quarta-feira, 20 de junho de 2012

LIÇÃO 13 - A FORMOSA JERUSALÉM

                                   
                                                             Ap 21.9-18   
 

                                                     
INTRODUÇÃO
Nesta última lição do trimestre, estudaremos sobre a Nova Jerusalém, a cidade planejada e arquitetada pelo próprio Deus, onde os salvos habitarão no futuro. O apóstolo João descreveu esta cidade como “…a santa cidade, a nova Jerusalém, que de Deus descia do céu, adereçada como uma esposa ataviada para o seu marido” (Ap 21.2). Muito mais do que uma cidade, a Nova Jerusalém será o lugar onde a tristeza será esquecida; os pecados se desvanecerão; não haverá mais trevas; a temporalidade se transformará em eternidade, pois nela “…não haverá mais morte, nem pranto, nem clamor, nem dor; porque já as primeiras coisas são passadas” (Ap 21.4).


I - A JERUSALÉM TERRESTRE
A cidade de Jerusalém recebeu no passado diversos outros nomes, tais como: Sião (II Sm 5.7); a cidade de Davi (I Rs 2.10); Santa Cidade (Ne 11.1); A Cidade de Deus (Sl 46.4); A Cidade do Grande Rei (Sl 48.2), dentre outros. Esta cidade tinha um significado especial para o povo de Deus no Antigo Testamento: era a cidade onde Deus revelava sua Palavra ao seu povo (Is 2.3) e o lugar onde o Senhor reinava sobre Israel (Sl 99.1,2; 48.1-3,12-14). Mas, esta cidade também tem a sua importância para a igreja cristã, pois, foi nela que nasceu o cristianismo (At 2.1-47) e dela Cristo reinará sobre o mundo, no futuro (Is 2.3; Mq 4.2). Mas, a esperança do cristão não está voltada para a Jerusalém terrestre, mas, para a Jerusalém celestial, a cidade do Deus Vivo (Fp 3.20; Hb 11.13-16; 12.22).


II - AS CARACTERÍSTICAS DA NOVA JERUSALÉM
Jerusalém vem da palavra grega “Yerushalaim” que quer dizer: habitação de paz. Cidade que o Pai celestial preparou para que os santos vivessem quando da consumação de todas as coisas. A palava NOVO no grego é “Kainos” que significa: algo totalmente novo; maravilhoso; desconhecido totalmente. No livro do Apocalipse são descritas diversas características dessa NOVA cidade. Vejamos algumas:

2.1 A cidade é santa (Ap 21.2,10). A palavra para Santa no grego é “hagios” que é da mesma raiz de “hagnos” que significa fundamentalmente “separado”. Nesta cidade não haverá ódio, violência, maldade nem corrupção, pois nela não entrará pecado, pois há uma separação do santo e do profano, nem coisa alguma que contamine (Ap 21.27). A Bíblia é enfática ao dizer que ficarão de fora os feiticeiros, os que se prostituem, os homicidas , os idólatras e todos os que amam e cometem a mentira (Ap 22.15), mas “somente os que estão inscritos no livro da vida” (Ap 21.27). Esta, sem dúvida, é uma das principais características desta cidade. Desde que o pecado entrou no mundo (Gn 3.1-7) o homem sofre suas consequências. Mas, no futuro, nós estaremos, enfim, livres da presença do pecado, bem como de toda e qualquer tentação.

2.2 Ela tem a glória de Deus (Ap 21.11). A palavra para Glória no grego é “Doxa” que é aplicada para descrever a natureza de Deus em sua auto-manifestação, ou seja, o que Ele essencialmente é e faz (Jo 17.5,24; Ef 1.6,12,14; Hb 1.3; Rm 6.4; Cl 1.11; 1Pe 1.17; 5.1; Ap 21.11). Já a palavra grega “Doxazõ” significa magnificar, engrandecer, atribuir honra, exaltar. (Mt 5.16; 9.8; 15.31; Rm 15.6,9; Gl 1.24; 1Pe 4.16). Glória e esplendor é um termo bíblico muito comum para identificar a presença de Deus (Ex 16.10; Lv 9.23; Nm 14.10; II Cr 7.1,2; Ez 43.4,5); pois esta cidade será o tabernáculo de Deus com os homens (Ap 21.3). O tabernáculo, como sabemos, era a tenda em que permanecia a glória de Deus, e onde, no deserto, o povo se reunia para, através de sacrifícios e sacerdotes, aproximar-se de seu Criador (Ex 25.8). Mas, na Nova Jerusalém, o próprio Deus estará com os homens, ou seja, o que no passado era sombra, nesta cidade será realidade (Hb 8.5).

2.3 A Iluminação da cidade. A sua luz é semelhante a uma pedra preciosa (Ap 21.11). Devemos atentar para o termo “semelhante”. Quando o apóstolo João tentou descrever o brilho da cidade, ele o comparou com uma pedra, mas não uma pedra qualquer, e sim, uma pedra preciosíssima como um cristal resplandecente, ou um diamante. Além disso, esta cidade não necessita do sol, nem da lua, porque a glória de Deus a tem iluminado, e o Cordeiro é a sua lâmpada (Ap 21.23), ou seja, ela não necessita de luz natural ou artificial, pois, o próprio Cristo a ilumina.

2.4 A Arquitetura da cidade. A cidade possui um grande e alto muro com doze portas (Ap 21.12). De acordo com a descrição do apóstolo, a cidade possui doze portas, sendo três de cada lado (Ap 21.13). Na antiga cidade de Jerusalém terrestre, havia também doze portas, sendo, por assim dizer, uma cópia da Jerusalém celestial ( Hb 8.5; 9.23). João diz ainda que em cada portão havia a gravação do nome de uma das doze tribos de Israel (Ap 21.12) e nos fundamentos dos muros estão os nomes dos doze apóstolos (Ap 21.14), o que nos leva a entender que nesta cidade estará a Igreja do Senhor Jesus, que está fundamentada na doutrina dos profetas e apóstolos (Ef 2.20) e que é composta, tanto por judeus como por gentios.

2.5 Sua dimensão (Ap 21.16). A cidade é quadrangular: comprimento, largura e altura iguais, ou seja, doze mil estádios1 de comprimento, de largura e de altura, o que equivale a aproximadamente 2.200 km de comprimento, de largura e de altura. É uma gigantesca cidade que vai de São Paulo a Aracaju, e equivale quase a metade do continente norte-americano. A grandeza dessa cidade assegura lugar para todos!.

2.6 A cidade é de ouro (Ap 21.18). O livro do Apocalipse traz muitas alusões ao ouro (1.12, 13, 20; 2.4; 3.18; 4.4; 5.8; 8.3; 9.7, 13, 20; 14.14; 15.6, 7; 17.4; 18.12, 16; 21.15, 18, 21). Mas, tudo nos leva a crer que o ouro ali descrito refere-se a um material desconhecido aqui na terra, de qualidade infinitamente superior, e que é descrito como ouro apenas para que possamos ter a ideia da beleza, brilho e valor do que está reservado para os salvos no futuro.


III - O PERFEITO E ETERNO ESTADO
A Bíblia descreve não apenas a beleza da Nova Jerusalém, mas, também, como será o estado eterno e perfeito, para os salvos, como veremos a seguir:

3.1 A comunhão será perfeita. Através da fé em Cristo, nós podemos desfrutar de uma comunhão com Deus já no presente século (I Co 1.9; Fp 2.1; I Jo 1.3). Mas, no futuro, esta comunhão será ainda mais perfeita. Como disse o apóstolo Paulo: “Porque, agora, vemos como em espelho, obscuramente; então, veremos face a face” (1 Co 13.12). E, o apóstolo João diz: “Amados, agora somos filhos de Deus, e ainda não é manifestado o que havemos de ser. Mas sabemos que, quando ele se manifestar, seremos semelhantes a ele; porque assim como é o veremos”. (I Jo 3.2).

3.2 O conhecimento será perfeito. Devido às limitações humanas, todos necessitamos de estudos, pesquisas e de aprendizado. Até mesmo para conhecer “as coisas de Deus”, nós necessitamos, além da Bíblia, de livros e de tratados teológicos. Porém, no futuro, os mistérios de Deus serão revelados. Como disse o apóstolo Paulo: “Mas, quando vier o que é perfeito, então o que o é em parte será aniquilado. Porque agora vemos por espelho em enigma, mas então veremos face a face; agora conheço em parte, mas então conhecerei como também sou conhecido” (I Co 13.10,12).

3.3 O serviço será perfeito. Ao contrário do que muita gente pensa, o céu não é um lugar de ociosidade. Aquele que colocou o homem no primeiro paraíso, e deu-lhe instruções para o lavrar e guardar (Gn 2.15), certamente não deixará o homem sem ter o que fazer no segundo paraíso, pois, de acordo com as Sagradas Escrituras, na eternidade “… e os seus servos o servirão” (Ap 22.3). Se servir a Deus aqui na terra é um grande privilégio (Rm 12.7,8; I Co 3.9; 12.7), como não será servi-lo por toda a eternidade?

3.4 A vida será perfeita. Enquanto estivermos aqui no mundo, todos nós estamos sujeitos ao sofrimento, enfermidades e até mesmo a morte, pois, o fato de sermos cristãos não nos isenta de sofrimento. O próprio Senhor Jesus disse: “No mundo tereis aflições…” (Jo 16.33). Porém, na eternidade, os salvos estarão, enfim, livres de todo e qualquer sofrimento, pois “… não haverá mais morte, nem pranto, nem clamor, nem dor…” (Ap 21.4).


CONCLUSÃO
Uma das mais belas descrições do livro do Apocalipse foi a da Nova Jerusalém, uma cidade real, onde o apóstolo João descreve detalhes sobre a sua grandeza, seus muros, seus habitantes e, principalmente a sua glória e esplendor (Ap 21.2-22.5). No entanto, devemos entender sua beleza e perfeição é infinitamente superior a tudo que possamos ver ou pensar. O ouro e as pedras preciosas nela descritas, por exemplo, são apenas para que possamos compreender a sua beleza e perfeição. Apesar de ainda não podermos vê-la, guardamos em nosso coração a certeza de que em breve não só a contemplaremos, mas, também, habitaremos nesta cidade, com o Senhor Jesus, por toda a eternidade.

NOTA
1 Estádio. Era uma oitava da milha romana, ou seja, cerca de 185 metros. Portanto, doze mil estádios correspondem mais ou menos a 2.200 quilômetros.




REFERÊNCIAS
  • STAMPS, Donald C. Bíblia de Estudo Pentecostal. C.P.A.D.
  • LADD, George. Apocalipse Introdução e Comentário. Vida Nova.
  • HENDRIKSEN, William. Mais que Vencedores. Editora Cultura Cristã.
  • SILVA, Severino Pedro da. Apocalipse Versículo por Versículo. C.P.A.D.
  • HORTON, Stanley M. Nosso Destino. C.P.A.D.





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