1
Tm 6.7-12
Veremos nesta lição que o
consumismo é um dos principais causadores do endividamento das pessoas, analisaremos
ainda o que Jesus falou sobre as questões financeiras e, por fim, elencaremos algumas
recomendações que nos ajudarão a nos livrarmos das angústias geradas pelas
dívidas, e a vivermos de forma sóbria e equilibrada do ponto de vista
financeiro. O apóstolo Paulo já dizia: “A ninguém devais coisa alguma, a
não ser o amor...” (Rm 13.8). O crente em Jesus deve
esforçar-se ao máximo para não se tornar uma presa das dívidas.
I – O CONSUMISMO E SUAS
IMPLICAÇÕES
O consumismo é um descontrole
para adquirir bens, serviços e produtos de forma indiscriminada, na tentativa
de realizar-se emocionalmente. Geralmente, pessoas fragilizadas por alguma
intempérie da vida, são tendenciosas a buscarem no consumo dos bens materiais a
satisfação para o vazio da alma. No entanto, elas acabam endividadas, frustradas
e desesperadas. Lembremos que os bens existem para os possuirmos, e não
para sermos possuídos por eles. O consumista valoriza em extremo as
coisas materiais, enquanto o verdadeiro crente em Jesus prioriza as coisas
espirituais (Mt 6.33). Podemos perceber o sentimento contrário ao consumismo
nas palavras do apóstolo Paulo: “Tendo, porém, sustento e
com que nos cobrirmos, estejamos com isso contentes” (I Tm 6.8). O
contentamento é exatamente o oposto do consumismo.
1.1 Contentamento. O Aurélio define esta expressão
como: “Ter prazer com o que se tem, Tornar-se satisfeito com o que
possui, ter satisfação com o necessário”. É exatamente isso que o
cristão deve sentir, pois reconhece que o Senhor dispensa as bênçãos
materiais sobre os seus filhos conforme sua soberana vontade, pois o ouro e a
prata pertencem a Ele (Ag 2.8); e, por certo, não deixará um filho seu ser
provado além das forças (I Co 10.13) e nem o deixará mendigar o pão (Sl 37.25).
Se tivermos as coisas essenciais da vida, tais como: alimento, vestuário e
um teto, devemos estar satisfeitos. O crente, além de ter uma vida piedosa,
deve também estar sempre contente e consciente da transitoriedade desta vida (I
Tm 6.6,7).
1.2 O querer ser rico. No afã de querer consumir e
gastar, o indivíduo busca ardorosamente mais dinheiro, mais riquezas e acaba
naufragando na fé: “Mas os que querem ser ricos caem em tentação, e em
laço, e em muitas concupiscências loucas e nocivas, que submergem os homens na
perdição e ruína” (I Tm 6.9). Muitas vezes o crente acaba se afundando
nas dívidas por querer ser rico, buscando um nível e um estilo de vida que o
seu salário não permite. Tudo isso acontece por causas de dois terríveis
sentimentos que brotam no coração daqueles que se deixam envolver na dimensão
material. Vejamos:
• Inveja. Temos um exemplo
claro disso na vida do salmista Asafe, que por invejar os ímpios, que eram mais
sucedidos financeiramente do que ele, quase se desviou (Sl 73.1-4).
Interessante que a inveja de Asafe o levou a uma vida extremamente perturbada
(Sl 73.16), pois se perturbam os que vivem em função das riquezas (Pv 11.28). A
felicidade do salmista foi despertar antes da queda propriamente dita (Sl
73.17). O seu desejo, então, passou a estar nas coisas celestiais (Sl 73.25).
• Cobiça. Tem sido a causa
de muitos males financeiros e espirituais. Temos exemplos bíblicos de pessoas
que, por não se contentarem com o que tinham, terminaram por naufragar
definitivamente. Foi o caso de Acã, que cobiçou os despojos dos inimigos do
povo de Deus e acabou morrendo com toda a sua família e todas as suas propriedades
(Js 7.21-25). O que dizer de Geazi, que por cobiçar o prêmio de Naamã acabou
leproso (II Rs 5.20-27).
II – OS ENSINAMENTOS DE JESUS
SOBRE O DINHEIRO
O Senhor Jesus deixou bem claro
que não deveríamos empreender grandes esforços para ajuntar bens nesta vida,
pois as riquezas são incertas, efêmeras e não satisfazem a alma e nem as
expectativas humanas (Mt 6.19,20). O Mestre também sabia que o coração de
alguém inclinado às riquezas pode ser totalmente dominado por elas (Mt 6.21). É
tanto que Ele explica a possibilidade das riquezas se tornarem uma espécie de
divindade na vida do crente (Mt 6.24). Nos versículos 25 ao 33, podemos
observar diversas lições:
• Deus nos deu algo sublime, que
foi a vida. Ele pode, portanto, nos dar o que necessitamos (v.25);
• Se ele sustenta criaturas tão
simples como os pássaros, haverá de sustentar a coroa de sua criação, que somos
nós (v.26);
• A ansiedade não é capaz sequer
de acelerar o crescimento de uma ave, muito menos de resolver os nossos problemas
(v.27);
• Se Deus veste as plantas e
cuida delas, Ele proverá também a vestimenta dos seus filhos (v.28);
• Devemos crer que a nossa vida
está nas mãos do Senhor, e Ele, a seu tempo, enviará o necessário (v.30);
• Deus conhece as nossas
necessidades e não nos desamparará (v.32);
• A prioridade da nossa mente e
do nosso coração deverá ser sempre o Reino de Deus (v.33);
• O crente deve viver um dia de
cada vez, sempre convicto dos cuidados constantes e minuciosos do Senhor (v.34).
III – FAZENDO MAL USO DO DINHEIRO
Vejamos alguns problemas do mal
uso do dinheiro:
3.1 Compulsividade - De acordo com o Aurélio,
compulsividade é o “Sistema que favorece o consumo exagerado” é a
“tendência a comprar exageradamente”. A Bíblia adverte: “O
que amar o dinheiro nunca se fartará de dinheiro; e quem amar a abundância
nunca se fartará da renda; também isto é vaidade” (Ec 5.10). Alcançar
todos os bens que se deseja não confere a ninguém a satisfação plena. O
apóstolo Paulo encontrou na pessoa de Cristo, o equilíbrio no que tange às
coisas materiais: “...aprendi a contentar-me com o que tenho” (Fp
4.11).
3.2 Avareza - É o amor ao dinheiro, que causa
uma verdadeira escravidão e dependência. “Por que o amor ao dinheiro é a
raiz de toda espécie de males; e nessa cobiça alguns de desviaram da fé e se
transpassaram a si mesmos com muitas dores” (I Tm 6.9,10). Deus não
condena o dinheiro em si, mas, a ambição, cobiça, exploração, e usura. Abraão
era homem muito rico; Jó era riquíssimo, antes e depois de sua provação (Jó
1.3,10); Davi, Salomão e outros reis acumularam bens e nenhum deles foi
condenado por isto. O que a Bíblia condena é a ambição desenfreada pelos bens
(Pv 28.20; Dt 8.11; Pv 11.28; Mc 4.19; Pv 23.4,5; Pv 28.11; Pv 5.10).
3.3 Dívidas - Muitas pessoas estão em situação
difícil, por causa do uso irracional de benefícios oferecidos como: facilidades
pelo comércio, cartão de crédito, cheque, crediário, empréstimos, etc. As
dívidas podem causar muitos males, tais como: desequilíbrio financeiro,
inadimplência, intranquilidade; provocando até certos aparecimentos de doenças,
desavenças no lar; perda de autoridade e o mau testemunho perante os ímpios (Pv
6.1-5; 11.15). “O rico domina sobre os pobres, e o que toma emprestado é
servo do que empresta” (Pv 22.7).
IV - EVITANDO AS DÍVIDAS
Esta lição fala sobre a angústia
das dívidas, e o dicionário Aurélio define angústia como: “aflição
intensa, agonia, sofrimento, tribulação”. Há vários fatores que podem
levar alguém a ficar endividado tais como: uma enfermidade que demande a compra
de muitos remédios; o desemprego prolongado; uma catástrofe natural; ser fiador
de uma pessoa emprestando-lhe (dinheiro, cartão de crédito ou cheque). Mas,
geralmente as dívidas têm origem no mau uso das finanças. Vejamos algumas dicas
que podem nos auxiliar a administrarmos melhor o que nos foi dado:
4.1 Sejamos dizimistas fiéis. Há muitos que estão afundados nas
dívidas por não honrarem o Senhor com a sua fazenda (Pv 3.9). Por não trazerem
os dízimos à Casa do Tesouro, não estavam experimentando as provisões celestiais
(Ml 3.10,11). Na época do profeta Ageu, o povo havia desprezado a Casa do
Senhor e haviam cerrado as mãos quanto à contribuição. Por isso, nada
dava certo na esfera financeira. Eles até ganhavam bem, mas o dinheiro
simplesmente não rendia (Ag 1.4-11).
4.2 Respeitemos as prioridades. Depois de entregar o dízimo, o
crente deverá discernir o que é prioritário, o que é secundário
e o que é supérfluo. Por exemplo: saúde, alimentação,
moradia, estudos e vestimentas básicas são prioridades. Gastos com lazer é algo
secundário, e a compra de roupas de marca ou aparelhos eletrônicos de última geração
é supérfluo.
4.3 Evitemos o desperdício. Nunca devemos comprar o que não
necessitamos, e nem gastar além do que ganhamos. Deus não se alegra com o
desperdício (Jo 6.12; cf. Lc 15.13,14). Às vezes o crente mergulha nas dívidas
por desperdiçar o que tem.
4.4 Planejemos os nossos gastos. Jesus deixou claro que o crente
só deve iniciar um empreendimento (construção, compra de algum bem, realização
de um viagem) depois de planejar e ter a certeza de que vai conseguir
concluí-lo (Lc 14.28-32).
4.5 Economizemos o máximo. Dentro das possibilidades, o
crente deve ter uma reserva financeira, visando dias maus que possam lhe
sobrevir. Esse princípio fica evidente na administração de José na terra do
Egito (Gn 41.33-35). Para que se consiga isso, são necessários equilíbrio e
sabedoria por parte do servo de Deus.
CONCLUSÃO
Fica claro que as dívidas podem
ser causadas por fatores alheios à vontade do crente, mas também podem acontecer
pela insensatez e desequilíbrio do mesmo. O fato é que num e noutro caso, elas
geram angústias e perturbações. Oremos, vigiemos e sigamos os princípios
bíblicos no tocante a administração das finanças, e certamente experimentaremos
as provisões de Deus, que há de nos proporcionar dias melhores e mais
prósperos.
BIBLIOGRAFIA
• STAMPS, Donald C. Bíblia de
Estudo Pentecostal. CPAD.
• DANIEL, Silas; COELHO,
Alexandre. Vencendo as Aflições da Vida. CPAD.
• FERREIRA, A B. de Holanda, Novo
Dicionário Aurélio da Língua Portuguesa. Positivo.
Por Rede Brasil de Comunicação
Nenhum comentário:
Postar um comentário