sexta-feira, 27 de setembro de 2019

LIÇÃO 13 – SEJA UM MORDOMO FIEL






Lc 12.36-38; 42-46



INTRODUÇÃO
Nesta lição definiremos o termo mordomo e o termo fidelidade; destacaremos a parábola de Lucas 12.42-46 onde Jesus exorta quanto a importância da fidelidade na mordomia do que recebemos de Deus; falaremos da importância de sermos fieis em todos os sentidos; e por fim, trataremos a respeito do Tribunal de Cristo onde o Mestre Jesus recompensará a cada mordomo fiel segundo a sua obra.


I. DEFINIÇÕES
1. Definição secular e exegética de mordomo. O dicionário diz que mordomo: “é um indivíduo encarregado de administrar, em residência alheia, as tarefas domésticas cotidianas, distribuindo-as entre os demais empregados” (HOUAISS, 2001, p. 1960). A palavra grega mais comum, frequentemente no NT, é “oikonomos” (TENNEY, 2008, p. 377). O “oikonomos” denotava primariamente “o administrador de uma casa ou propriedade”, formado de “oikos”, denotando “casa”, e “nemo” que significa: “arranjar, organizar” (VINE, 2002, p. 800). Essa palavra é mais traduzida como “despenseiro”. A ideia de despenseiro aparece somente no Novo Testamento, quando o original grego usa a palavra “oikonomos”, que significa: “gerente da casa” (Lc 12.42; 16.1,3,8; Rm 16.23; 1 Co 4.1,2; Gl 4.2; Tt 1.7; 1 Pe 4.10); ou quando usa a palavra “epitropos”, que quer dizer: “encarregado”, que aparece por três vezes (Mt 20.8; Lc 8.3; Gl 4.2).

2. Fidelidade. O dicionarista Houaiss diz que: “fidelidade” significa: “respeito quase venerável por alguém ou algo; lealdade; constância nos compromissos assumidos com outrem; compromisso que pressupõe dedicação amorosa à pessoa com quem se estabelece um vínculo afetivo de alguma natureza” (2001, p. 1337). O dicionário de Strong diz que a palavra “fidelidade” no grego “pistis” significa: “verdadeiro; pessoas que mostram-se fiéis na transação de negócios, na execução de comandos, ou no desempenho de obrigações oficiais; alguém que manteve a fé com a qual se comprometeu, digno de confiança”.


II. A IMPORTÂNCIA DA FIDELIDADE NA MORDOMIA
Em Lucas 12.42-46, Jesus contou a parábola acerca da fidelidade. Esta é uma parábola de cunho escatológico e é extremamente exortativa quanto a necessidade de sermos fieis mordomos até o retorno de Cristo. Abaixo destacaremos algumas informações sobre esta parábola. Vejamos:

1. O senhor da parábola (Lc 12.42).
Este senhor da parábola trata-se provavelmente de um fazendeiro ou de um grande empresário que tinha servos a sua disposição (Lc 12.42.46). Este senhor precisou ausentar-se um pouco de sua casa, para uma viagem. A Bíblia nos mostra que quanto ao dia e a hora do seu retorno são incertos (Lc 12.46).

2. Os servos da parábola (Lc 12.42,45).
Lucas usa a palavra “mordomo” no grego “oikonomos” que significa: “pessoa que administra os assuntos domésticos de uma família” (VINE, 2001, p. 447). Via de regra, havia apenas um mordomo na casa (Gn 15.2; 41.40; 45.8; 1 Rs 18.3; Lc 16.1; At 8.27). O texto diz que o senhor nomeou “um servo” para ser “mordomo” dos outros servos (Lc 12.42). O texto deixa entender este servo poderia ser “fiel e prudente” (Lc 12.42) ou infiel: “Mas, se aquele servo” uma referência hipotética ao mesmo servo do início da parábola (Lc 12.45). Diante disto, fica mais claro no texto, a possibilidade de que a narrativa esteja falando apenas de um servo, que poderá ter uma atitude positiva ou negativa. No entanto, a maioria dos intérpretes preferem a ideia de se tratarem de dois servos. Sob esta perspectiva, analisaremos abaixo o comportamento de ambos. Notemos:

A) O servo fiel da parábola (Lc 12.42,43).
É dito que, se este servo ou mordomo foi fiel e prudente no exercício da função que lhe foi confiada até ao retorno do seu patrão. A fidelidade e a prudência são virtudes destacadas na Bíblia (Pv 12.22; 14.33; 14.35; 28.20; Mt 7.24; 25.23; 1 Co 4.2; Ef 5.15). O servo que agir assim será tido por “bem-aventurado” e, como recompensa, receberá privilégios e responsabilidades aumentados: “Em verdade vos digo que o porá sobre todos os seus bens” (Lc 12.44). 2.3 O servo infiel da parábola (Lc 12.45). Com a partida de seu senhor, este servo, em seu coração, imaginou que, porque o seu patrão estava ausente e ia demorar a voltar, decidiu comportar-se de forma violenta e pecaminosa. Sua deficiência se mostrou tanto doutrinária “O meu senhor tarda em vir” (Lc 12.45a); quanto moral, pois começou a “a espancar os criados e criadas, e a comer, e a beber, e a embriagar-se” (Lc 12.45b). Quando da volta do seu senhor, este servo infiel será punido severamente: “e separá-lo-á, e lhe dará a sua parte com os hipócritas” (Lc 12.46).


III. FIDELIDADE EM TRÊS DIREÇÕES
A fidelidade é de uma importância vital para a vida cristã em três aspectos, vejamos:

1. Fidelidade a Deus.
Deus sempre exigiu fidelidade no relacionamento das suas criaturas. Exigiu de Abraão (Gn 17.1); de Isaque (Gn 26.1-5); de Jacó (Gn 35.1-4); do povo de Israel (Dt 28.1-14). Jesus, exigiu fidelidade daqueles que desejavam segui-lo (Jo 8.31). A fidelidade é uma prova de amor (Jo 14.15,21).

2. Fidelidade ao próximo.
O crente deve agir com fidelidade aos que estão à sua volta, tendo algumas atitudes, tais como: a) mantendo sempre sua palavra (Mt 5.37;1 Tm 3.8); b) assumindo as responsabilidades no lar (Ef 5.22-28; 6.1-4; 1 Tm 5.8); c) cooperando na obra de Deus (1Co 4.1,17; 6.21); d) sendo fiel com o que é alheio (Mt 24.45,46; Lc 16.1-12); como empregado (Ef 6.5-8; Cl 3.22-25); ou como empregador (Ef 6.9; Cl 4.1).

3. Fidelidade a si mesmo.
Nesse aspecto a fidelidade é vista quando somos aquilo que dizemos ser. Davi em um de seus Salmos afirma: “Aborreço a duplicidade, porém amo a tua lei” (Sl 119.113). Quem vive uma vida dúbia, é inconstante, não há firmeza nem resistência (Tg 1.8). Deus quer que sejamos o que dizemos que somos, não mostrando duplicidade ou falsidade quanto a nossa devoção a Ele (1 Sm 12.24).


IV. O TRIBUNAL DE CRISTO: O DIA DO JULGAMENTO DA NOSSA MORDOMIA
Tribunal de Cristo é o primeiro dos eventos depois do Arrebatamento da Igreja. Paulo refere-se ao Tribunal como o “bema” (2 Co 5.10). O bema era um estrado ou plataforma, utilizado por oradores (púlpito) e atletas (pódio). Os bemas históricos eram plataformas elevadas em que governantes ou juízes se sentavam para fazer discursos (At 12.21) ou julgar casos (At 18.12-17). O Tribunal de Cristo é visto por alguns apenas como um lugar de recompensas (LAHAYE, 2009, p. 462). Paulo, entretanto, chama-o de um lugar de compensação. O Senhor atenta para o que fazemos, seja bom ou mau e seremos compensados de acordo com nossas obras (1 Co 3.10-15) (Ídem, 2009, pp. 204, 205).


V. O QUE SERÁ JULGADO DA NOSSA MORDOMIA
No Arrebatamento, Jesus, que conhece as nossas obras (Ap 2.2,9,13,19; 3.8,15), trará consigo o resultado, a avaliação de nosso trabalho. Existem cinco critérios deste julgamento que envolvem: a) a “lei da liberdade cristã” (Tg 2.12); b) a qualidade do trabalho que fazemos para Deus (Mt 20.1-16); c) o “material” empregado no trabalho feito para Deus (1Co 3.8,12-15); d) a conduta do crente por meio do seu corpo (2 Co 5.10); e, e) os motivos secretos do nosso coração (1 Co 4.5; Rm 2.16) (GILBERTO, 2009, p. 376). O propósito do julgamento dos crentes diante do Tribunal de Cristo é determinar se as obras de cada um foram dignas ou não. A avaliação incluirá as obras em si, o zelo com que foram realizadas e o que as motivou. Vejamos:

1. As obras.
Aquilo que uma pessoa faz por Deus é registrado em um memorial diante do Senhor dos Exércitos (Ml 3.16- 18). As Escrituras prometem recompensas específicas para obras específicas (Mt 5.11-12; Lc 6.21-22; 14.12-14). Deus recompensará os crentes por todas as ações que tiverem mérito ou valor eterno.

A) As boas obras.
Boas obras do grego “agathos” podem ser definidas como aquelas que têm sido “manifestas, porque feitas em Deus” (Jo 3.21; Ef 6.7-8; 1 Ts 1.3). As boas obras são representadas por ouro, prata e pedras preciosas. As boas obras também são chamadas de “fruto de justiça, o qual é mediante Jesus Cristo, para a glória e louvor de Deus” (Fp 1.11; 2.13).

B) As más obras.
Paulo falou sobre a possibilidade de ser “reprovado” ao não conseguir viver fielmente (1Co 9.24-27). Más ações do grego “phaulos” são desprezíveis aos olhos de Deus. Podem ser chamadas de “obras mortas” ou “obras da carne”. O perigo de produzir obras da carne reside no fato de que o trabalho do crente acaba sendo em vão, inútil ou vazio (1 Co 15.58; 1 Tm 6.20; 2 Tm 2.16; G1 4.9; Tt 3.9; Tg 1.26). Obras más não possuem qualidade, por isso são caracterizadas como madeira, feno e palha que são materiais de pouco valor ou durabilidade. Estas são as ações produzidas a partir de motivações erradas (1 Jo 2.28).

2. A Motivação.
Deus sonda a nossa mente e o nosso coração a fim de nos determinar a recompensa. A motivação de nossas obras também será revelada no Tribunal de Cristo (Lc 12.2-3). O propósito ou motivação de um coração legitima ou invalida os atos de uma vida (Mt 5.16; 6.1-21). Quando as obras são feitas para que outros as vejam, perdem-se as recompensas, pois, os desígnios do coração do homem serão manifestos. (1 Co 4-5; Ap 2.23). Embora um serviço exercido por motivos errados possa resultar na perda de recompensas, ele ainda pode ter efeitos eternos (Fp 1.14-19).


CONCLUSÃO
Deus exige fidelidade de todos aqueles que professam ser seus servos; para os que assim procedem, Ele tem reservado um dia, em que por meio de Seu Filho, Jesus Cristo, recompensará a cada mordomo. 



REFERÊNCIAS
Ø  GILBERTO, et al. Teologia Sistemática Pentecostal. CPAD.
Ø  LOCKYER, John. Todas as Parábolas da Bíblia. VIDA.
Ø  PENTECOST, J. Dwight. Manual de Escatologia. VIDA.
Ø  STAMPS, Donald C. Bíblia de Estudo Pentecostal. CPAD.
Ø  VINE, W.E, et al. Dicionário Vine. CPAD.



Por Rede Brasil de Comunicação.

LIÇÃO 13 - A VINDA DO SENHOR: A NOSSA SUPREMA ESPERANÇA (VÍDEO AULA)





LIÇÃO 13 - SEJA UM MORDOMO FIEL (VÍDEO AULA)





QUESTIONÁRIOS DO 3° TRIMESTRE DE 2019







   A RAZÃO DA NOSSA ESPERANÇA –
Alegria, Crescimento e Firmeza
nas Cartas de Pedro.







Lição 12

Hora da Revisão
A respeito do tema “A Impiedade Decorrente dos Falsos Ensinos, responda:


1. Segundo a lição, o que as duras palavras de Pedro evidenciam sobre o que estava acontecendo naquele contexto?
Que os falsos mestres estavam incentivando a promiscuidade e as práticas sexuais pervertidas, dizendo se tratar de rituais sagrados.

2. A quem Pedro compara os ímpios?
A animais irracionais.

3. Quais são as coisas mais importantes para o hedonista?
A conquista do prazer e a fuga ao sofrimento.

4. O profeta Balaão é um péssimo exemplo de quê?
De apostasia e sincretismo religioso.

5. O que é apostasia?
Este termo, proveniente do grego apostásis, significa o abandono consciente e premeditado da fé que nos foi revelada por intermédio de Nosso Senhor Jesus Cristo.


QUESTIONÁRIOS DO 3° TRIMESTRE DE 2019







   TEMPO, BENS E TALENTOS –
Sendo mordomo fiel e prudente com as
coisas que Deus nos tem dado.







Lição 12

Para Refletir
A respeito de “A Mordomia do Cuidado com a Terra” responda:


Para quê Deus chamou o homem?
Deus chamou o homem para ser o mordomo (gr. Oikonomos) da Criação.

Para quê Deus fez a Terra?
Deus fez a Terra para que os seres humanos a habitasse.

Por que a natureza é um presente de Deus ao ser humano?
A natureza é um presente de Deus ao ser humano, pois é Ele “quem dá a todos a vida, a respiração e todas as coisas” (At 17.25).

Qual a grande missão que Deus entregou ao homem?
Deus tomou o homem, “e o pôs no jardim do Éden para o lavrar e o guardar” (Gn 2.15).

O que é o “desenvolvimento sustentável”?
Desenvolvimento Sustentável é a difícil missão de prover o desenvolvimento econômico e tecnológico sem esgotar os recursos naturais.


sexta-feira, 20 de setembro de 2019

LIÇÃO 12 – A MORDOMIA DO CUIDADO COM A TERRA (SUBSÍDIO)


  


Gn 1.26-30





INTRODUÇÃO
Nesta lição aprenderemos sobre o significado do termo “terra” à luz das Escrituras; veremos também, que o universo foi criado por Deus e quais os seus propósitos em relação aos homens; destacaremos os princípios do cuidado com a criação, partindo do exemplo de Adão e Eva; e por fim, veremos os deveres cristãos no exercício da mordomia do cuidado com a terra.


I. DEFINIÇÃO DA PALAVRA TERRA
No Antigo Testamento duas palavras são frequentemente usadas para terra; o termo: “érets” que denota: o planeta inteiro, como também algumas partes que compõem a terra; país (Gn 1.1,2,10-12; 2.1; 4.12; Êx 8.17; 10.5; Lv 11.2,21; Jó 1.7; 2.2); como também a palavra: “adamah” que aponta mais diretamente para o solo cultivável (Gn 1.25; 2.6; Êx 10.6; Dt 4.10; 1Sm 4.12). Já no Novo Testamento, temos a expressão grega: “”, podendo indicar: “o próprio globo terrestre, como o solo, uma região, um país, os habitantes da terra” (Mt 5.5,13,18; 10.34; João 17.4; At 1.8; Rm 10.18; 1 Co 8.5; Ef 1.10; Ap 1.5,7,10; 5.3; 10.2; 21.1,24) (CHAMPLIN, 2004, p. 388 – acréscimo nosso).


II. DEUS CRIOU A TERRA
A Bíblia não da suporte para a teoria da evolução, pois inicia afirmando o criacionismo: “No princípio criou Deus os céus e a terra” (Gn 1.1 ver Sl 104.5). O que evoluiria seria a ciência, as pesquisas, o saber (Dn 12.4). Notemos então, os propósitos de Deus na criação em relação a terra:

1. Para que o homem pudesse viver de forma saudável.
Assim nos informa o escritor sagrado: “E plantou o SENHOR Deus um jardim no Éden, da banda do Oriente, e pôs ali o homem que tinha formado” (Gn 2.8). A palavra Éden significa: “deleite” ou “lugar de muita água”, indica que esse jardim era um paraíso vindo das mãos de Deus, criado para proporcionar o melhor ambiente possível para o primeiro casal. Neste sossegado lugar de indescritível beleza, o homem devia desfrutar da comunhão e do companheirismo do Criador, e trabalhar de acordo com o esquema divino para a realização de Sua vontade perfeita. Um adequado suprimento de água era fornecido por um vasto sistema de irrigação, um emaranhado de rios que brotavam dentro e à volta do jardim, dando-lhe vida (Gn 2.9,10-14).

2. Para que o homem pudesse desfrutar dela.
As árvores que Deus plantou no jardim não eram apenas para mostrar a beleza de Sua criação (Gn 1.31; Ec 3.11), mas para a provisão diária de suas criaturas: “E o SENHOR Deus fez brotar da terra toda árvore agradável à vista e boa para comida […]” (Gn 2.9). Deus, portanto, criou a terra para que o homem pudesse desfrutar dela de forma equilibrada (Gn 2.16), para seu mantimento e deleite pessoal (Gn 1.29,30; Sl 104.14,15).

3. Para que o homem pudesse cuidar dela.
Os homens foram criados para ter domínio sobre a Terra (Gn 1.26,28). Adão e Eva foram os primeiros regentes da criação de Deus (Sl 8.6-8). Assim declara o salmista: “Os céus são os céus do Senhor, mas a terra deu-a ele aos filhos dos homens” (Sl 115.16), de modo que dentro desta administração inclui o cuidado necessário com a terra: “E tomou o SENHOR Deus o homem e o pôs no jardim do Éden para o lavrar e o guardar” (Gn 2.15). Entre as responsabilidades de Adão quanto a sua mordomia do cuidado com a terra, destacamos: a) deveria estabelecer-se no Éden e cuidar especialmente desse lindo jardim paradisíaco (Gn 2.15); b) deveria dar nomes a todas as criaturas (Gn 2.19,20); c) deveria reproduzir-se e popular a terra com sua espécie (Gn 1.28); e, d) deveria deleitar-se dos frutos de diversas árvores (exceto uma, a árvore do conhecimento do bem e do mal) (Gn 2.16).


III. ADÃO E O CUIDADO COM A TERRA
1. A elevada posição do ser humano na criação.
Ao criar o homem, o Senhor lhe deu uma elevada posição diante de toda a criação (Gn 1.28; Sl 8.6). Segundo Berkof (2000, p. 174): “O homem é descrito como alguém que está no ápice de todas as ordens criadas. Foi coroado como rei da criação inferior e recebeu domínio sobre todas as criaturas inferiores. Como tal, foi seu dever e privilégio tornar toda natureza e todos os seres criados, que foram colocados sob seu governo, subservientes à sua vontade a o seu propósito, para que ele e todos os seus gloriosos domínios magnificassem o onipotente Criador e Senhor do universo”. Sua posição destacada fica evidente quando lemos que: “[…] Deus os abençoou e Deus lhes disse: Frutificai, e multiplicai-vos, e enchei a terra, e sujeitai-a; e dominai sobre os peixes do mar, e sobre as aves dos céus, e sobre todo o animal que se move sobre a terra” (Gn 1.28).

2. Os deveres de Adão e Eva na mordomia da terra.
Deus ao criar o ser humano segundo a sua imagem (Gn 1.27), tinha como propósito, entre outras razões, permitir que Adão governasse a terra: “[…] e domine sobre os peixes do mar, e sobre as aves dos céus, e sobre o gado, e sobre toda a terra, e sobre todo o réptil que se move sobre a terra (Gn 1.26). O homem deveria exercer autoridade sobre toda a natureza (Sl 8.6-8). O Novo Testamento deixa claro que o homem foi feito para exercer domínio, sobre toda a criação (Hb 2.5-8). O escritor bíblico informa: “E tomou o SENHOR Deus o homem e o pôs no jardim do Éden para o lavrar e o guardar” (Gn 2.15). A palavra guardar denota a ideia de manter, Deus estava ensinando a Adão sobre a necessidade de trabalhar para preservar o jardim, a fim de que não se tornasse um ambiente desordenado. Desde o princípio do mundo, Deus teve a preocupação de conservar a ecologia da terra.

3. O pecado de Adão e as suas consequências sobre a terra.
Por ocasião da entrada do pecado no mundo através de Adão (Gn 3; Rm 5.12; 1Co 15.22), sobrevieram consequências físicas e espirituais (Gn 3.14-16; Rm 3.23). A Queda não atingiu apenas o homem, mas também toda natureza, é o que fica claro quando lemos: “E a Adão disse: […] maldita é a terra por causa de ti; com dor comerás dela todos os dias da tua vida. Espinhos e cardos também te produzirá [...]” (Gn 3.17,18), de modo que além da terra passar a produzir espinhos e cardos, a realidade do pecado na esfera humana, também mudou a relação entre homens e animais: “E será o vosso temor e o vosso pavor sobre todo animal da terra e sobre toda ave dos céus […]” (Gn 9.2), os animais passaram a possuir ferocidade (Is 65.25), e estes passaram a pertencer a dieta alimentícia do homem (Gn 1.29,30; 9.3; Dt 12.15; Rm 14.2,3,6). O apóstolo Paulo retrata a condição da terra após o pecado como: a) sujeita a vaidade (Rm 8.20); b) gemendo como dores de parto (Rm 8.22); e, c) em expectativa de restauração (Rm 8.19,21).


IV. A MORDOMIA CRISTÃ NO CUIDADO COM A TERRA
Desde a Queda, o homem deixou de tratar da terra como deveria, e até incorrendo no outro extremo de divinizar a natureza, como alguns chamam de “mãe terra ou mãe natureza” (Rm 1.25). No entanto, Deus deu ordens para que ela fosse devidamente administrada. Vejamos:

1. No trato com o solo.
Deus deixou estabelecido em Sua Palavra, o princípio de preservação do solo (Gn 2.15; 8.22), de modo que a terra não deveria ser usada demasiadamente, sem o devido descanso: “Também seis anos semearás tua terra e recolherás os seus frutos; mas, ao sétimo, a soltarás e deixarás descansar […] (Êx 23.10,11 ver Lv 25.1-5; 26.34,35). Apesar deste princípio ser claro, há alguns hoje que pensam só nos seus lucros, não na saúde da terra; priorizam o sucesso imediato e presente, e desconsideram as consequências futuras dessa má administração (Is 24.1-12; Jr 12.4; Jl 1.10,20). A quebra desse princípio foi uma das razões que levou Judá ao cativeiro babilônico (Lv 26.43; 2Cr 36.21). A ideia de sujeitar a terra (Gn 1.28), não significa que devemos escravizá-la para satisfação de nossos desejos de lucros, dando vazão a uma exploração ilimitada dos seus recursos. Como cristãos, devemos ter zelo pela criação divina, tendo preocupação ecológica, uma vez que, a ira de Deus será derramada sobre os que destroem a terra (Ap 11.18).

2. No trato com as árvores.
O princípio do cuidado com a flora fica evidente também na narrativa de Gênesis: “E tomou o SENHOR Deus o homem e o pôs no jardim do Éden para o lavrar e o guardar” (Gn 2.15). Esse cuidado era necessário para a manutenção do jardim do Éden, uma vez que a deterioração é própria das coisas finitas que vieram a existência, não há nada na terra que não exija manutenção. Sobre o trato com as árvores Deus diz: “Quando sitiares uma cidade por muitos dias, pelejando contra ela para a tomar, não destruirás o seu arvoredo, metendo nele o machado, porque dele comerás; pelo que o não cortarás (pois o arvoredo do campo é o mantimento do homem), para que sirva de tranqueira diante de ti” (Dt 20.19). Num contexto de guerra, onde a ética dos homens muda, e o que tem valor pode vir a perdê-lo; Deus ressalta a importância de se tratar corretamente do arvoredo ou das florestas, visto que é fundamental para a existência humana. Se antes da Queda a flora precisava de cultivo e proteção, quanto mais agora, quando a maldição está sobre o habitat humano (Gn 3.17; Rm 8.19-22).

3. No trato com os animais.
O domínio do homem sobre os animais, também fica evidente no relato da criação: “E disse Deus: Façamos o homem à nossa imagem, conforme a nossa semelhança; e domine sobre os peixes do mar, e sobre as aves dos céus, e sobre o gado, e sobre toda a terra, e sobre todo réptil que se move sobre a terra” (Gn 1.26). O cuidado com a fauna, também é visto nas Escrituras de forma abrangente: a) a lei de descanso para os animais (Êx 20.10; 23.12); b) o cuidado com a sua alimentação (Êx 23.11; Dt 25.4; Jó 38.39-41; Sl 147.9); c) na preservação das espécies (Gn 6.19; Dt 22.6,7; Sl 36.6; Jn 4.11); e, d) contra os maus tratos (Êx 23.4,5,12; Nm 22.27-31; Dt 22.10; Pv 12.10; Sl 11.5; Lc 14.5). Pelo texto bíblico, aprendemos que, Deus nunca autorizou tratar os animais com crueldade. Ele se preocupa e cuida até do mais simples animal (Sl 104.24-30; 145.16; Is 56.8,9; 2 Rs 3.17). Salientamos porém, que apesar de toda a preocupação de Deus em relação aos animais, eles não foram criados com a capacidade de raciocinar ou ter espiritualidade (2Pd 2.12; Jd 19), sendo assim, não devem ser tratados como pessoas, ou seja, humanizados (Lc 13.15; 14.1-5; Mt 6.26; 10.31; Lc 12.7). Afinal, a Bíblia descreve o tempo em que, sob o Reino de Cristo no Milênio, entre outros efeitos, virá a administração correta do planeta, prevalecendo a harmonia entre o homem e os animais como era no princípio (Is 11.6-8).


CONCLUSÃO
Deus quer que nós preservemos a criação, que é a sua propriedade (Sl 24.1). Como mordomos do Senhor, cuidemos bem daquilo que Deus nos deu para o nosso deleite.




REFERÊNCIAS
Ø  CAMPOS, Heber Carlos. O Habitat Humano: O paraíso criado. SP: HAGNOS, 2011.
Ø  CAMPOS, Heber Carlos. O Habitat Humano: O paraíso perdido. SP: HAGNOS, 2012.
Ø  CHAMPLIN, R. N. Enciclopédia de Bíblia, Teologia e Filosofia. vl 06. SP: HAGNOS, 2004.
Ø  STAMPS, Donald C. Bíblia de Estudo Pentecostal. RJ: CPAD, 1995.


Por Rede Brasil de Comunicação.


segunda-feira, 16 de setembro de 2019

QUESTIONÁRIOS DO 3° TRIMESTRE DE 2019







   A RAZÃO DA NOSSA ESPERANÇA –
Alegria, Crescimento e Firmeza
nas Cartas de Pedro.







Lição 11

Hora da Revisão
A respeito do tema “Alerta Contra os Falsos Mestres e suas Heresias, responda:


1. Segundo a lição, qual o sentido da palavra heresia, e o que ela denota no Novo Testamento?
No original grego, embora a palavra heresia (haeresis) tenha o sentido estrito de “fazer uma escolha”, no Novo Testamento ela denota uma escolha deliberada de rejeitar o verdadeiro ensino cristão, dando origem a doutrinas heréticas e movimentos sectários (1Co 11.19; Gl 5.20).

2. Qual a principal tática dos falsos mestres, que também era utilizada pelos falsos profetas?
Falar o que o povo quer ouvir.

3. O que apregoavam os antinomistas?
Estes apregoavam a desnecessidade dos crentes seguirem princípios éticos, ao argumento de que os preceitos morais da Lei de Deus não teriam mais validade após a morte de Cristo.

4. Conforme a lição, qual o destino dos falsos mestres?
A condenação final.

5. O apóstolo comprova a certeza da severa condenação divina com base em três condenações anteriores. Quais são elas?
A rebelião angelical, a geração pré-diluviana e as cidades de Sodoma e Gomorra.