sexta-feira, 28 de abril de 2023

LIÇÃO 05 – MOTIM EM FAMÍLIA



 
 
 
Nm 11.1-7; 12.1-8
  



INTRODUÇÃO
Nesta lição, estudaremos o terrível mal da murmuração e suas graves consequências para a família. O motim é o ápice do problema, queixumes e ciúmes dão o tom dos capítulos que estudaremos hoje. Infelizmente uma família chamada para servir, acabou esquecendo quem realmente controlava seus chamados. Hoje aprenderemos os drásticos fins daqueles que entram no caminho de rebelião e motim.
 
 
I. DEFINIÇÃO DAS PALAVRAS MOTIM E REBELIÃO
1. Definição do termo motim.
A palavra é o mesmo que insurreição, organizada ou não, contra qualquer autoridade civil ou militar instituída, caracterizada por atos explícitos de desobediência, de não cumprimento de deveres, de desordem, acompanhada de levante de armas e de grande tumulto (HOAUSISS. 2001, p. 1968).
 
1. Definição do termo rebelião.
De acordo com o dicionarista Antônio Houaiss (2001, p. 2394) rebeldia é: “qualidade ou característica de rebelde; ato de rebelar-se; não conformidade; oposição, resistência; obstinação excessiva; qualidade da pessoa que não obedece ou que se opõe a uma autoridade; vontade contrária ou oposta; teimosia; revelia; birra; revolta, indisciplina, insubmissão, insubordinação”. Ou seja, rebelião é um atentado, uma resistência à autoridade estabelecida, seja ela familiar, governamental ou espiritual (Dt 21.18; 31.27; Jr 4.17).
 
 
III. CONHECENDO A FAMÍLIA DE MOISÉS
Moisés, Arão e Miriã formavam uma equipe enviada por Deus para ajudar a nação de Israel (Mq 6.4). Eles trabalharam arduamente durante muitos anos para que o projeto de Deus fosse alcançado. Antes de destacarmos suas características que levaram a rebelião, é importante notar que eles foram usados por Deus.
 
1. Miriã.
Deus havia usado Miriã para salvar a vida de seu irmão mais novo (Êx 2.1-10), ele esteva atenta o tempo todo para proteger seu pequeno irmão. Além de ser uma profetisa, ela dirigia as mulheres israelitas no louvor a Deus: “Então Miriã, a profetisa, a irmã de Arão, tomou o tamboril na sua mão, e todas as mulheres saíram atrás dela com tamboris e com danças. E Miriã lhes respondia: Cantai ao Senhor, porque gloriosamente triunfou; e lançou no mar o cavalo com o seu cavaleiro” (Êx 15.20, 21). Foi parte muito importante no desenvolvimento do ministério de Moises.
 
2. Arão.
Arão era filho de Anrão e Joquebede ambos oriundos da tribo de Levi (Êx 2.1). Ele era o irmão do meio, numa família de três filhos (Êx 6.20; Nm 26.59). Arão nasceu durante a opressão de Israel no Egito, mas evidentemente antes do decreto genocida de Êxodo 1.22. Tinha três anos de idade quando Moisés nasceu (Êx 7.7). Quando cresceu casou com Eliseba e teve quatro filhos: Nadabe, Abiú, Elezar e Itamar (Êx 6.23; Lv 10.1,6; 1Cr 24.1). Durante toda a narrativa do Êxodo Arão é um auxiliar de Moisés (Êx 4.14). A Bíblia como um todo fala gentilmente de Arão. Nos Salmos ele é chamado de pastor (Sl 77.20); sacerdote (Sl 99.6); escolhido (Sl 105.26); santo (Sl 106.16) e ungido (Sl 133.2).
 
3. Moisés.
Moisés pertencia a tribo de Levi, e era filho de Aarão e sua esposa Joquebede(Ex 6:20). Os outros membros de sua família imediata eram Aarão e Miriã (Nm 26:59), seu irmão e sua irmã mais velhos que ele. Por meio de sua esposa Zípora (Ex. 2:21 - filha de um sacerdote midianita), Moisés teve dois filhos, Gérson e Eliezer. Conforme o historiador judeu Flávio Josefo, Moisés nasceu em Heliópolis, no Egito. Moisés recebera de Deus o chamado para ser líder de Israel aos oitenta anos de idade quando o Senhor lhe apareceu do meio de uma sarça que estava em chamas e o comissionou para libertar o seu povo da escravidão egípcia (Êx 3.1-22; At 7.22-30). O Anjo do Senhor lhe apareceu em uma chama de fogo (Êx 3.2) e se revelou como o Deus de Abraão, de Isaque e de Jacó (Êx 3.6). Moisés foi fiel ao seu chamando (Nm 12.7; Hb 3.2,5).
 
 
III. OS MOTIVOS DA REBELIÃO DE MIRIÃ E ARÃO
Ao analisar a passagem por completo de Números 12, descobrimos que o pecado do povo é evidenciado também em Arão e Mirian. Ao que tudo indica Miriã incitou toda a discórdia e por isso foi punida pelo próprio Deus. Entre os problemas destacamos o ciúme, o apego ao reconhecimento e principalmente a falta de respeito a liderança estabelecida por Deus são evidenciados neste ato. Resumimos em dois os grandes motivos da rebelião:
 
1. Por causa da esposa estrangeira de Moisés (Nm 12.1).
Desde que Moisés não se casasse com uma mulher dos povos cananeus (Êx 34.12-16), sua escolha era aceitável ao Senhor. Nas Escrituras, Cuxe normalmente refere-se a um povo que vivia próximo ao Egito, mas algumas versões traduziram o termo hebraico como “Etiópia”. Isso levou a pensar que a segunda esposa pertencia a outra raça e, portanto, não era aceitável. (WIERSBE, 2015, p. 433).
 
2. Alegavam ser também porta-vozes de Deus tanto quanto Moisés (Nm 12.2).
Moisés era o único porta-voz do Senhor? Miriã e Arão não tinham também o direito de proclamar a Palavra de Deus? Na realidade, tudo indica que os dois estavam com ciúmes do papel eminente de Moisés como único canal da revelação de Deus, conforme sugere sua queixa: Porventura, tem falado o Senhor somente por Moisés? Não tem falado também por nós? Ao questionar a vontade de Deus e a autoridade de Moisés, Miriã e Arão estavam agindo exatamente como o povo de Israel. Moisés, porém, não respondeu nem tentou se justificar, mas deixou que o Senhor o defendesse. Foi um sinal de mansidão, pois a mansidão não é fraqueza é ter poder, mas não o usar a qualquer hora e de qualquer jeito. O comentarista Champlin (2001, p.646) analisa o seguinte: “A rebeldia deles foi um grande erro de cálculo, visto que o poder de Yahweh estava por trás de Moisés, e quem se opunha a ele opunha-se ao Senhor”.
 
 
IV. RESULTADOS DO MOTIM DE MIRIÃ E ARÃO
Rebelião (Nn 12.1): “E falaram Miriã e Arão contra Moisés […]”.
Inveja (Nm 12.2): “E disseram: Porventura falou o Senhor somente por Moisés? Não falou também por nós? […]”.
Falta de temor (Nm 12.8): “por que, pois, não tivestes temor de falar contra o meu servo, contra Moisés? […]”.
Ira de Deus (Nm 12.9): “Assim a ira do Senhor contra eles se acendeu; e retirou-se”.
Juízo divino (Nm 12.10): “E a nuvem se retirou de sobre a tenda; e eis que Miriã ficou leprosa como a neve […]”.
Pecado (Nm 12.11): “Por isso Arão disse a Moisés: Ai, senhor meu, não ponhas sobre nós este pecado, pois agimos loucamente, e temos pecado”.
Vergonha (Nm 12.14): “E disse o Senhor a Moisés: Se seu pai cuspira em seu rosto, não seria envergonhada sete dias? […]”.
 
 
V. A PUNIÇÃO DE DEUS DIANTE DO MOTIM DE MIRIÃ E ARÃO
1. Deus precisou intervir.
Deus deixou claro que Moisés era mais do que um profeta, pois o Senhor se comunicava com ele pessoalmente e até revelou-lhe sua glória (Êx 19.16-19; 24.17,18; 34.5-11). Tanto Miriã quanto Arão tinham seus respectivos ministérios, mas Deus havia escolhido Moisés para liderar Israel, e ninguém podia tomar o lugar dele. Foi o Senhor quem deu a Moisés sua posição e autoridade, e foi errado Miriã desafiar o irmão.
 
2. Deus expôs a sedição de Arão e Miriã.
Deus convocou Moisés, Miriã e Arão ao tabernáculo, onde manifestou a Sua presença, indicando qual era a Sua vontade. E todos os três foram compelidos a obedecer prontamente. O Senhor não permitiu que um câncer se desenvolvesse. A inclusão do nome de Arão aqui, tal como no primeiro versículo, depois do nome de Miriã, sugere que ela era a cabeça pensante da rebelião (CHAMPLIN, 2010, p. 647).
 
3. Deus feriu Miriã.
Apesar de Miriã ter sido curada, teve de ficar fora do acampamento durante sete dias (Lv 13.1-6; 14.1-8; 15.8), pois havia sido contaminada. Isso lhe causou grande vergonha, pois o acampamento ficou sabendo do que havia acontecido. Significou, também, um atraso para o povo, pois tiveram de esperar pela restauração de Miriã antes de poder seguir viagem. O pecador rebelde é sempre motivo de atraso no progresso do povo de Deus (WIERSBE, 2015, p. 433).
 
 
VI. MOISÉS UM HOMEM MANSO E HUMILDE
Segundo o dicionário da língua portuguesa, humildade significa: “ausência completa de orgulho, rebaixamento voluntário por um sentimento de fraqueza ou respeito; praticar a humildade, modéstia, pobreza”. Percebamos que a humildade diz respeito a ausência de orgulho ou soberba, e é exatamente este o comportamento de Moises.
 
1. Moisés o homem mais manso da terra.
Esta referência a Moisés como o homem mais manso da terra é provavelmente uma explanação complementar escrita por Josué após a morte de Moisés. O termo original significa tanto manso como humilde. A humildade de Moisés consistia em sua confiança em Deus como Senhor; daí ser ele isento de egoísmo e ambições carnais. Quando sob afronta ou ameaça, Moisés dependia de Deus e nEle confiava como seu socorro e defesa. As Escrituras afirmam que Deus se compraz em assistir ao humilde (Sl 22.26; 25.9; 147.6; 149.4; Mt 5.5; 1Pe 5.6). Jesus, como profeta semelhante a Moisés (At 7.37), foi manso e humilde de coração (Mt 11.29) e entregava-se a Deus ao ser maltratado (1Pe 2.23).
 
2. Moisés não se defendeu.
A Bíblia diz que: “[...] era o homem Moisés mui manso, mais do que todos os homens que havia sobre a terra” (Nm 12.3). Na passagem estudada hoje, o servo do Senhor em nenhum momento tentou se defender. No entanto, Deus falou por Moisés, mostrando aos seus irmãos que apesar de também comunicar-se com eles, havia colocado Moisés sobre eles e com este servo do Senhor tinha um relacionamento diferenciado (Nm 12.4-9).
 
6.3 Moisés intercede por sua irmã.
Moisés, agindo com mansidão, em nenhum momento procurou prevalecer contra seus irmãos, muito pelo contrário, ao ver sua irmã sendo punida pelo Senhor com uma enfermidade, rogou para que Deus a curasse, e o Senhor o ouviu, limitando a punição por apenas sete dias (Nm 12.13-15). A mansidão é indispensável também nos relacionamentos familiares, uma mulher rixosa não contribui para a o crescimento espiritual de sua família (Pv 14.1; 21.19).
 
 
CONCLUSÃO
Concluímos que Deus não aceita que mesmo em ambientes familiares tratemos nossos irmãos com desprezo, que por ciúme duvidemos de sua chamada e vocação. Deus sabe o que faz, quem chama o porquê chama, compete a nós ter um espírito quebrantado e servir ao Senhor com alegria.
 

 
 
REFERÊNCIAS
Ø  STAMPS, Donald C. Bíblia de Estudo Pentecostal. CPAD.
Ø  CHAMPLIN, R. N. Comentário do Antigo Testamento. Vol. 1. HAGNOS.
Ø  WIERSBE. W., Warren. Comentário Bíblico Expositivo do Antigo Testamento. Vol. 1. GEOGRÁFICA.
Ø  GARDNER, Paul. Quem é quem na Bíblia Sagrada. VIDA.
  
 
Por Rede Brasil de Comunicação.
 



LIÇÃO 05 - PRESTANDO UM CULTO SANTO A DEUS (VÍDEO AULA)




 

LIÇÃO 05 - MOTIM EM FAMÍLIA (V.02)


Vídeo Aula - CPAD

 

quinta-feira, 27 de abril de 2023

LIÇÃO 05 - MOTIM EM FAMÍLIA (V.01)


Vídeo Aula - Pastor Ciro

 

QUESTIONÁRIOS DO 2° TRIMESTRE DE 2023






ENCORAJAMENTO,
INSTRUÇÃO E CONSELHO -
Alcance uma Vida Cristã Feliz
com os Ensinos dos Salmos.










Lição 04

Hora da Revisão

A respeito de “O Bom Pastor está Comigo”, responda:
 
 
1. Quais as duas imagens presentes no Salmo 23?
A imagem do pastor e a imagem do anfitrião.
 
2. Quais versículos mostram como Deus preenche o interior do ser humano?
“Deitar em verdes pastos" e "guiar as águas tranquila".
 
3. Segundo a lição, qual a visão realista que o salmista tem da vida?
O salmista tem uma visão realista da vida. Sabe que o dia mal pode chegar a qualquer momento, mas também sabe que o pastor não o deixará em falta: Tu estás comigo" (v.4).
 
4. Que ideia a expressão “preparas uma mesa” traz?
A expressão “preparas uma mesa” traz a ideia de o anfitrião convidar o justo para uma refeição.
 
5. Segundo a lição, qual é a ideia presente nas expressões “habitar na Casa do Senhor ‘por dias sem fim' ou ‘todos os dias da minha vida?"
Aqui a ideia é de servir a Deus por toda a vida.

 

QUESTIONÁRIOS DO 2° TRIMESTRE DE 2023



 

 
RELACIONAMENTOS EM FAMÍLIA -
Superando Desafios e Problemas
com Exemplos da Palavra de Deus.
  










Lição 04
 

Revisando o Conteúdo
A respeito de "Ídolos na Família" responda:


1. Por que Raquel furtou os ídolos de seu pai?
Raquel furtou os ídolos de seu pai porque ele não lhe daria herança e naquela cultura quem os possuísse, teria direito à mesma.
 
2. Mica roubou alguém de sua própria família. Quem foi essa pessoa?
Mica roubou a própria mãe.
 
3. Por que Mica devolveu todo o dinheiro à sua mãe.
Por temer sofrer com a maldição da mãe.
 
4. O que eram os “terafins”?
Terafins eram ídolos fabricados de madeira, pedra ou barro, adorados como amuletos para proteção familiar e pessoal.
 
5. Cite três exemplos de ídolos domésticos dos dias atuais.
Um carro, dinheiro ou um estilo de vida.



segunda-feira, 24 de abril de 2023

LIÇÃO 04 – ÍDOLOS NA FAMÍLIA



 
 
 
Gn 31.17-19, 33-35; Jz 17.1,3-5

 
 

INTRODUÇÃO
Na lição desta semana, estaremos estudando o quanto prejudicial pode ser a família que permite que a idolatria se forme em seu seio. A partir dos exemplos de Labão e Raquel, e Mica, aprenderemos que mesmos personagens que conhecem a Deus, podem em algum momento, ceder à tentação da idolatria. Definiremos idolatria, no Antigo e Novo testamento, comentaremos sobre os ídolos familiares, além de mostrarmos os prejuízos que uma família pode colher por sucumbir ao pecado da idolatria. E concluiremos apresentando os ídolos familiares e como proteger a família da idolatria.
 
 
I. DEFINIÇÃO DE IDOLATRIA
O dicionário de Houaiss define idolatria como: “culto que se presta a ídolos” do grego “eidololatreia” (2011, p. 1567). Teologicamente “a idolatria pode ser considerada também o amor excessivo por alguma pessoa, ou objeto. Amor este que suplanta o amor que se deve devotar, voluntária, incondicional e amorosamente, ao único e verdadeiro Deus” (ANDRADE, 2006, p. 220). “Essa palavra vem do grego: “eidolon” que significa: “ídolo”, e “latreuein” que quer dizer “adorar”. Esse termo refere-se à adoração ou veneração a ídolos ou imagens, quando usado em seu sentido primário. Porém, em um sentido mais lato, pode indicar a veneração ou adoração a qualquer objeto, pessoa, instituição, ambição, etc., que tome o lugar de Deus, ou que lhe diminua a honra que lhe devemos” (CHAMPLIN, 2004, p. 206). Notemos esta prática citada nas Escrituras:
 
1. No Antigo Testamento.
Quando os israelitas saíram do Egito, com destino a Canaã, Deus lhes deu a Lei (Êx 20; Dt 5), que lhes advertia para que não aprendessem as práticas idólatras dos povos de Canaã (Êx 20.2-4,23; 23.13,24,32; Lv 19.4; 26.1; Dt 7.5,25; 12.3). Após a conquista da Terra prometida, os hebreus não expulsaram completamente os pagãos como Deus havia ordenado (Jz 2.1-3). Isto se tornou um laço para eles, pois aderiram facilmente ao culto idólatra (Jz 2.11; 3.7,12; 4.1; 6.1; 10.6; 13.1). Nos períodos de apostasia, os profetas foram levantados por Deus para advertirem aos israelitas que se abstivessem do paganismo (1Rs 14.9; Is 2.8,9; 57.5; Jr 1.16). Porém, o povo de Deus não os ouviu, e, por isso, experimentaram, o amargo cativeiro (2Rs 17.1-23; 2Cr 36.11-21).
 
2. No Novo Testamento.
Se a idolatria era combatida com rigor no AT, não foi diferente no NT. O Senhor Jesus condenou o amor à riqueza, que é uma forma de idolatria (Mt 6.24). A recomendação apostólica feita no Concílio de Jerusalém condenou severamente a adoração a ídolos (At 15.28,29). Os apóstolos combateram veementemente o envolvimento dos cristãos com essa prática pagã. Paulo, por exemplo, exortou aos cristãos de Corinto a fugirem da idolatria (1Co 10.14); e condenou a avareza, que também é uma forma de idolatria (Cl 3.5). Pedro e João também condenaram as práticas idólatras (1Pe 4.3; 1Jo 5.21).

 
II. ÍDOLOS FAMILIARES OU ÍDOLOS DO LAR
1. Os ídolos familiares.
Eram imagens de escultura, feitas em honra a diversas divindades, deuses da lareira, tal como hoje as pessoas põem ídolos em nichos, em suas casas. O comportamento de Labão revela uma ambiguidade espiritual, pois ao mesmo tempo em que tinha consciência da adoração a Deus: “Labão e Betuel responderam: Isso procede do Senhor. Nada temos a dizer, nem a favor e nem contra” (Gn 24.50 - NAA), flertava com a idolatria, tendo seus ídolos familiares furtados por sua filha Raquel (Gn 31.19), além de admitir a prática da adivinhação (Gn 30.27 - NAA). Parece mais provável que Raquel cresse na eficácia de orações e ritos realizados diante dessas imagens, e benefícios que esses terafins poderiam conferir. Tais ídolos eram postos nos lares a fim de protegê-los e trazer-lhes prosperidade.
 
2. Os ídolos familiares e as heranças.
Os tabletes de Nuzi (tratados de leis familiares) do Séc. XV a.C. associam esses ídolos do lar aos direitos de herança, mas não é provável que Raquel pensasse que eles pudessem garantir herança para Jacó (CHAMPLIN, 2001, p. 206). Portanto, embora os ídolos do lar sejam mencionados por muitos estudiosos como um documento utilizado nas relações imobiliárias, tendo força de “escritura”, porém, não parece ser esse o objetivo e motivo da subtração dos ídolos por parte de Raquel, sua filha, mostrando que a idolatria ainda fazia parte de sua vida.
 
 
III. CENÁRIO POLÍTICO-SOCIAL DE ISRAEL NA ÉPOCA DE MICA
1. Período dos juízes.
Este período vai da morte de Josué até o fim do governo de Samuel. A forma de governo era teocrática, isto é, Deus era o governante direto da nação. Nesse período houve um ciclo vicioso com a nação de Israel: Israel fazia o que era mau aos olhos do Senhor (Jz 2.11; 3.7); o Senhor lhes entregava nas mãos dos inimigos; o povo, então, se arrependia dos seus pecados e clamava a Deus; e Deus levantava um juiz que julgava o povo, e subjugava seus inimigos (Jz 2.16). Enquanto aquele juiz julgava, o povo temia ao Senhor. Porém, após a morte do juiz, o povo tornava a fazer o que parecia mal aos olhos do Senhor, tornando assim um período de altos e baixos para a nação. Samuel foi o maior líder espiritual desse período e, além de juiz, foi também Sacerdote e Profeta (1Sm 3.20; 7.15; 12.1-5; At 3.24).
 
2. Período sem uma liderança central.
Com a morte de Josué, e os anciãos que viveram em sua época (Jz 2.6), levantou-se em Israel uma geração que não conhecia a Deus (Jz 2.10), sem uma liderança centralizada (Jz 17.6; 18.1; 19.1; 21.25), pois “[…] cada um fazia o que bem lhes parecia aos seus olhos” (Jz 17.6).
 
3. Período de idolatria.
Fica claro, que esse período foi caracterizado por um crescimento devastador da idolatria em Israel (Jz 1-2,17-21). Sem uma liderança centralizada, sem uma geração que não foi ensinada nos princípios da Palavra, o resultado não poderia ser diferente: degradação espiritual e moral de Israel.
 
 
IV. A FAMÍLIA IDÓLATRA DE MICA
1. A família de Mica.
É apresentada nas Escrituras como espiritual e moralmente confusa. Temos uma mãe que amaldiçoa porque lhe roubaram dinheiro (Jz 17.2), mas retira a maldição e abençoa o filho por ter lhe devolvido. Com o dinheiro recuperado, destina parte para o Senhor (Jz 17.3), e a outra, destina para a fabricação de uma imagem de escultura e uma de fundição (Jz 17.4). Esta imagem fica na casa de Mica, que a transforma num santuário. Faz uma estola sacerdotal, alguns ídolos do lar, e consagra um de seus filhos para ser sacerdote (Jz 17.5).
 
2. Problemas familiares causados pelo afastamento de Deus.
Com a família distante de Deus, é perceptível o desastre espiritual demonstrado em Juízes 17, que envolveu: a desonra aos pais (v. 2), a mentira (v. 2), a cobiça (v. 2); a desonra ao nome do Senhor (vv. 2,13); adorou a outros deuses (vv. 3-5); construiu imagem de esculturas (v. 3); furto (v. 2), ou seja, a família conseguiu quebrar quase todos os mandamentos, e isso sem sentir remoso, arrependimento ou temor ao Senhor (Ver as duas relações dos Dez mandamentos (Êx 20.1-17; Dt 5.7-21).
 
 
V. ÍDOLOS FAMILIARES MODERNOS
1. Avareza.
A Bíblia ensina claramente que a avareza, ou seja, o amor ao dinheiro é idolatria (Cl 3.5). O Senhor Jesus ensinou que ninguém pode servir a Deus e a Mamom, que é o deus da riqueza (Mt 6.24). E, o apóstolo Paulo diz que o amor do dinheiro é a raiz de toda espécie de males, e que os que querem ser ricos caem em muitas tentações e concupiscências (1Tm 6.9,10). Por isso, o cristão pode até ser rico, e possuir muitos bens, mas, jamais deve amar o dinheiro e a riqueza!
 
2. Autolatria.
A palavra autolatria é formada por dois vocábulos gregos: “autos”, que significa “a si mesmo” e “latria”, que quer dizer “adoração”. Logo, autolatria significa: “adoração a si próprio”. Esse tipo de idolatria também é conhecido como egolatria. Encontramos alguns exemplos na Bíblia, tais como: Lúcifer (Ez 28.11-19; Is 14.12-14) e o rei Nabucodonosor (Dn 4.29,30; 5.5.18-21). Ao se manifestar no seio familiar, os pais ou filhos afetados por esse ídolo, promoverão a desintegração familiar, haja vista que o(s) mesmo(s) só pensarão em si, e nunca, na unidade da família.
 
3. Mídias sociais.
As mídias sociais exercem um papel de grande relevância em nossa sociedade. A falta de cuidado com o uso, resultará na indisciplina com os horários para descansar, estudar, se relacionar com os amigos, com os familiares, ir à Igreja e etc. Essa falta de cuidado conduz a falta de objetivo na vida. Por isso que a vida afetiva na área familiar, espiritual e profissional têm sido severamente afetadas, causando nos mais jovens a “adultização” precoce e frustrações no processo de maturidade (Ec 3.1; 12.1; Gl 5.22), bem como a e “sexualização” precoce nas crianças. Infelizmente, há pessoas que passam mais tempo nas mídias sociais, que curtindo sua família. Há famílias que não mais se comunicam fisicamente, senão, através da mídia, mesmo vivendo na mesma casa.

4. Prosperidade.
Nunca este ídolo foi tão ovacionado. Há famílias que buscam prosperidade a qualquer custo: seja jogando na Mega-sena, loteria esportiva, ou qualquer outro meio que prometa “ganhos fáceis” e “rápidos”. Todo ganho fácil que não seja resultante do trabalho, é visto nas Escrituras como desonesto, e que acabará facilmente (Pv 13.11). A mordomia cristã nos aconselha a administrarmos com sabedoria os nossos bens e cuidarmos de nossa família (1Tm 5.18). Nossa mente dever ser ocupada com tudo que é verdadeiro, respeitável, justo, puro, amável, que tenha virtude e louvor (Fl 4.8).

5. Infantolatria.
O termo é utilizado para designar quando mães ou pais que acatam todas as vontades dos filhos, tornando-os o centro da atenção, não só de sua casa, mas de suas vidas. Tudo gira em torno do que o pequeno gosta e deseja, fazendo com que os pais abram mão, constantemente, de suas preferências para atender o pedido dos filhos. Os pais precisam lembrar que Deus estabeleceu papéis sociais para cada membro da família (Ef 5.22-25; 6.1-4), e designou aos pais, a responsabilidade da educação e formação do caráter de seus filhos (Dt 6.7-9; Pv 4.1-14; 22.6).
 
 
VI. PROTEGENDO A FAMÍLIA CONTRA A IDOLATRIA
1. Defendendo a família contra a idolatria.
Vejamos como podemos proteger nossa família contra a idolatria:
  • Santificando o lar (Lv 20.26; 2 Co 7.1; 1Ts 4.7);
  • Praticando o culto doméstico (Dt 6.7-9);
  • Mantendo uma vida de oração e jejum (Rm 12.12; Cl 4.2; 1Ts 5.17);
  • Ensinando a Palavra de Deus no lar (Pv 22.6; At 5.42);
  • Frequentando os cultos no templo assiduamente (2Cr 7.15,16; Sl 122.1);
  • Vigiando em todo tempo (At 20.31; 1Co 16.13; Cl 4.2; 1Ts 5.6.10; 1Pe 5.8).
 
 

CONCLUSÃO
Aprendemos com esta lição, a importância de cuidarmos de nossa família, buscando protegê-la dos ídolos da modernidade. Adorar ao Senhor de todo o coração, sempre será o objetivo e a canção que estará nos lábios da família cristã. Caber a nós, pais a responsabilidade da educação de nossos filhos, apresentando-os ao Senhor, ensinando-os em seus caminhos, levando-os em sua presença em oração, e, acima de tudo, sermos o exemplo vivo de um adorador(a) que conhece a Deus profundamente, pois só assim, conseguiremos tocar a alma de nossos filhos.  



  
REFERÊNCIAS
Ø  ANDRADE, Claudionor Correa de. Dicionário Teológico. CPAD.
Ø  CHAMPLIN, R. N. Enciclopédia de Bíblia, Teologia e Filosofia. HAGNOS.
Ø  RENOVATO, Elinaldo. A Família Cristã e os ataques do inimigo. CPAD
Ø  KIDNER, Derek. Gênesis: introdução e comentário. CULTURA BÍBLICA.
Ø  WIERSBE, W. W. Comentário Bíblico Expositivo NT. GEOGRÁFICA.
  
 
Por Rede Brasil de Comunicação.



quarta-feira, 19 de abril de 2023

LIÇÃO 04 - ÍDOLOS NA FAMÍLIA (V.01)


Vídeo Aula - Pastor Ciro

 

QUESTIONÁRIOS DO 2° TRIMESTRE DE 2023




 
 
ENCORAJAMENTO,
INSTRUÇÃO E CONSELHO -
Alcance uma Vida Cristã Feliz
com os Ensinos dos Salmos. 
 









Lição 03
 
Hora da Revisão
A respeito de “O Messias já Veio”, responda: 
 

1. Em qual categoria podemos classificar o Salmo 2?
O Salmo 2 está na categoria dos Salmos régios ou messiânicos.
 
2. O que a expressão “Por que se amotinam as nações” (v.1) revela?
Revela a presunção dos reis das nações ao se voltar contra o Senhor.
 
3. O que é antropopatismo?
É uma atribuição das paixões humanas a Deus.
 
4. O que a Palavra de Deus mostra?
A Palavra de Deus mostra com clareza que, seja quem for, um dia todos estaremos diante do Juiz para prestar contas de todas as nossas ações (Rm 2.6,7). E tudo será feito de acordo com a reta justiça divina (Rm 2.14-16).
 
5. O que o Salmo nos ajuda a refletir?
De maneira geral, o Salmo nos ajuda a refletir a respeito da completa rendição e submissão a Jesus.

 

QUESTIONÁRIOS DO 2° TRIMESTRE DE 2023




 
 
RELACIONAMENTOS EM FAMÍLIA -
Superando Desafios e Problemas
com Exemplos da Palavra de Deus.



 
 




Lição 03
 

Revisando o Conteúdo
A respeito de “Ciúme, o Mal que Prejudica a Família” responda: 

 
 1. O que lemos em Gênesis 37.3?
“E Israel amava a José mais do que a todos os seus filhos, porque era filho da sua velhice; e fez-lhe uma túnica de várias cores” (Gn 37.3).

2. Como os irmãos de José entenderam os seus sonhos de caráter profético? 
Os irmãos de José entenderam os sonhos como uma atitude presunçosa da parte de José.

3. Em que posição a túnica colorida colocava José? 
A túnica colorida colocava José em posição de destaque em relação aos seus irmãos.

4. O que sobra num ambiente dominado pelo ciúme? 
No ambiente onde o ciúme domina sobra desconfiança, insegurança, controle e posse.

5. Qual é o melhor antídoto para tratar as emoções negativas? 
A Palavra de Deus é o melhor antídoto para tratar as emoções negativas.