domingo, 30 de junho de 2019

LIÇÃO 13 – O SACERDÓCIO CELESTIAL (SUBSÍDIO)






Hb 9.11-15; Ap 21.1-4




INTRODUÇÃO
Nesta última lição do trimestre trataremos do sacerdócio de Cristo, destacando quais as características que fazem do Senhor Jesus um sacerdote singular, acrescentando também a natureza ímpar desse sacerdócio celestial.


I. CRISTO JESUS COMO SACERDOTE
O título “Messias” foi usado para o Salvador do mundo no AT (Sl 2.2; Dn 9.25,26) e teve seu cumprimento na pessoa de Jesus no NT, pois Ele é o Ungido, o Cristo de Deus (Lc 2.11,26; 24.26; Jo 4.25,26; At 2.36; 8.5; Rm 1.1; 1 Co 1.1). Somente Jesus possui a unção tríplice. Ele é: sacerdote; profeta; e, rei. Embora, a linhagem sacerdotal levítica estivesse restrita a descendência de Levi por meio de Arão e seus filhos, a ordem sacerdotal à qual Jesus pertenceu não tinha origem nem numa família e nem numa tribo (Hb 7.14). Portanto, Jesus pertence à ordem sacerdotal eterna e especial, como vemos em vários lugares da Epístola aos Hebreus (2.17; 3.1; 4.14,15; 5.6,10; 6.20; 7.11-28; 8.1; 9.11; 10.21). Como sacerdote é necessário destacar que Ele é:

1. O sacerdote perfeito (Hb 7.26).
Os sacerdotes do AT eram homens falhos (Hb 7.28a), que também deveriam sacrificar por si mesmos (Lv 4.3-12). Quanto a Cristo, é necessário dizer que Ele é o sacerdote perfeito (Hb 7.28b). Cinco coisas são afirmadas aqui sobre Jesus:

a) Ele é santo. Aqui, no texto grego, temos a palavra “hosios” em vez de “hagios” (separado). O termo grego “hosios” ocorre oito vezes no NT e tem o sentido de “santo, piedoso, misericordioso, livre de iniquidade”. Ele se identifica a igreja de Filadélfia como aquele que é santo: “Isto diz o que é santo” (Ap 3.7a). Até os demônios testificaram isso: “Bem sei quem és: o Santo de Deus!” (Mc 1.24b).

b) Ele é inocente. Aqui, a ideia é de alguém que não tem maldade, no grego “akakos” que quer dizer: “sem malícia”. O pecado da raça humana foi imputado em Cristo, mas Ele mesmo não tinha pecado, era inocente. Falando de Jesus Paulo disse: “Aquele que não conheceu pecado” (2 Co 5.21).

c) Ele é imaculado. A ideia aqui é extraída dos princípios exigidos na consagração dos sacerdotes. O sacerdote na antiga aliança não poderia ter defeito corporal algum (Lv 21.17-21). O autor mostra que Jesus possui um caráter imaculado (Hb 9.14). Pedro o compara com o cordeiro da páscoa que não poderia ter mancha (Êx 12.5; 1 Pe 1.18,19).

d) Ele é separado dos pecadores. Ao fazer essa declaração, o autor usa o tempo perfeito, que mantém a ideia de algo que começou no passado, mas cujos efeitos continuam no presente. Nesse aspecto, Jesus foi separado dos pecadores, isto é, pertence a uma classe distinta deles e continua dessa forma. Ele não pode ser alcançado pelo pecado. Embora tenha sido tentado, porque era plenamente humano (Hb 4.15a), Jesus não possuía a natureza pecaminosa (Lc 1.35; Hb 7.26); e, nunca pecou (Hb 4.15-b; Jo 8.46; 1 Pd 2.22).

e) Mais sublime do que os céus. Esta expressão pode estar se referindo ao céu firmamento, mostrando que Jesus está acima da criação, pois um dia a criação passará, mas Ele permanece eternamente: “E Tu, Senhor, no princípio fundaste a terra, e os céus são obra de tuas mãos. Eles perecerão, mas tu permanecerás; e todos eles, como roupa, envelhecerão, e como um manto os enrolarás, e serão mudados. Mas tu és o mesmo, e os teus anos não acabarão” (Hb 1.10-12); como também de que Jesus é mais sublime que, até mesmo das mais altas hostes angelicais. O escritor aos Hebreus afirmou que, por “causa da encarnação”, Jesus, fez-se por um pouco de tempo, “menor do que os anjos” (Hb 2.9), mas, ainda assim, em figura humana, foi servido e adorado por eles (Mt 4.11; Lc 2.10-14; Hb 1.6). Portanto, Jesus é superior aos anjos e não pode ser confundido com eles (Hb 1.7-9).

2. O sacerdote eterno (Hb 7.17). O cargo sacerdotal era vitalício, ou seja, somente pela morte os sacerdotes deixavam de ministrar (Hb 7.23). Cristo, como sacerdote, superior tem um sacerdócio eterno, pois ainda que tenha experimentado a morte (1 Co 15.3), ressuscitou ao terceiro dia e permanece vivo para sempre (Ap 1.18). Portanto, é sacerdote eterno, cumprindo a profecia da Escritura (Sl 110.4).

3. O sacerdote e a oferta (Hb 9.25,26). O sumo sacerdote entrava na presença de Deus com sangue de um animal, ou seja, com sangue alheio (Hb 9.25). No entanto, Cristo Jesus, além de ser sacerdote, se dispôs a ser a oferta. Ele ofereceu o seu próprio corpo como oblação pelo pecado do mundo (Hb 9.26), e ofereceu Seu sangue como propiciação (Rm 3.25; Hb 9.12; 13.12; 1 Jo 2.2).

4. O sacerdote celestial (Hb 9.11,24). Os sacerdotes levíticos ministravam no tabernáculo terrestre (Êx 25.8; 31.1-11). Cristo Jesus, é “ministro do santuário, e do verdadeiro tabernáculo, o qual o Senhor fundou, e não o homem” (Hb 8.2). Ele só principiou a Sua obra sacerdotal na terra, e continua no céu, onde exerce de forma plena o seu sacerdócio no tabernáculo celeste a direita de Deus: “Porque Cristo não entrou num santuário feito por mãos, figura do verdadeiro, porém no mesmo céu, para agora comparecer por nós perante a face de Deus” (Hb 9.24).


II. A NATUREZA DO SACERDÓCIO DE CRISTO
Jesus é o nosso grande sumo sacerdote (Hb 4.14; 10.21). Abaixo destacaremos a natureza deste ofício de Jesus, evidenciando sua singularidade. Vejamos:

1. No Tabernáculo celeste.
Existe um tabernáculo celeste do qual o terrestre era apenas uma sombra. O escritor aos hebreus declara esta verdade (Hb 8.5; 10.1). Acerca disso o Pr. Antônio Gilberto (2010, p. 111) afirmou: “as peças do tabernáculo eram tão-somente uma espécie de cópia de seus originais existentes no Céu”. O apóstolo João, quando estava na ilha de Patmos, foi arrebatado em espírito e viu este tabernáculo celeste (Ap 1.9,10; 4.1). Foi nesse tabernáculo que Cristo entrou para se apresentar ao Pai, depois de haver consumado a obra da salvação da qual foi incumbido realizar (Ap 5.1-10). Abaixo falaremos a respeito destes dois tabernáculos. Notemos:

TABERNÁCULO TERRESTRE (Êx 25.8)
TABERNÁCULO CELESTE (Ap 21.3)
Temporário (Hb 9.8)
Permanente (Hb 9.11)
Era uma sombra (Êx 25.8,9; Hb 9.24)
É a realidade (Hb 8.2,5)
Feito por mão humanas (Êx 31.1-11)
Feito pelo próprio Deus (Hb 8.2)
Arão e seus filhos eram os ministrantes (Êx 28.1; Hb 5.4)
Jesus Cristo é o ministrante (Hb 8.2; 9.11-15)


2. Intercede junto Pai.
Enquanto que a obra sacrificial de Cristo foi simbolizada primordialmente pelas funções sacerdotais desempenhadas junto ao altar de bronze e pelos sacrifícios que nele eram apresentados - um ato passado (Is 53.12); Sua obra intercessória foi prefigurada pela queima diária de incenso no altar de ouro, no Lugar Santo, um ato presente e contínuo (Rm 8.34; Hb 7.25). Os resultados iniciais desta intercessão, podemos ver no envio do Espírito Santo a igreja, como Ele mesmo prometeu: “E eu rogarei ao Pai, e ele vos dará outro Consolador, para que fique convosco para sempre” (Jo 14.16). E, dez dias depois, o Espírito Santo foi concedido (At 2.1-4). As demais bênçãos que a igreja desfruta também se dá por essa atitude de Jesus junto ao Pai (Ef 1.3). O apóstolo João nos fala dessa função intercessória contínua, dizendo: “Meus filhinhos, estas coisas vos escrevo para que não pequeis; e, se alguém pecar, temos um Advogado para com o Pai, Jesus Cristo” (1 Jo 2.1). Sobre a intercessão de Cristo é necessário afirmar que:

a) A intercessão de Cristo tem como base seu sacrifício (Hb 9.12);
b) A intercessão de Cristo é poderosa (Jo 14.16; 16.26; 17.9, 15, 20);
c) A intercessão de Cristo é contínua (Rm 8.34; Hb 7.25);
d) A intercessão de Cristo é eficaz quanto a justificação (Rm 8.34);
e) A intercessão de Cristo é eficaz quanto a santificação (Jo 17.17);
f) A intercessão de Cristo é eficaz quanto a tentação (Hb 2.17,18).

3. Plenamente homem e plenamente Deus.
Os sacerdotes eram apenas homens, sujeitos as mesmas fraquezas que os demais hebreus (Hb 5.1,2). Todavia, Jesus sendo plenamente homem e plenamente Deus, fez a reconciliação com Deus, o Pai, de forma plena. Ele é a ponte que nos leva ao Pai, como Ele mesmo afirmou: “Ninguém vem ao Pai senão por mim” (Jo 14.6). Paulo diz que por Cristo somos reconciliados com Deus: “[...]Deus [...] nos reconciliou consigo mesmo por Jesus” (2 Co 5.18-20). Cristo entrou por nós na presença de Deus “Jesus, o precursor, entrou por nós” (Hb 6.20). A expressão “precursor” no grego “pródromos” que significa: “alguém que vem primeiro até um lugar onde outros o seguirão”. Ele também Ele entra conosco, pois nos fez reis e sacerdotes (1 Pe 2.9; Ap 1.6; 5.10).


CONCLUSÃO
Temos um sacerdote que compareceu por nós no céu, apresentando-se como sacrifício definitivo pelos nossos pecados, e, baseado neste sacrifício, Ele intercede por nós continuamente.




REFERÊNCIAS
Ø  CHAMPLIN, R. N. Dicionário de Bíblia, Teologia e Filosofia. 1 ed. SP: HAGNOS, 2004.
Ø  GILBERTO, Antônio, et al. Teologia Sistemática Pentecostal. CPAD.
Ø  GONÇALVES, José. A supremacia de Cristo Fé. CPAD.
Ø  HOFF, Paul. O Pentateuco. VIDA.
Ø  HOUAISS, Antônio. Dicionário da Língua Portuguesa. OBJETIVA.
Ø  STAMPS, Donald C. Bíblia de Estudo Pentecostal. CPAD.




Por Rede Brasil de Comunicação.



terça-feira, 25 de junho de 2019

LIÇÃO 13 - RESGATANDO O PRINCÍPIO DA HUMILDADE E DO SERVIÇO AO PRÓXIMO







LIÇÃO 13 - O SACERDÓCIO CELESTIAL (VÍDEO AULA)







QUESTIONÁRIOS DO 2° TRIMESTRE DE 2019







   COBIÇA E ORGULHO –
Combatendo o desejo da carne,
o desejo dos olhos e a soberba da vida.







Lição 12

Hora da Revisão
A respeito do tema “O Governo da Igreja Local, responda:


1. Quais os conflitos enfrentados pela igreja em Corinto?
A Primeira Epístola aos Coríntios apresenta uma série de conflitos, como por exemplo, divisões, dissensões e imoralidade.

2. O poder de julgamento da igreja, de acordo com a lição, está condicionado a quê?
O poder de julgamento da igreja estava condicionado à prática da justiça.

3. Quem eram os destinatários da Primeira Epístola de Pedro?
Os “estrangeiros dispersos” nas províncias romanas na Ásia Menor.

4. Os crentes dispersos para quem Pedro escreveu sofriam quais perseguições?
Como se não bastasse à condição social da comunidade cristã nestas regiões, eles sofriam perseguições dos romanos, que consideravam os cristãos como povo desprezível, supersticioso e pervertor da moral e da ordem romana; dos judeus, que perseguiam os cristãos por motivos religiosos e políticos e da própria população local, quer por motivos sociais ou pela diferença de práticas religiosas e políticas.

5. Com suas palavras, diga como devemos nos comportar em relação à liderança da igreja?
Devemos nos comportar com respeito e em obediência.



QUESTIONÁRIOS DO 2° TRIMESTRE DE 2019







   O TABERNÁCULO –
Símbolos da Obra
Redentora de Cristo.







Lição 12

Para Refletir
A respeito da lição “A Nuvem de Glória”, responda:


Quais livros e capítulos registram o cuidado de Deus com Israel?
Êxodo 40 e Números 9 registram o cuidado de Deus com Israel.

O que a nuvem sobre o Tabernáculo revelava?
A nuvem sobre o Tabernáculo revelava que o Altíssimo encontrava-se de modo especial no Santuário.

O que a nuvem do Senhor trouxe aos perseguidores egípcios?
A nuvem do Senhor trouxe trevas e embaraços aos perseguidores egípcios.

Deus usa coisas visíveis para quê?
Deus usa coisas visíveis para ensinar verdades espirituais.

O que a glória de Deus transcende?
A glória de Deus transcende a qualquer coisa que o ser humano venha a produzir.



LIÇÃO 12 – A NUVEM DE GLÓRIA (SUBSÍDIO)


  



Êx 40.34-38; Nm 9.15,16




INTRODUÇÃO
Nesta lição estudaremos a definição exegética e etimológica das palavras “glória” e “shekhinah” de Deus; pontuaremos a glória de Deus revelada plenamente na pessoa de Jesus Cristo; e por fim, falaremos da glória do Senhor revelada na vida do crente fiel.


I. DEFINIÇÃO O TERMO GLÓRIA
1. Definição exegética do termo.
O vocábulo mais comum para glória é “kavôd” que significa: “glória, peso, esplendor, copiosidade, majestade, riqueza” dando a ideia de alguma coisa muito importante (Êx 33.18; Sl 72.19; Is 3.8; Ez 1.28). A glória de Deus é a revelação de Seu próprio ser, da natureza e da Sua presença para a humanidade e leva o homem a reconhecer a grandeza de Deus e a sua pequenez e indignidade (Is 42.8; 48.9-11; 60.2). A palavra “glória” é uma das mais ricas e diversas no contexto linguístico do AT e são encontrados pelo menos oito termos para designá-la no AT (Êx 40.35; 1 Sm 4.22; 1 Sm 6.5; 1 Rs 3.13; 8.11; 1 Cr 16.28; 29.12; Is 11.10; 24.23; 42.12; Dn 2.37; 1 Cr 29.11,13). Na Bíblia, a glória de Deus está muitas vezes associada a brilho, esplendor e a majestade do Todo-Poderoso (Ez 1.28; Lc 2.9; Mt 17.5). Ela descreve a presença visível de Deus como uma nuvem escura, trovões, relâmpagos (Êx 19.9,16,18; 20.18). A manifestação física de que a presença de Deus estava chegando (a glória de Deus) poderia ser a aparência de um fogo consumidor (Êx 24.17; Dt 4.24; Hb 12.29), no caso de Sua autoridade e Seu poder serem vistos. Em outros casos, quando Seu propósito era outro e Ele desejava mostrar outro aspecto do Seu caráter, ao invés de fogo (Êx 13.21; Nm 9.15-16) aparecia nuvem, fumaça, vento ou, então, o cicio suave (BÍBLIA DE ESTUDO PALAVRAS CHAVES: HEBRAICO E GREGO, 2011, p. 1700).

2. Definição etimológica do termo.
A nuvem que aparecia durante o dia sobre o Tabernáculo era uma forma da “glória visível de Deus” sobre o Santuário. Moisés viu parcialmente esta “glória” na coluna de nuvem e de fogo (Êx 13.21). Em Êxodo 29.43 ela é chamada “minha glória” (Is 60.2). A majestade da glória de Deus é tão grandiosa que nenhum ser humano pode vê-la de maneira plena e continuar vivo (Êx 33.18-23). Quando muito, pode-se ver apenas um “aparecimento parcial da glória do Senhor” (Ez 1.26-28). Neste sentido, a glória de Deus designa Sua singularidade, Sua santidade e sua transcendência (Is 6.1-3; Rm 11.36; Hb 13.21). Ela cobriu o Sinai quando Deus outorgou a Lei (Êx 24.16,17), encheu o Tabernáculo (Êx 40.34), guiou Israel no deserto (Êx 40.36-38) e posteriormente encheu o templo de Salomão (2 Cr 7.1; 1 Rs 8.11-13). Mais precisamente, Deus habitava entre os querubins no Lugar Santíssimo do templo (1 Sm 4.4; 2 Sm 6.2; Sl 80.1). Ezequiel a sua glória levantar-se e afastar-se do templo por causa da idolatria presente ali (Ez 10.4,18,19) (STAMPS, 1995, p. 1183).


II. DEFINIÇÃO O TERMO SHEKHINAH
1. Definição exegética do termo.
O termo “shekhinah” significa: “avizinhar, habitar, residir, morar, armar tenda” (Êx 24.16; 25.8; 29.45; 40.34,35; Dt 12.11; Sl 37.3; 85.9; Jr 33.16; Is 8.18; Zc 8.3). Para alguns teólogos a tradução que mais se aproxima da palavra “shekhinah” é: “a presença de Deus vista entre o seu povo” (Dt 12.11; 14.23; 16.2,6,11; 26.2). De acordo com o Dicionário Internacional de Teologia do AT (1998, p. 1743), os verbos hebraico “shakhan” e “shekhen” possuem a mesma raiz da palavra “shekhinah”. Por isso, que quando a glória “kavôd” de Deus era manifestada em forma visível entre o povo de Israel, os rabinos posteriormente através de sua tradição literária (Talmude e Targuns) a chamaram de “shekhinah” porque o Senhor estava “vizinho” dos homens (Êx 13.21; 16.10; 19,9.16; 24.16; 33.18-20; 40.34,35). Deus prometeu habitar entre (no meio) o povo de Israel (Êx 13.20-22; 19.17-19; 40.34-35; 1R 8.10-12). A glória de Deus também se refere a Sua presença visível entre o seu povo, ou seja, “shekhinah”, na verdade, é a habitação da glória “kavod” de Deus entre nós (Sl 85.9). Há muitas pessoas que fazem confusão com o termo; umas usam-no sem a noção; outras pessoas têm uma visão radical de que o termo não deveria ser usado porque “ele não existe na Bíblia” […]. Há palavras na cultura judaica que, por causa de sua sacralidade, ou perda dos fonemas hebraicos, foram reformulados […]. Portanto, não há nada que proíba usar o termo “shekhinah” (CABRAL, 2019, pp. 85, 86 151 – grifo nosso). 

2. Definição etimológica do termo.
A palavra “shekhinah” não apareça na Bíblia judaica (Tanakh – Lei, Profetas e Escritos) nem no NT. O termo é uma expressão extrabíblica, mas não antibíblica, pois, seu princípio é encontrado em toda Escritura Sagrada. Apesar de não aparecer na Bíblia, podemos dizer que é bíblico por aquilo que significa: “a presença de Deus visível”. Esta palavra normalmente está associada aos casos quando Deus se apresentou de forma perceptível ao seu povo. O vocábulo ainda aponta para “residir ao lado” (Êx 25.8; 1 Rs 8.10-11; 2 Cr 6.1,2; Sl 74.2), e, é empregado para designar a presença de Deus (Êx 24.16,17; 29.43; 60.2). Quando o Senhor mandou que Moisés construísse a Arca da Aliança, Ele disse que a Sua presença iria com o povo. Então a Arca do Senhor representava a “presença do Senhor no meio do povo” (STAMPS, 1995, p. 1183). De acordo com a compreensão dos exegetas do judaísmo a “shekhinah” era uma forma de teofania (aparição ou revelação da manifestação de Deus) muito frequente no relacionamento entre Deus e Israel. Querer atribuir o termo “shekhinah” unicamente a Cabala (parte mística do judaísmo) é esquecer que este termo já era usado pelos rabinos muito antes do cabalismo surgir na história judaica.  


III. A GLÓRIA DE DEUS REVELADA EM JESUS CRISTO
1. A glória de Deus revelada na pessoa de Jesus.
Em linguagem metafórica, a “shekhinah” no NT representa a presença majestosa de Deus e sua decisão de “habitar” (shakhan) entre os homens (Jo 1.14). O verbo shakhan, que deu origem ao termo shekhinah, ressalta a ideia de vizinhança e também proximidade de Deus com os homens. O equivalente da glória de Deus, ou seja, a presença Dele no NT é a pessoa de Jesus Cristo como a “glória de Deus em carne humana” (Cl 1.15,19), que veio habitar entre nós (Mt 1.23). Ele é a maior manifestação visível da presença de Deus entre nós (Mt 1.22-23). O apóstolo Pedro emprega a expressão “a magnífica glória” como um nome de Deus (2 Pe 1.17). Os pastores de Belém viram a glória do Senhor no nascimento de Cristo (Lc 2.9), os discípulos a viram na transfiguração de Cristo (Mt 17.2; 2 Pe 1.16-18). Cristo como o Logos e Filho de Deus, sempre existiu em glória antes de sua encarnação (Jo 17.5,22,24). Ele é o mistério glorioso de Deus (Cl 1.27). O resplendor de Cristo é a sua g1ória divina (Hb 1.3). Ele é glorioso por ser a própria imagem de Deus (Jo 1.14). Jesus manifestou a sua glória no princípio de seu ministério (Jo 2.11) (STAMPS, 1995, p. 1183 – grifo nosso).

2. A glória de Deus revelada no ministério de Jesus.
Todo o ministério de Cristo na terra redundou em glória ao nosso Deus (Jo 14.13; 17.1,4,5). Quando Isaías falou da vinda de Jesus Cristo, profetizou que nEle seria “revelada a glória de Deus” para que toda a raça humana a visse (Is 40.5). Tanto João (Jo 1.14) como o escritor aos Hebreus (Hb 1.3) testificam que Jesus Cristo cumpriu essa profecia. A glória de Cristo era a mesma glória que Ele tinha com seu Pai antes que houvesse mundo (Jo 1.14; 17.5). A glória do seu ministério ultrapassou em muito a glória do ministério dos profetas do AT (2 Co 3.7-11). Paulo chama Jesus de “o Senhor da glória” (1 Co 2.8), e Tiago o chama de “nosso Senhor Jesus Cristo, Senhor da glória” (Tg 2.1). Repetidas vezes, o NT refere-se ao vínculo entre Jesus Cristo e a glória de Deus. Seus milagres revelavam a sua glória (Jo 2.11; 11.40-44). Cristo transfigurou-se em meio a “uma nuvem luminosa” (Mt 17.5), onde Ele recebeu glória (2 Pe 1.16-19) (STAMPS, 1995, p. 1183 – grifo nosso).

3. A glória de Deus revelada na morte e ressurreição de Jesus.
Estêvão a viu na ocasião do seu martírio a glória de Jesus (At 7.55). A hora da morte de Jesus foi o momento da sua glorificação (Jo 12.23,24; 17.4,5). Ele subiu ao céu em glória (At 1.9; 1 Tm 3.16), agora está exaltado nos céus em glória (Ap 5.12,13), e um dia voltará “sobre as nuvens do céu, com poder e grande glória” (Mt 24.30; 25.31; Mc 14.62; 1Ts 4.17) (STAMPS, 1995, p. 1183).


IV. A GLÓRIA DE DEUS REVELADA NA VIDA DO CRENTE
Como a glória de Deus relaciona-se ao crente pessoalmente?

1. Deus revela Sua glória mediante a habitação do Espírito Santo.
Deus nos escolheu para sermos sua habitação ambulante aqui na terra, e através de nós manifestar a sua glória “kavôd” ao mundo. O apóstolo João registrou as palavras de Jesus sobre a manifestação da glória de Deus quando disse: “E eu dei-lhes a glória que a mim me deste […] para que o mundo reconheça que tu me enviaste e que os amaste, como amaste a mim” (Jo 17.22,23). Através do Espírito Santo repousa sobre o verdadeiro crente a glória de Deus (Jo 14.16-17; 1 Pe 4.14). Paulo também nos revela que a glória de Deus habita em nós pelo seu Espírito Santo (2 Co 3.18; Ef 3.16-19), e Pedro também afirma esta mesma verdade (1 Pe 4.14). Concernente que à glória celestial e majestosa de Deus de maneira plena ninguém pode contemplar (Jo 1.18a); mas, sabemos que ela existe. O apóstolo Paulo afirma que Deus habita em “uma luz [glória] inacessíveis”, que nenhum ser humano pode ver (1 Tm 6.16). O Espírito Santo nos aproxima da presença de Deus e de Jesus (2 Co 3.16,17; 1 Pe 4.14).

2. Deus revelará Sua glória mediante consumação da salvação.
A experiência da glória de Deus é algo que todos os crentes terão na consumação da salvação: “[…] com a glória que em nós há de ser revelada” (Rm 8.18). Seremos levados à presença gloriosa de Deus (Hb 2.10; 1 Pe 5.10; Jd 24), compartilharemos da glória de Cristo: “[…] para que também com ele sejamos glorificados” (Rm 8.17). Paulo ainda disse que: “[…] somos transformados de glória em glória, na mesma imagem, como pelo Espírito Santo” (2 Co 3.18c) e receberemos uma coroa de glória (1 Pe 5.4). Até mesmo o nosso corpo ressurreto terá a glória do Cristo ressuscitado: “que transformará o nosso corpo abatido, para ser conforme o seu corpo glorioso [...]” (Fp 3.21 ver ainda 1 Co 15.42,43).


CONCLUSÃO
Concluímos que a glória de Deus transcende a qualquer coisa que o ser humano venha a produzir. A glória do Senhor esteve com Israel, no Antigo Testamento, com a Igreja Primitiva, em Atos, e também está em nossa vida através do seu Espírito Santo. 

  

REFERÊNCIAS
Ø  HOUAISS, Antônio. Dicionário da Língua Portuguesa. 1 ed. RJ: OBJETIVA, 2001.
Ø  STAMPS, Donald C. Bíblia de Estudo Pentecostal. 1 ed. RJ: CPAD, 1995.
Ø  MERRIL, E. H. História de Israel no Antigo Testamento. 6 ed., RJ: CPAD, 2007.
Ø  COLE, Alan. Êxodo, Introdução e Comentário. 1 ed. SP: Vida Nova, 1963.
Ø  CHAMPLIN, R. N. Dicionário de Bíblia, Teologia e Filosofia. 1 ed. SP: HAGNOS, 2004.



Por Rede Brasil de Comunicação.



segunda-feira, 24 de junho de 2019

LIÇÃO 12 - O GOVERNO DA IGREJA LOCAL (VÍDEO AULA)






LIÇÃO 12 - A NUVEM DE GLÓRIA (VÍDEO AULA)





QUESTIONÁRIOS DO 2° TRIMESTRE DE 2019







   COBIÇA E ORGULHO –
Combatendo o desejo da carne,
o desejo dos olhos e a soberba da vida.







Lição 11

Hora da Revisão
A respeito do tema “Orgulho e Inveja, responda:


1. Segundo a lição, qual o antídoto contra o orgulho?
A sabedoria é o antídoto contra o orgulho.

2. De acordo com a lição, a pessoa orgulhosa é desprovida de quê?
O orgulhoso é desprovido de lucidez e bom senso, pois está pronto a fazer o mal se os seus interesses forem colocados em risco (Pv 6.17,18).

3. O conhecimento e a sabedoria popular eram compartilhados em que ambiente?
Na época da organização tribal, em que os clãs tinham prioridade, a sabedoria popular era algo compartilhado no ambiente familiar (Pv 4.1-5).

4. Defina “inveja”.
A inveja é tida como uma paixão humana que interfere no julgamento do indivíduo, causando-lhe um peso diante do sucesso dos outros.

5. Com suas próprias palavras defina “orgulho”.
O orgulho é a ausência de lucidez e de bom senso.