domingo, 9 de outubro de 2016

LIÇÃO 02 – A PROVISÃO DE DEUS EM TEMPOS DIFÍCEIS







ÊX 16.1-15




INTRODUÇÃO
Graça e Paz amados (as) do Senhor! A lição passada, como vocês sabem, foi uma lição introdutória ao tema do trimestre.  Pois bem, assim tivemos uma visão geral do que estudaremos neste trimestre. Assim sendo, a partir desta lição, estaremos tratando de cada subtema relacionado ao tema geral do trimestre. Portanto, nesta lição, trataremos do subtema ‘provisão’ sob as várias situações vivenciadas pelo povo de Deus. Dentre as quais destacam-se a provisão divina no deserto, a provisão de divina para Elias em Querite e em Sarepta, a provisão divina em um mundo caótico, e a característica do mundo atual. Desejo a todos uma excelente aula!


I. PROVISÃO DIVINA EM UM MUNDO CAÓTICO
Sendo a palavra-chave desta lição “provisão”, você saberia responder o que é provisão? Segundo Aurélio, provisão é “Provimento; Sortimento; Mantimento, víveres”. No entanto, o Dicionário Online é mais esclarecedor, pois diz que é “Estoque de produtos alimentícios necessários ao sustento de uma pessoa, comunidade, família, durante um período de tempo; reserva”. Biblicamente, Boyer a define como “Fornecimento” (Fp 1.19). Já, segundo o Dicionário Teológico, o termo ‘provisão’, ou melhor, ‘providência divina’ é definida como “Resolução prévia tomada por Deus, visando a consecução de seus planos e decretos, a preservação de quanto Ele criou e a salvação do ser humano” (At 2.23). Veremos, a seguir, exemplos desta provisão ou providência divina:

1. A provisão de Deus no deserto.
Israel, agora, deixara o Egito e seguia a sua caminhada pelo deserto a caminho de Canaã. Após atravessarem o Mar Vermelho, os israelitas foram conduzidos por Moisés até o deserto de Sur (Êx 15.22). Eles andaram três dias pelo deserto e as águas que encontraram em Mara eram impróprias para beber (Êx 15.23). Descontente, o povo começou a murmurar contra Moisés. Na verdade eles não estavam reclamando de Moisés, mas de Deus (Êx 16.7,8). Muitos podem pensar que estão reclamando do seu líder, mas na verdade estão reclamando contra aquEle que delegou autoridade ao líder: Deus. A murmuração é uma característica negativa daqueles que não confiam no Senhor. Mas, o que é murmurar? Você sabe? Segundo Boyer, murmurar é queixar-se em voz baixa; falar mal de alguém ou de alguma coisa (Êx 15.24; 16.2; Nm 14.2; 16.41).
Todavia, Moisés confiava na providência do Pai. Então, ele orou e Deus lhe mostrou um lenho. Moisés jogou o lenho nas águas e elas se tornaram boas para o consumo (Êx 15.25). Segundo o Comentário Bíblico Beacon, “Deus usou esta ocasião para ensinar uma lição a Israel, dando-lhes estatutos e uma ordenação. Se as pessoas ouvissem a Deus e obedecessem inteiramente à sua palavra, elas seriam curadas de todas as enfermidades que Deus tinha posto sobre o Egito. Assim como Deus curou as águas amargas de Mara, assim Ele curaria Israel satisfazendo-lhe as necessidades físicas e, mais importante que tudo, curando o povo de sua natureza corrompida. Deus queria tirar o espírito de murmuração do meio do povo e lhe dar uma fé forte”. Israel era uma massa de gente briguenta e sem fé que precisava ser lapidada pelo Senhor para que se transformasse em uma nação santa. A lapidação veio com as provações rumo ao monte Sinai.
Depois de Mara os israelitas foram para Elim (Êx 15.27) e em seguida para o deserto de Sim (Êx 16.1), que ficava entre Elim e Sinai (Êx 19.1,2). Esse é um lugar inóspito, repleto de areia e pedra, porém um local perfeito para Deus tratar do seu povo. Diante das dificuldades o povo volta a murmurar e quer mais uma vez retornar ao Egito (Êx 16.2,3). Mas Deus é bom e misericordioso. Ele mais uma vez supriu as necessidades do seu povo. Talvez você esteja sendo também provado pelo Senhor. Este é um momento difícil, mas em vez de murmurar adore ao Senhor. Você, assim como Israel, verá o sobrenatural de Deus em sua vida. No deserto de Sim, Deus envia o maná ao seu povo. Segundo Boyer, opina-se que esta palavra se deriva do hebraico, Manhu, que significa “Que é isto?” (Êx 16.15). Uma coisa fina e semelhante a escamas, fina como a geada (Êx 16.14,15). Como sementes de coentro, e a sua aparência semelhante à de bdélio (Nm 11.7). Branco e de sabor como bolos de mel (Êx 16.31). Evidentemente, Segundo Wycliffe, quando os israelitas o viram pela primeira vez no chão, o apelidaram de ‘O que é?’, ou de forma coloquial ‘Como se chama isto?’, o que parece ser o significado literal com referência à qualidade misteriosa do pão divino. Logo, o maná não foi um fenômeno natural, como alguns cogitam. Foi uma provisão especial de Deus. Esta provisão apontava para Jesus, o Pão Vivo que desceu do céu (Jo 6.31-35).
Deus sustentou seu povo através do deserto não somente com pão, mas também com carne e água. Em Refidim, Deus fez água jorrar da rocha (Êx 17.1-7). Ele é o nosso provedor (Sl 23.1). Tudo que temos vem do Senhor, por isso devemos ser gratos a Ele pela provisão. Depois de partir de Refidim, o povo, sob a orientação de Deus, caminhou até o monte Sinai (Êx 19.1,2), onde os israelitas receberam a lei do Senhor.
Vale salienta, ainda, que a distância do Sinai a Canaã é de quase 500 quilômetros, e seria percorrida em um curto prazo pelos israelitas, mas infelizmente levou 38 anos. A demora decorreu como parte do julgamento divino dos pecados de incredulidade, murmuração, rebelião e desvio dos israelitas (Dt 2.14,15).

2. A provisão de Deus para Elias em Querite (1Rs 17.1-6). 
Antes de tudo precisamos distinguir a diferença entre seca e estiagem. Estiagem é um fenômeno climático que ocorre num intervalo de tempo, já a seca é permanente. Assim, diante do contexto da época, a seca foi uma arma apropriada neste conflito. Baal e Aserá eram deidades da natureza, suspeito de controlar as chuvas e a fertilidade da terra. Ao anunciar uma seca no nome do Senhor, Elias demonstrou conclusivamente que Iahweh, e não Baal, é supremo. Todavia, há sempre uma provisão de Deus para aquele que o serve em tempos de crise. Embora houvesse uma escassez generalizada em Israel, Deus cuidou de Elias de uma forma especial que nada veio lhe faltar (1 Rs 17.1-7). A forma como o Senhor conduz o seu servo é de grande relevância. Primeiramente, Ele o afasta do local onde o julgamento seria executado: “Vai-te daqui” (1 Rs 17.3). Deus julga e não quer que o seu servo experimente as consequências amargas desse juízo! Em segundo lugar, o Senhor o orienta a se esconder: “Esconde-te junto ao ribeiro de Querite” (1 Rs 17.3). Deus não estava fazendo espetáculo; era uma ocasião de juízo. Em terceiro lugar, Elias deveria ser suprido com aquilo que o Senhor providenciasse: “Os corvos lhe traziam pão e carne” (1 Rs 17.6). Não era uma iguaria, mas era uma provisão divina!
Há alguns fatos que devemos atentar sobre a ação do Deus de Elias, conforme registrado nos versículos do capítulo 17 do primeiro livro dos Reis. Antes de mais nada, a sua onipotência. Ele demonstra controle sobre os fenômenos naturais (1 Rs 17.1). Em segundo lugar, Deus mostra a sua onipresença durante esses fatos. Elias, ao se referir ao Senhor, reconheceu-o como um Deus sempre presente: “Vive o Senhor, Deus de Israel, perante cuja face estou” (1 Rs 17.1). Em terceiro lugar, Ele é onisciente, pois sabe todas as coisas, quer passadas, quer presentes, ou futuras. O profeta disse que não haveria nem orvalho nem chuva, e não houve mesmo! (1 Rs 17.1).

3. A provisão de Deus para Elias em Sarepta (1Rs 17.8-16). 
Por se tornar uma persona non grata no reinado de Acabe. O profeta Elias, agora, precisava sair de cena por um tempo. Seguindo a orientação divina, ele refugia-se primeiramente próximo à fonte de Querite. Contudo, Ele não poderia fixar-se naquele local porque ali não havia uma fonte permanente, mas uma provisão em tempos de crise (1 Rs 17.7). Quem faz de “Querite” seu ponto final terá problemas porque certamente secará! Assim, Elias afasta-se de seu povo e de sua terra, indo refugiar-se em território fenício (1 Rs 17.9). A geografia bíblica informa-nos que Sarepta era uma pequena localidade situada a cerca de quinze quilômetros de Sidom, terra da temida Jezabel (1 Rs 16.31). Às vezes o Senhor faz coisas que parece não ter lógica alguma! No entanto, esse foi o único lugar no qual o rei Acabe jamais pensaria em procurar o profeta (1 Rs 18.10). São nas coisas menos prováveis que Deus realiza seus desígnios! Sarepta parecia ser uma terra de ninguém, mas estava no roteiro de Deus para a efetivação do seu propósito.
Quando o Senhor ordenou ao profeta que se deslocasse até Sarepta, revelou-lhe também qual era o seu propósito: “Ordenei ali a uma mulher viúva que te sustente” (1 Rs 17.9). Quem era essa viúva ninguém sabe. Todavia, foi a única escolhida pelo Senhor, dentre milhares de outras viúvas, para fazer cumprir seu projeto soberano (Lc 4.25,26). Era uma gentia que, graças ao desígnio divino, contribuiu para a construção e desenvolvimento do plano divino. Assim, a providência divina para com Elias revelou-se naquilo que Paulo, muito tempo depois, lembrou (1 Co 1.27). Um gigante espiritual ajudado por uma frágil mulher! Sim, uma mulher viúva e pobre. Muito pobre! Ficamos a pensar o que teria passado pela cabeça do profeta quando o Senhor lhe disse que havia ordenado a uma viúva que o sustentasse. Era de se imaginar que a mulher possuísse algum recurso. Como em toda a história de Elias, a provisão de Deus logo fica em evidência. A providência divina já havia se manifestado nos alimentos trazidos pelos corvos (1 Rs 17.4-6). Agora revelar-se-ia através de uma viúva pobre.
Esta, contudo, logo disse não possuir nada ou quase nada: “nem um bolo tenho, senão somente um punhado de farinha numa panela e um pouco de azeite numa botija; e, vês aqui, apanhei dois cavacos e vou prepará-lo para mim e para o meu filho, para que o comamos e morramos” (1 Rs 17.12). De fato, o que essa mulher possuía como provisão era algo humanamente insignificante! A propósito, o termo hebraico usado para punhado, dá a ideia de algo muito pouco! Era pouco, mas ela possuía! Deus queria operar o milagre a partir do que a viúva tinha. A suficiência divina se revela na escassez humana. O pouco com Deus torna-se muito! Todavia, o profeta entrega à viúva de Sarepta a chave do milagre quando lhe diz: “porém faze disso primeiro para mim um bolo pequeno e traze-mo para fora; depois, farás para ti e para teu filho” (1 Rs 17.13), O profeta era um agente de Deus, e atendê-lo primeiro significava colocar a Deus em primeiro lugar. O texto sagrado afirma que “foi ela e fez segundo a palavra de Elias” (1 Rs 17.15). Tivesse ela dado ouvidos à sua razão, e não obedecido as diretrizes do profeta, certamente teria perdido a bênção. O segredo, pois, é colocar a Deus sempre em primeiro lugar (Mt 6.33).


II. UM MUNDO CAÓTICO
É perceptível essa triste realidade em nossos dias. Mas, que é mundo caótico? Você sabe o que significa estes dois termos? Segundo Aurélio, o termo “caótico” significa “muito confuso; desordenado”. O Dicionário Online também traz a mesma definição. E, o termo “mundo”, o que significa? É o que veremos a seguir.  

1. O mundo jaz do Maligno. 
A palavra "mundo", do grego “cosmo” nos textos de João 15.18,19; 1 João 2.15-17; 5.19 dentre outros, não diz respeito aos campos, mares, escarpas, acidentes geográficos e nem à ordem geral da criação. Este "mundo" designa a maneira de viver organizada, conduzida por Satanás e caracterizada pela indiferença, rejeição e oposição a Deus, à sua Palavra e ao seu Reino. Trata-se de um sistema constituído de pessoas, ideais, leis, instituições, comportamentos e atividades. Ler Jo 3.19; Tg 4.4; 1.27; 2 Co 4.4.
No princípio, Deus criou o mundo perfeito e bom (Gn 1.31). Mas, com a contaminação do pecado, "o cosmos" (1 Jo 5.19) tornou-se um sistema maligno (Ef 2.2; Gl 1.4; 2 Co 4.4), controlado por Satanás, o príncipe deste mundo (Mt 4.8; Jo 14.30; 16.11; 2 Tm 2.26; 1 Jo 5.19). Ele exerce autoridade sobre grande parte das atividades típicas deste mundo e chefia um sistema invisível de maldade e destruição, no qual anjos malignos e homens ao seu serviço fazem direta oposição a Deus (At 8.4), à sua Palavra e ao seu povo (1 Pe 1.18,19; At 26.18). Isto pode ser claramente visto na mentalidade mundana dos nossos dias, expressa pelas ideias, opiniões, posicionamentos, leis, objetivos e metas do povo, dos governos, das nações e até mesmo de "certas igrejas" semelhantes à Laodicéia (Ap 3.14-18). Ler 2 Co 4.4; 2 Tm 3.1-5.
Quando o cristão se deixa enganar pelas propostas desse mundo espiritualmente tenebroso, torna-se escravo de um sistema maligno que rouba, mata e destrói (Jo 10.10). Por isso, a Bíblia adverte-nos a não amarmos o mundo, uma vez que ele é dominado pelas trevas (Ef 6.12) e "jaz no maligno" (1 Jo 5.19; Jo 14.30). O mundo, ou seja, as pessoas são alvos do amor de Deus. Nesta perspectiva, temos a responsabilidade de resgatar do mundo todos os que vivem sem Deus, sem luz e sem salvação. "Deus amou o mundo de tal maneira que deu o Seu Filho" (Jo 3.16). Em sua oração sacerdotal, Jesus rogou ao Pai que não nos tirasse do mundo, mas que nos livrasse do mal. Ele, na verdade, queria que, pelo evangelho, alcançássemos a humanidade perdida neste cosmos (Jo 17.15,18). Deus não tem prazer na condenação do homem. O Senhor tem manifestado seu infinito amor desde que o primeiro homem lhe desobedeceu (Gn 3.15,21; Ez 18.4; 1 Tm 2.4). Todavia, este mundo não escapará da condenação eterna, caso não se arrependa de seus pecados, especialmente da incredulidade. É, por isso, que o apóstolo João registrou em seu evangelho: "a luz veio ao mundo, e os homens amaram mais as trevas do que a luz" (Jo 3.19).
Portanto, o "sistema do mundo", conforme denominado pela Bíblia, além de manipular, subjugar e manter os seres humanos sob o domínio de Satanás, também objetiva desviar, por todos os meios, os crentes dos caminhos do Senhor. A Igreja jamais pode minimizar, ou ignorar, as ardilosas tramas deste sistema. Ela precisa, sim, posicionar-se contra ele, a fim de prosseguir vitoriosamente em Cristo Jesus (1 Jo 5.4,5).

2. O mundo globalizado. 
Bem, já explicado o termo ‘mundo’, vamos agora conceituar o que é globalização. Este é um termo bastante atual em nossos dias. E você sabe o que significa? Segundo o Dicionário Online é um: “Processo que ocasiona uma integração, ou ligação estreita, entre economias e mercados, em diferentes países, resultando na quebra das fronteiras entre eles”. No entanto, mais que um processo, a globalização é um sistema que tem suas raízes no pós-modernismo. Este pressiona a vida atual e provoca a incredulidade e a rebeldia humana que rejeita a Deus e absorve o materialismo humanista. Assim, a globalização não é um termo isolado e técnico dos cientistas políticos. Pois, na sua estrutura, existe um plano diabólico que esconde as verdadeiras razões satânicas sob o manto colorido da união das nações, do ecumenismo religioso, da liberdade individual das pessoas. Portanto, é um sistema que se destaca pela diversidade, multiplicidade, prazer físico em detrimento da racionalidade. Logo, é mais que um sistema econômico, social, cultural e político mundial, é um sistema que visa a padronização de ideias e valores. E, por que padronizar ideias e valores?
Para preparar o mundo para a chegada do Anticristo que, sob a influência de Satanás, será o personagem que aparecerá no cenário político mundial num período especial identificado pela profecia de Daniel como a “Grande Tribulação”, especialmente para Israel (Dn 9.24-27). Ele ainda não está entre nós, mas o seu espírito opera no mundo atual, e a ideia da globalização, ou seja, “aldeia global” ou “nova ordem mundial”, está sendo preparada. No momento, a única barreira na globalização é a linguística, e já houve a tentativa de criar uma língua universal chamada de “Esperanto”, mas sem sucesso.  

3. Tempo de mudanças. 
Ao longo da sua história, a humanidade experimentou diferentes transformações na área tecnológica, científica, econômica e social. Tais mudanças tiveram como ponto de partida a era moderna ou modernismo. A era moderna é um sistema centrado na premissa de que “toda causa de cima para baixo”, principalmente aquela que reconhece a soberania de Deus e o Causador de toda a criação do universo e tudo que representar o sobrenatural deve ser substituído por “causas de baixo para cima”. É, na verdade, uma inversão de valores e de objetivos em que o sobrenatural é rejeitado e o natural ganha espaço na vida das pessoas. Em síntese, é uma declarada rejeição de Deus pelo homem moderno. Paulo, inspirado pelo Espírito Santo, escreveu o seguinte: “Pois mudaram a verdade de Deus em mentira e honraram e serviram mais a criatura do que o Criador” (Rm 1.25). O modernismo desenvolveu conceitos humanistas e materialistas, de modo que a sua fé é desviada para um falso sentido de liberdade, para a ciência e para o progresso humano. Essas mudanças, contudo, acabaram trazendo crises de ordem social, econômica e política.
Vale salientar que um dos aspectos que chamam a atenção na diferença do modernismo para o pós-modernismo é que esse tempo que vivemos não possui um estilo uniforme e coerente em várias áreas como a filosofia, a religião, a moralidade, as artes, a economia. Tudo sofreu mudanças radicais, prevalecendo a diversidade. Se em tempos passados a verdade era concebida como algo absoluto para ser absorvido pelas pessoas, hoje se ensina que as verdades são particulares e relativas, e cada povo tem a sua forma de aceita-las e expressá-las, contradizendo, assim, abertamente, a verdade de Deus. Esse período é o nosso tempo atual, e é nesse contexto que estamos vivendo. Por isso, o Apóstolo Paulo exortou-nos dizendo: “Sabe, porém, isto: que nos últimos dias sobrevirão tempos trabalhosos” (2 Tm 3.1). Na atualidade, temos experimentado o progresso cientifico e tecnológico, mas também crises econômicas e éticas sem precedentes.


III. CARATERÍSTICAS DO MUNDO ATUAL 
1. Uma sociedade antropocêntrica. 
O termo “antropocentrismo” é de origem grega “antropos” que significa “homem”, e “kentron” que significa “centro”. Logo, tal termo significa “o homem no centro de tudo”. Esta assertiva foi desenvolvida pelo filósofo grego Pitágoras que disse: “o homem é a medida de todas as coisas”. Isto pressupõe a predominância da filosofia humanista que o coloca como o centro do Universo em flagrante contraste com o ensino bíblico (Sl 73.25; 1 Co 10.31; 1 Pe 4.11). Filosofia esta, prevalece sobre nossa sociedade que descarta a ideia de um Deus bom, justo e que se interessa pelos negócios humanos. Assim, essa perspectiva teológico-filosófica é de inspiração demoníaca. Porquanto, ela trata de deificar ou cultuar o homem como se fosse um deus; como se fosse senhor absoluto de si mesmo e do seu próprio destino.
A expressão que melhor se adapta a esse perfil, segundo o Apóstolo dos gentios, é “amantes de si mesmos” (2 Tm 3.2). Portanto, os servos de Deus devem ser repudiar tal ensino maligno, pois as Escrituras asseveram que: “Ele é antes de todas as coisas, e todas as coisas subsistem por Ele” (Cl 1.17).

2. Uma sociedade relativista. 
O Relativismo é a concepção filosófica segundo a qual nada é definitivamente certo nem absoluto, por depender de contingências e condicionamentos. Sob esta ótica, caem por terra os princípios da ética e da verdade. O relativismo moral tem sido utilizado pelos ditadores para destruir os princípios da liberdade e da fé em Deus. Esse pensamento anticristão está fundamentado em duas correntes seculares: no materialismo filosófico e no existencialismo. Segundo a primeira corrente, a única realidade no Universo é o mundo físico e material; nada existe além deles. Assim, se tudo surgiu do acaso, cada um faz suas próprias escolhas e sua própria vontade como bem lhe parecer, sem atentar para nenhum padrão de caráter universal, partindo dos princípios das Sagradas Escrituras como norma de fé, de vida e de conduta humana.
Consequentemente, o materialismo promove o existencialismo, que por sua vez, é uma das principais concepções humanistas pós-modernas. Segundo esta teoria, o homem existe independente de qualquer ato divino, porquanto é responsável por aquilo que é, por seu destino, pelo seu domínio e pela sua existência. Em resumo, cada um constrói o seu momento presente de acordo com o que vive, pensa e acredita. Popularmente falando, pode-se sintetizar numa só frase o relativismo: “cada um por si e Deus por ninguém”. Contudo, o cristão não apenas contesta essas duas filosofias seculares, como também reafirma que os princípios bíblicos são absolutos, imutáveis e universais (Sl 119.89-96; Ec5.1,19,20; 11.9,10; 12.1-4).

3. Uma sociedade secularizada. 
O secularismo é uma consequência do humanismo pós-moderno. O termo secularismo procede do latim “saeculum” e significa “pertencente a uma época”. Em sentido religioso, o vocábulo é empregado para designar o comportamento e o pensamento do mundo de nosso tempo, que são inversos ao sagrado ou espiritual. Daí, pervertem os ensinos bíblicos, abandonam-se o que é santo, utiliza-se a fé para fins escusos e se adotam ideias contrarias à doutrina cristã. Portanto, o “secular” representa o modo de viver deste mundo, aquilo que se opõe ou que não comunga com os interesses espirituais do Reino de Deus.
Na igreja, o secularismo transparece quando o sagrado começa a ceder ao profano. Nas igrejas secularizadas, o Calvário não é mais pregado, o sangue de Cristo é descartado, o sofrimento e a cruz de Cristo são rejeitados porque ofendem o gosto estético dos secularizados. A cruz é substituída pelo trono e a confissão de pecados, pela proclamação das bênçãos terrenas.   


CONCLUSÃO
Em Hebreus 11.6 está escrito: “Ora, sem fé é impossível agradar a Deus”. Eis, aqui, o motivo das murmurações de Israel no deserto; murmurações, essas, que custaram um alto preço para eles, pois o Apóstolo Paulo diz: “E não murmureis, como também alguns deles murmuraram, e pereceram pelo anjo destruidor” (1 Co 10.10 cf Nm 14.26-32).  Por isso, em vez de murmuramos, sigamos o exemplo do profeta Elias que, mesmo vivendo em um mundo distante de Deus, não se conformou com apostasia de seus dias. Mas, crendo e confiando na providência divina, não só foi abençoado como também foi um canal de bênçãos. Portanto, atentemos para a advertência apostólica: “E não vos conformeis com este mundo, mas transformai-vos pela renovação do vosso entendimento, para que experimenteis qual seja a boa, agradável e perfeita vontade de Deus” (Rm 12.2). A esta boa, agradável e perfeita vontade de Deus está inserido: “Lançai sobre ele toda a vossa ansiedade, porque ele tem cuidado de vós” (1 Pe 5.7). Deus abençoe a todos!




REFERÊNCIAS
RICHARDS, Lawrence. Guia do Leitor da Bíblia. CPAD.
ANDRADE, Claudionor de. Dicionário Teológico. CPAD
BOYER, Orlando. Pequena Enciclopédia Bíblica. CPAD.
CABRAL, Elienai. O Deus de Toda Provisão. CPAD.
PFEIFFER, Charles; VOS, Howard; REA, Jonh. Dicionário Bíblico Wycliffe. CPAD.
ANTÔNIO, Gilberto. Lições Bíblicas. (1º trimestre/2014). CPAD.
GONÇALVES, José. Lições Bíblicas. (1º trimestre/2013). CPAD.
SILVA, Eliezer de Lira e. Lições Bíblicas. (3º trimestre/2009). CPAD.
AURÉLIO, Minidicionário. 3º Edição. NOVA FRONTEIRA.




Por Amigo da EBD.


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