sábado, 28 de agosto de 2021

LIÇÃO 09 – O REINADO DE JOÁS





 
 2Rs 11.1-3; 12.1-5,17-21 
 
 
 
INTRODUÇÃO
Nesta lição, estudaremos sobre o reinado de Joás; veremos o contexto histórico em que este jovem rei surgiu; faremos algumas pontuações sobre o ilegítimo reinado de Atalia; também elencaremos os principais eventos que marcaram a consagração de Joás como rei de Judá; e por fim, mencionaremos algumas das suas atitudes que lhe levaram à ruína.
 
 
I. CONSIDERAÇÕES SOBRE O CONTEXTO HISTÓRICO
1. A morte do rei Jorão (reino do Norte).
Jorão filho de Acabe e Jezabel, foi o nono rei de Israel (em algumas versões da Bíblia seu nome é traduzido como Jeorão), e seu reino em Samaria durou doze anos, cerca de 852 a 841 a.C. (2Rs 1.17; 3.1). Devido a sua impiedade (2Rs 3.2,3), Jeú capitão do exército de Samaria (2Rs 9.5), foi ungido rei em seu lugar, durante o ministério de Eliseu (2Rs 9.1-10). Jeú conspirou e matou o rei Jorão, quando este se recuperava dos ferimentos resultantes de uma batalha travada com Hazael, rei da Síria (2Rs 9.14-24), e também a ímpia Jezabel (2Rs 9.30-33), iniciando um extermínio à casa do rei Acabe, tanto aos que eram do Reino do Norte (2Rs 9.7-9; 10.1-11), como os que pertenciam ao Reino do Sul (2Rs 10.12-14).
 
2. A morte do rei Acazias (reino do Sul).
Paralelo ao que ocorria no reino do Norte, no Reino do Sul se vivenciava momentos de muita instabilidade. Estava à frente da nação na ocasião, o monarca Acazias (também conhecido como Jeoacaz - 2Cr 21.17; 25.23), que começou a reinar com vinte e dois anos e passou apenas um ano como rei em Jerusalém (2Rs 8.25,26). Ele era neto do piedoso rei Josafá (2Cr 21.1), seu pai era Jeorão (2Rs 8.25), e sua mãe era Atalia, filha de Acabe e neta de Onri (2Rs 8.26 - NVI). Sobre Acazias nos é dito que: “andou nos caminhos da casa de Acabe, e fez o que era mau aos olhos do Senhor [...]” (2Rs 8.27), devido à influência de sua mãe Atalia, filha do perverso rei Acabe. Acazias foi morto pelos homens de Jeú, enquanto visitava seu tio Jorão (também chamado Jeorão), rei de Israel, que estava doente (2Rs 9.27-29; 2Rs 11.1).
 
 
II. O REINADO ILEGÍTIMO DE ATALIA
1. O caráter maligno de Atalia.
Atalia, cujo nome significa: “Jeová aflige” (BENTHO, 2019, p.271), era filha do rei Acabe e neta de Onri (2Rs 8.18,26; 2Cr 22.2). Seu casamento com Jorão, filho do rei Josafá, foi resultado de uma aliança entre os dois reinos, como parte da política de conciliação (2Rs 22.45). A malignidade de Atalia é destacada pelo cronista ao afirmar: “[...] sendo Atalia ímpia [...]” (2Cr 22.7). Sua impiedade se revela pelos maus conselhos que dera ao seu filho Acazias (2Cr 22.2,3), resultando em uma total desconsideração a Deus e aquilo que lhe pertencia (2Cr 24.7).
 
2. O plano maligno de Atalia.
Atalia foi a única mulher a governar em Judá, no entanto de forma ilegítima. Após a morte de seu filho Acazias (Jeoacaz), ela colocou em ação um plano maligno para usurpar o trono do Reino do Sul: “Vendo, pois, Atália, mãe de Acazias, que seu filho era morto, levantou-se e destruiu toda a descendência real” (2Rs 11.1). Para garantir seu projeto ela ordenou a execução à sangue frio os seus próprios familiares reais (2Cr 22.10-12). O que Jezabel fizera contra os profetas de Israel, Atalia fez contra a família davídica, em Judá. O seu perverso reinado durou seis anos, onde a idolatria entre outras coisas, era institucionalizada (2Rs 11.18).
 
 
III. A ASCENÇÃO DO REINADO DE JOÁS
Por trás da ordem maquiavélica de Atalia, estava uma tentativa satânica de acabar com a linhagem messiânica; mas o Senhor havia prometido manter os filhos de Davi no trono de Judá (2Rs 8.19). A nação de Judá toma outro rumo, com a queda de Atalia. Vejamos:
 
1. A preservação da vida de Joás.
Enquanto se processava a execução da linhagem real, Jeoseba (também chamada de Jeosebate - 2Cr 22.11 - ARC), filha do rei Jeorão e irmã de Acazias (2Rs 11.2), de forma corajosa, tomou a Joás filho de Acazias, e o escondeu juntamente com sua ama, na recâmara dentro da Casa do Senhor por um período de seis anos (2Rs 11.2,3). Jeoseba pois em risco sua vida, para livrar o seu sobrinho Joás da morte; tal atitude deixa um grande exemplo, além da sua coragem, o seu altruísmo (1Co 13.5; Fp 2.4). Assim como Moisés foi preservado, sendo alvo da ordem de execução (Êx 1.22; 2.9,10); e, o próprio o Senhor Jesus, foi protegido contra a ameaça de Herodes (Mt 2.13- 15, 19-21); semelhantemente Joás foi alvo da proteção divina, ficando claro a maravilhosa graça de Deus e sua soberania na história humana (Sl 91.7; Dn 2.21).
 
2. A apresentação de Joás como rei.
Após ter sua vida preservada por seis anos, era chegada a hora de apresentar a Judá um milagre, Deus havia preservado um último descendente do trono de Davi e sua promessa estava de pé. Vejamos como ocorreu todo o processo:

  • Joiada o sacerdote e marido de Jeoseba (2Rs 11.9; 2Cr 22.11), reuniu os oficiais da guarda do templo, apresentou-lhes o rei e os fez jurar obediência e lealdade (2Cr 23.1-8);
  • O sacerdote distribuiu entre os homens as armas que Davi havia confiscado em suas muitas batalhas, e, com elas, os guardas protegeram o herdeiro da linhagem davídica (2Cr 23.9-10);
  • Quando todos estavam em suas posições, Joiada trouxe o rei que tinha agora 7 anos de idade e o apresentou ao povo. Colocou-lhe a coroa, lhe deu uma cópia da lei de Deus, a que ele devia obedecer (2Rs 11.12,21; Dt 17.14- 20);
  • Joiada o ungiu, e o povo recebeu com grande alegria seu novo rei dando gritos de: “Viva o rei!” (2Cr 23.11). E a rainha Atalia foi deposta e morta (2Rs 11.15-16). 

3. A atuação de Joás como rei.
Por influência de Joiada, Joás buscou fazer o que era agradável aos olhos do Senhor (2Rs 12.2). Seu reinado inicialmente foi marcado por algumas ações: a) a restauração da aliança com Deus (2Cr 23.16); b) a quebra dos laços com a idolatria (2Cr 23.17); c) a reparação o templo através das contribuições voluntárias (2Rs 12.4-5,9-15; 2Cr 24.4) e a sua reorganização litúrgica (2Cr 23.18,19); d) a confecção dos utensílios utilizados nos serviços do santuário (2Cr 24.14-a); e; e) a apresentação dos holocaustos como forma de adoração a Deus (2Cr 24.14b). O reavivamento consiste simplesmente em obedecer à Palavra de Deus e em obedecer a suas ordens, conforme foram dadas a nossos antepassados. Não precisamos das novidades do presente; precisamos, sim, da realidade da Palavra.
 
 
IV. O DECLÍNIO DO REINADO DE JOÁS
Joiada morreu com uma idade avançada de 130 anos. Era tão querido pelo povo que foi sepultado junto aos reis (2Cr 24.15,16). Porém, quando Joiada saiu de cena, o rei Joás mostrou tão rapidamente o seu declínio na fé. Sua apostasia não foi culpa de Joiada, pois o sacerdote havia cumprido fielmente a tarefa de ensinar as Escrituras ao rei. Vejamos então como se deu o declínio moral de Joás:

  • Sua fé era superficial; (2Cr 24.17a): “depois da morte de Joiada, ele não conseguiu sozinho servir a Deus”. Devemos nutrir uma sólida comunhão com Deus, independente das circunstâncias (Sl 125.1; 1Co 15.58; Ef 4.14; 2Tm 1.5; 1Pe 1.21);
  • Atendeu conselhos insensatos: “vieram os príncipes de Judá e prostraram-se perante o rei; e o rei os ouviu” (2Cr 24.17); a Bíblia adverte sobre o perigo de maus conselhos (Sl 1.1; Pv 12.5; 1Co 15.33; 1Tm 4.1-4; Tt 1.14);
  • Tornou-se tolerante nas questões religiosas, renunciando aos princípios divinos que lhe fora confiado: “E deixaram a Casa do SENHOR, Deus de seus pais, e serviram às imagens do bosque e aos ídolos; então, veio grande ira sobre Judá e Jerusalém por causa desta sua culpa” (2Cr 24.18). Devemos ter cuidado para não amar os prazeres do mundo (1Jo 2.15,16), e se moldar a ele (Rm 12.2);
  • Não deu ouvidos a voz de Deus através da palavra nem dos profetas: “enviou profetas entre eles, para os fazer tornar ao SENHOR, os quais protestaram contra eles; mas eles não deram ouvidos” (2Cr 24.19). Deus sempre usa de misericórdia dando oportunidades para que haja arrependimento (2Cr 36.15). O Senhor garante aos que lhe dão ouvidos: a) vitória contra os inimigos (2Cr 20.20); b) segurança ( Pv 1.33); c) felicidade (8.34); d) longevidade (Pv 4.10); e) proteção (Pv 4.6); e, f) direção (Pv 4.11,12);
  • Sua cegueira espiritual era tão grande que matou o sacerdote Zacarias filho Joiada que o repreendeu, tornando-se um homem ingrato com a família do homem de Deus que o protegeu (2Cr 24.20,21). A Bíblia ensina que o pecado cega e conduz o homem a um caminho de morte (Tg 1.14,15), de distanciamento sistemático (Sl 42.7), e de práticas reprováveis aos olhos de Deus (2Tm 3.2; Gl 5.19-21);
  • Recebeu o juízo divino, morrendo tragicamente depois de uma conspiração: “[...] seus servos conspiraram contra ele, por causa do sangue do filho do sacerdote Joiada, e o mataram na sua cama, e morreu [...]” (2Cr 24.25). Um triste fim para quem foi preservado por Deus, infelizmente todos os que se afastam dos projetos divinos, terão um final trágico (2Tm 3.13); pois, a lei da semeadura é irrevogável (Gl 6.7; 2Co 9.6). Atentemos, portanto, para a recomendação: “Porque o que semeia na sua carne da carne ceifará a corrupção; mas o que semeia no Espírito do Espírito ceifará a vida eterna” (Gl 6.8).
 
 
CONCLUSÃO
Na lição de hoje aprendemos que o nosso Deus sempre preservará sua palavra, embora muitos não honrem seu proposito e chamado. A apostasia de Joás foi um ato propositado de rebelião contra Deus, pois o rei sabia o que a lei de Moisés dizia acerca da idolatria. Mas foi também um pecado de ingratidão por tudo o que Joiada havia feito em seu favor. Joiada e sua esposa haviam salvado a vida do rei! Que Deus nos guarde de tais prática.
 
 
 
REFERÊNCIAS
Ø  BENTHO, Esdras Costa; LEANDRO, Reginaldo P. Introdução ao Estudo do Antigo Testamento. CPAD.
Ø  ELISSEN, Stanley. Conheça melhor o Antigo Testamento. VIDA.
Ø  GILBERTO, Antônio. Bíblia com comentários. CPAD.
Ø  WIERSBE, W. W. Comentário Bíblico Expositivo. GEOGRAFICA
 
 
Por Rede Brasil de Comunicação.


 

terça-feira, 24 de agosto de 2021

QUESTIONÁRIOS DO 3° TRIMESTRE DE 2021


 
 


 VIGILÂNCIA, JUSTIÇA E O CULTO A DEUS 
Um Chamado para a Igreja nos Escritos
dos Profetas Menores.


 
 
 
 



Lição 08
 
Hora da Revisão
A respeito de “Naum: Até Onde Vai a Paciência de Deus”, responda:
 
 
1. Considerando que Naum significa “consolador”, como podemos concluir que sua mensagem trouxe consolação para Judá se ele tão somente profetizou a destruição da Assíria?
O consolo está na confirmação que Deus faz justiça.
 
2. Enquanto Jonas testemunhou a suspensão do juízo para os ninivitas, Naum previu a destruição deles. Sabemos que Jonas agia motivado por um forte nacionalismo, sendo assim, o que motivou a profecia de Naum?
Naum profetizou impulsionado pela defesa humanitária. Ele se posicionou contra a tirania e o militarismo da Assíria. Ele aspirava por justiça, não apenas para Judá, mas para todos os povos explorados, humilhados e injustiçados pela Assíria.
 
3. Qual o propósito da longanimidade de Deus no trato com o pecador?
Deus é “tardio em irar-se” porque concede chances para o arrependimento (Jó 22. 23; Rm 2.4-6; 2Pe 3.9).
 
4. Quais foram os principais pecados de Nínive?
Ganância, injustiça, violência, orgulho e egoísmo.
 
5. A profecia de Naum a respeito de Nínive se cumpriu?
Sim. Nínive foi destruída em 612 a.C.; e o exército assírio foi aniquilado em 605 a.C., na batalha de Carquemis. A destruição desta cidade foi total.

 

QUESTIONÁRIOS DO 3° TRIMESTRE DE 2021




 
 
  O PLANO DE DEUS PARA ISRAEL EM
  MEIO À INFIDELIDADE DA NAÇÃO
As Correções e os Ensinamentos Divinos
no Período dos Reis de Israel.
 

 
 
 
 



Lição 08

Para Refletir
A respeito de “Naamã é curado da lepra”, responda:

 
 
Quem era Naamã?
Naamã era comandante dos exércitos da Síria.
 
Que importância teve a menina escrava na cura de Naamã?
Ela se tornou uma agente de Deus na casa de Naamã, ainda que na condição de serva.
 
O que Naamã esperava do profeta Eliseu?
Esperava que o profeta o recebesse com honras e que lhe tocasse com as mãos, mas a ordem foi de mergulhar sete vezes no rio Jordão.
 
Quais curas Naamã recebeu?
Foi curado da lepra e do orgulho.
 
O que aprendemos com a cura de Naamã?
A cura de Naamã nos mostra que Deus está disposto a perdoar e salvar a todos, independentemente de posição social ou nacionalidade.


sábado, 21 de agosto de 2021

LIÇÃO 08 – NAAMÃ É CURADO DA LEPRA


 
 


2Rs 5.1-10,14,25-27
 
 
 
INTRODUÇÃO
A cura de Naamã nos mostra não apenas a autoridade do profeta Eliseu para fazer milagres extraordinários e o poder de Deus para curar toda e qualquer enfermidade, mas, acima de tudo, a compaixão de Deus e o seu desejo de se revelar e se fazer conhecido não somente ao povo de Israel, mas, também, aos gentios, inclusive, aos povos inimigos da nação, como ocorreu com os ninivitas, nos dias de Jonas, e com os siros, nos dias de Eliseu. Nesta lição estudaremos quem era Naamã, como se deu a sua cura e conversão, e as consequências da cobiça de Geazi.
 
 
I. NAAMÃ, UM HOMEM HONRADO, PORÉM LEPROSO
1. Quem era Naamã.
Era o comandante do exército da Síria nos tempos do profeta Eliseu. Naamã era um nome comum na antiga Síria, cujo significado é: “gracioso ou justo” (MACARTHUR, 2015, p. 481). Quatro frases descrevem a importância de Naamã em (2Rs 5.1): a) Ele era o chefe do exército da Síria, ou seja, o oficial de patente mais elevada do exército sírio. b) Ele era um grande homem diante do seu senhor e de muito respeito. Ou seja, ele era um homem de confiança, respeitado pelo seu povo e, principalmente, pelo rei. c) Porque por ele o Senhor dera livramento aos siros. Apesar de sua bravura, coragem e valentia, suas conquistas não devem ser atribuídas às suas estratégias de guerra, mas, acima de tudo, à soberania divina (Jó 9.12; Dn 2.20-22; 6.26,27). O texto deixa bem claro que fora o Senhor quem dera livramento aos siros por meio dele. d) E era este varão homem valoroso, ou seja, uma pessoa honrada e de grande importância para o seu povo. Mas, apesar de suas muitas virtudes, havia algo que lhe incomodava e lhe entristecia: Naamã era leproso!
 
2. A lepra nos tempos bíblicos.
O termo lepra ocorre por trinta e cinco vezes na Bíblia, quase todas no livro de Levítico, mas, também, em Dt 24.8; 2Rs 5.3,6,7,27; 2Cr 26.19. Os capítulos 13 e 14 do livro de Levítico trazem uma série de recomendações sobre a praga de lepra. “A enfermidade assim chamada na Bíblia não é só a lepra moderna (causada pelo bacilo de Hansen), porquanto as descrições bíblicas dela incluem outras infecções da pele. Metaforicamente falando, essa enfermidade representa o pecado, que é uma condição da alma que se propaga, contagia e é crônica, tal qual aquela enfermidade. No Antigo Testamento, os leprosos não podiam viver em sociedade com os sãos (Nm 12.14,15) e eram considerados imundos (Lv 13.12,17)”. (CHAMPLIN, R.N., 2014. pp. 373,374). Como Naamã não pertencia ao povo de Israel, ele não estava isolado da sociedade (2Rs 5.3,4), mas, com certeza, a lepra lhe causava tristeza e angústia, pois tratava-se de uma doença incurável e não havia tratamento adequado para tal enfermidade na época.
 
 
II. A CURA E A CONVERSÃO DE NAAMÃ
Naamã não conhecia o Deus de Israel. Porém aprouve ao Senhor curar aquele general, mesmo pertencendo ao exército inimigo de Israel. Vejamos como se deu a cura e a conversão do general Naamã:
 
1. Uma menina anônima.
Em uma das batalhas entre a Síria e Israel, uma menina foi levada como escrava e ficou a serviço da mulher de Naamã. Essa menina, então, falou à sua senhora que, se o seu senhor estivesse diante do profeta que habitava em Samaria, ele seria curado da lepra (2Rs 5.2,3). “As crianças devem ser ensinadas em sua mais tenra infância acerca das obras prodigiosas que Deus realiza, para que, aonde quer que forem, possam falar delas. Como é dever de todo bom servo, a menina desejava a saúde e o bem estar de seu senhor, apesar de ser alguém que servia involuntariamente” (HENRY, 2004. p. 301).
 
2. Uma fé influenciadora.
Apesar de ser apenas uma criança, ela foi um instrumento de Deus, não apenas para a cura de Naamã, mas, também, para fazer com que o Senhor fosse conhecido naquele país. Com certeza ela soube dos milagres que Deus havia operado por meio do profeta Eliseu (2Rs 3.1-4.44). A sua fé em Deus (Hb 11.1,6) foi plantada no coração não apenas da sua senhora, mas, também, no coração do seu senhor e do próprio rei da Síria, pois, logo que a mulher de Naamã ouviu a menina, fez saber a seu esposo, que comunicou ao rei da Síria, e este enviou uma carta ao rei de Israel pedindo a cura de Naamã (2Rs 5.4,5). Isso nos ensina sobre a importância de ensinar a Palavra de Deus aos nossos filhos, bem como as suas obras e as suas maravilhas, para que elas reconheçam que, para Deus, não há nada impossível (Êx 12.26-28; Dt 6.5-9; Pv 22.6; Js 4.5-7, 20-24; Jó 42.2; Lc 1.37).
 
3. Uma carta preocupante.
Quando o rei da Síria ouviu o relato do general, acerca do profeta que estava em Samaria, ele não hesitou, e logo enviou Naamã com a sua comitiva, levando consigo 350 Kg de prata e 72 Kg de ouro, além de dez mudas de roupas (2Rs 5.5 NVI) e uma carta, dizendo: “Logo, em chegando a ti esta carta, saibas que eu te enviei Naamã, meu servo, para que o restaures da lepra” (2Rs 5.6). O rei de Israel, então, rasgou suas vestes, numa clara demonstração de tristeza e de sofrimento, como era comum nos tempos bíblicos, quando coisas ruins aconteciam ao povo de Deus (Gn 37.29,34; Js 7.6; Jz 11.35; 2Sm 1.11; 2Sm 13.31; 1Rs 21.27). Ele pensava que o rei da Síria estava buscando uma ocasião para guerrear, mais uma vez, contra Israel (2Rs 5.7). Mas, o que o rei queria, na verdade, era a cura do general.
 
4. Uma notícia alvissareira.
Quando o profeta Eliseu soube da aflição do rei de Israel, mandou lhe dizer: “Por que rasgaste as tuas vestes? Deixa-o vir a mim, e saberá que há profeta em Israel” (2Rs 5.8). É certo que a função do profeta não era, necessariamente, a de operar milagres, pois a grande maioria deles foram apenas mensageiros de Deus e não realizaram prodígios e maravilhas. No entanto, o profeta Eliseu, à semelhança do seu antecessor Elias, havia sido o instrumento de Deus para realizar muitos milagres, dentre eles, o aumento do azeite da viúva (2Rs 4.1-7), a ressurreição do filho da sunamita (2Rs 4.32-37), a multiplicação de pães (2Rs 4.42-44). E o profeta Eliseu sabia que Deus seria glorificado mais uma vez, na cura daquele general leproso.
 
5. Uma recepção simples e uma ordem desagradável.
Com certeza, o general Naamã estava acostumado a ser recebido com honrarias aonde chegava, principalmente quando era enviado pelo rei da Síria. Ele pensou consigo que o profeta Eliseu iria recebê-lo pessoalmente, com as honrarias que lhe eram devidas e que o profeta iria orar por ele para que ele fosse curado (2Rs 5.11). Mas, para a sua surpresa, o profeta Eliseu mandou um mensageiro lhe dizer: “Vá e lave-se sete vezes no rio Jordão; sua pele será restaurada e você ficará purificado” (2Rs 5.10 - NVI). “Eliseu mandou Naamã lavar-se nas águas turvas do rio Jordão como uma simples demonstração de humildade e de obediência. Tanto os israelitas quanto os sírios sabiam que o Jordão não poderia curar a lepra. Naamã precisava saber que a cura provinha milagrosamente da graça e do poder de Deus, mediante a palavra do seu profeta” (STAMPS, 2005. p. 579).
 
6. Uma resistência e um conselho de amigo.
Ao ouvir o mensageiro enviado pelo profeta Eliseu, Naamã ficou indignado e disse: “Não são, porventura, Abana e Farpar, rios de Damasco, melhores do que todas as águas de Israel? Não me poderia eu lavar neles e ficar purificado?” (2Rs 5.12). “O rio Abana (atual Barada) nascia nas montanhas do Líbano e corria até Damasco; suas águas límpidas produziam pomares e jardins. O rio Farpar corria para o leste, a partir do Monte Hermon até o sul de Damasco. Se Naamã precisava lavar-se num rio, certamente aqueles dois seriam melhores que o rio Jordão. Entretanto, a questão era a obediência à palavra de Deus e não a qualidade da água” (MACARTHUR, 2015. p. 482).
Quando os servos de Naamã perceberam a sua resistência em lavar-se no rio Jordão, lhe disseram: “Meu pai, se o profeta te dissera alguma grande coisa, porventura, não a farias? Quanto mais, dizendo-te ele: Lava-te e ficarás purificado” (2Rs 5.13). “O título ‘pai’ não era normalmente usado pelos servos para seus senhores. O uso do termo aqui pode indicar certo carinho dos servos por Naamã. Os servos de Naamã ressaltam que ele estivera disposto a fazer qualquer coisa, independente da dificuldade, para ser curado. Então deveria estar ainda mais disposto a fazer uma coisa tão fácil quanto lavar-se no rio Jordão” (MACARTHUR, 2015, p. 482).
 
7. A cura tão esperada e a conversão ao Deus de Israel.
Quando Naamã mergulhou sete vezes no Jordão, ele foi curado e a sua pele ficou como de uma criança, como o profeta Eliseu havia dito (2Rs 5.14). Depois de sua cura, Naamã retornou do rio Jordão à casa de Eliseu em Samaria (cerca de 40 Km) para testemunhar de sua cura e confessar a sua fé no Deus de Israel. Ele confessou que só havia um único Deus, o Deus de Israel (MACARTHUR, 2015, p. 482). “É surpreendente que Naamã, embora sendo estrangeiro, foi milagrosamente liberto da lepra e convertido ao Deus verdadeiro, enquanto muitos leprosos em Israel permaneceram na sua impureza. O próprio Cristo referiu-se a Naamã (Lc 4.27) a fim de ressaltar que quando o povo de Deus desobedece à sua Palavra, Ele tira deles o seu reino e suscita outros para experimentarem a sua salvação, justiça e seu poder (Mt 8.10-13; 23.37-39)” (STAMPS, 2005, pp. 579,580).
 
 
III. A COBIÇA E A CONSEQUENTE LEPRA DE GEAZI
Após receber a cura e demonstrar a sua fé no Deus de Israel, Naamã ofereceu presentes ao profeta Eliseu, mas ele se recusou a recebê-los, apesar de sua insistência (2Rs 5.15,16). Porém, Geazi, o servo de Eliseu, correu atrás de Naamã e, mentindo, lhe disse que o profeta Eliseu havia mandado buscar 35 kg de prata e duas mudas de roupas para dois filhos dos profetas que haviam chegado de Efraim (2Rs 5.22). O general Naamã, então, prontamente atendeu ao pedido de Geazi e fez mais do que ele havia pedido (2Rs 5.23). Ao chegar em casa, Geazi guardou os presentes que havia ganhado de Naamã. E, ao ser indagado pelo profeta Eliseu de onde ele vinha, ele mentiu dizendo que não havia ido a lugar algum (2Rs 5.24,25). O profeta Eliseu condenou Geazi e seus descendentes a sofrerem com a doença da pele de Naamã para sempre (2Rs 5.27). “Geazi tinha um coração cobiçoso e tentou desvirtuar o ato gracioso de Deus, visando proveito próprio e material. Nas suas transgressões, ele traiu Eliseu, mentiu a Naamã e ao profeta Eliseu e desonrou o nome de Deus” (STAMPS, 2005. p. 580). Que o Senhor nos guarde da avareza e do apego aos bens materiais (Mt 6.24; Lc 18.24,25; 1Tm 6.9-11).
 
 
CONCLUSÃO
A história de Naamã demonstra o poder de Deus e sua graça redentora, mas, também, o seu juízo contra o pecado. A narrativa destaca a verdade de que a graça e a salvação divinas não se limitavam a Israel, mas que Ele queria compadecer-se dos gentios, ou seja, os não israelitas, e levá-los a conhecer o Único Deus verdadeiro. Mas adverte também a todos nós sobre os perigos da avareza e do apego aos bens materiais.
 
 

 
REFERÊNCIAS

Ø  CHAMPLIN, R.N. Enciclopédia de Bíblia, Teologia e Filosofia. HAGNOS.

Ø  HENRY, Matthew. Comentário Bíblico. CPAD.

Ø  MACARTHUR. Bíblia de Estudo. SBB.

Ø  STAMPS, Donald C. Bíblia de Estudo Pentecostal. CPAD.

Ø  POMMERENING, Claiton Ivan. O Plano de Deus para Israel em meio à Infidelidade da Nação. CPAD.

 

 

Por Rede Brasil de Comunicação.

 



terça-feira, 17 de agosto de 2021

LIÇÃO 08 - NAUM: ATÉ ONDE VAI A PACIÊNCIA DE DEUS (VÍDEO AULA)



 

LIÇÃO 08 - NAAMÃ É CURADO DA LEPRA (VÍDEO AULA)




QUESTIONÁRIOS DO 3° TRIMESTRE DE 2021


 
 
 
 
 VIGILÂNCIA, JUSTIÇA E O CULTO A DEUS 
Um Chamado para a Igreja nos Escritos
dos Profetas Menores.
 



 
 
 


Lição 07
 
Hora da Revisão
A respeito de “Miqueias: Deus Quer Obediência de Coração”, responda:
 
 
1. Quem foi o profeta Miqueias?
Foi um camponês simples, nativo de Moresete, uma comunidade rural de Judá.
 
2. Quando Miqueias profetizou?
Ele profetizou no século VIII a.C. Foi contemporâneo de Isaías.
 
3. Miqueias destinou sua mensagem a quem?
A Jerusalém e Samaria. Profetizou tanto para o Reino do Norte (Israel), quanto para o Reino do Sul (Judá). Porém, grande parte de sua mensagem foi entregue a Judá.
 
4. Por qual motivo Miqueias combateu o ritualismo religioso de seus dias?
As pessoas faziam sacrifícios a Deus, mas viviam impiamente cometendo injustiças sociais. O problema deles não era ausência de religiosidade, mas de uma verdadeira conversão a Deus, faltava-lhes a obediência de coração.
 
5. Como Miqueias define um relacionamento verdadeiro com Deus?
Na prática de três preceitos: praticar a justiça, amar a beneficência e andar humildemente perante Deus.



QUESTIONÁRIOS DO 3° TRIMESTRE DE 2021

 
 
 
 
 
  O PLANO DE DEUS PARA ISRAEL EM
  MEIO À INFIDELIDADE DA NAÇÃO
As Correções e os Ensinamentos Divinos
no Período dos Reis de Israel.
 

 
 
 
 



Lição 07

Para Refletir
A respeito de “O Ministério de Eliseu”, responda:
 
 
No período do reino dividido, como se fazia a distinção entre reis bons e maus?
Distinguia-se os reis bons dos maus pelo modo como eles se relacionavam com Deus.
 
Por que Josafá foi considerado um excelente monarca?
Porque Josafá promoveu a adoração ao verdadeiro Deus.
 
Qual profeta foi chamado para profetizar para três reis?
Eliseu.
 
O que Deus precisou para operar o milagre na casa da viúva?
Uma única botija de azeite.
 
Com que tipo de pessoas Deus tem compromisso de operar seus milagres?
Deus tem compromisso com pessoas de fé, mas que também sejam operantes e diligentes.



sábado, 14 de agosto de 2021

LIÇÃO 07 – O MINISTÉRIO DE ELISEU



 
 

2Rs 3.5,9-11,14-18; 4.1-7,38-41 




INTRODUÇÃO
Nesta lição, estudaremos sobre o dinâmico ministério do profeta Eliseu e suas principais marcas; destacaremos características dos milagres realizados por Deus por meio de seu servo; e, por fim, quais os principais propósitos de Deus em realizar tais milagres.
 
 
I. MARCAS DO MINISTÉRIO DE ELISEU
1. Um ministério marcado pela porção dobrada.
Antes de ser levado aos céus, Elias perguntou a Eliseu o que ele desejava receber, para exercer o seu ministério. Eliseu, então, sabiamente lhe respondeu: “Peço-te que haja porção dobrada de teu espírito sobre mim” (2Rs 2.9b). Segundo Donald Stamps, o termo “porção dobrada” não significa terminantemente o dobro do poder espiritual de Elias; refere-se antes ao relacionamento entre pai e filho, em que o filho primogênito recebia o dobro da herança que os demais (Dt 21.17). Eliseu estava pedindo que seu pai espiritual lhe conferisse uma medida abundante do seu espírito profético, para, deste modo, ele executar a missão de Elias.
 
2. Um ministério marcado pela autoridade de Deus.
Ao dar início ao seu ministério, Eliseu necessitava de confirmações públicas de que Deus o havia chamado, de modo que alguns fatos deixaram evidente a autoridade de Deus em seu ministério. Dentre eles, podemos citar: a) a abertura miraculosa do rio Jordão (2Rs 2.13-15); b) a punição imediata dos que zombaram dele (2Rs 2.23,24); c) a busca dos reis, para dele receberem a palavra do Senhor (2Rs 3.11,12); e, d) o cumprimento da sua mensagem profética (2Rs 3.15-20). Estes fatos foram testemunhos da comissão de Eliseu, como profeta do Senhor, para demonstrar o poder e a autoridade de Deus sobre a vida do profeta de Abel-Meolá (2Rs 2.15; 3.12).
 
3. Um ministério marcado por milagres.
Depois de Moisés, Eliseu, provavelmente, realizou mais milagres do que qualquer outra pessoa do Antigo Testamento. Um fato curioso é que o número de milagres que Deus operou por intermédio de Eliseu foi o dobro do que realizou através de Elias. É importante destacar que milagres são “operações de caráter divino, fazendo intervenções na esfera física”, podendo ser vistos na cura de doentes, na multiplicação de víveres, na intervenção sobre os elementos da natureza e até na ressurreição de mortos. Milagre, portanto, é um feito ou ocorrência extraordinária, que não se explica pelas leis da natureza, constituindo-se na intervenção de Deus sobre as leis naturais, com um propósito específico de glorificar o Seu nome. O ministério de Eliseu tinha a intenção de mostrar que não há necessidade pessoal ou nacional, sobre as quais Deus não possa suprir, que todos os acontecimentos são controlados por Ele e que Ele cuida do Seu povo.
 
 
II. OS MILAGRES DE PROVISÃO NO MINISTÉRIO DE ELISEU
1. A multiplicação do azeite da viúva (2Rs 4.1-7).
O milagre ocorrido na casa da viúva de um dos discípulos dos profetas confirma esse fato (2Rs 4.1-7). O texto expõe a extrema situação de penúria na qual essa pobre mulher havia ficado. Perdera o marido, que havia falecido, e agora corria o risco de perder os filhos para os credores, se não quitasse uma dívida. Era costume naqueles dias um credor obrigar um devedor a saldar a sua dívida, por meio do trabalho servil ou escravo (2Rs 4.1b). Essa mulher, portanto, necessitava urgentemente que alguma coisa fosse feita, para tirá-la daquela situação. Sabedora de que o profeta Eliseu era orientado por Deus, recorreu a ele (2Rs 4.l). A Escritura mostra que o Senhor socorre o necessitado (Sl 40.17; 69.33; Is 25.4; Jr 20.13).
 
2. A multiplicação dos pães (2Rs 4.42-44).
Esse também é um milagre de provisão. Cem homens do grupo dos discípulos dos profetas, e apenas vinte pães foram ofertados por um homem de Baal-Salisa (2Rs 4.42). Pela “lei da oferta e da procura”, verificase que a procura era maior do que a da oferta (2Rs 4.43). O profeta Eliseu não olha as evidências naturais, mas, seguindo a direção de Deus, profetiza que todos comeriam e ainda sobrariam pães (2Rs 4.43,44). Não havia lógica nenhuma nessa predição do profeta. Todavia, milagres não se explicam... São aceitos pela fé! Muitas vezes, os caminhos de Deus são diferentes dos nossos caminhos (Is 55.8,9). Neste milagre de provisão, o poder de Deus é manifestado na palavra profética que age como um comando dado por Eliseu: “[...] porque assim diz o Senhor [...]” (2Rs 2.43). Encontramos o Novo Testamento detalhando como Jesus Cristo operou um milagre com a mesma dinâmica, todavia de maiores proporções (Jo 6.9). Nos dois eventos, a graça de Deus em prover o imprescindível para os necessitados fica em evidência. Quando compartilhamos o que temos e, deixamos as consequências nas mãos de Deus, ele provê as nossas necessidades, bem como às dos outros, e pode até haver sobra (Pv 11.24,25).
 
3. A Abundância de víveres (2Rs 7.1,2,16-18).
Jorão, filho de Acabe, estava assentado no trono do Reino do Norte, e a exemplo do pai envolvido em idolatria e apostasia, a consequência de suas ações pecaminosas foi o cerco à cidade de Samaria, promovida por Ben-Adade II (2Rs 6.24). Com a cidade sitiada, o resultado natural foi a escassez de alimentos. Vendia-se desde cabeça de jumento até mesmo esterco de pombo, na tentativa de amenizar a fome (2Rs 6.25). Pressionado pela crise, o rei procurou o profeta Eliseu e o responsabilizou pela tragédia. Sempre o Diabo querendo culpar Deus pelas mazelas que ele induziu os homens a praticarem! Mais uma vez, Deus comprova a sua graça e orienta Eliseu a profetizar o fim da fome! Como nos outros milagres, esse tem o seu cumprimento de forma inteiramente sobrenatural. Fica evidente que, nos milagres de provisão, o poder de Deus é manifestado em situações em que o braço humano se mostra totalmente impotente (GONÇALVES, 2021, p. 76).
 
 
III. OS MILAGRES DE RESTITUIÇÃO NO MINISTÉRIO DE ELISEU
1. A ressurreição do filho da sunamita (2Rs 4.18-37).
Após uma intensa dor de cabeça, o filho da mulher sunamita, veio a óbito (2Rs 4.19,20). Mesmo tendo deixado o filho morto em casa, essa rica mulher de Suném demonstra uma fé inabalável em Deus e em seu profeta. Assim é que, quando a caminho e interrogada por Geazi, moço de Eliseu, sobre como iam as coisas, ela respondeu: “vai tudo bem!” (2Rs 4.26). A ação da mulher, em ir rapidamente a procura de Eliseu, sugere que ela possuía fé suficiente de que ele seria capaz de ressuscitar a criança. A sequência da história mostra o profeta Eliseu orando ao Senhor, sobre o corpo inerte do garoto (2Rs 4.33). O relato é dramático e desafia a lógica. Os gestos do profeta parecem não ter sentido (2Rs 4.34,35). Deus não deve explicações a ninguém sobre a forma como Ele quer operar milagres! O Senhor responde à oração do profeta e a vida volta novamente ao filho da sunamita (2Rs 4.35-37). Essa ressurreição do filho da viúva marca a primeira, de várias ressurreições registradas na Bíblia (2Rs 13.21; Mt 9.25; Lc 7.14,15; Jo 11.43,44; At 9,40,41; 20.9-12). Por intermédio do homem de Deus, mais uma vez, o Senhor manifestou seu poder sobre a vida e a morte (1Sm 2.6).
 
2. O machado que flutuou (2Rs 6.1-7).
Um dos discípulos dos profetas perdera a ferramenta que havia tomado emprestada (2Rs 6.5). Naqueles dias, os instrumentos feitos de ferro eram escassos e valiosos (1Sm 13.20,21). Daí seu desespero quando perdeu aquele objeto. Duas coisas observamos nesse texto: a) primeiramente a motivação do milagre, que está expressa no lamento daquele que perdera o machado: “o que nos faz lamentar?”; “a nossa motivação está correta?” e, b) vemos o profeta procurando identificar o local onde a ferramenta havia caído ou se perdido (2Rs 6.6). O Senhor está pronto a restituir ou restaurar quem perdeu alguma coisa, desde que se tome consciência disso (Ap 2.5). Às vezes, a falta de reconhecimento por parte de alguns que perderam alguma coisa, como por exemplo, a comunhão com Deus, pesa mais do que o machado que Eliseu fez flutuar.
 
 
IV. OS MILAGRES DE RESTAURAÇÃO NO MINISTÉRIO DE ELISEU
1. A cura de Naamã (2Rs 5.1-19).
Algumas coisas nos chamam a atenção no relato desse milagre: a) observamos que o general sírio fica indignado quando o profeta não age, da forma como ele imaginou (2Rs 5.11); Deus não faz shows, nem tampouco opera para satisfazer nossa curiosidade. b) Deus não estava interessado na análise lógica de Naamã (2Rs 5.11,12), mas apenas em sua obediência. c) Naamã recebe a cura quando desce do cavalo (2Rs 5.14). Não há quem goste de descer... Todos gostamos de subir. Todavia Abigail, para salvar seu casamento, teve que descer do jumento (1Sm 25.23). Ninguém será restaurado se não descer... Naamã desceu e foi curado. Deus resiste aos soberbos, mas dá graça aos humildes (Tg 4.6). d) Naamã tentou recompensar o profeta pelo milagre recebido (2Rs 5.15,16). Eliseu recusou! A graça não aceita pagamento por aquilo que faz (Mt 10.8).
 
2. As águas de Jericó (2Rs 2.19-22).
O texto narra a história das águas amargas de Jericó, que se tornaram saudáveis mediante a ação do profeta Eliseu. Aqui Eliseu pede um prato novo e pede que se ponha sal nesse recipiente. Feito isso, ele profetiza que aquelas águas se tornariam saudáveis, segundo a palavra do Senhor. Essas exigências do profeta possuíam um valor simbólico, visto que o sal representa um elemento purificador (Lv 2.13; Mt 5.13), enquanto o prato novo seria um instrumento de dedicação especial ou exclusiva para aquele momento. Em todo caso, foi o poder de Deus quem purificou as águas, e não o poder em si desses objetos e ingredientes.
 
 
V. PRINCIPAIS PROPÓSITOS DOS MILAGRES NO MINISTÉRIO DE ELISEU
Os milagres operados pelo profeta Eliseu são uma clara demonstração do poder de Deus em seu ministério. Todos tiveram um propósito específico. Vejamos alguns:
 
1. Glorificar a Deus.
Os milagres narrados nas Escrituras, tanto no Antigo como no Novo Testamento, objetivam a glória de Deus (Jo 2.11; 9.3; 11.4,44,45). Em nenhum, encontramos os profetas e apóstolos, buscando chamar a atenção para si (2Rs 5.15,16; Dn 2.27,28; At 3.8,12; 14.14,15);
 
2. Dar uma resposta à necessidade humana.
Todos os textos, narrando os milagres realizados por meio de Eliseu, deixam bem claro que os mesmos ocorreram em resposta a uma necessidade e ao sofrimento humano (2Rs 4.1-7; 4.8-38; 5.1-19; 6.1-7).
 
3. Conduzir as pessoas a Deus.
Os milagres operados pelo profeta Eliseu são uma clara demonstração do poder de Deus. Todos eles tiveram como propósito específico despertar a fé no único Deus verdadeiro, que demonstra a sua graça e glória, nas mais diferentes situações na vida. No milagre da abundância de víveres, o profeta Eliseu conclamou o povo a: “ouvir a palavra do Senhor” (2Rs 7.1). No Novo Testamento, o apóstolo João destaca os sinais operados por Jesus, com o propósito apologético: “[...] para que creiais que Jesus é o Cristo, o Filho de Deus [...]” (Jo 20.31a); e, evangelístico: “[...] e para que, crendo, tenhais vida em seu nome” (Jo 20.31b).
 
 
CONCLUSÃO
Os poderosos milagres do Senhor, através do profeta Eliseu (2Rs 2.21,22; 4.36,37; 4.43; 5.14; 6.6; 7.1), mostram que Deus controla não apenas os grandes exércitos, mas também os acontecimentos da vida cotidiana. Quando ouvimos e obedecemos a Deus, Ele nos mostra seu poder de transformar qualquer situação.
 
 
 
REFERÊNCIAS
Ø  CHAMPLIN, R.N. Enciclopédia de Bíblia Teologia e Filosofia. HAGNOS.
Ø  GONÇALVES, J. Porção Dobrada: Uma análise bíblica, teológica e devocional sobre os ministérios proféticos de Elias e Eliseu. CPAD.
Ø  GONÇALVES, J. O Carisma Profético e o Pentecostalismo Atual: Pressupostos para uma Práxis Carismática Autêntica. CPAD.
Ø  MCDONALD, William. Comentário Bíblico Popular: Antigo Testamento. EDITORA MUNDO CRISTÃO.
Ø  STAMPS, Donald C. Bíblia de Estudo Pentecostal. CPAD.                                                                                                                                   
Por Rede Brasil de Comunicação.