sábado, 8 de novembro de 2014

LIÇÃO 06 – A QUEDA DO IMPÉRIO BABILÔNICO



Dn 5.1,2,22-30




INTRODUÇÃO
A história dos grandes impérios mundiais que existiram no passado é marcada por três fases distintas: surgimento, apogeu e queda, ou seja, eles surgiram, tiveram seu período de poder e domínio, mas, depois, caíram. No capítulo 5 do livro de Daniel encontramos o registro da queda do império babilônico, onde a Bíblia nos mostra, mais uma vez, a intervenção divina na história dos homens, na ocasião em que o rei Belsazar fez um grande banquete e profanou os utensílios do Templo de Jerusalém, que haviam sido levados para a Babilônia, resultando na queda daquele grande império. Veremos nesta lição quem era o rei Belsazar; seu banquete profano e idólatra; sua sentença escrita na parede; a queda do Império Babilônico; e uma profecia sobre Ciro, o ungido de Deus.


I – QUEM ERA BELSAZAR
“O termo hebraico deriva-se do vocábulo babilônico “Bel-sar-usur” que significa 'o deus Bel protegeu o rei', mas não devemos confundi-lo com 'Beltessazar', o nome babilônico que foi dado a Daniel (Dn 1.7). Belsazar era filho de Nabonido, que era genro de Nabucodonosor, e que reinou a Babilônia por 17 anos (de 556 a 539 a.C.). Logo, Belsazar era neto de Nabucodonosor. Em Dn 5.11,18 Nabucodonosor é chamado de seu pai, mas isso significa apenas que ele pertencia à linhagem de Nabucodonosor, atribuição comum nas antigas genealogias (Mt 1.1). Seu pai, Nabonido, o colocou como seu co-regente e comandante do exército de Babilônia por volta de 550 a 539 a.C.” (CHAMPLIN, 2004, p. 487 acréscimo nosso). Foi por esta razão que ele prometeu colocar Daniel como o terceiro dominador do reino (Dn 5.16), pois o primeiro era Nabonido e ele era o segundo.


II – O BANQUETE DO REI BELSAZAR
O banquete oferecido pelo rei Belsazar e a profanação dos utensílios do Templo de Jerusalém, marcaram o fim do grande império Babilônico, como veremos a seguir:

2.1 O banquete e a licenciosidade de Belsazar (Dn 5.1). Era comum, desde os tempos antigos, os reis realizarem festas para demonstração de domínio e poderio (Et 1.1-4). Como a Babilônia era uma cidade de opulência e luxúria, no palácio havia festas constantemente. Tratava-se, na verdade, de uma festa cheia de licenciosidade e bebedice. Isto pode ser provado pela presença de vinho e de mulheres e concubinas na festa (Dn 5.1,2). Além disso, a festa demonstra a insensatez do rei Belsazar. Enquanto seu pai estava fora de Babilônia, defendendo o reino das forças dos medos e dos persas, que ameaçavam dominar o mundo antigo, ele estava ocupado com festas e orgias, banqueteando-se com seus súditos, sem se preocupar o que poderia acontecer.

2.2 A profanação de Belsazar (Dn 5.2). Como se não bastasse a luxúria e insensatez do rei Belsazar, ele também tornou-se profano quando mandou buscar os utensílios do Templo de Jerusalém, levados por Nabucodonosor à Babilônia (II Rs 24.13; IICr 36.7; Ed 5.14; 6.5; Dn 1.2), para embriagar-se com seus convidados, demonstrando total desrespeito com as coisas sagradas. “Havendo Belsazar provado o vinho, mandou trazer os vasos de ouro e de prata, que Nabucodonosor, seu pai, tinha tirado do templo que estava em Jerusalém, para que bebessem neles o rei, os seus príncipes, as suas mulheres e concubinas” (Dn 5.2). Levar os utensílios do Templo para Babilônia estava de acordo com os costumes de guerra, até porque eram vasos de ouro e de prata, ou seja, valiosos. Mas, retirá-los do depósito nacional para uma orgia, era sacrilégio, ou seja, uso indevido de objetos consagrados a Deus.

2.3 A idolatria do rei Belsazar (Dn 5.4). Como se não bastasse a profanação, ou seja, a falta de respeito e reverência pelas coisas consagradas a Deus, o rei Belsazar, juntamente com seus súditos, tornaram a festa pagã e idólatra, dando louvores aos seus deuses: “Beberam o vinho, e deram louvores aos deuses de ouro, de prata, de bronze, de ferro, de madeira, e de pedra” (Dn 5.4). Era uma forma de desafiar o Deus de Israel, tentando demonstrar a superioridade dos seus deuses. Mas, Deus, que não se deixa escarnecer (Gl 6.7) demonstrou que tem o domínio sobre os filhos dos homens (Dn 5.21). Belsazar ultrapassou a medida da paciência divina e foi sentenciado por isso.

2.4 A sentença de Belsazar (Dn 5.5). A Bíblia diz que “Horrenda coisa é cair nas mãos do Deus vivo” (Hb 10.31). No ato de sua profanação, Belsazar viu uma mão misteriosa escrevendo uma sentença na parede do palácio real. A alegria provocada pelo vinho deu lugar ao pavor; e a euforia, ao desespero. “Mudou-se então o semblante do rei, e os seus pensamentos o turbaram; as juntas dos seus lombos se relaxaram, e os seus joelhos batiam um no outro” (Dn 5.6). A sentença continha as seguintes palavras: MENE, MENE, TEQUEL e PARSIM, que eram conhecidas e significam, portanto: “contado”, “pesado” e “dividido”. Mas, isoladas como estavam, ninguém sabia o que elas comunicavam. Nenhum astrólogo, caldeu ou adivinho pôde interpretá-las. Mas, Daniel, deu a exata interpretação (Dn 5.25-28). Vejamos:

   ü  MENE: Essa palavra aramaica poderia ser um verbo com o sentido de "contado", para indicar que a duração do reinado de Belsazar tinha sido determinada por Deus, e estava prestes a terminar (Jr 50.18). Daniel a interpretou da seguinte maneira: “Contou Deus o teu reino e o acabou” (Dn 5.26);

   ü  TEQUEL: Esse vocábulo tem o sentido de “pesado”, significando que Belsazar não estava à altura dos padrões divinos de retidão. Diante da justiça divina esse reino não teve qualquer peso. A interpretação dada por Daniel foi: “Pesado foste na balança e foste achado em falta” (Dn 5.27);

   ü  PERES: Na escritura da parede apareceu o plural: PARSIM. Na interpretação, Daniel usou o singular PERES. São palavras da língua aramaica, e significa: “Dividido foi o teu reino e deu-se aos medos e aos persas” (Dn 5.28).

Depois que Daniel interpretou a escrita na parede, o rei Belsazar ordenou que o vestissem de púrpura e o elevou ao cargo de terceiro dominador no reino (Dn 5.29). À semelhança de Nabucodonosor, Belsazar honrou a Daniel (Dn 2.48), mas, não honrou o Deus de Daniel (2.46,47).


III – A QUEDA DO IMPÉRIO BABILÔNICO
“O capítulo 5 do livro em apreço deve ser estudado à luz de Isaías 21.1-9, onde temos a profecia da queda de Babilônia, proferida por Isaías cerca de 150 anos antes. A menção do Elão e da Média (Is 21.2), apontam para a conquista de Babilônia por Ciro. Os capítulos 13 e 14 de Isaías acrescentam mais detalhes proféticos dessa queda de Babilônia. É assombroso o poder exclusivo do Todo-poderoso de predizer o futuro, como no caso de Ciro, o conquistador de Babilônia, que, através do profeta Isaías, Deus o chamou pelo nome (Ciro), isto mais de um século e meio antes do seu nascimento (Is 44.28)”. (GILBERTO, 2010, p. 27).

3.1 A união dos medos e dos persas e a invasão da Babilônia. “Enquanto o rei Belsazar estava se banqueteando com seus súditos, os medos e os persas, que haviam se unido, cercaram a cidade de Babilônia. Havia um sentimento de segurança por parte do rei e dos habitantes da cidade, porque seus muros eram largos e altos, e suas fortificações pareciam intransponíveis. A Média lutou sob Dario, e a Pérsia sob Ciro, represou e canalizou as águas do rio Eufrates, deixando seco o seu leito. Assim, os medos e os persas tomaram de surpresa a cidade que não sofreu qualquer resistência” (CABRAL, 2014, p. 86 acréscimo nosso).

3.2 A soberania divina. Aquela noite foi a demonstração de que Deus, o Todo poderoso, tem o centro do governo do mundo em suas mãos e que nada escapa ao seu poder. A queda do império babilônico não ocorreu apenas por causa de uma estratégia de guerra dos exércitos inimigos, mas, uma clara demonstração do juízo divino e que o Todo Poderoso tem o domínio sobre tudo e sobre todos (1Cr 29.11,12; Sl 10.16; 24.8; 29.10; 48.2; 115.3; 135.6; Dn 2.7; 4.17,35; 5.22-28; Is 55.11; Ap 19.16).


IV – CIRO, O UNGIDO DE DEUS
“Pelo menos duzentos anos antes de os persas surgirem no cenário mundial, seu famoso rei já estava profetizado na Bíblia (Is 44.28; 45.1-4). Acerca dessa interessante profecia, observa o Dr. Scofield: 'Este é o único caso em que a palavra ungido se aplica a um gentio'. O uso da palavra 'ungido', em união com a expressão 'meu pastor' (Is 44.28), que é também um título messiânico, assinala Ciro como a assombrosa exceção de que um gentio seja tipo de Cristo. Os pontos de comparação são os seguintes: ambos, Cristo e Ciro, são conquistadores dos inimigos de Israel (Is 45.1; Ap 19.49-21); ambos restauram a cidade santa (Is 44.28; Zc 14.11); por meio de ambos o nome do único Deus verdadeiro é glorificado (Is 45.6; 1Co 15.28). Com Ciro inaugurou-se uma nova política em relação aos povos conquistados. Apesar da crueldade com que lidava com seus inimigos, Ciro tratou seus súditos com consideração, conquistando-os como amigos. Por seu famoso decreto, promulgado no segundo ano de seu governo, permitiu a volta de todos os povos às suas próprias terras. (Ed 1.1-11). Parece que, de modo especial, o famoso imperador dos persas favoreceu os judeus, concedendo-lhes generosa ajuda.” (ALMEIDA, p. 50).


CONCLUSÃO
Os registros bíblico e histórico acerca da queda da Babilônia demonstram claramente que “... o Altíssimo tem domínio sobre os reinos dos homens e a quem quer constitui sobre eles” (Dn 5.21). Por causa da profanação e idolatria do rei Belsazar, a Babilônia caiu, cumprindo-se, então, a profecia do sonho do rei Nabucodonosor, e interpretada pelo profeta Daniel: “E, depois de ti, se levantará outro reino...” (Dn 2.39). Assim terminou o magnífico império babilônico (a cabeça de ouro da estátua), e teve início o império medo-persa, representado pelos dois braços e peito de prata.




REFERÊNCIAS
Ø  ALMEIDA, Abraão de. As Visões Proféticas de Daniel. CPAD.
Ø  ANDRADE, Claudionor Correa de. Dicionário Teológico. CPAD.
Ø  CABRAL, Elienai. Integridade moral e Espiritual. O Legado do Livro de Daniel para a Igreja Hoje. CPAD.
Ø  GILBERTO, Antonio. Daniel & Apocalipse. CPAD.
Ø  SILVA, Severino Pedro da. Daniel versículo por versículo. CPAD.


Por Rede Brasil de Comunicação 


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