sexta-feira, 29 de janeiro de 2021

LIÇÃO 05 – FRUTO DO ESPÍRITO: O EU CRUCIFICADO

 
 
 

 
Gl 5.16-26  



INTRODUÇÃO
Após sua conversão o cristão precisará evidenciar sua nova natureza, tais mudanças não advêm simplesmente de sua busca por um caráter perfeito, antes por sua entrega plena ao Senhor que governará sua vida. Na lição de hoje estudaremos como isso acontece, entenderemos a importância do Fruto do Espírito e da batalha diária contra as obras da carne além de mostrar que o fruto do Espiro é o caráter de Cristo que se opõe as obras da carne.
 
 
I. DEFINIÇÕES DO TERMO FRUTO DO ESPÍRITO
1. Definição etimológica.
O termo fruto no Novo Testamento é a tradução do original “karpos”, que tanto pode significar “o fruto”, quanto “dar fruto”, “frutificar” ou ser “frutífero” (Mt 12.33; 13.23; At 14.17). (...) Para que o fruto seja gerado, é necessário que haja uma relação de interdependência entre o tronco e seus ramos (ARRINGTON; STRONSTAD, 2003, p. 15). O fruto do Espírito é o que resulta da vida de plena comunhão com Cristo. Quem permanece em mim, e eu nele, esse dá muito fruto”, Jo 15.5. (Boyer, 1996, p.336). No novo testamento, o fruto é mostrado como o fator determinante e relativo de um caráter (ANDRADE, 1999, p. 163).
 
2. Definição Teológica.
O andar em Espírito é uma condição esperada daquele que nasceu do Espírito (Jo 3). Não é um processo simples, antes, requer consciência, determinação e o exercício da piedade (1 Tm 4.8). É uma troca de vida para a qual é necessário total dedicação, o que inclui oração, vigilância, aprendizado da Palavra de Deus, comunhão cristã, adoração, testemunho de vida e santificação (...) O cultivo de uma vida no Espírito requer resignação. Não é um processo fácil; porém, é glorioso e é o que se espera de todo salvo. (BRUNELLI, 2016, p. 352).
 
3. Aplicação das definições.
O fruto do Espírito é especificado nas Escrituras como sendo um só, e este pode ser comparado a uma laranja, que é um fruto com vários gomos. Na epístola aos gálatas o apóstolo Paulo apresenta as evidentes marcas daqueles que experimentam o novo nascimento. Aqueles que se deixam dominar pelo Espírito Santo dão “fruto”. Um conjunto de virtudes (nove ao total) que autenticam a vida daquele que é regenerado: “Mas o fruto do Espírito é: amor, alegria, paz, longanimidade, benignidade, bondade, fidelidade, mansidão, domínio próprio. Contra essas coisas não há lei” (Gl 5.22-23).
 
 
II. AS OBRAS DA CARNE E O FRUTO DO ESPÍRITO
1. Andar na carne e o andar no Espírito.
Paulo adverte os crentes mostrando que os que vivem segundo a carne, ou seja, uma vida dominada pelo pecado, jamais agradarão a Deus: “Portanto, os que estão na carne não podem agradar a Deus” (Rm 8.8). O viver na carne opera morte (espiritual e física), mas o viver no Espírito conduz o crente à felicidade, à vida eterna (Rm 8.11; 1Co 6.14). Paulo foi enfático ao afirmar: “andai em Espírito” (Gl 5.16). O Espírito Santo nos ajuda a viver em santidade e de maneira que o nome do Senhor seja exaltado. Andar na carne, ou seja, ser dominado pela velha natureza adâmica, leva a pessoa a portar-se de modo pecaminoso. Infelizmente, muitos crentes, como os de Corinto, estão se deixando dominar pelas obras da carne (1Co 3.3). O conflito espiritual interiormente no crente envolve a totalidade da sua pessoa. Este conflito resulta ou numa completa submissão às más inclinações da ‘carne’, o que significa voltar ao domínio do pecado; ou numa plena submissão à vontade do Espírito Santo, continuando o crente sob o senhorio de Cristo (Rm 8.4-14). O campo de batalha está no próprio cristão, e o conflito continuará por toda a vida terrena, visto que o crente por fim reinará com Cristo (Rm 7.7-25; 2Tm 2.12; Ap 12.11)” (STAMPS, 1999, p. 1801).
 
2. As obras da carne, um contraste do viver no Espírito.
As obras da carne é o contraste entre o modo de vida do crente cheio do Espírito e aquele controlado pela natureza humana pecaminosa. Carne do grego “sarx” é a natureza pecaminosa com seus desejos corruptos, a qual continua no cristão após a sua conversão, sendo seu inimigo mortal (Rm 8.6-8,13; Gl 5.17,21). Aqueles que praticam as obras da carne não poderão herdar o reino de Deus (Gl 5.21). Por isso, essa natureza carnal pecaminosa precisa ser resistida e mortificada numa guerra espiritual contínua, que o crente trava através do poder do Espírito Santo (Rm 8.4-14; ver Gl 5.17). Paulo diz: Porque as obras da carne são manifestas […]” (Gl 5.19). A palavra traduzida por “conhecidas”, significa “claro e manifesto”. “A carne propriamente dita, ou seja, a natureza pecaminosa é secreta e invisível; mas as suas obras, as palavras e atos pelos quais se manifesta, são públicos e evidentes” (STOTT, 2007, p.134). Por mais que alguém tente negar a pecaminosidade do homem, as obras da carne é a clara evidência da sua existência. Há várias listas de pecados semelhantes ao que o apóstolo faz referência na epístola aos gálatas (Rm 1.18-32; 1Co 5.9-11; 6.9; 2Co 12.20,21; Ef 4.19; 5.3-5; Cl 3.5-9; lTs 2.3; 4.3-7; lTm 1.9,10; 6.4,5; 2Tm 3.2-5; Tt 3.3,9,10). Essa lista, embora extensa, não é exaustiva, uma vez que Paulo conclui dizendo: “[…] e coisas semelhantes a estas” (Gl 5.21).
 
 
III. A VIDA CONTROLADA PELO ESPÍRITO
O fruto do Espírito desenvolve no crente um caráter semelhante ao de Cristo, que reflete a imagem de sua pessoa e a natureza santa de Deus. O Fruto do Espírito são os hábitos e princípios misericordiosos que o Espírito Santo produz em cada cristão. Esses hábitos e princípios são o resultado de uma vida de comunhão com Deus. Depois de liberto do pecado, o crente precisa desenvolver o Fruto do Espírito (Rm 6.22). O ensino de Jesus a respeito da videira verdadeira mostra que não pode haver um indivíduo que seja salvo e não produza o fruto do Espírito Santo. Notemos o que acontece com uma vida controlada pelo Espírito Santo:
 
1. Uma vida frutífera.
Quando o crente não se submete ao Espírito Santo, cede aos desejos da natureza pecaminosa. Mas, ao permitir que Ele controle sua vida, torna-se um solo fértil, onde o fruto é produzido. Mediante o Espírito, conseguimos vencer os desejos da carne e viver uma vida frutífera. Para mostrar o quanto é acentuado o contraste entre as obras da carne e o fruto do Espírito, o escritor aos Gálatas alistou-os no mesmo capítulo (Gl 5). Desde que o Espírito Santo dirija e influencie o crente, o fruto se manifestará naturalmente nele (Rm 8.5-10). Da mesma maneira acontece ao ímpio, cuja natureza pecaminosa é quem o governa e a Palavra de Deus é absoluta ao declarar que: “os que cometem tais coisas não herdarão o Reino de Deus” (Gl 5.21b). Estas obras da carne são características dos que vivem em pecado (Rm 7.20).
 
2. Uma vida com maturidade e equilíbrio.
A Palavra de Deus afirma que o crente é recompensado ao dar toda a liberdade ao Espírito Santo para produzir, em seu interior, as qualidades de Cristo. O capítulo 1 de 2 Pedro trata da necessidade de o crente desenvolver as dimensões espirituais da vida cristã. Com este crescimento, vem a maturidade e a estabilidade fundamentais para uma vida vitoriosa sobre a natureza velha e pecaminosa do homem (2Pe 1.10,11).
 
3. Uma vida com os dons espirituais junto ao o fruto do Espírito.
Os dons espirituais e o fruto do Espírito devem caminhar juntos para que a Igreja seja plenamente edificada e o nome do Senhor, glorificado (Ef 2.10). Uma árvore é identificada e conhecida mediante os seus frutos (Lc 6.44). Portanto, só viremos a aferir a espiritualidade de um crente através de suas obras realizadas mediante o fruto do Espírito e não apenas por seus dons espirituais (1Tm 5.25). Os dons estão relacionados ao que fazemos para Deus, enquanto o fruto está relacionado ao que Deus, através do Espírito Santo, realiza em nós, moldando-nos o caráter de acordo com a entrega do nosso inteiro ser a Ele, e de conformidade com as demandas de sua Palavra (Mt 5.16).
 
 
IV. O FRUTO DO ESPÍRITO E O TESTEMUNHO CRISTÃO
O fruto do Espírito aparece quando deixamos Jesus Cristo agir em nossas vidas (Gl 2.20; At 17.28). Através do Fruto do Espírito Santo o caráter de Cristo é novamente formado no homem. O pecado afetou consideravelmente imagem de Deus em nós levando-nos a produzir as obras da carne. (Ef 2.2,3; Gl 5.19-21). Entretanto através do novo nascimento, Cristo é novamente formado em nós e assim somos transformados constantemente de glória em glória, crescendo na graça e no conhecimento de Jesus Cristo. (2Co 3.17,18).
 
1. O fruto é o resultado da presença do Espírito Santo na vida do Cristão.
A Bíblia deixa bem claro que todos recebem o Espírito Santo quando acreditam em Jesus Cristo (Rm 8.9; 1Co 12.13; Ef 1.13-14). Um dos propósitos principais do Espírito Santo ao entrar na vida de um Cristão é transformar aquela vida. É a tarefa do Espírito Santo conformar-nos à imagem de Cristo, fazendo-nos mais e mais como Ele.
 
2. A pessoa é identificada pelo seu fruto.
Em Mateus 7.15-23, deparamo-nos com declarações notáveis, proferidas pelo Mestre, acerca da importância do caráter. Assim como nós, os falsos profetas são reconhecidos pelo tipo de fruto que produzem (Mt 7.16-19). Jesus acrescentou que algumas pessoas fariam muitas maravilhas, expulsariam demônios em seu nome, porém, Ele jamais as conheceria (Mt 7.22,23). Como é possível? A resposta é encontrada em 2 Tessalonicenses 2.9. Este trecho bíblico comprova ser possível Satanás imitar milagres e dons do Espírito. Contudo, o fruto do Espírito é a marca daqueles que possuem comunhão com o Senhor (Mt 7.17,18; 1Jo 4.8), e jamais poderá ser imitado.
 
 
CONCLUSÃO
Se entregarmos todo o controle de nossa vida ao Espírito Santo, Ele, infalivelmente, vai produzir o seu fruto em nós através de uma ação contínua e abundante. Como cristão, tudo que concerne ao caráter santificado, ou seja, a nossa semelhança com Cristo, é obra do Santo Espírito “até que Cristo seja formado em vós” (Gl 4.19).
 
 
 
 

REFERÊNCIAS

Ø  ANDRADE, Claudionor de. Dicionário Teológico. CPAD.

Ø  ARRINGTON, F. L.; STRONSTAD, R. Comentário Bíblico Pentecostal. CPAD.

Ø  BRUNELLI, Walter, Teologia para Pentecostais Vol. 2. CENTRAL GOSPEL.

Ø  KELLER, Timothy. Gálatas para você. VIDA NOVA

Ø  STAMPS, Donald C. Bíblia de Estudo Pentecostal. CPAD.

Ø  STOTT, John. A Mensagem de Gálatas. ABU

Ø  VINE, W.E et al. Dicionário Vine. CPAD.

 
 
Por Rede Brasil de Comunicação.

 

LIÇÃO 05 - FRUTO DO ESPÍRITO: O EU CRUCIFICADO (VÍDEO AULA)

 


QUESTIONÁRIOS DO 1° TRIMESTRE DE 2021


 
 
 

 ENSINA-NOS A ORAR
Exemplos de Pessoas e Orações
que Marcaram as Escrituras.
  

 






Lição 04
 
Hora da Revisão
A respeito de “Ana: A Oração de uma Mulher Angustiada ”, responda:
 
 
1. Qual era o motivo do grande sofrimento da vida de Ana?
A sua condição de mulher estéril.
 
2. Por que o sacerdote repreendeu Ana?
Porque achou que ela estava embriagada, já que sua forma de orar era incomum.
 
3. Qual a primeira evidência de que Deus ouvira o clamor de Ana?
Teve paz no coração, foi embora e conseguiu se alimentar em uma demonstração de fé.
 
4. Qual a ênfase da Canção de Ana?
O cântico apresentou a soberania de Deus e o seu eterno poder.
 
5. Que outras bênçãos Ana recebeu depois do nascimento de Samuel?
Ela foi mãe de filhos e filhas.

 

QUESTIONÁRIOS DO 1° TRIMESTRE DE 2021






O VERDADEIRO PENTECOSTALISMO –
A Atualidade da Doutrina Bíblica sobre
a Atuação do Espírito Santo.
  

 
 
 





Lição 04

Para Refletir
A respeito de “A Atualidade dos Dons Espirituais” responda:

 
 
O que o apóstolo Paulo e o Espírito Santo esperavam dos coríntios e dos crentes hoje sobre os dons espirituais?
O que o apóstolo quer dizer com essa declaração introdutória é que esperava dos coríntios, e essa é também a vontade do Espírito ainda na atualidade, que todos os crentes entendam os dons e a sua finalidade.
 
Quais os dois termos gregos usados pelo apóstolo para “dons espirituais”?
Pneumatikós e chárisma são os dois termos gregos básicos usados pelo apóstolo para “dons espirituais” (vv.1-11).
 
O que são dons espirituais segundo a Declaração de Fé das Assembleias de Deus?
“Capacitações especiais e sobrenaturais concedidas pelo Espírito de Deus ao crente para serviço especial na execução dos propósitos divinos por meio da Igreja”.
 
Quais as listas e as classificações dos dons espirituais?
Uma classificação ou divisão, seriam em três grupos, dois, cinco, dois, assim: a) dons do ensino ou pregação, palavra da sabedoria e palavra da ciência; b) dons de ministério, fé, dons de curar, operação de maravilhas, a profecia e dom de discernir os espíritos; c) dons de adoração, variedade de línguas e interpretação de línguas.
 
Qual a função dos dons espirituais?
A função dos dons espirituais é tornar a manifestação do poder de Deus cada vez mais real e dinâmica para a edificação do corpo de Cristo, é antes de tudo autenticar a obra de Cristo (At 2.33).
 

sábado, 23 de janeiro de 2021

LIÇÃO 04 – A ATUALIDADE DOS DONS ESPIRITUAIS (SUBSÍDIO)






I Co 12.1-11  



INTRODUÇÃO  
Nesta lição trataremos uma definição da palavra “dom”; falaremos sobre o propósito de Deus com os dons espirituais; refutaremos a teoria cessacionista; e, por fim, veremos ainda algumas advertências acerca dos dons e quais os dons espirituais elencados na primeira epístola aos coríntios.
 
 
I. O QUE SÃO OS DONS ESPIRITUAIS
A palavra “dom” no grego “charisma”, é usada para indicar os dons do Espírito conferidos para a obra (1 Co 12.4,9,28,30,31). “Dons são capacitações especiais e sobrenaturais concedidas pelo Espírito de Deus ao crente para serviço especial na execução dos propósitos divinos por meio da Igreja” (SOARES, 2017, p. 121). Segundo o Dicionário Teológico de Claudionor Corrêa de Andrade (2006, p. 150 - acréscimo nosso), “os dons espirituais são recursos extraordinários que o Senhor Jesus Cristo, mediante o Espírito Santo, colocou à disposição da Igreja, visando: a) o aperfeiçoamento dos santos (1 Co 14.32); b) a ampliação do conhecimento, do poder e da proclamação do povo de Deus (At 1.8; 1 Co 2.4,5); e, c) chamar a atenção dos incrédulos a realidade divina (Mc 16.20; At 4.29,30)”.
 
 
II. PROPÓSITOS DOS DONS ESPIRITUAIS
O apóstolo Paulo explica que os dons são "faculdades divinas operando na pessoa humana", capacitando homens e mulheres a servirem melhor a Deus no crescimento e edificação da Igreja: "Mas a manifestação do Espírito é dada a cada um, para o que for útil" (1Co 12.7). Ainda comenta o seguinte: "Porque desejo ver-vos, para vos comunicar algum dom espiritual a fim de que sejais confortados" (Rm 1.11). Analisemos os propósitos dos dons espirituais: 
  • Edificar a Igreja (1Co 12.12-27; 1Co 14. 4, 5, 12);
  • Edificar o crente (Ef 4.11-12);
  • Capacitar o crente a testemunhar de Cristo (At 6. 8-10; 1Co 2. 4,5);
  • Capacitar o crente para ganhar almas para Cristo (At 8.5-8; 9.32-42);
  • A glorificação do Senhor Jesus (Jo 16.14);
  • A confirmação da Palavra de Deus (Mc 16.17-20; Hb 2.3-4);
  • Utilidade no serviço cristão (1Co 12.7; Ef. 4.12; 1Pe 4.10).
  

III. A ATUALIDADE DOS DONS ESPIRITUAIS
A nossa Declaração de fé diz assim acerca dos dons espirituais: “CREMOS, professamos e ensinamos que os dons do Espírito Santo são atuais e presentes na vida da Igreja. O batismo no Espírito Santo é um dom: “e recebereis o dom do Espírito Santo” (At2.38) é para todos os crentes: “Porque a promessa vos diz respeito a vós, a vossos filhos e a todos os que estão longe: a tantos quantos Deus, nosso Senhor, chamar” (At 2.39); mas os dons do Espírito Santo, ou “espirituais” na linguagem paulina: “Acerca dos dons espirituais, não quero, irmãos, que sejais ignorantes” (1Co 12.1) são restritos, aos que são batizados com o Espírito Santo e ainda assim nem todos recebem os mesmos dons (1 Co 14.29,30). Esses dons são capacitações especiais e sobrenaturais concedidas pelo Espírito de Deus ao crente para serviço especial na execução dos propósitos divinos por meio da Igreja: “Mas a manifestação do Espírito é dada a cada um para o que for útil” (1Co 12.7). São recursos sobrenaturais do Espírito Santo operados por meio dos seres humanos, os crentes em Jesus, enquanto a Igreja estiver na terra, pois, no Céu, não precisaremos mais deles. É por meio da Igreja que o Espírito Santo manifesta ao mundo o poder de Deus, usando os dons espirituais” (SOARES et al, 2017, p. 171 - acréscimo e negrito nosso).
 
 
IV. A TEORIA CESSACIONISTA
O verbo “cessar” significa literalmente “fazer parar, dar fim, interromper” (Houaiss, 2001, p. 682). Portanto a teoria “cessacionista” é a cosmovisão de alguns grupos cristãos que defende que parte dos chamados dons do Espírito Santo, apesar de terem sido de fundamental utilidade e importância nos primórdios da igreja cristã, cessaram sua atividade ainda no período da Igreja Primitiva. Vejamos duas de suas alegações e a devida refutação bíblica:
 
1. Os dons ficaram restritos.
Esta teoria afirma que os dons do Espírito Santo elencados em 1 Coríntios 12.8-10 ficaram restritos a era apostólica. Ou seja, dizem estes que essas dádivas, foram enviadas com o propósito exclusivo de confirmar a divindade de Jesus, e autenticar somente os primeiros pregadores do Evangelho e sua mensagem. No entanto, o texto bíblico atesta claramente que tanto o batismo com o Espírito Santo como os demais dons são válidos para toda a era da igreja (Mc 16.17,18; At 2.39). Portanto, o testemunho bíblico e histórico, confirma que os dons espirituais são vigentes para todo o período da Igreja.
 
2. Os dons foram necessários enquanto os escritos do NT não haviam sido concluídos.
Essa teoria assevera também que os dons só eram necessários enquanto o Cânon da Escritura não estava fechado. Isto é um grave erro de interpretação, por pelo menos dois motivos: a) os dons não visam substituir a autoridade e supremacia das Escrituras, visto que seu uso deve estar subordinado ao crivo da Palavra (1Co 14.37); b) o texto usado pelos cessacionistas para justificar a “descontinuidade” das manifestações do Espírito (1Co 13.10), na verdade, não tem este sentido, senão que Paulo está dizendo que os dons só terão utilidade até o retorno de Cristo, afinal de contas, quando formos ao céu teremos deixado o conhecimento imperfeito, pelo conhecimento perfeito. O testemunho bíblico e histórico, confirma que os dons espirituais são vigentes para todo o período da Igreja.
 
 
V. ADVERTÊNCIAS QUE A BÍBLIA NOS FAZ ACERCA DOS DONS ESPIRITUAIS
A Bíblia nos faz algumas advertências acerca dos dons espirituais, entre elas estão: 
  • Conhecer os dons: Acerca dos dons espirituais, não quero, irmãos, que sejais ignorantes.” (1Co 12.1).
  • Buscar os dons: Portanto, procurai com zelo os melhores dons; (...)” (1Co 12.31).
  • Zelar pelos dons: Portanto, procurai com zelo os melhores dons; (...)” (1Co 12.31).
  • Ser abundante nos dons: “(...) procurai abundar neles, para edificação da igreja.” (1Co 14.12);
  • Ter autodisciplina nos dons: E os espíritos dos profetas estão sujeitos aos profetas.” (1Co 14.32);
  • Ter decência e ordem no exercício dos dons: Mas faça-se tudo decentemente e com ordem”. (1Co 14.40).
  • Não desprezar os dons espirituais: Não extingais o Espírito. Não desprezeis as profecias”. (1Ts 5.19,20);
  • Não proibir a manifestação dos dons: “(…) e não proibais falar línguas.” (1Co 14.39).
 
 
VI. OS DONS DO ESPÍRITO SANTO MENCIONADOS EM 1 CO 12. 8-11
Os dons mencionados em 1 Coríntios 12.8-11 são tecnicamente chamados “os nove dons espirituais”. Vejamos: 
  • Dom da Palavra da Sabedoria: Trata-se de uma mensagem vocal sábia, enunciada mediante a operação sobrenatural do Espírito Santo; 
  • Dom da Palavra do Conhecimento: Trata-se de uma mensagem vocal, inspirada pelo Espírito Santo, revelando conhecimento a respeito de pessoas e situações específicas;
  • Dom da Fé: Não se trata da fé para a salvação, mas uma fé sobrenatural e especial, capacitando o crente a crer e realizar coisas extraordinárias e milagrosas;
  • Dons de Curar: São concedidos à igreja para a restauração da saúde física dos seus membros;
  • Dom de Operação de Milagres: Trata-se de atos sobrenaturais de poder, que intervêm nas leis da natureza;
  • Dom da Profecia: Trata-se de um dom que capacita o crente a transmitir uma palavra da parte de Deus. Não se trata da entrega de um sermão previamente preparado.
  • Dom de Discernimento de espíritos: Trata-se de uma dotação especial dada pelo Espírito Santo, para o portador discernir e julgar corretamente as manifestações espirituais e sobrenaturais;
  • Dom de Variedade de Línguas: Trata-se do falar em outras línguas humanas e vivas a “xenolália” (At 2.4) ou uma língua desconhecida do falante “glossolália” (1Co 13.1; 14.2);
  • Dom de Interpretação de Línguas: Trata-se da capacidade pelo Espírito Santo, para o portador deste dom compreender e transmitir o significado de uma mensagem dada em línguas estranhas.


CONCLUSÃO
Cremos à luz das Escrituras que o batismo com o Espírito Santo e os demais dons espirituais, foram concedidos pelo Espírito Santo, a Igreja, por ocasião do Dia de Pentecostes e estão disponíveis durante toda a sua trajetória aqui na terra, isto é uma verdade bíblica e histórica irrefutável.
  
 

 

REFERÊNCIAS

Ø  FRANCISCO. Raimundo F. de Oliveira. Pentecostes Hoje. CPAD.

Ø  GILBERTO, Antônio, et al. Teologia Sistemática Pentecostal. CPAD.

Ø  PEARLMAN, Myer. Conhecendo as Doutrinas da Bíblia. VIDA.

Ø  SILVA, Severino Pedro da. A Existência e a Pessoa do Espírito Santo. CPAD.

Ø  STAMPS, Donald C. Bíblia de Estudo Pentecostal. CPAD.

 
 
Por Rede Brasil de Comunicação.



LIÇÃO 04 - A ATUALIDADE DOS DONS ESPIRITUAIS (VÍDEO AULA)

 


sexta-feira, 22 de janeiro de 2021

QUESTIONÁRIOS DO 1° TRIMESTRE DE 2021

  




 ENSINA-NOS A ORAR
Exemplos de Pessoas e Orações
que Marcaram as Escrituras.









Lição 03
 
Hora da Revisão
A respeito de “Moisés: Um Líder de Oração ”, responda:
 
 
1. Por que podemos afirmar que Moisés era um homem experimentado?
Porque ele viveu as mais diversas condições que podem ser experimentadas por alguém: de filho de escravos a nobre, de pastor de rebanhos a grande estadista, viveu muitas realidades em sua vida.
 
2. O que significa a palavra “obstinado” usada por Deus para descrever o povo de Israel?
Significa que eram porfiadores, inflexíveis, intolerantes, teimosos e relutantes.
 
3. O que acontecia quando Moisés orava ao Senhor?
Deus o consolava, fortalecia, direcionava e apresentava as soluções para as mais diversas dificuldades.
 
4. Por que o exemplo de Êxodo 33 no inspira e nos constrange ao mesmo tempo?
Porque por mais que nos motivemos e busquemos a presença de Deus, jamais a alcançaremos em plenitude, pois somos falhos e limitados.
 
5. Quando Moisés preferiu a presença de Deus e não apenas a conquista da Terra Prometida, que lição que podemos aprender?
A importância em estabelecemos as prioridades certas em nossas vidas.


quarta-feira, 20 de janeiro de 2021

QUESTIONÁRIOS DO 1° TRIMESTRE DE 2021

 




   O VERDADEIRO PENTECOSTALISMO –
A Atualidade da Doutrina Bíblica sobre
a Atuação do Espírito Santo.
 

 
 
 
 



Lição 03

Para Refletir
A respeito de “O Batismo no Espírito Santo”, responda:

 
 
Como chegamos à conclusão de que a descida do Espírito no dia de Pentecostes se refere ao Batismo no Espírito Santo?
Chegamos a essa conclusão também pela explicação do apóstolo Pedro aos demais apóstolos (At 11.15,16).
 
Como sabemos que a experiência do batismo no Espírito Santo é distinta da experiência da conversão?
Sabemos que a experiência de ser batizado no Espírito Santo é distinta da experiência da conversão porque os discípulos já tinham a vida eterna e o Espírito mesmo antes do dia de Pentecostes (Lc 10.20; Jo 20.22).
 
Qual a finalidade do batismo no Espírito Santo?
É a capacitação do Espírito para o serviço divino.
 
O que são as “outras línguas”?
As “outras línguas”, a glossolalia, são ininteligíveis, e evidencia externa, física e inicialmente o batismo no Espírito Santo.
 
Para que serve o dom de línguas?
O dom de línguas, pelo que se vê nos capítulos 12 a 14 de 1Coríntios, está associado à oração pessoal (1Co 14.13-23). Esse dom, sem dúvida, é muito útil para a oração, as devoções pessoais e o desenvolvimento de nossa sensibilidade ao Espírito (1Co 14.2).