Dn
8.1,3-11
INTRODUÇÃO
I
– A VISÃO DE UM CARNEIRO: O IMPÉRIO MEDO-PERSA
1.1 A Época e local da visão (Dn
8.1,2). Cronologicamente,
este capítulo vem antes do 5. O capítulo 8 tem lugar no ano terceiro de
Belsazar, ao passo que o capítulo 5, como já vimos, marcou o final do governo
de Belsazar (Dn 5.30). Portanto, quando esta visão
ocorreu a Daniel, o seu povo continuava exilado em Babilônia. A visão ocorreu
em Susã, que era a capital de Elão e a residência de inverno dos reis persas.
Aí tem lugar a história de Neemias e Ester. A visão ocorreu próximo ao rio
Ulai, que é modernamente chamado de Chapur (GILBERTO, 2010, p. 41).
1.2 “E levantei os meus olhos
e vi, e eis que um carneiro estava diante do rio...” (8.3). Esse carneiro representa a segunda
potência mundial, a saber, o Império Medo-persa (Dn 8.20). Ele tinha dois
chifres (Almeida Revista e Atualizada), ou pontas (Almeida Revista e
Corrigida), que representavam, exatamente, a união dos dois povos, a saber, os medos
e os persas. O chifre que subiu por último representa a Pérsia, a qual se
tornou o reino dominante com a subida de Ciro ao trono. “Daniel contempla na
sua visão da noite, que o audacioso carneiro se encontrava “diante do
rio”. Isso descreve o momento em que o general Ciro, comandando seus
exércitos medo-persas já se encontrava as margens do rio Ulai preparando-se
para o “assalto” a Babilônia” (SILVA, 1986, p. 150).
1.3 “Vi que o carneiro dava
marradas para o ocidente, e para o norte e para o meio dia; e nenhum dos
animais lhe podiam estar diante dele... ” (Dn 8.4). A expressão “dar marradas” significa
bater forte com a cabeça. Esta profecia anuncia as conquistas do império
medo-persa, que guerreou fortemente contra o ocidente (Babilônia); contra o
norte (Lídia) e contra o sul, descrito no texto como “meio dia” referindo-se ao
(Egito). Essa é também a interpretação das três costelas na boca do urso (Dn
7.5). “Ciro, não só conquistou as potências acima mencionadas, mas ainda todas
as demais nações daqueles dias. Foi, realmente o que diz e representa a visão
contemplada: “Nenhuns dos animais [povos e reinos] podiam estar diante
dele” (SILVA, 1986, p. 151 – acréscimo nosso).
1.4 “... e ele fazia conforme
a sua vontade e se engrandecia” (Dn 8.4b). Em 550 a.C., Ciro, o persa, se
rebelou contra os medos, que até então detinha o poder e se tornou cabeça dos
dois povos; esse acontecimento fez com que a Pérsia se elevasse sobre a Média.
Esse também é o significado das passagens registradas em Daniel 7.5, onde lemos
que o urso “se levantou sobre um dos seus lados”; e de Daniel 8.3
onde lemos que um chifre era “mais alto que o outro; e o mais alto subiu
por último”.
II
– A VISÃO DE UM BODE: O IMPÉRIO GREGO
2.2 “Dirigiu-se ao carneiro
que tinha as duas pontas, ao qual eu tinha visto diante do rio; e correu contra
ele com todo o ímpeto da sua força. [...] e feriu o carneiro e lhe
quebrou as duas pontas [...] e o lançou por terra e o pisou aos pés; não houve
quem pudesse livrar o carneiro da sua mão” (Dn 8.6,7). Daniel descreve uma profecia que
já teve seu cumprimento na história, a saber, o império Grego simbolizado pelo
bode, guerreando contra o império Persa, simbolizado por um carneiro. O
poderoso bode não apenas feriu o carneiro como também lhe quebrou ambos os
chifres. “O presente versículo foi escrito antes de seu cumprimento (talvez 200
anos antes). Alexandre combateu, de fato, o Império Medo-persa, mais ou menos
em 331 a.C. E esta profecia foi escrita por Daniel, mais ou menos em 539 a.C. É
uma predição notável o choque de dois Impérios mundiais” (SILVA, 1986,
p. 153 – acréscimo nosso).
2.3 “E o bode se engrandeceu
em grande maneira; mas, estando na sua maior força, aquela grande ponta foi quebrada;
e subiram no seu lugar quatro também notáveis, para os quatro ventos do céu” (Dn
8.8). A grande
ponta, como já vimos, diz respeito a Alexandre, o Grande, “um dos guerreiros
mais brilhantes dos tempos antigos. Ele foi rei da Macedônia, fundador do
helenismo, gênio militar e propagador da cultura grega e grande imperador
grego. Em doze anos de reinado Alexandre tinha o mundo a seus pés. Morreu em
323 a.C., em Babilônia, aos 33 anos de idade. As quatro pontas notáveis que
surgiram em seu lugar diz respeito a seus quatro generais que assumiram o
império grego depois de sua morte: Cassandro ficou com a Macedônia; Lisímaco
com a Trácia e quase toda a Ásia Menor; Selêuco ficou com a Síria,
Babilônia e Palestina; Ptolomeu ficou com o Egito. Essas divisões
correspondem hoje à Grécia, Turquia, Síria, Iraque e Egito” (GILBERTO, 2010, p.
41).
2.4 “E de uma delas saiu uma
ponta mui pequena, a qual cresceu muito para o meio dia, e para o oriente, e
para a terra formosa” (Dn 8.9). “Trata-se
do rei selêucida Antíoco Epifânio, o opressor de Israel no AT, o qual procedeu
da Síria, uma das divisões do império grego, de que já falamos. Ele é conhecido
como o "Anticristo do Antigo Testamento", tal a perseguição
que infligiu ao povo judeu no século II a.C., durante o chamado Período
Inter-bíblico (período que vai de Malaquias a Mateus - cerca de 400 anos).
Antíoco reinou de 175 a 167 a.C. Ele decidiu exterminar o povo judeu e sua religião.
Chegou a proibir o culto a Deus. Recorreu a todo tipo de torturas para forçar
os judeus a renunciarem à sua fé em Deus. Isto deu lugar à famosa Revolta dos
Macabeus, uma das páginas mais heroicas da história de Israel. Epifânio quer dizer
o magnífico. Ele era assim chamado por seus amigos. Seus inimigos o chamavam
"Epimânio", que quer dizer “louco” (GILBERTO, 2010, p. 41).
III – GRÁFICO
COMPARATIVO DOS DOIS IMPÉRIOS NAS PROFECIAS DE DANIEL
IMPÉRIO
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CAPÍTULO 2
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CAPÍTULO 7
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CAPÍTULO 8
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O império medo persa é representado
pelo peito e braços de prata da estátua (Dn 2.32b,39); pelo urso com três costelas
entre os dentes (Dn 7.5); e pelo carneiro com duas pontas (Dn 8.3,4,20).
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O império grego está
representado pelo ventre e coxas de cobre (Dn 2.32c, 39b), pelo leopardo com
4 asas e 4 cabeças (Dn 7.6); e pelo bode peludo (Dn 8.5,21).
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IV
– A INTERPRETAÇÃO DAS VISÕES DE DANIEL
CONCLUSÃO
Como pudemos ver, Deus mostrou ao
profeta Daniel, em visões, um carneiro e um bode, que representavam os impérios
que surgiriam depois da Babilônia, ou seja: o império medo-persa e o império
grego, bem como o surgimento de Alexandre, o grande e de Antíoco Epifânio, um
tipo do Anticristo.
REFERÊNCIAS
Ø GILBERTO,
Antônio. Daniel e Apocalipse. CPAD.
Ø SILVA, Severino
Pedro da. Daniel Versículo por Versículo. CPAD.
Ø STAMPS, Donald
C. Bíblia de Estudo Pentecostal. CPAD.
Ø WALVOORD,
John F. Todas as Profecias da Bíblia. VIDA.
Por Rede Brasil de
Comunicação
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