“O primeiro exemplo de um casamento misto é aquele
no qual o parceiro descrente está disposto a permanecer com o outro que havia
se tornado cristão. Nesse caso, o cristão era obrigado a permanecer com o
parceiro descrente. Tal diretiva de Paulo deixava claro que o cristão, não
poderia partir ou divorciar-se do outro, baseando-se na recusa do outro em se
tornar cristão. O cristianismo não pode se tornar uma desculpa para a conduta
pagã. Então, se o parceiro descrente está satisfeito, o crente é obrigado a
permanecer casado.
Não há qualquer estigma espiritual ligado a um novo
convertido que permanece com um cônjuge inconverso. Ao contrário, o parceiro
inconverso recebe algum benefício espiritual do cristão. Com relação às bênçãos
espirituais que o descrente compartilha, Paulo escreve: 'Porque o marido
descrente é santificado pela mulher, e a mulher descrente é santificada pelo
marido (v. 14)'. Isto não significa que o descrente sofra uma mudança moral ou
espiritual. A expressão 'é santificado' 'não pode significar santo em CRISTO
perante DEUS, porque este tipo de santidade não pode ser atribuído a um
descrente'. Paulo usa o termo santificado aqui com um significado cerimonial, e
não em um sentido ético espiritual".
“A situação aqui é oposta do casamento misto onde
os parceiros permanecem juntos por consentimento mútuo. Se o descrente se
recusar a permanecer com o crente, o cristão está livre da obrigação de
sustentar o casamento: ‘Mas, se o descrente se apartar, aparte-se’ (v. 15).
Desta maneira o crente fica em paz. Sob tais circunstâncias, o cristão não está
destinado a uma vida de perseguição, abuso e agonia, por causa de seu
relacionamento com um parceiro pagão. Mas a separação deve ser iniciada e
completada por outra pessoa. O cristão nem deve estimular a dissensão nem
promover separações. A paz e o amor devem ser sempre as marcas da vida cristã.
Não há qualquer contradição entre a atitude de
Paulo ao permitir o rompimento de um casamento com um descrente pagão, e o
mandamento de JESUS em Mateus 5.32. As palavras do Senhor foram dirigidas
àqueles que professam ser leais e sujeitos a DEUS. As palavras de Paulo são
dirigidas àqueles que são casados com descrentes. A diretiva não dá permissão
para que um crente se case com um descrente. Serve apenas para uma pessoa
casada que se torna crente depois de seu casamento. Em tal situação, o cristão
está livre para deixar que o descrente parta, em vez de insistir em continuar
uma união que sobrevive em uma atmosfera de tensões, brigas e medo.
Se o parceiro descrente iniciar a separação, o
cristão não deve se condenar pelo fracasso do cônjuge que partiu, por não ter
se tornado cristão” (Comentário
Bíblico Beacon. Vol 8. 1.ed. Rio de Janeiro: CPAD, 2006, p.298,299).
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