quinta-feira, 28 de fevereiro de 2019

LIÇÃO 09 – CONHECENDO A ARMADURA DE DEUS (SUBSÍDIO)






Ef 6.13-20





INTRODUÇÃO
Nesta lição veremos os três grandes inimigos do homem na batalha espiritual; pontuaremos a realidade desta guerra; e por fim; analisaremos os principais aspectos dos elementos da armadura de Deus em Efésios 6.


I. OS TRÊS INIMIGOS DO HOMEM NA BATALHA ESPIRITUAL
Paulo usou uma linguagem metafórica quando orientou a Igreja na defesa da fé cristã (Ef 6.12a). O fato do apóstolo usar o verbo “lutar” indica que estamos envolvidos em um confronto direto e que, portanto, não somos apenas expectadores. Nossa batalha não é contra seres humanos, mas sim contra poderes espirituais (Ef 6.12); e como cristãos, enfrentamos três inimigos: a carne; o mundo; e o diabo (Ef 2.1-3). Notemos cada um deles particularmente:

1. A carne.
O primeiro inimigo é a “carne” (Rm 6.19a; 7.18) do grego “sarx”. A natureza carnal, a velha natureza que herdamos de Adão depois da Queda (Gn 6.12), uma natureza que se opõe a Deus e que não é capaz de fazer qualquer coisa espiritual para agradar ao Senhor (Gl 5.19-21). A carne refere-se à nossa natureza caída às vezes chamada de “velho homem” (Rm 6.6, Ef 4.22; Cl 3.9) que surgiu desde a desobediência no Éden (Rm 3.10-12).

2. O mundo.
A Bíblia ensina que não devemos amar ao mundo, pois ser amigo do mundo é ser “inimigo de Deus” (Tg 4.4). O mundo aqui do grego “kosmos” não é o planeta Terra onde vivemos, mas, é o presente século mau, o grande sistema do mal ao redor de nós (Gl 1.4; 6.14), que é governado por um príncipe (Jo 14.30; 2 Co 4.4). É o governo mundial de rebelião contra Deus, e que se opõe ao Senhor Jesus e satisfaz: “a concupiscência da carne, a concupiscência dos olhos e a soberba da vida” (1 Jo 2.15-17). É sobre este mundo que a Bíblia fala que jaz no maligno (1 Jo 5.19). O Senhor Jesus já venceu este adversário: “[…] mas tende bom ânimo; eu venci o mundo” (Jo 16.33).

3. O diabo.
O terceiro grande adversário do homem é o próprio diabo que é o: “príncipe das potestades do ar” (Ef 2.2). Ele rege os negócios deste mundo mau, e seu grande objetivo é contrariar a vontade e o programa divino no mundo, na Igreja, e no crente. Mas, por meio de sua morte e ressurreição, Cristo venceu a carne (Rm 6.1-6; Gl 2.20); o mundo (Jo 16.33; Gl 6.14); e o diabo (Ef 1.19-23) (WIERSBE, 2007, vol. 2, p. 74).


II. ATITUDES QUE DEVEMOS TER EM RELAÇÃO A ARMADURA DE DEUS
Podemos dizer que a “batalha espiritual” diz respeito ao enfrentamento espiritual que se dá entre a Igreja de Cristo e as forças do mal, a saber: Satanás e os demônios que estão sobre o seu comando (Ef 6.12). Paulo indica claramente que este conflito com Satanás e seus demônios é espiritual e, portanto, nenhuma arma física pode ser usada efetivamente contra eles no mundo imaterial. Para vencermos a batalha espiritual precisamos conhecer: revestir e usar da armadura de Deus. Notemos:

1. Conhecer a armadura.
Houaiss (2001, p. 802) diz que conhecer é: “perceber e incorporar algo; ficar sabendo; adquirir informações sobre; tomar ou ter consciência de; estar familiarizado com; ter ideia bastante exata sobre; experimentar; dar-se conta de”. Contra os inimigos espirituais não podemos lutar de “qualquer jeito”, nem com “qualquer arma”, nem tampouco usarmos “armadura humana” como foi sugerido a Davi (1 Sm 17.38-40). Uma vez que lutamos contra inimigos na esfera espiritual e imaterial, precisamos conhecer nossas armas espirituais (2 Co 10.3-5), pois Deus nos supriu com elas, e não devemos deixar parte alguma de fora (Ef 6.10). Alguns estão sendo derrotados porque não tem dado a devida importância a estas armas espirituais, e por isso, estão sendo “[…] vencidos por Satanás” (2 Co 2.10-c; ver ainda Ef 4.27; 1Pe 5.8).

2. Revestir-se da armadura.
Segundo o dicionário da língua portuguesa, a palavra revestir é: “vestir mais uma vez; vestir de novo; cobrir-se com adornos; recobrir; tornar firme, estável e resistente algo aplicando-lhe um revestimento para enfrentar situação adversa; armar-se” (2001, p. 2453). No grego a palavra “revestir” é “enduo” que quer dizer: “entrar em uma roupa, vestir duas vezes”. A ideia deixada pelo apóstolo Paulo é que este revestimento serve para “estar firmes” (Ef 6.11), de onde vem a palavra “histemi” que significa: “ficar de pé, tornar firme, fixar, manter-se no lugar, permanecer imóvel, continuar seguro, ileso, permanecer preparado, ter uma mente firme, alguém que não hesita, que não desiste”. Só assim podemos vencer “as astutas ciladas do diabo”.

3. Usar a armadura.
O dicionarista Antônio Houaiss define o verbo “usar” como: “servir-se de algo; lançar mão de; utilizar algo; pôr algo em uso ou serviço para atingir um fim; exercitar; praticar” (2001, p. 2815). No grego é a expressão “analambano” que significa: “pegar, levantar, erguer algo para usar”. Paulo dá uma ênfase muito grande a ação de “tomar toda armadura” (Ef 6.13;16; 17).


III. OS ELEMENTOS DA ARMADURA DE DEUS
Paulo ordena a seus leitores que vistam: “toda a armadura de Deus” (Ef 6.13). É usando o contexto militar romano que o apóstolo fala sobre o combate espiritual, e por isso está presente a figura da armadura, em uma linguagem metafórica para que os crentes compreendessem com clareza a realidade da peleja […] Quando o apóstolo Paulo fala sobre a armadura de Deus, “panoplían ton theou”, em grego, está se referindo a uma armadura completa: “Revesti-vos de toda a armadura de Deus […]” (Ef 6.11) (SOARES; SOARES, 2018, pp. 114, 119). Vejamos aspectos da armadura de Deus:

1. O cinto da verdade.
Satanás é um mentiroso e pai da mentira (Jo 8.44), mas o cristão cuja vida é controlada pela verdade o derrotará: “Estai, pois, firmes, tendo cingidos os vossos lombos com a verdade […]” (Ef 6.14a). O termo “cingidos” do grego “perizonnumi” também usado pelo apóstolo traz a ideia de prender as vestes com um cinturão, cobrir-se. Já as palavras “lombos” vem da expressão “osphus” que fala do quadril lugar onde os hebreus achavam que o poder generativo residia por causa do sêmen (partes geradoras de vida), e “verdade” “aletheia” fala algo verdadeiro, sinceridade de mente. A verdade e a mentira são opostas (1 Jo 2.21). A verdade, como as outras peças da armadura, é na realidade um aspecto da natureza do próprio Deus. Portanto, cingir-se com o cinturão da verdade é cingir-se de Cristo, pois Cristo é a “verdade” (Jo 14.6) (HANEGRAAFF, 2005, p, 53).

2. A couraça da justiça.
Couraça é uma armadura defensiva que cobre o peito e as costas onde ficam os órgãos vitais como o coração e o pulmão. Uma couraça protegia um guerreiro contra um golpe fatal contra estes órgãos importantes:“[…] e vestida a couraça da justiça” (Ef 6.14b). O peitoral, que consistia de duas partes, chamadas “asas”. A primeira cobria a região inteira do peito, a parte frontal do tórax e a outra cobria a parte das costas. A palavra “couraça” vem do grego “thorax”. Era colocada sobre peito e abdômen para proteger o coração e outros órgãos vitais do soldado. Um dos “órgãos” que o inimigo mais ataca é o nosso coração. Por isso, precisamos guardá-lo, porque dele procedem as fontes da vida (Mt 6.21; Mc 12.30). Não guardar o coração pode gerar marcas e sequelas: “Escondi a tua Palavra no meu coração, para não pecar contra ti” (Sl 119.11).

3. Os calçados do evangelho da paz.
As chamadas “grevas”, eram os calçados como botas que protegiam os soldados do joelho para baixo. Os pés são a base do corpo; dão sustento e levam o corpo ao seu destino. Os soldados romanos usavam sandálias com cravos na sola para dar mais apoio aos pés durante a batalha, a fim de “resistir” e de “permanecer inabaláveis”. Calçar os pés com a preparação do evangelho da paz representa dizer que devemos ir preparados e treinados andando em santidade de vida (Mt 28.18-20; Gl 1.6-7,11). Paulo fala da preparação dos pés para o conflito espiritual (Ef 6.15). Às vezes o inimigo na antiguidade colocava obstáculos perigosos no caminho dos soldados que estavam avançando. Por isso, Paulo usa a expressão “hupodeo” que significa: “calçar, amarrar, colocar calçado”. Os nossos pés são muito importantes para Cristo, pois é através deles que vamos pisar no território do inimigo. Se calçarmos as sandálias do evangelho, teremos os “pés formosos” (Is 52.7; Rm 10.15). Somos embaixadores da paz (2 Co 5.18-21) e, como tais, levamos o evangelho para ganharmos almas.

4. O escudo da fé.
O escudo mencionado nessa passagem é um escudo grande que protegia a maior parte do corpo do soldado e tinha beiradas com um formato que permitia a uma linha inteira de soldados encaixar um escudo no outro e marchar sobre o inimigo como uma parede sólida (WIERSBE, 2007, vol. 2, p. 76). Vale lembrar que, numa batalha em campo aberto, os soldados ficam mais protegidos dos dardos lançados pelo inimigo, quando se juntam fazendo seus vários escudos parecerem um só. O apóstolo nos diz: “Tomando, sobretudo, o escudo da fé, com o qual podereis apagar todos os dardos inflamados do maligno” (Ef 6.16). A expressão “dardo” vem do grego “bélos” e significa: “míssil, flecha, lança”. O dardo era atirado contra o inimigo ainda à distância. Na batalha espiritual, os dardos inflamados podem ser uma cilada, uma armadilha; uma astúcia, esperteza e engano. Já o termo “inflamados” vem do grego “puroo” que é: “repleto de fogo, incendiado, carregados com substâncias inflamáveis”. O escudo cobre todas as brechas que o maligno usa para plantar dúvidas em nós sobre a Palavra de Deus. Mas, pelo escudo da fé, podemos vencê-lo (1Jo 5.4-5).

5. O capacete da salvação.
Satanás deseja atacar nossa mente, e foi assim que derrotou Eva (Gn 3; 2 Co 11.1-3). O capacete da salvação refere-se à mente controlada por Deus: “Tomai também o capacete da salvação […]” (Ef 6.17a). Quando Deus controla a mente, Satanás não consegue fazer o cristão se desviar (WIERSBE, 2007, vol. 2, p. 76). O capacete, que protegia a cabeça, era feito de várias formas e de vários metais. O capacete da salvação protege nossa mente das mentiras do diabo e das influências do mundo (Rm 12.2). A cabeça é o membro que comanda o nosso corpo, e se esta apresentar fraqueza, tudo estará perdido. O capacete guardará nossa mente de ser atingida pelo inimigo (Ef 4.14).

6 A espada do Espírito.
Enquanto o resto da armadura é em sua natureza armas de defesa, aqui se encontra a única arma de ataque na armadura de Deus. A espada, que tinha várias formas e dimensões, eram feitas de vários tipos de metais. Esse é o símbolo usado por Paulo para indicar a Palavra de Deus, a Bíblia Sagrada: “[…] e a espada do Espírito, que é a palavra de Deus” (Ef 6.17b). O escritor aos hebreus também afirmou isso (Hb 4.12). Pedro tentou usar a espada para defender Jesus no Getsêmani (Lc 22.47-51), mas, em Pentecostes, aprendeu que a “espada do Espírito” é muito mais poderosa. Quando foi tentando por Satanás no deserto, Cristo usou a espada do Espírito e derrotou o inimigo (Lc 4.1-13). Moisés também tentou conquistar pela espada, mas descobriu que a Palavra de Deus, por si mesma, era suficiente para derrotar o Egito (Êx 2.11-15 (WIERSBE, 2007, vol. 2, p. 77).


CONCLUSÃO
Em certo sentido, a “armadura de Deus” é uma imagem de Jesus Cristo. Ele é a Verdade (Jo 14.6); Ele é nossa justiça (2 Co 5.21) e nossa paz (Ef 2.14). Ele é fiel (Gl 2.20); é nossa salvação (Lc 2.30); e, é a Palavra de Deus (Jo 1.1,14). Isso significa que, quando aceitamos a Cristo, também recebemos a armadura. No momento da salvação, vestimos a armadura de uma vez por todas. No entanto, devemos nos apropriar dela cada dia: “[…] vistamo-nos das armas da luz” (Rm 13.12).




REFERÊNCIAS
Ø  GILBERTO, Antônio (Org.); et al. Teologia Sistemática Pentecostal. RJ: CPAD, 2008.
Ø  SOARES, Ezequias; SOARES, Daniele. Batalha Espiritual. RJ: CPAD, 2018.
Ø  SOARES, Ezequias (Org.). Declaração de Fé das Assembleias de Deus. RJ: CPAD, 2017.
Ø  STAMPS, Donald C. Bíblia de Estudo Pentecostal. RJ: CPAD, 1995.
Ø  WIERSBE, W. W (Trad. Susana Klassen). Comentário Bíblico Expositivo NT. SP: GEOGRÁFICA, 2007.
Ø  HANEGRAAFF Hank (Trad. Marta Andrade). Armadura Espiritual. RJ: CPAD, 2005.
  



Por Rede Brasil de Comunicação.



LIÇÃO 09 - A PROTEÇÃO NO DESERTO (VÍDEO AULA)






LIÇÃO 09 - CONHECENDO A ARMADURA DE DEUS (VÍDEO AULA)






terça-feira, 26 de fevereiro de 2019

QUESTIONÁRIOS DO 1° TRIMESTRE DE 2019








   RUMO À TERRA PROMETIDA –
A Peregrinação do Povo de Deus
no deserto no livro de Números.







Lição 08

Hora da Revisão
A respeito do tema “As Guerras no Deserto”, responda:


1. Quais as três guerras mencionadas em Números 21?
Guerras contra o cananeu rei de Arade; Seom, rei dos amorreus e Ogue, rei de Basã.

2. Em quais lugares mencionados em Números 21 faltou água para o povo beber?
Nos arredores da terra de Edom e em Beer.

3. Qual a solução, a fim de ficar vivo, para quem fosse picado por uma serpente no deserto?
Olhar para a serpente de bronze levantada por Moisés.

4. Cite um personagem bíblico, mencionado em Números 21, que era gigante.
Ogue, rei de Basã.

5. Aponte duas outras passagens bíblicas que tratam sobre a guerra contra Seom, rei dos amorreus.
Deuteronômio 2.34-37 e Juízes 11.19-26.



QUESTIONÁRIOS DO 1° TRIMESTRE DE 2019








   BATALHA ESPIRITUAL –
O Povo de Deus e a Guerra
Contra as Potestades do Mal.







Lição 08

Para Refletir
A respeito de “Nossa luta não é contra carne e sangue” responda:


O que as palavras “força do seu poder” reforçam?
A expressão “força do seu poder” é um enérgico pleonasmo usado para reforçar a magnitude do poder de Jesus.

Qual o significado da metáfora “toda a armadura de Deus”?
Significa que devemos usar todos os recursos espirituais que Deus nos dá.

A que se refere a combinação “carne e sangue”?
Parece indicar um significado físico.

A que se refere a expressão “principados e potestades”?
A expressão refere-se a governos e autoridades tanto na esfera terrestre como na espiritual.

Qual o significado de kosmocrátor (Ef 6.12)?
Significa “Senhor do mundo”.



sábado, 23 de fevereiro de 2019

LIÇÃO 08 – NOSSA LUTA NÃO É CONTRA CARNE E SANGUE (SUBSÍDIO)







Ef 6.10-12




INTRODUÇÃO
Nesta lição destacaremos algumas informações essenciais sobre a epístola de Paulo aos Efésios; pontuaremos também, algumas considerações importantes sobre a batalha espiritual, visto que a nossa luta não é contra carne e sangue; e por fim, veremos quais as recomendações apostólicas para vencermos esta guerra.


I. INFORMAÇÕES SOBRE A EPÍSTOLA AOS EFÉSIOS
1. Autoria e destinatários.
A autoria é classicamente atribuída ao apóstolo Paulo quando de sua primeira prisão em Roma (Ef 1.1; 3.1; 4.1; 6.20); Paulo implantou a igreja em Éfeso durante a sua segunda viagem missionária. Depois de ter passado 18 meses em Corinto (At 18.11), ele visitou Éfeso com Áquila e Priscila (At 18.18), e voltou a Éfeso durante sua terceira viagem missionária e permaneceu ali por três anos (At 19.8-10; 20.31). Durante o tempo que ali passou, Deus operou poderosamente através do apóstolo (At 19.11), em Éfeso houve várias conversões (At 19.18,19), batismo no Espírito Santo (At 19.6,7), curas divinas e expulsão de demônios (At 19.12), e a propagação do evangelho (At 19.10,20,26), resultando no temor a Deus e a glorificação do nome do Senhor Jesus (At 19.17).

2. Propósito.
Essa epístola não foi escrita para combater alguma heresia específica ou mesmo problemas na igreja local, antes foi enviada com a finalidade de fortalecer e encorajar os crentes de um modo geral (Ef 1.15-17). Paulo em oração anseia que seus leitores cresçam na fé e que sejam cheios do poder do alto (Ef 3.14,16), para que assim vivam uma vida digna da vocação com que foram chamados (Ef 4.1-3; 5.1,2).

3. Curiosidades.
A carta aos Efésios é considerada a coroa dos escritos de Paulo, a rainha das epístolas paulinas (LOPES, 2009, p. 09), também é considerada uma carta gêmea de Colossenses, visto que são escritas do mesmo local, no mesmo período e levadas às igrejas pelo mesmo portador e ambas tratam basicamente das mesmas coisas (Ef 6.21; Cl 4.7,8). A igreja em Éfeso é a única do Novo Testamento que recebeu cartas de mais de um escritor bíblico, João também tinha uma mensagem para eles (Ap 2.1-7). Essa igreja teve mais pregadores famosos do que qualquer outra, isso incluiu homens como Paulo, Apolo, João e Timóteo.


II. CONSIDERAÇÕES QUANTO A NOSSA LUTA ESPIRITUAL
Além das informações já mencionadas a respeito da epístola aos Efésios, algo que é digno de nota é que o fato de Paulo tratar de forma tão veemente a respeito da batalha espiritual, se dá exatamente pela experiência vivida pelo apóstolo na implantação da igreja naquela cidade. Em Éfeso, além da resistência ao evangelho por parte de alguns judeus (At 19.8,9), a influência demoníaca era visível, pois nela estava o templo da deusa pagã chamada de Diana dos efésios (At 19.24,27,35), boa parte dos cidadãos daquela cidade tinham envolvimento com artes mágicas (At 19.19), muitas pessoas eram oprimidas por espíritos malignos (At 19.12), a tal ponto que existia entre eles um grupo de judeus que tinham como prática o “exorcismo” (At 19.13). Por essa razão Paulo considera necessária a conscientização da luta espiritual. Vejamos algumas considerações:

1. Definição do termo lutar.
Paulo ao referir-se ao combate espiritual na sua epístola aos Efésios assim afirma: “Porque não temos que lutar contra a carne e o sangue […]” (Ef 6.12), ele usa a palavra “lutar” do grego “pale”, que diz respeito a ação de duas forças que agem em sentido contrário, esse termo em seu sentido original aponta para a luta romana (1Co 9.25), ou seja, uma competição entre duas pessoas na qual cada uma se esforça para derrubar a outra, e que é decidida quando um é capaz de manter seu oponente no chão com seu braço sobre seu pescoço; Paulo usou essa palavra baseado no tipo de luta que havia nos jogos gregos e, posteriormente, nas arenas romanas, onde os lutadores lutavam corpo a corpo até a morte de um deles, desse modo o termo é usado figuradamente acerca do combate cristão contra as forças do mal. Sobre esta luta o apóstolo faz algumas advertências, e para poder vencê-la, devem ser levadas em consideração as orientações expostas nesta carta.

2. É uma realidade.
O apóstolo Paulo deixa claro que o verdadeiro cristão (Ef 1-3), cuja vida é controlada pelo Espírito Santo (Ef 4.1 – 6.9), pode ter certeza de que está numa batalha espiritual (Ef 6.10-18). É apropriado Paulo usar uma imagem militar para ilustrar o conflito do cristão com Satanás e os demônios, pois ele próprio encontrava-se acorrentado a um soldado romano (Ef 6.20), e, por certo, seus leitores estavam acostumados com os soldados e seus equipamentos de guerra. Na verdade, o apóstolo demonstra uma predileção por ilustrações militares para descrever a vida cristã (2 Co 10.4; 1Tm 6.12; 2Tm 2.3; 4.7). Diversas vezes nesta carta Paulo mencionou que a trajetória de vida dos cristãos não está ilesa de dificuldades, mas está fundamentalmente marcada pela luta, ainda que Cristo tenha derrotado os poderes, sendo entronizado como Soberano (Ef 1.21; 3.10), as potestades do mal exercem sua ação sombria contra os salvos em Jesus (Ef 6.12).

3. Exige do crente preparação.
Toda e qualquer batalha requer preparação e estratégia. Ninguém deve se lançar numa luta despreparado. Essa preparação requer cuidados que se tornam indispensáveis para o sucesso da batalha, Paulo assim recomenda: “No demais, irmãos meus, fortalecei-vos no Senhor e na força do seu poder” (Ef 6.10). A palavra vem de “endunamousthe” e significa: “tornar-se forte, receber força”, outro termo usado com o mesmo sentido é: “krataioomai”, que quer dizer: “ser fortalecido, ser corroborado”, e o imperativo está na voz passiva: “sede fortalecidos”, “fortalecei-vos”, dessa maneira fica claro que força necessária aqui não pode ser produzida por pessoas (2 Co 10.3), pelo contrário ela tem sua fonte e essência no Senhor (CABRAL, 1999, p. 87). Quando se vive em união com Ele, dentro dos limites de Sua vontade e, consequentemente, de Sua graça, não pode haver falha devida à falta de poder (1 Jo 2.14). Fora dEle o cristão nada pode fazer (Jo 15.1-5), mas toda a força do Seu poder está à nossa disposição. Pelo fato de forças espirituais más estarem dispostas em ordem de batalha contra o crente, só os recursos divinos e espirituais podem resistir a elas (2 Co 10.4). Esse fortalecimento se faz necessário para que o conflito que é violento possa ser suportado (Ef 6.11,13).

4. Deve se identificar a natureza do combate.
Paulo deixa claro que a guerra cristã não é empreendida contra forças terrenas, porque ele diz: “não temos que lutar contra carne e sangue […]” (Ef 6.12), caso se tratasse disso a força humana seria suficiente. Antes de falar contra quem devemos lutar, o apóstolo declara contra quem não é a nossa luta. O apóstolo declara enfaticamente que essa batalha não é física nem terrena, mas espiritual. A expressão “carne e o sangue” denota a espécie da batalha, uma expressão usada frequentemente no NT para referir-se a ser humano, ou a natureza do homem (Mt 16.17; 1Co 15.50; Gl 1.16; Hb 2.14), portanto, ao usá-la Paulo quer dar a entender aqui, simplesmente, a natureza humana em contraste com os seres espirituais, que não possuem a matéria e, portanto, não são de carne e sangue. Sendo assim, não se trata de uma luta humana de homens contra homens, mas contra inimigos espirituais, nossa luta, portanto, não é física, mas espiritual e esta realidade era por certo, algo bem familiar aos cristãos em Éfeso (At 19.13-20). Seria uma tragédia um soldado sair para a guerra sem saber contra quem deve guerrear. Há muitos cristãos que estão entrando na batalha e ferindo aos próprios irmãos, estão atingindo com seus torpedos os próprios aliados, em vez de bombardear o arraial do inimigo (LOPES, 2009, p. 178,179). O inimigo a ser derrotado é o diabo e todo o seu exército (1Pe 5.8; Ef 6.12).

2.5 O lugar do combate.
Mais uma vez fortifica-se o fato de que se trata de uma luta espiritual e não terrena: “[…] nos lugares celestiais(Ef 6.12) No grego, a frase “nos lugares celestiais” aparece como: “en tois epouraniois”, “que existe no céu, coisas que têm lugar no céu”. Diversas vezes encontramos esta expressão na epístola aos Efésios. Nas passagens de Efésios 1.3 e 2.6, esses lugares celestiais indicam a posição do crente em Cristo, uma posição elevada, isto é, colocada acima da vida do mundo; entretanto, no texto de Efésios 6.12, o significado da expressão lugares celestiais é outro, indica os lugares onde Satanás e suas hostes habitam e comandam toda a sua guerra contra os remidos do Senhor (CABRAL, 1999, p. 89).


III. COMO VENCER A LUTA ESPIRITUAL
1. Revestir-se de toda a armadura de Deus.
Reiterando a necessidade do cristão estar preparado para a batalha espiritual e vencê-la, Paulo exorta a que nos revistamos das armas pertencentes a Deus: Revesti-vos de toda a armadura de Deus […]” (Ef 6.11), notemos que este ato implica na responsabilidade humana: “A noite é passada, e o dia é chegado. Rejeitemos, pois, as obras das trevas, e vistamo-nos das armas da luz(Rm 13.12).

2. Viver em constante vigilância.
Uma recomendação não menos importante é que o cristão deve ficar firme: “[…] para que possais estar firmes contra as astutas ciladas do diabo” (Ef 6.11), do grego “histemi”, que significa: “ficar de pé, manter-se no lugar, continuar seguro, continuar pronto ou preparado”, isso indica estar de olhos abertos, atento, de prontidão para o combate visto o perigo a volta e sagacidade do inimigo (1Pe 5.8,9). Devido à insistência do adversário bem como a intensificação dos seus ataques (Mt 4.1-11; Lc 4.13), é possível ao cristão sentir o desgaste e se tornar propenso a esmorecer e ceder às pressões durante o combate (Mc 6.48), por essa razão o apóstolo alertou sobre a necessidade de em Deus buscarmos a capacidade de resistir: “[…] para que possais resistir no dia mau […]” (Ef 6.13), o termo mau “poneros” traz a ideia de: um momento cheio de labores, aborrecimentos, fadigas, são momentos como esses em que o crente deve buscar ainda mais a graça de Deus para vencer (2 Co 12.9).

3. Agir com prudência e perseverando em oração.
A luta contra o diabo e seus demônios é uma realidade cotidiana, e nessa batalha não há cessar fogo, de modo que a recomendação apostólica para nós é que: “[…] depois de terdes vencido tudo, permanecer inabaláveis(Ef 6.13 – ARA), depois das vitórias alcançadas não devemos abaixar as armas, visto que não há momento mais vulnerável na vida de um cristão quando depois de uma grande conquista. Uma forma de evitar essa vulnerabilidade é o crente se fortalecer através da oração (Ef 6.18; Rm 12.12), de modo que não podemos vencer essa guerra com nossa própria capacidade (2 Co 3.5).


CONCLUSÃO
A batalha espiritual é uma realidade incontestável à luz das Escrituras, no entanto, também fica claro que esta luta não é contra as pessoas e sim contra as forças espirituais do mal, por essa razão fortalecidos em Deus, poderemos com segurança sermos vitoriosos.




REFERÊNCIAS
Ø  CABRAL, Elienai. Comentário da Carta aos Efésios. CPAD.
Ø  HAHN, Eberhard; BOOR, Werner. Comentário Carta aos Efésios. EDITORA ESPERANÇA. PDF
Ø  LOPES, Hernandes Dias. Comentário Expositivo Efésios. HAGNOS.  



Por Rede Brasil de Comunicação.



terça-feira, 19 de fevereiro de 2019

QUESTIONÁRIOS DO 1° TRIMESTRE DE 2019







   RUMO À TERRA PROMETIDA –
A Peregrinação do Povo de Deus
no deserto no livro de Números.







Lição 07

Hora da Revisão
A respeito do tema “Os Perigos do Deserto”, responda:


1. Segundo a lição, qual o povo que não acreditava na sinceridade de Moisés e por isso lhe negou um pedido?
Edom.

2. Qual referência bíblica menciona o pecado de Moisés e Arão, que os impediu de entrar em Canaã?
Números 20.10-12.

3. A rocha ferida por Moisés representa quem?
Cristo Jesus.

4. Quais os nomes dos irmãos de Moisés que faleceram no mesmo ano? Onde encontrar refúgio diante da perda de um ente querido?
Miriã e Arão. Encontramos refúgio em Jesus Cristo.

5. O que você tem a dizer a respeito da afirmação: “Todo líder cristão genuíno é uma pessoa solitária?”
Resposta pessoal.