sexta-feira, 3 de agosto de 2012

LIÇÃO 06 - A DESPENSA VAZIA


                                                            2 Rs 4.1-7


INTRODUÇÃO
Estudaremos nesta lição que Deus cuida dos seus filhos quando estão em necessidades e aflições (Sl 40.17; 70.5; 14.6; Is 41.14; 25.4). Tanto no AT quanto no NT, a compaixão pelos necessitados e o cuidado por eles são evidência da fé genuína em Deus (Êx 22.22-24; Dt 10.18; 14.29; Jó 29.12; Tg 1.27). O Senhor cuida de cada um de seus servos (Mt. 6:24-34). Aqui entra a questão: Se existem privações, de que forma Deus trata com elas? Baseados nas Escrituras, podemos crer que Ele nos ajuda em nossas dificuldades, pois a Bíblia apresenta os precedentes necessários a essa certeza. Ele tem o poder de providenciar os recursos necessários à nossa subsistência (Êx 16.15; 2Rs 4.42-44; 1Rs 17.8-16).

I - CONCEITUANDO A PALAVRA NECESSIDADE
Segundo o Dicionário VINE (2002, p. 815) “necessidade” no grego é a palavra “ananke” que refere-se a: “dificuldade, angústia, sofrimento, dor” (1Co 7.37; 9.16; 2Co 9.7; 6.4; 12.10). A palavra grega “chreia” denota “ter necessidade de algo, precisar de alguma coisa” (Mt 3.14; 6.8; 9.12; 14.16; Mc 14.63; Lc 5.31; 22.71; Ef 4.28; 1Ts 4.9). Já a palavra para “necessitado” no hebraico é: “ebyon” é alguém que é pobre em sentido material (Êx 23.11; Jó 30.25; 31.19; Sl 132.15).

II - DEUS NOS CONSOLA NA NECESSIDADE
O fundamento do ensino da suficiência divina é que o Pai Celeste nos supre de todas as necessidades (Fp 4.19). Através de sua Palavra, o Senhor demonstra todo o seu amoroso cuidado para com os seus filhos (Sl 145.9; Mt 6.26), provendo-lhes o necessário para que tenham uma vida digna (Gn 24.48,56). Por conseguinte, o cristão precisa conscientizar-se que Deus jamais abandonará os seus filhos (1 Cr 29.12).

 2.1 O Senhor Deus é o nosso defensor. Ele mesmo revela ser o refúgio (Sl 14.6; Is 25.4), o socorro (Sl 40.17; 70.5; Is 41.14), o libertador (1Sm 2.8; Sl 12.5; 34.6; 113.7; 35.10; cf. Lc 1.52,53) e provedor (cf. Sl 10.14; 68.10; 132.15).

2.2 Ao revelar a sua Lei aos israelitas, Deus mostrou-lhes também várias maneiras de se eliminar a pobreza do meio do povo (Dt 15.7-11). Declarou-lhes, em seguida, o seu alvo global: “Somente para que entre ti não haja pobre; pois o SENHOR abundantemente te abençoará na terra que o SENHOR, teu Deus, te dará por herança, para a possuíres” (Dt 15.4). Por isso Deus, na sua Lei, proíbe a cobrança de juros nos empréstimos aos pobres (Êx 22.25; Lv 25.35,36; Dt 24.14,15; Lv 19.10; Dt 24.19-21;Lv 19.9; Lv 25.8-55).

 2.3 Deus nos consola em todas as nossas dificuldades (II Co1.4a). O fato de sermos cristãos não nos isenta de passarmos por necessidades e tribulações. “…no mundo tereis aflições…” (Jo 16.33). Por isso, Paulo disse: “Em tudo somos atribulados, mas não angustiados; perplexos, mas não desanimados. Perseguidos, mas não desamparados; abatidos, mas não destruídos” (II Co 4.8,9).


III - TAMBÉM DEVEMOS CONSOLAR AOS NECESSITADOS
No NT, Deus também ordena a seu povo que evidencie profunda solicitude pelos pobres e necessitados, especialmente pelos domésticos na fé.

 3.1 Somos consolados para também consolarmos a outros. Acerca disso, Paulo diz: “…para que também possamos consolar os que estiverem em alguma tribulação…” (II Co 1.4b). As dificuldades que Paulo enfrentou não foram uma forma de castigo por algo que ele havia feito, e sim, um treinamento para capacitá-lo a ajudar a outros (Pv 19,17; 21:13).

3.2 Devemos consolar com a mesma consolação que somos consolados. O apóstolo diz que devemos consolar “… com a consolação com que nós mesmos somos consolados por Deus” (II Co 1.4c). A palavra “consolar” aqui é “paraklesis” e significa “colocar-se ao lado de uma pessoa, encorajando-a e ajudando-a em tempos de aflições”. “Por isso fomos consolados pela vossa consolação…” (II Co 7.13; Tg 2.14-17; 1Jo 3.17).


IV - A BÍBLIA ENSINA QUE DEVEMOS AJUDAR AOS NECESSITADOS
Diversos são os fatores que podem levar uma família a passar necessidades: desemprego, doenças, ausência de um provedor ou descaso por parte dos responsáveis para com seus dependentes. Lembremonos de que essas coisas podem acontecer tanto para os que temem ao Senhor quanto para os que não o temem. No NT podemos observar alguns exemplos de generosidade praticada para amenizar o sofrimento de algumas pessoas. Vejamos alguns exemplos:

 4.1 Jesus ensinou ajudar aos necessitados. Boa parte do ministério de Jesus foi dedicado aos pobres e desprivilegiados na sociedade judaica. Dos oprimidos, necessitados, samaritanos, leprosos e viúvas, ninguém mais se importava a não ser Jesus (Lc 4.18,19; 21.1-4; Lc 17.11-19; Jo 4.1-42; Mt 8.2-4; Lc 17.11-19; Lc 7.11-15; 20.45-47). Ele condenava duramente os que se apegavam às possessões terrenas, e desconsideravam os pobres (Mc 10.17-25; Lc 6.24,25; 12.16-20; 16.13-15,19-31).

 4.2 Jesus espera que seu povo contribua generosamente com os necessitados (Mt 6.1-4). Ele próprio praticava o que ensinava (Jo 12.5,6; 13.29; Mt 19.21; Lc 12.33; 14.12-14,16-24; 18.22). Uma das exigências de Cristo para se entrar no seu reino eterno é mostrar-se generoso para com os irmãos e irmãs que passam fome e sede, e acham-se nus (Mt 25.31-46).

 4.3 O apóstolo Paulo e a igreja primitiva demonstravam igualmente profunda solicitude pelos necessitados (At 11.28-30; Rm 15.26; 1Co 16.1-4; 2Co 8;9; Rm 12.8; 1Tm 6.17-19). Vejamos o que diz Paulo em Filipenses 4:12 “Sei estar abatido, e sei também ter abundância; em toda a maneira, e em todas as coisas estou instruído, tanto a ter fartura, como a ter fome; tanto a ter abundância, como a padecer necessidade”.

 4.4 A prática da Igreja primitiva era de ajudar. Naquela Igreja os cristãos vendiam suas propriedades e havia uma distribuição de bens entre os necessitados, “E perseveravam na doutrina dos apóstolos, e na comunhão, e no partir do pão, e nas orações.” ( At 2:42).

 4.5 Os macedônios. Paulo testemunha que os macedônios fizeram tudo quanto puderam, segundo o que se esperavam deles; atenderam aos apelos na medida de suas posses. “Cada um contribua segundo propôs no seu coração; não com tristeza, ou por necessidade; porque Deus ama ao que dá com alegria.” (II Co 9:7). Portanto em tudo isso eles se mostravam voluntários, pedindo que participassem das necessidades dos santos. (II Co 8:14-15; Ef 4:28; Tt 3:14).

 4.6 A prática na Igreja de Corinto. apóstolo Paulo encorajou aquela Igreja a prática de generosidade entre os necessitados. Apesar de algumas virtudes da Igreja em Corintio, era necessário a prática da generosidade entre os cristãos daquela época “Portanto, assim como em tudo abundais em fé, e em palavra, e em ciência, e em toda a diligência, e em vosso amor para conosco, assim também abundeis nesta graça”. (II Co 8:7).


V - EXEMPLOS BÍBLICOS DE COMO DEUS SUPRE AS NECESSIDADES

  • Deus proveu a Israel no deserto, tanto a carne, como o pão e a água (Êx 16.15; Sl. 78:23-29);
  • Deus proveu por um certo tempo tanto o pão como a carne ao profeta Elias (1 Re 17:2-6);
  • Deus proveu a multiplicação da farinha e do azeite da viuva de Sarepta (1 Re 17:8-16);
  • Deus operou um milagre a favor da viúva de um discípulo dos profetas (2 Re 4:1-7);
  • Deus proveu comida para a multidão (Mt 14.13-21; Mc 6.30-44; Lc 9.10-17; Jo 6.1-15);
  • Deus proveu as necessidades do apóstolo Paulo (Fl. 2:29-30 ; 4:15-18; 2 Cor. 9, 12; 11:9);
  • Deus proveu as necessidades da igreja do primeiro século (At 4.32, 36-37; 2Co 8.14-15; Ef 4.28).


CONCLUSÃO
Aprendemos nesta lição, que devemos confiar em Deus independentemente de qualquer situação em nossa vida, pois, a sua Palavra nos garante que ELE cuida de cada um de nós (Mt. 6:25-34).


 REFERÊNCIAS
BOYER, Orlando. Pequena enciclopédia bíblica. CPAD.
CHAMPLIN, R.N. O Novo Testamento Interpretado versículo por Versículo. HAGNOS.
MACARTHUR JR, John. O poder do sofrimento. CPAD.
RIBEIRO, Hélio. Bênçãos e frutos do sofrimento.
STAMPS, Donald C. Bíblia de Estudo Pentecostal. CPAD
VINE, W.E, et al. Dicionário Vine. CPAD.


Por Rede Brasil de Comunicação

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