sábado, 30 de abril de 2022

LIÇÃO 05 – O CASAMENTO É PARA SEMPRE


 
 
 
 
Mt 5.27-32
 
 
 
INTRODUÇÃO
Na lição desta semana, estudaremos sobre o casamento, a primeira instituição criada por Deus. Traremos as definições etimológica e teológica do termo, abordaremos sobre sua indissolubilidade. Refletiremos sobre o discurso de Jesus em Mt 5.27-32, abordaremos sobre o princípio da santidade do matrimônio, e por fim, refletindo sobre os perigos da cobiça e adultério.
 
 
I. DEFINIÇÃO DE CASAMENTO
1. Definição etimológica.
Ato ou efeito de casar; vínculo conjugal entre um homem e uma mulher; união voluntária de um homem e uma mulher, nas condições sancionadas pelo direito, de modo que se estabeleça uma família legítima” (HOUAISS, 2001, p. 641 – grifo nosso). O artigo 226, parágrafo 3º da Constituição Federal diz que para efeito da proteção do Estado, é reconhecida a união estável entre o homem e a mulher como entidade familiar, devendo a lei facilitar sua conversão em casamento. Como podemos ver, tanto o dicionário como a Constituição Federal, conceituam o casamento como “união entre duas pessoas de sexos diferentes”, o que deixa claro que a união homossexual não pode ser caracterizada como casamento. É importante ressaltar aqui que a união estável não é casamento, mas, poderá ser transformada em casamento. O código civil no Artigo 1514 diz que: “O casamento se realiza no momento em que o homem e a mulher manifestam, perante o juiz, a sua vontade de estabelecer vínculo conjugal, e o juiz os declara casados”.
 
2. Definição teológica.
“Instituição que tem por objetivo legalizar a união entre um homem e uma mulher” (CLAUDIONOR, 2006, p. 91). Ainda pode-se dizer que o casamento é uma instituição social de origem divina, fundada no princípio da raça humana, para dar origem e sustentação à família (Gn 2.22-24; Mt 19.4-6). O casamento é um concerto, ou aliança entre pessoas de sexos opostos diante de Deus, da família, da igreja, de serem marido e mulher enquanto viverem (Mt 19.6; Mc 10.9; Rm 7.2; 1Co 7.39).
 
3. Definição da Declaração de fé das Assembleias de Deus.
Casamento ou união matrimonial - Instituição criada por Deus, que tem por princípios reguladores e estruturantes a monogamia: “Portanto, deixará o varão o seu pai e a sua mãe e apegar-se-á à sua mulher, e serão ambos uma só carne” (Gn 2.24) e a heterossexualidade: “Ele, porém, respondendo, disse-lhes: Não tendes lido que, no princípio, o Criador os fez macho e fêmea” (Mt 19.4). Pelo casamento, um homem e uma mulher, por livre consentimento, decidem unir-se mediante um pacto solene, do qual o Senhor Deus é a principal testemunha (Ml 2.14,15), e, na condição de cônjuges sob os aspectos legal, formal, moral e espiritual, prometem viver em fidelidade mútua, até que a morte os separe (Mt 19.6) (SOARES, 2017, p. 204).
 
 
II. CASAMENTO: UMA UNIÃO INDISSOLÚVEL À LUZ DA BÍBLIA
1. O casamento é indissolúvel à luz do AT.
A Bíblia nos revela que Deus, ao criar o casamento, o fez para que fosse indissolúvel “e apegar-se-á à sua mulher” (Gn 2.24b). A expressão “apegar-se” no hebraico dãbaq significa: “apegar-se, grudar-se, esconder-se”. Usado no hebraico moderno no sentido de “colar, aderir”, dabaq traduz a forma substancial de “cola” e também as ideias mais abstratas de “lealdade e devoção”. O uso no texto de (Gn 2.24) reflete o significado de um objeto (pessoa) ser único a outro (VINE, 2002, p. 42). Três termos na Bíblia nos atestam a indissolubilidade do casamento. Deus diz: “e apegar-se-á à sua mulher” (Gn 2.24- b); Jesus diz: “Deus ajuntou” (Mt 19.6); e, Paulo diz: “Porque a mulher... enquanto ele viver, está-lhe ligada pela lei” (Rm 7.2).
 
2. O casamento é indissolúvel à luz do NT.
Está claro em toda a Escritura que o casamento deve ser para toda a vida. No Antigo Testamento, por exemplo, o profeta Malaquias repreende os judeus por tratarem de forma leviana o matrimônio. O Senhor deixa claro que DETESTA o divórcio (Ml 2.16), pois do marido e da mulher fez um só (Ml 2.15). No Novo Testamento, o Senhor Jesus, falou explicitamente contra o divórcio (Mt 19.6). A perspectiva paulina segue o mesmo padrão (Rm 7.2,3; 1Co 7.10,11,39). Portanto, a vontade de Deus para o casamento é que cada cônjuge seja único até que a morte os separe (Mc 10.7-9). A única exceção se dá em caso de traição (Mt 19.9), entretanto, ainda assim, tal situação não se constitui em um mandamento. Haverá sempre um espaço para o perdão e a reconciliação.
 
 
III. COMPREENDENDO MATEUS 5.27-32
1. Cobiça: um ato interior (Mt. 5.27-30).
Os mestres religiosos da época de Jesus, acreditavam que evitando o adultério formal, estariam cumprindo perfeitamente o mandamento de “Não adulterarás”. Com isso, estavam limitando o alcance da aplicação do mandamento, que deveria ser interpretado a luz do décimo mandamento: “[...] não cobiçarás a mulher de teu próximo[...]” (Êx. 20.17; Dt 5.18). Para os fariseus e escribas, enquanto o homem não cometia adultério, estava cumprindo o mandamento. Não obstante, Jesus esclarecia: “Qualquer que olhar para uma mulher com intenção impura, no coração, já adulterou”, pois do coração do homem é que provém os maus desígnios (Mt 15.19-20). A concupiscência começa do lado de dentro (Rm 3.10-18; 7.7), entendimento contrário ao que pensava os mestres religiosos que defendiam uma interpretação mecanicista (STOTT, 2018, p. 43).
 
A) Como evitar a cobiça.
Como súditos do reino, agora em Cristo podemos evitar a cobiça: a) possuímos uma nova natureza (2Co 5.17); b) tendo uma nova mente (1Co 2.16); c) permitindo que a Palavra domine nosso entendimento (2Co 10.5); d) renovando continuamente (Rm 12.2); e) priorizando os valores do Reino de Deus (Fl 4.8); f) permitindo que o Espirito domine nossa vida por inteiro (Gl 5.16); e, g) revestindo-nos do novo homem, para ser semelhante a Deus (Ef 4.24-32).
 
2. Adultério: um ato exterior (Mt 5.31-32).
Enquanto os fariseus e escribas estavam preocupados com as razões do divórcio, o Senhor Jesus se concentrava em estabelecer a natureza permanente do casamento (Mt 19.4-6) (STOTT, 2018, p. 48). O adultério ocorre quando um dos cônjuges se torna infiel ao outro (Mt 19.9; Mc 10.11). Esta ação é chamada de adultério, e este por sua vez, é a “relação sexual entre uma pessoa casada e outra que não é o seu cônjuge” (WYCLIFFE, 2012, p. 35). No AT o adultério é estritamente proibido: “Não adulterarás” é o sétimo mandamento do Decálogo (Êx 20.14; Dt 5.18). Esta prática era punível sob a Lei com morte por apedrejamento (Lv 20.10; Dt 22.22). No NT Os ensinamentos seguem o mesmo padrão veterotestamentário quanto a reprovação da prática do adultério (Rm 13.9; Gl 5.19; Tg 2.11). O Senhor Jesus estendeu a culpa pelo adultério da mesma forma como fez para outros mandamentos, incluindo até o desejo de cometê-lo ao próprio ato em si (Mt 5.28). O adultério é uma obra da carne e os que praticam são passíveis de morte e não herdarão o Reino dos céus (Rm 1.29-32; Gl 5.21).
 
A) Como evitar o adultério.
Vigilância, oração e meditação na Palavra de Deus são os recursos mais importantes para quem deseja vencer toda e qualquer tentação (Mt 26.41; Sl 119.9,11). Mas, no que diz respeito a sedução do adultério, existe outros cuidados que o casal deve tomar. Como: a) evitando as más conversações (1Co 15.33); b) guardando o coração e mente (Pv 4.23; Mt 15.19; Fp 4.8; Cl 3.1-3); c) afastando dos olhos aquilo que pode levar a pessoa ao pecado (Jó 31.1; Sl 101.3; Mt 6.22,23); d) mantendo-se longe do conselho dos ímpios (Sl 1.1-3; 1Co 5.11); e) mortificando a carne e andando em Espírito (Cl 3.5; Gl 5.16-18); f) abstendo-se do ato sexual com o cônjuge apenas por consentimento mútuo e por tempo determinado (1Co 7.5); g) mantendo o cônjuge satisfeito (Pv 5.15; 1Co 7.3); h) observando a Palavra de Deus (Sl 119.11; Pv 4.20); e, i) orando e vigiando (Mt 26.41).
 
 
IV. O PLANO ORIGINAL DO CASAMENTO SEGUNDO A BÍBLIA
1. O casamento é uma instituição divina.
Ele antecede toda a cultura, tradição, povo ou nação. A história do primeiro casal, Adão e Eva, é apresentada no AT como a gênese do casamento (Gn 2.18-25). O texto bíblico deixa claro que Deus “formou uma mulher, e trouxe-a a Adão” (Gn 2.22b). Logo, o casamento é uma instituição divina (Mt 19.5,6).
 
2. O casamento é um dom de Deus.
A palavra “dom” no grego “charisma” significa: “presente” dando a entender que o homem é presenteado por Deus com o matrimônio (Pv 18.22; 19.14). Paulo diz: “mas cada um tem de Deus o seu próprio dom, um de uma maneira e outro de outra” (1Co 7.7). O apóstolo Paulo não coloca o celibato como regra, mas como exceção, pois, esta abstinência deve ser voluntária (1Co 7.8,9). Logo, quem casa não é menos santo que o que não deseja casar (1Tm 4.2,3). Afinal de contas, tanto é dom de Deus desejar permanecer solteiro tanto quanto estar casado.
 
3. O casamento é um estado honroso.
Está explícito que o casamento é uma condição de honra, pois nele o sexo é desfrutado de forma legal. O escritor aos hebreus nos diz: “Venerado seja entre todos o matrimônio e o leito sem mácula” (Hb 13.4a). O dicionário Houaiss define a palavra veneração como: “reverência, respeito, admiração, consideração”.
 
4. O casamento é uma complementariedade.
O relato bíblico nos mostra que o homem estava só, pois faltava-lhe uma companheira (Gn 2.20). Deus viu a necessidade de Adão e providenciou-lhe a mulher para suprir sua carência “Não é bom que o homem esteja só; far-lhe-ei uma adjutora que esteja como diante dele” (Gn 2.18). A mulher foi criada para ser a amável companheira do homem e sua ajudadora para cooperar no plano de Deus para a vida dele e da família por meio do casamento.
 
5. O casamento é uma identificação entre os gêneros.
Deus criou uma pessoa para Adão com quem ele se identificasse: “E da costela que o Senhor Deus tomou do homem, formou uma mulher, e trouxe-a a Adão” (Gn 2.22). Deus estava criando não apenas um outro indivíduo, mas um indivíduo novo, totalmente diferente, com outro sexo. Adão identificou-se de tal maneira com a mulher que expressou a respeito dela da seguinte maneira: “Esta é agora osso dos meus ossos, e carne da minha carne; esta será chamada mulher, porquanto do homem foi tomada” (Gn 2.23).
 
6. O casamento é um estado de relacionamento.
Outro propósito pelo qual Deus instituiu o casamento foi para que o homem tivesse com quem se relacionar plenamente (Pv 5.18). O texto sagrado nos mostra que através do matrimônio Deus tinha em mente proporcionar ao homem e a mulher um relacionamento de forma: a) física: “e apegar-se-á à sua mulher”; b) sexual: “e serão ambos uma carne”; e c) emocional: o homem queestava só” (Gn 2.1) agora tinha alguém para dirigir seu afeto (Gn 2.23).
 
 
CONCLUSÃO
Como observamos, o casamento é uma instituição de origem divina. Seu padrão se encontra revelado nas Escrituras Sagradas, sendo indissolúvel. Como súditos do reino, precisamos viver a cada dia, sua ética, evitando que a cobiça e a prostituição e demais obras da carne, venham fazer parte de nossa vida. Que sejamos sempre um louvor para Sua glória.
 
 
 
 
REFERÊNCIAS
Ø  ANDRADE, Claudionor de. Dicionário Teológico. CPAD.
Ø  LOPES, Hernandes Dias. Casamento, divórcio e novo casamento. HAGNOS.
Ø  PFEIFFER, Charles F. et al. Dicionário Bíblico Wyclliffe. CPAD.
Ø  GOMES. Osiel. Os Valores do Reino de Deus: A relevância do Sermão do Monte para a Igreja de Cristo. CPAD.
Ø  STAMPS, Donald C. Bíblia de Estudo Pentecostal. CPAD.
Ø  STOTT, Jonh. Lendo o Sermão do Monte com Jonh Stott. ULTIMATO.
Ø  REIFLER, Hans Ulrich. A Ética dos Dez Mandamentos. VIDA NOVA. 
 
 
Por Rede Brasil de Comunicação.



quinta-feira, 28 de abril de 2022

LIÇÃO 05 - BALAÃO: QUANDO DEUS DIZ NÃO (VÍDEO AULA)



 

LIÇÃO 05 - O CASAMENTO É PARA SEMPRE (VÍDEO AULA)

 


QUESTIONÁRIOS DO 2° TRIMESTRE DE 2022




 
 
O PERIGO DAS TENTAÇÕES -
As Orientações da Palavra de Deus de Como
Resistir e Ter uma Vida vitoriosa.
  

 
 





Lição 04
 
Hora da Revisão
A respeito de “Desafiando a Deus no Deserto”, responda:
 
 
1. Por qual motivo Deus levou os hebreus para a Terra Prometida pelo deserto?
Para que o povo não desanimasse vendo a guerra.
 
2. Por que o povo não pôde beber as águas de Mara?
Porque elas eram amargas e impróprias para o consumo.
 
3. Quem Moisés escolheu para espionar a terra?
Os líderes das tribos de Israel.
 
4. Segundo a lição, o que a desobediência dos hebreus lhes rendeu?
Rendeu-lhes bichos e mau cheiro.
 
5. Como podemos agradar ao Senhor?
Agradamos ao Senhor dando crédito ao que Ele nos diz.


 

segunda-feira, 25 de abril de 2022

QUESTIONÁRIOS DO 2° TRIMESTRE DE 2022


 
 
 
 
  OS VALORES DO REINO DE DEUS -
A Relevância do Sermão do Monte
para a Igreja de Cristo.





 

 

Lição 04

 

Revisando o Conteúdo

A respeito de “Resguardando-se de Sentimentos Ruins” responda:   

 
1. Que ideia a palavra Antinomismo traz?
A palavra traz a ideia de que os cristãos não precisam obedecer à lei moral do Antigo Testamento.
 
2. O que o Antinomismo rejeita?
O antinomismo rejeita todo tipo de normas morais, deixando a pessoa livre para pecar.
 
3. O Senhor Jesus anulou o sexto mandamento?
Jesus não anulou o sexto mandamento do Decálogo (Êx 20.13; Dt 5.17). Contudo, sua interpretação foi mais elevada e profunda, pois revelou que a ira ou cólera contra um irmão é um tipo de homicídio no coração.
 
4. Qual o imperativo bíblico para a ira?
O imperativo bíblico é que a ira não pode nos dominar (Ef 4.26; Hb 12.15).
 
5. Qual o ensinamento de nosso Senhor quanto à desavença?
Nos versículos 25 e 26, nosso Senhor enfatiza que é preciso buscar uma solução para a desavença entre irmãos fora do tribunal. É preciso sanar as desavenças entre nós e, assim, preservarmos o bom testemunho.

 

sábado, 23 de abril de 2022

FECHANDO A PORTA


 
 
Objetivo:
Mostrar que precisamos ter cuidado com a ira.
 
Material: Folhas de papel ofício.
 
Procedimento:
Distribua a folha de papel para os alunos. Explique que a ira é uma das emoções mais intensas e básicas do ser humano, porém esta emoção é repleta de força e perigo. Segundo Max Lucado" a ira é o barulho da alma". Este barulho fere, mata e destrói. Em seguida peça que os alunos amassem a folha. Depois de amassar bem a folha peça que tente desamassá-la. Pergunte se é possível a folha voltar a ficar como antes. Diga que assim são aqueles que se deixam dominar pela ira, ainda que somente por alguns minutos. Não temos como voltar atrás. Por isso precisamos pensar bem antes de nos irarmos. Muitos hoje estão como a folha de papel, amassados, feridos, isto porque alguém os "golpeou" com palavras ou ações em um momento de raiva. Conclua orando para que o Espírito Santo venha envolver nossos corações de tal maneira que a ira não encontre lugar em nós. Diga que não podemos, muitas vezes, mudar as palavras ou atitudes das pessoas em relação a nós, contudo podemos, com a ajuda do Espírito Santo, mudar a nossa reação, a nossa resposta. Conclua explicando que "a resposta branda desvia o furor, mas a palavra dura suscita a ira" (Pv 15.1).
 
 
 
Por Telma Bueno e Flavianne Vaz.
Adaptado pelo Amigo da EBD.

 

LIÇÃO 04 – RESGUARDANDO-SE DE SENTIMENTOS RUINS


 
 
 
 
Mt 5.21-26
 
 
 
INTRODUÇÃO
Nesta lição, destacaremos definições de palavras que são essenciais para a compreensão da temática abordada por Jesus, no texto em apreço; ressaltaremos também, os perigos dos maus sentimentos e suas implicações na vida cristã; e por fim, elencaremos quais a principais atitudes que o cristão deve ter, para corrigir e se prevenir dos sentimentos ruins.
 
 
I. DEFININDO OS TERMOS RESGUARDAR E SENTIMENTOS
1. Definindo o termo resguardar.
Segundo o dicionarista (HOUAISS, 2001, p. 2437) o termo resguardar é: “abrigar, cobrir, livrar, defender, guardar com cuidado: resguardar um procedimento”.
 
2. Definindo o termo sentimentos.
O termo sentimentos significa: “ação de sentir, de perceber através dos sentidos, de ser sensível. capacidade de se deixar impressionar, de se comover; emoção. expressão de afeição, de amizade, de amor, de carinho, de admiração sensação de pesar; expressão de mágoa; tristeza” (HOUAISS, 2001, p. 2548). Os sentimentos são um estado de ânimo que surge em relação a estímulos externos, sendo considerada a expressão mental da emoção.


II. O PERIGO DOS SENTIMENTOS RUINS
1. Definição de cólera.
A palavra grega traduzida por encolerizar, é: “orgidzõ” que indica: “provocar ou enfurecer, exasperar-se, estar irado, furioso”. Em sentido prático, Jesus ensinou que seus seguidores não deveriam nem pensar em se encolerizar a ponto de cometer um assassinato, pois já teriam então cometido um assassinato no coração. Aqui, a palavra “cólera” se refere a um desespero planejado e revoltado que sempre ameaça fugir do controle, levando à violência, aflição emocional, maior tensão mental, prejuízo espiritual e, sim, até a morte. A cólera nos impede de desenvolver um espírito agradável a Deus. A ira pecaminosa é insensata, pois nos faz destruir em vez de edificar. Tira nossa liberdade e nos faz prisioneiros. Odiar alguém é cometer homicídio no coração (1Jo 3.15).
 
2. O perigo da ira na vida do crente.
Existe uma ira santa contra o pecado (Ef 4.26), mas Jesus refere-se aqui a uma ira pecaminosa contra as pessoas. A palavra que usa em Mateus 5.22 indica: “ira cultivada, malignidade alimentada no interior”. A cólera não fica apenas interiorizada, mas, se revela através de palavras e ações extremamente violentas (Gn 4.6,8). Trazendo algumas consequências, como segue:
  • Interfere na comunhão (Mt 5.24). Jesus descreve uma experiência pecaminosa constituída de vários estágios, como é próprio de todo pecado (Tg 14,15). Notemos: a) sentimento de ira sem motivo: “[...] se encolerizar contra seu irmão [...]; b) a manifestação da ira em palavras: chamar seu irmão de raca [...], chamar de louco [...]”, que põe mais lenha na fogueira e, c) por fim, leva à condenação: “[...] será réu do fogo do inferno” (Mt 5.22). Tal sentimento e comportamento é algo que não deve encontrar espaço na vida do autêntico servo de Cristo: “Mas, agora, despojai-vos também de tudo: da ira, da cólera, da malícia, da maledicência, das palavras torpes da vossa boca” (Cl 3.8), nem muito menos na relação interpessoal entre os súditos do Reino: “Toda amargura, e ira, e cólera, e gritaria, e blasfêmias, e toda malícia seja tirada de entre vós” (Ef 4.31). 
  • Interfere na devoção (Mt 5.23,24). Desenvolver uma convivência sem ressentimentos ou raiz de amargura é tão vital para a vida cristã que o Senhor condiciona a entrega de nossa oferta no altar de Deus a buscarmos primeiro a reconciliação com o ofendido. Tal oferta não será aceita se não tomarmos a iniciativa de reparar a nossa falta. O altar é o lugar perfeito para o Espírito Santo trazer à nossa memória todos os pecados cometidos, inclusive contra o próximo. E ele sempre o faz quando somos sensíveis à sua presença (cf. Rm 8.26,27). A partir daí, se queremos ser sinceros com Deus, não nos aquietaremos enquanto não buscarmos fazer as pazes com a pessoa a quem ferimos. Isto significa que, se estamos em Cristo, a qualidade do nosso relacionamento pessoal indica como está o nível de nossa comunhão com Deus. 


III. CORRIGINDO OS SENTIMENTOS RUINS
1. Reparando as ofensas.
Fica claro no ensinamento do Mestre é que problemas de comportamento precisam ser resolvido no nascedouro (Mt 5.23,24), antes que alcance proporções trágicas no relacionamento pessoal e chegue a um ponto sem retorno (cf. Ef 4.26). E buscar sempre reparar o erro cometido. Por conseguinte, reparar a ofensa impõe-se pelas seguintes razões: 
a) a ofensa não reparada é o ponto de partida para uma série de outras situações prejudiciais aos envolvidos, entre elas as chamadas doenças psicossomáticas que muitas vezes têm origem em mágoas não resolvidas (ver Hb 12.14,15); 
b) a ofensa é também a causa de ressentimentos que amargam o espírito, destroem o prazer do companheirismo e resultam em atitudes rancorosas contra o próximo, e, 
c) se a ofensa não for reparada na origem poderá ter consequências imprevisíveis, além da perda da espiritualidade. Isto também implica em que só quando houver disposição para reparar a ofensa o crente estará apto para trazer livremente a sua oferta e ser aceito na presença de Deus. Se desejamos o seu perdão, devemos então desenvolver a capacidade de perdoar os que nos ofendem e sermos perdoados por aqueles a quem temos ofendido (Mt 6.12; 18.23-35).
 
2. Preservando o companheirismo.
Esta é a melhor maneira de se evitar incidentes no relacionamento com o próximo. Se inexiste causa — a ofensa — inexistirão os efeitos. O Senhor ensina sobre a extrema necessidade da preservação do companheirismo nos seguintes termos:

  • Urgente: “Concilia-te depressa” (Mt 5.25). É algo que jamais deve ser adiado, se queremos desfrutar uma melhor qualidade de vida. O apóstolo Paulo interpretou a questão nos seguintes termos: “Irai-vos e não pequeis; não se ponha o sol sobre a vossa ira” (Ef 4.26). 
  • Enquanto há tempo: “enquanto estás no caminho” (Mt 5.25). Significa agir enquanto há tempo, antes de chegar ao tribunal. Esta é uma área em que quanto mais os dias passam, torna-se maior a possibilidade de se aprofundarem os ressentimentos, causando graves transtornos aos envolvidos. Em outras palavras, é imprescindível restaurar os relacionamentos antes que seja tarde demais e se chegue a situações irreversíveis. 
  • Antes que não tenha mais volta: “antes que te encerrem na prisão” (Mt 5.25). O Senhor recorreu à linguagem dos procedimentos jurídicos para determinar que, nesta fase diante do juiz, provada a culpa, só resta a aplicação da sentença configurada na prisão do condenado. É o ponto sem retorno onde o réu tem de arcar com todas as penas previstas em lei, isto é, pagar até o último ceitil (Mt 5.26). A proposta de Jesus, portanto, foi evitar chegar a esta situação de onde não há mais volta. Isto revela, por outro lado, que se Deus leva tão a sério os relacionamentos humanos, ensinando sobre como restaurá-los, com mais intensidade deseja que aprofundemos a nossa comunhão com Ele. A resposta para ambas as situações é andar na luz como Deus está (1Jo 1.7).

3. Exercendo o perdão.
O reino dos céus tem valores essencialmente diferentes dos que caracterizam as instituições terrenas e as organizações seculares. A sociedade dos perdoados fica sem sentido, se os que são perdoados não perdoam. O verbo “perdoar” significa: “renunciar a punir; desculpar; poupar; ver com bons olhos” (HOUAISS, 2001 p. 2185). Sobre o perdão, Jesus nos ensinou que: 
  • O perdão não deve ser limitado (Mt 18.21,22). A resposta de Jesus a pergunta de Pedro quantas vezes se devia perdoar o irmão ofensor com a sugestão de “até sete” (Mt 18.21-c), teve como resposta do Mestre “até setenta vezes sete” (Mt 18.22), o que significa dizer: de forma ilimitada. Assim como Deus amou o mundo de maneira ilimitada (Jo 3.16), devemos reproduzir este amor nos nossos relacionamentos (1 Jo 3.16). 
  • O perdão não deve ser negado (Mt 18.35a). Jesus ensinou que não podemos negar o perdão aquele que arrependido nos rogar, tendo como base o caráter generoso do próprio Deus, que sempre nos perdoa quando sinceramente lhe pedimos. A Bíblia diz que Ele “está pronto a perdoar” (Sl 86.5); e, que é “grandioso em perdoar” (Is 55.7). Veja ainda: (2Cr 7.14; Pv 28.13; 55.7; 1Jo 2.1). Portanto, quando perdoamos nos assemelhamos a Deus (Lc 6.36; Ef 4.32 Cl 2.13; 1 Jo 1.9; 2.12). 
  • O perdão não deve ser superficial (Mt 18.35b). Perdoar é mais que palavras (1Jo 3.18). Jesus ensinou que é preciso que o perdão brote do coração, ou seja, do íntimo do nosso ser (Mt 18.35-b). A Bíblia diz que não podemos guardar ira no coração (Ef 4.26; Tg 3.14), nem permitir que nele brote raiz de amargura (Ef 4.31; Hb 12.15). Como é nele que pode se formar o ódio, é nele que o perdão deve nascer a fim de curar o mal em sua nascente. Ainda sobre o perdão é preciso destacar que: a) é uma condição para permanecermos em comunhão Deus (Mt 6.12,14-15; 18.35; Mc 11.25,26); b) ele revela se somos autênticos cristãos (Mt 3.8; 7.20; 12.33; Lc 6.44; Gl 5.22); e, (c) ele é condição para Deus receber a nossa oferta (Mt 5.23,24).


CONCLUSÃO
A cólera é o primeiro passo para a prática do homicídio, é um mal que precisa ser evitado e combatido. É pelo amor ao próximo e o exercício do perdão genuíno, que somos conhecidos como discípulos de Cristo, demonstramos que somos nascidos de Deus e súditos de seu Reino. 
 
 

REFERÊNCIAS
Ø  ALMEIDA, Abraão de. O Sábado, a Lei e a Graça. CPAD.
Ø  ANDRADE, Claudionor Correia de. Dicionário Teológico. CPAD.
Ø  COMENTÁRIO DO NOVO TESTAMENTO APLICAÇÃO PESSOAL. Vol. 1. CPAD.
Ø  LAHAYE, Tim F. Temperamentos transformados. MUNDO CRISTÃO.
Ø  HENDRIKSEN, William. Comentário do Novo Testamento. CULTURA CRISTÃ.
Ø  HOUAISS, Antônio. Dicionário da Língua Portuguesa. OBJETIVA
Ø  STAMPS, Donald C. Bíblia de Estudo Pentecostal. RJ: CPAD.

 

 Por Rede Brasil de Comunicação.


terça-feira, 19 de abril de 2022

LIÇÃO 04 - DESAFIANDO A DEUS NO DESERTO (VÍDEO AULA)



 

LIÇÃO 04 - RESGUARDANDO-SE DE SENTIMENTOS RUINS (VÍDEO AULA)

 


QUESTIONÁRIOS DO 2° TRIMESTRE DE 2022


 
 


O PERIGO DAS TENTAÇÕES -
As Orientações da Palavra de Deus de Como
Resistir e Ter uma Vida vitoriosa.









Lição 03
 
Hora da Revisão
A respeito de “José: Resistir à Tentação é Possível”, responda:
 
 
1. Como era o lar em que José cresceu?
José nasceu em um lar onde o seu pai, Jacó, tinha a sua atenção disputada por quatro mulheres e dez outros filhos.
 
2. No que resultou o tratamento diferenciado que José recebia de seu pai?
José foi vendido por seus irmãos, dado como morto e se tornou um escravo.
 
3. Como José via a proposta da esposa de Potifar?
Como um pecado contra Deus e contra Potifar.
 
4. Como José resistiu à tentação?
Fugindo da mulher de Potifar.
 
5. É possível resistir à tentação?
Sim. A tentação existe, mas é resistível.


QUESTIONÁRIOS DO 2° TRIMESTRE DE 2022


 
 
 

  OS VALORES DO REINO DE DEUS -
A Relevância do Sermão do Monte
para a Igreja de Cristo.
 

 
 





Lição 03
 
Revisando o Conteúdo
A respeito de “Jesus, o Discípulo e a Lei” responda: 


 
1. Segundo a lição, Jesus tinha o propósito de destruir a Lei?
Quando nosso Senhor começou a ensinar, seu propósito nunca foi o de desconstruir tudo ou não valorizar o passado relativo aos ensinos da Lei e dos Profetas.
 
2. Qual é a tríplice divisão da Lei?
Para os judeus, a Lei apresentava sua completude por meio de uma tríplice divisão: moral, cerimonial, judicial.
 
3. De acordo com a lição, o que a letra da Lei expressa?
Essa letra expressa os desígnios de Deus em forma de proibições escritas que revela o pecado e leva à condenação, como nos mostra Romanos 7.7-25.
 
4. Como o Senhor Jesus cumpriu todo o Antigo Testamento?
Nosso Senhor cumpriu todo o Antigo Testamento, obedecendo perfeitamente a Lei, cumprindo os tipos, sombras, símbolos e profecias.
 
5. O que é a justiça no Reino de Deus?
Jesus ensina aos seus discípulos que a nova justiça no Reino de Deus é interior, moral e espiritual e não se trata mais daquela velha justiça exterior, cerimonial e legalista.