sexta-feira, 10 de maio de 2013

LIÇÃO 06 – A INFIDELIDADE CONJUGAL


Pv 5.1-5; Mt 5.27,28 


INTRODUÇÃO
Nesta lição destacaremos que o casamento é um pacto feito entre um homem e uma mulher e, como tal, deve ser visto com seriedade e compromisso. Veremos também a definição de “adultério” do ponto de vista do Antigo e do Novo Testamento. Elencaremos os três principais inimigos da família e como podemos vencê-los. Trataremos também sobre quais as consequências do adultério na família, e, por fim, como evitar que esse mal venha atingir o nosso lar.


I – CASAMENTO, UM PACTO DIANTE DE DEUS
O casamento não é apenas uma união entre um homem e uma mulher, envolvendo direitos conjugais, mas uma união que nasce de um pacto de mútuas promessas.

1.1 A seriedade do pacto (entre os cônjuges). O termo pacto ou aliança em hebraico é de berit, e berit karat que significa “fazer (lit. ‘cortar’ ou ‘lapidar’) uma aliança”. Em grego o termo é diatheke (que pode significar tanto um “pacto” como “último desejo e testamento”), e o verbo diatithemi (At 3.25; Hb 8.10; 9.16; 10.16). Uma aliança é um acordo feito entre duas ou mais pessoas. 
No caso do casamento, a aliança é bilateral, ou seja, ela está totalmente condicionada à aceitação e ao cumprimento de ambas as partes, marido e mulher. Logo, no matrimônio, o concerto é primeiro realizado de forma horizontal, entre duas pessoas motivadas pelo amor e por consentimento mútuo. Nesta aliança pelo menos quatro elementos estão presentes:

ü  Partes: “um macho e uma fêmea” (Gn 1.27);
ü  Condições: “Portanto deixará o homem o seu pai e a sua mãe, e apegar-se-á à sua mulher” (Gn 2.24-a);
ü  Resultados: “e serão ambos uma carne” (Gn 2.24-b);
ü  Garantia: “Portanto, o que Deus ajuntou não o separe o homem” (Mc 10.9).


1.2 O compromisso do pacto (diante de Deus). A aliança do matrimônio também é feita no sentido vertical, ou seja, diante de Deus, que se torna a testemunha desse pacto, como ele mesmo afirma: “E dizeis: Por quê? Porque o Senhor foi testemunha entre ti e a mulher da tua mocidade, com a qual tu foste desleal, sendo ela a tua companheira, e a mulher da tua aliança” (Ml 2.14). O livro de Provérbios ensina que o casamento é um compromisso entre um homem e uma mulher e condena o adultério como uma quebra dessa aliança conjugal (Pv 2.16,17). Nessa perspectiva o casamento é um juramento de lealdade feito por um homem e uma mulher diante de Deus de se amarem e viverem fielmente um para outro até que a morte os separe. Por isso, esse compromisso assumido diante de Deus deve ser indissolúvel (Mt 19.6).


II – A INFIDELIDADE CONJUGAL
Como pudemos ver, o casamento é uma aliança feita entre pessoas de sexos diferentes, motivados pelo amor e que juram fidelidade um ao outro de viverem juntos até que a morte os separe (Rm 7.2; I Co 7.39). Infelizmente, esse juramento pode ser quebrado, quando um dos cônjuges se torna infiel ao outro (Mt 19.9; Mc 10.11). Esta açao é chamada de adultério, e este por sua vez, é a “relação sexual entre uma pessoa casada e outra que não é o seu cônjuge” (WYCLIFFE, 2012, p. 35). Vejamos como o adultério é visto pela Bíblia Sagrada:

2.1 No Antigo Testamento. O adultério é estritamente proibido no AT, “Não adulterarás” é o sétimo mandamento do Decálogo (Êx 20.14; Dt 5.18). Esta prática era punível sob a Lei com morte por apedrejamento (Lv 20.10; Dt 22.22). Tecnicamente, o adultério se distingue da fornicação que é a relação sexual entre pessoas não casadas. Ao contrário do que algumas pessoas pensam, embora fosse condenada a morte aquele que praticasse o adultério, a cobiça da mulher do próximo também era proibida (Êx 20.17; Dt 5.21).

2.2 No Novo Testamento. Os ensinamentos neotestamentários seguem o mesmo padrão veterotestamentário quanto a reprovação da prática do adultério (Rm 13.9; Gl 5.19; Tg 2.11). O Senhor Jesus estendeu a culpa pelo adultério da mesma forma como fez para outros mandamentos, incluindo até o desejo de cometê-lo ao próprio ato em si (Mt 5.28). Por isso, na ocasião citada pelo apóstolo João em (Jo 8.1), Jesus não desfez da Lei mosaica quanto ao apedrejamento da mulher adúltera, mas exortou os homens que vieram apedrejá-la, alegando que sob a ótica divina, eles estavam em semelhante situação, pelo adultério pré-concebido em seus corações (Jo 8.7). O apóstolo Paulo, por sua vez, disse que o adultério é uma obra da carne e os que praticam são passíveis de morte e não herdarão o Reino dos céus (Rm 1.29-32; Gl 5.21).


III – OS TRÊS INIMIGOS DA FAMÍLIA
Um dos maiores desafios enfrentados pela família é vencer a tentação. Isto porque, diariamente somos tentados a pecar contra Deus; quer seja através de pensamentos, palavras, obras ou omissão. Podemos observar na Palavra de Deus, pelo menos três principais inimigos da família:

3.1 O Diabo: É o principal agente da tentação. No capítulo 3 do livro de Gênesis, lemos acerca dele, tentando os nossos primeiros pais (Gn 3); em (Mt 4.3) vemos ele tentando o próprio Filho de Deus. O apóstolo Paulo, escrevendo aos Tessalonicenses diz: “temendo que o tentador vos tentasse” (I Ts 3.5). Aos Corintios ele escreve dizendo que temia que eles fossem enganados pela serpente (II Co 11.3); E, o apóstolo Pedro diz que ele “anda em derredor, bramando como leão, buscando a quem possa tragar” (I Pe 5.8). Sem dúvida alguma, as muitas famílias que hoje se encontram destruídas, sofreram ataques de Satanás, que desde o princípio quer destruir os lares. Diante de suas investidas só nos resta seguir o conselho do apóstolo Tiago que diz: “Sujeitai-vos, pois, a Deus, resisti ao diabo, e ele fugirá de vós” (Tg 4.7).

3.2 A Carne. Refere-se a natureza caída, isto é, as paixões, os desejos e apetites desordenados que residem em nossa natureza, conforme podemos ver em (I Co 10.13; Tg 1.14,15; Gl 5.16-21). Podemos dizer que a carne é o mais perigoso de todos os inimigos; pois, enquanto os demais são externos, este inimigo é interno. A Bíblia nos mostra alguns exemplos de pessoas que foram derrotadas por este inimigo, porém destacamos o personagem bíblico Davi. Sua ociosidade (II Sm 11.1); cobiça (II Sm 11.2) e concupiscência levaram-no a fazer o que não agradou a Deus (II Sm 11.3-5,27). Sejamos vigilantes a fim de não cairmos no mesmo engodo (Mt 26.41).

3.3 O Mundo. O apóstolo Paulo diz que a graça de Deus nos ensina a renunciar as paixões mundanas (Tt 2.13). Sendo assim, podemos dizer que o mundo também é um agente da tentação. As paixões mundanas, das quais Paulo se refere, são as coisas que estão sob o domínio de Satanás, e que servem para atrair e enganar os homens (Tg 4.4; Rm 12.1,2; I Jo 2.15-17). Através da mídia a pornografia tem sido amplamente divulgada no mundo, por meio de revistas imorais e, novelas que de forma explícita incitam a prática do adultério ao ponto de as pessoas desacreditarem de que atualmente seja possível ser fiel ao cônjuge, passando a ser motivo de chacota os que assim procedem (I Pe 4.4). No entanto, a Palavra de Deus nos diz que podemos vencer o mundo, através da fé (I Jo 5.4).


IV – AS CONSEQUÊNCIAS DO ADULTÉRIO NA FAMÍLIA
Sem dúvida alguma, a infidelidade conjugal tem sido a causa de muitas tragédias na família. Muitos lares têm sido destruídos por esta arma diabólica. Isto porque o adultério destrói a confiança, sufoca o amor, mata o respeito, acaba com a transparência, suscita o ciúme e empurra a família para uma crise de consequências imprevisíveis. Eis algumas: (1) rompimento do casamento (Dt 22.15-21); (2) trauma nos filhos; (3) escândalo na igreja (I Co 5.1); (4) mau testemunho para sociedade (I Co 10.32); (5) marcas profundas de ambos os lados (II Sm 12.15-20); (6) Os maus exemplos poderão ser seguidos pelos filhos (II Sm 13) e (7) Depressão e perda da comunhão com Deus (Sl 51.8-12).


V – COMO EVITAR O ADULTÉRIO
A Bíblia Sagrada a “lâmpada para os nossos pés e a luz para o nosso caminho” (Sl 119.105), ensina-nos como devemos proceder para que evitemos este terrível pecado. Vejamos algumas de suas recomendações:

 ü  Evitando maus pensamentos, ocupando a mente com o que é proveitoso (Pv 4.23; Fp 4.8; Mt 15.19);
ü  Afastando dos olhos aquilo que pode levar a pessoa a alimentar seu interior com o pecado (Sl 101.3; Mt 6.22,23);
ü  Mantendo-se longe de pessoas cujo comportamento está em desacordo com a Bíblia (Sl 1.1-3; I Co 5.11);
ü  Mortificando a carne e andando em Espírito (Cl 3.5; Gl 5.16-18);
ü  Só abstendo-se do ato sexual com o cônjuge por consentimento mútuo e por tempo determinado (I Co 7.5);
ü  Sendo um cônjuge que mantém seu esposo(a) satisfeito(a) (Pv 5.15; I Co 7.3);
ü  Observando a Palavra de Deus (Sl 119.11; Pv 4.20);
ü  Orando e vigiando sempre (Mt 26.41).


CONCLUSÃO
Como pudemos ver, o casamento é um pacto feito entre duas pessoas, tendo Deus como testemunha. Sendo assim deve ser mantido com fidelidade e amor, evitando o adultério. Cada cônjuge deve resistir o diabo, a carne e o mundo, a fim de manter sua aliança, pois muitas famílias tem experimentado o sabor amargo da traição por falta de vigilância. Que Deus nos livre de tamanho mal. 


REFERÊNCIAS
ü  LOPES, Hernandes Dias. Casamento, divórcio e novo casamento. HAGNOS.
ü  VINE, W.E, et al. Dicionário Vine. CPAD.
ü  SILVA, Esequias Soares de. Analisando o divórcio à luz da Bíblia. CPAD.
ü  PFEIFFER, Charles F. et al. Dicionário Bíblico Wyclliffe. CPAD.
ü  STAMPS, Donald C. Bíblia de Estudo Pentecostal. CPAD.          
                                                                                                                              
Por Rede Brasil de Comunicação

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