreram intensa
perseguição pela Inquisição, principalmente a partir de 1478, na Espanha, por
ordem do Papa Sisto IV (1414–1484), e a partir de 1536, em Portugal, pela
instituição oficial do Tribunal do Santo Ofício pelo Papa Paulo III (1468–1549).
O principal objetivo era combater o que chamavam de “heresia judaica”.
Milhões de judeus foram espoliados, torturados, execrados e mortos por não
aderirem ao catolicismo e por questões econômicas e políticas.
A primeira ordem de confinação de judeus em guetos não foi de Adolf Hitler (1889–1945),
no século XX; foi do Papa Paulo IV, em 1555, e atingiu todos os Estados Papais
por mais de 300 anos. Antes, contudo, no século XIV, já existiram as judiarias,
os bairros judeus, na Península Ibérica (Queiroz, 2024, pp. 109,110).
II. O
PLANO DE DESTRUIÇÃO DE HAMÃ
1 Lançou Pur, sorte (Et. 3.7).
Hamã e alguns astrólogos da corte lançaram sortes a
fim de determinar o dia para a destruição dos judeus. Isso foi feito em
secreto, antes de Hamã abordar o rei com seu plano. Desejava, com isso,
certificar-se de que seus deuses estariam com ele e de que seu plano seria
bem-sucedido. O termo babilônio pur significa “sorte”,
e é dele que vem o nome que os judeus deram a sua festa: “Purim” (Et
9.26). É interessante que Hamã começou esse procedimento no mês de nisã, justamente
o mês no qual o povo de Israel comemorava sua libertação do Egito. Ao lançarem
sortes sobre o calendário, mês após mês e dia após dia, os astrólogos chegaram
à data mais propícia: o décimo terceiro dia do décimo segundo mês (Et 3.13). Essa
decisão foi, sem dúvida, do Senhor, pois dava aos judeus um ano inteiro para se
preparar e, também, dava a Mordecai e Ester o tempo necessário para agir: “a sorte se
lança no regaço, mas do Senhor procede toda decisão” (Pv 16.33)
(Wiersbe, 2010, pp. 703,704). Não estamos a ermo diante dos nossos inimigos, seus
projetos não passam despercebido por Deus.
2. Construiu uma narrativa
mentirosa (Et 3.8).
Não podemos eximir o rei de culpa, ele é o rei, mas
confiava em um homem ardiloso e terrível. A forma como Hamã faz seu discurso,
deveria ao menos fazer o rei perguntar: Quem é este povo. Mas uma vez
percebemos Assuero um rei passivo, facilmente manobrável e que lhe faltava
convicções sobre sua liderança. “Hamã toma muito cuidado para insinuar-se para
com o rei, dando a impressão de estar motivado apenas pelo que convém ao rei. O
rei foi desencorajado a verificar os fatos, pela omissão intencional da parte de
Hamã de todos os detalhes específicos, especialmente o nome dos perturbadores.
O fato de eles estarem espalhados, dispersos dá a entender que retiveram a sua
identidade, e a acusação de Hamã de que eles têm o seu próprio sistema
legislativo e ignoram as leis do reino persa, marca-os como culpados. Desta forma,
Hamã prepara o caminho para a sugestão de que deviam ser destruídos, enquanto
que ao mesmo tempo promete um lucro financeiro desse empreendimento” (Baldwin,
2011, p. 66).
3. Usou uma verdade distorcida:
“um povo cuja leis são diferentes” (Et 3.8).
Hamã estava certo quando descreveu os judeus como
um povo “cujas leis são diferentes das leis de todos os povos” (Et 3.8). Suas
leis eram diferentes, pois eram o povo escolhido de Deus e somente eles haviam
recebido sua santa lei das mãos do próprio Deus. Moisés perguntou: “E que
grande nação há que tenha estatutos e juízos tão justos com o toda esta lei que
hoje eu vos proponho?” (Dt 4.8), e a resposta é: Nenhuma! sim nossos
inimigos podem até usar a nossa fé para tentar destruir-nos, mas a Bíblia faz
questão de mostrar que todos que se levantaram contra Deus e seu povo
terminaram suas história de forma lamentável. Muitos experimentam muito tarde o
pavor que faraó e seu povo sentiu: “[...] Então disseram os egípcios:
Fujamos da face de Israel, porque o Senhor por eles peleja contra os egípcios” (Êx.
14. 25).
4. Recebeu autoridade para fazer
o que queria (Et 3.10-11).
O rei, presumindo que o povo disperso em questão
fosse aliado distante, hostil à sua causa, emprestou a sua autoridade real a
Hamã. O seu anel era o selo de poder executivo, reconhecido por todo o império.
Hamã tinha liberdade para levar a efeito a sua conspiração, que tinha longo
alcance. No verso 10 o autor repete todos os seus títulos, mas acrescenta: adversário
dos judeus (Baldwin, 2011, p. 67 – acréscimo nosso). Sem fazer
perguntas, Assuero entregou a Hamã seu anel de selar (Et 3.8.2,8),
autorizando-o, desse modo, a agir em nome do rei. Hamã poderia redigir qualquer
documento que quisesse e colocar nele o selo do rei, e esse documento seria
aceito como lei e obedecido. Foi um gesto insensato de Assuero, mas com o lhe
era típico, primeiro ele tomou uma atitude e depois se arrependeu dela. A
Bíblia diz que: “Responder antes de ouvir é estultícia e vergonha” (Pv
18.13).
III. O
QUE FAZER QUANDO SE DESCOBRE UM PROJETO DE DESTRUIÇÃO PARA SUA VIDA
1. Se humilhar como Mardoqueu (Et
4.1.2).
Em 2Crônicas 7.14 a primeira coisa que Deus
recomendou que Israel fizesse quando estivesse em aperto era aproximar-se dele
com humildade: “E se o meu povo, que se chama pelo meu nome, se humilhar...”.
A palavra humilhar-se no hebraico “kãna” significa: abaixar,
subjugar. O povo de Deus deveria reconhecer as suas faltas, manifestar tristeza
pelo seu pecado e renovar seu compromisso de fazer a vontade de Deus.
Humilhar-se diante de Deus e da Sua Palavra, importa em reconhecer a sua pobre
espiritual (2Cr 11.16; 15.12,13,15; 34.15-19; Sl 51.17; Mt 5.3). Fica implícito
que esta humilhação é na verdade o quebramento que deve fazer parte da vida de
todo autêntico servo de Deus que anseia ser atendido por Ele. É exatamente este
o ato de Mardoqueu e dos Judeus. A resposta já estava a caminho.
2. Jejuar e orar como o povo fez
(Et 4. 3).
O jejum era um sinal de pesar (Jz 20.26; Jl 2.12).
Ele é definido como a abstinência parcial ou total de alimentos com finalidades
específicas. Essa prática vem desde o AT onde o povo de Israel jejuava por
diversas razões (Sl 69.10; 2Sm 12.16). Do período de Samuel em diante, vemos o
jejum sendo uma prática para enfatizar a sinceridade das orações do povo de
Deus quando Israel enfrentava problemas especiais (1Sm 7.6; At 13.2). Diversos
textos das Sagradas Escrituras incentivam o crente a orar (1Cr 16.11; Sl 105.4;
Is 55.6; Am 5.4,6; Mt 26.41; Lc 18.1; Jo 16.24; Ef 6.17,18; Cl 4.2; 1Ts 5.17).
A oração coletiva e a comunhão são elementos indispensáveis para a vitória (At
4.31).
IV. O
ANTISSEMITISMO EM NOSSOS DIAS
1. Uma antiga perseguição contra
os judeus.
Israel vive um quadro delicado junto à parte da
comunidade internacional. Em 7 outubro de 2023, o país foi brutal e
covardemente atacado pelo grupo extremista Hamas, auxiliado por outros cinco
grupos terroristas, abrigados em países vizinhos a Israel, como a Síria, e que
também aspiram ao extermínio judeu. Israel precisou defender-se invadindo a
Faixa de Gaza para neutralizar as forças do Hamas e libertar os 240 reféns.
Como já afirmado, a criação do Estado de Israel em 1948 não garantiu paz aos
judeus. O país vive em estado de alerta em função de ataques terroristas internos
e externos, feitos em nome de uma falsa causa palestina. O que os inimigos de
Israel querem não é um acordo que lhes garanta um lugar para viver. A sua
verdadeira causa é o extermínio dos judeus. Só Jesus, o Messias, salvará
Israel, quando da sua conversão nacional (Is 11.10-16; Ez 37.12-14; Zc 12,13;
14.4-9; Rm 11.26; Ap 1.7) (Queiroz, 2024, p. 111).
CONCLUSÃO
Este infortúnio que os Judeus passaram precisa nos
fazer lembrar de duas grandes verdades: primeiro, não estamos imunes ao que o
mundo pode nos fazer, não somos super-heróis, ainda estamos em um mundo que o
maligno está ao nosso derredor. Segundo, podemos sempre usar as armas
espirituais, elas são a garantia de que o nosso Deus não está alheio a nossa situação,
e sim, Ele se levantará e responderá nossas orações.
REFERÊNCIAS
Ø BALDWIN,
Joyce G. Introdução e comentário de Ester. VIDA NOVA.
Ø QUEIROZ,
SILAS, O Deus que governa o mundo e cuida da família. CPAD.
Ø WIERSBE,
Warren W. Comentário Bíblico Expositivo do Antigo Testamento.
GEOGRAFICA.
Ø STAMPS,
Donald C. Bíblia de Estudo Pentecostal. CPAD.
Ø VINE,
W.E, et al. Dicionário Vine. CPAD.
Por
Rede Brasil de Comunicação.
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