Dn
7.3-8; 13,14
INTRODUÇÃO
Nesta lição estudaremos as
semelhanças dos impérios mundiais que existem entre os capítulos 2 e 7 do livro
de Daniel, bem como sobre o Reino do
Messias. Perceberemos que até o capítulo 6 deste livro as profecias giram em
torno dos gentios, e, a partir do 7, giram em torno, principalmente, dos
judeus. Analisaremos os fatos históricos já cumpridos e os escatológicos, e por
fim, veremos que o Reino Milenial é real e se cumprirá literalmente.
I
– INFORMAÇÕES GERAIS DE DANIEL 7
Cronologicamente, este capítulo 7
vem antes do capítulo 5; basta comparar Dn 5.30,31 com Dn 7.1. “Três importantes
mudanças têm início neste capítulo sete. 1º) Até o capítulo 7 a matéria
é principalmente histórica. Daí em diante é principalmente preditiva, ou seja,
escatológica; 2º) Até agora Daniel fora o agente divino na revelação, interpretando
sonhos de Nabucodonosor (Dn 2.13-45; 4.1-27). Daqui para frente, um anjo
interpreta os sonhos e as visões do próprio Daniel (Dn. 7.16; 8.15-17; 9.20-23;
10.10-14), e 3º) Até agora o autor (Daniel) falou na terceira pessoa;
daqui para frente ele escreve na primeira, dando um relatório mais íntimo de
suas experiências” (MOODY, sd, p. 47 – acréscimo nosso). “Aqui temos a
continuação do capítulo 2, o assunto é o mesmo, em continuação: as quatro
últimas potências mundiais. No capítulo 2 esses impérios são representados por
uma estátua, já no presente capítulo, esses mesmos impérios são representados
por quatro animais. No capítulo 2, por meio de Nabucodonosor, Deus revelou o
lado político desses últimos impérios mundiais. A Daniel, nesse capítulo, Deus
revelou o lado moral e espiritual” (GILBERTO, 2010, p. 33).
II
– SEMELHANÇAS ENTRE OS REINOS MUNDIAS DE DANIEL CAPÍTULO 2 E 7
É significativo que as nações, em
geral, escolhem, inconscientemente para si, símbolos nacionais provenientes de animais
ferozes e aves de rapina. Concorda-se de modo geral que a sucessão dos quatro
domínios gentios apresentados no capítulo 7 é do mesmo significado da visão
anterior do capítulo 2. Convém salientar que, particularmente nas profecias de Daniel
e do Apocalipse, animais simbolizam reinos. “Sobrepondo-se à profecia da
estátua no sonho de Nabucodonosor, os animais representam a Babilônia (o leão),
a Medo-Pérsia (o urso), a Grécia (o leopardo) e Roma (o animal terrível)” (LAHAYE,
2009, p. 177 – acréscimo nosso).
Capítulo 2 Capítulo
7
IMPÉRIO
|
MATERIAL
|
TEXTO
|
ANIMAL
|
TEXTO
|
Babilônico
|
Cabeça
de Ouro
|
Dn 2.32a, 37,38
|
Leão com
duas asas
|
Dn 7.1-4
|
Medo-Persa
|
Braços e Peito
de Prata
|
Dn 2.32b,39
|
Urso com três costelas
entre os dentes
|
Dn 7.5
|
Grego
|
Ventre e Coxas de
Bronze
|
Dn 2.32c, 39b
|
Leopardo com
quatro asas e
quatro cabeças
|
Dn 7.6
|
Romano
|
Pernas de Ferro
|
Dn 2.33a, 40
|
Animal terrível, espantoso
e
muito forte
|
Dn 7.7,19,23
|
Anticristo
|
Pés de Ferro
e Barro
|
Dn 2.33b, 41-43
|
Os Dez Chifres
|
Dn 7.8,24,25
|
III
– ANALISANDO O TEXTO DO CAPÍTULO 7 DE DANIEL
O capítulo 7 revela um sonho e
visões dadas por Deus ao profeta Daniel acerca dos impérios mundiais. Vejamos:
3.1 “... Eu estava olhando, na
minha visão da noite, e eis que os quatro ventos do céu...” (Dn 7.2-b). O uso em outros lugares indica
que os ventos representam o poder providencial de Deus através do qual Ele
controla as nações, agitando-as ou apaziguando-as (Jr. 23.19; 49.36; 51.1; Zc.
6.1-6; 7.14; Ap. 7.1-3). Rûah pode ser traduzido para
"espírito" ou "vento", e aqui é propositadamente ambíguo.
Jerônimo acha que os ventos representavam os anjos. “...combatiam no grande
mar” (Dn 7.2-c).
3.2 “Quatro animais grandes
diferentes uns dos outros subiam do mar” (Dn 7.3). Os animais descritos estão
ligados a cada nação neste sonho com suas próprias características especiais,
embora todas partilhem do mesmo caráter brutal e irracional. Simbolicamente,
mar ou águas simbolizam povos (Dn 7.3; Ap 17.15); ventos, representam guerras
(Jr 4.11; 25.32; Hc 1.11); asas, significa rapidez (Dn 7.4; Hc 1.6-8); chifres
(ou pontas), significa reinos (Dn 7.7,24; 8.7-9); e braços, significam ajuda de
exércitos (Dn 11.31). Vejamos a semelhança desta visão com o sonho de
Nabucodonosor:
3.2.1 O leão simboliza a
Babilônia. O
leão é a Babilônia (Dn 7.4). Além de Daniel, outros profetas falaram disso (Jr 4.6,7;
48.40; Ez 17.3). O leão, rei dos animais, corresponde à cabeça de ouro, o mais
valioso dos metais da estátua do capítulo 2, isto é, Babilônia (Dn 2.32,37,38).
O leão foi o animal adotado pelos babilônicos como o símbolo de seu império,
isso fala da primazia da Babilônia sobre os que se seguiram. As asas de águia
falam de velocidade, como o leão, da força deste reino. São símbolos naturais
dificilmente precisando de explicação (II Sm 1.23; Jr 49.19-22; Ez 17.3-24).
3.2.4 O animal terrível é um
símbolo adequado para o império romano restaurado que será regido pelo
Anticristo. O
quarto animal (Dn 7.7,8,11,19-24) corresponde às pernas de ferro e pés de barro
e ferro da estátua do capítulo 2, ou seja, ao Império Romano restaurado (Dn
2.33b,41-43). Todos os intérpretes concordam que este será o período do Anticristo.
O quarto animal seria um rei ou reino, como os demais animais (Dn 7.17,23).
Esse animal tinha dentes de ferro (v. 7). Seria o reino da força, da
ferocidade, do esmagamento, como foi o Império Romano. Os dez chifres do
versículo 7 correspondem a dez futuros reis (v. 24). Esses futuros reis, ou
reinos, correspondem aos dez dedos dos pés da estátua do capítulo 2.41,44, e
aos dez chifres da besta de Apocalipse 13.1 e 17.12, a saber, ao Anticristo e
suas nações confederadas durante o período da Grande Tribulação.
3.2.5 O chifre pequeno representa
o futuro Anticristo (Dn 7.8). Esse
futuro reino é equivalente ao da primeira besta de Apocalipse 13.1-8, e
17.12-17. Até hoje não ocorreu esta forma de governo. Ele, ao emergir entre os
dez reinos, abaterá três reis (Dn 7.8). Essa expressão do Império Romano em dez
reinos ainda não ocorreu, pois quando esse império deixou de existir tinha
apenas duas formas, correspondentes às duas pernas da estátua (Dn 2.33-a,40),
isto é, o Império Romano do Ocidente e do Oriente. O primeiro caiu em 476 d.C.
O segundo, em 1453. A divisão do império em dois deu-se em 395 d.C. Portanto,
os fatos proféticos de Dn 7.7 e 8 são ainda futuros, como bem mostra o livro de
Apocalipse. O texto de Daniel 7.24 afirma que esses países se formarão “daquele
mesmo reino”.
IV
- O REINO DO MESSIAS
No capítulo 2 do livro de Daniel
encontramos algumas características do Reino do Messias: (1) É de origem
divina (Dn 2.44); (2) sucederá os reinos da terra (Dn 2.34,35); (3) excederá
todos os demais reinos (Dn 2.34); (4) será eterno (Dn 2.44); (5) será
de alcance mundial (Dn 2.35,44) e (6) será visível e real (Dn 2.35). “O
Milênio será a sétima e última dispensação; será a dispensação da “plenitude
dos tempos” (Is 2.2; Mt 19.28; Ef 1.9,10; Ap 10.7; 11.15). Em Apocalipse 20,
encontramos por seis vezes a expressão “mil anos” com a significação especial
(vv 2,3.4,5,6,7). Nessa época Jerusalém será o centro de adoração para todos os
povos e a Capital religiosa do mundo (Jr 3.17; Zc 14.14-21). O Milênio será um
tempo de restauração. Ao invés do pecado, a justiça encherá a terra; Satanás
terá sido amarrado (Ap 20.1-3), o Anticristo e o falso profeta serão lançados
no lago de fogo (Ap 19.20)” (SILVA, 1998, p. 133) .
CONCLUSÃO
Como pudemos ver, o Soberano Deus
mostrou ao rei Nabucodonosor, em sonhos, os impérios mundiais, sendo representados
por uma grande estátua, revelando o lado político dos reinos que sucederiam a
Babilônia. Já ao profeta Daniel, o Senhor revelou o lado
moral e espiritual desses impérios, por intermédio das visões dos quatro
animais. Quanto ao Reino do Messias, ele é descrito, em ambos os capítulos,
como um reino eterno, que jamais terá fim (Dn 2.2.44; 7.27).
REFERÊNCIAS
Ø CABRAL,
Elienai. Integridade Moral e Espiritual: O Legado do Livro de Daniel
para a Igreja Hoje. CPAD
Ø GILBERTO,
Antonio. Daniel & Apocalipse. CPAD.
Ø PFEIFFER,
Charles F. Comentário Bíblico Moody: Daniel. Editora Batista Regular.
Ø SILVA,
Severino Pedro da. Escatologia: doutrina das últimas coisas. CPAD.
Ø STAMPS,
Donald C. Bíblia de Estudo Pentecostal. CPAD.
Por Rede Brasil de
Comunicação
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