quarta-feira, 9 de janeiro de 2019

LIÇÃO 01 – BATALHA ESPIRITUAL: A REALIDADE NÃO PODE SER SUBESTIMADA (SUBSÍDIO)


  



1 Pe 5.5-9




INTRODUÇÃO
Neste primeiro trimestre de 2019, estudaremos o tema: “Batalha espiritual – O povo de Deus e a guerra contra as potestades do mal”. Hoje iniciaremos a primeira lição com o tema: “Batalha espiritual – a realidade não pode ser subestimada”. Introduziremos o assunto definindo o que é batalha espiritual; destacaremos que de forma equilibrada devemos estar conscientes de que vivemos em uma guerra contra as hostes espirituais da maldade; pontuaremos como se dá a atuação de Satanás no mundo; e, por fim veremos que Jesus se manifestou para desfazer as obras do diabo.


I. DEFININDO O TERMO
A palavra “batalha” é definida pelo dicionário como: “combate entre forças oponentes; combate especialmente importante ou decisivo; troca de golpes, luta, duelo, peleja, enfrentamento prolongado ou permanente” (HOUAISS, 2001, p. 413). Já a expressão “batalha espiritual” diz respeito ao enfrentamento espiritual que se dá entre a Igreja de Cristo e as forças do mal, a saber: Satanás e os demônios que estão sobre o seu comando. O principal texto bíblico que faz referência explícita a esta batalha é Efésios 6.10 onde Paulo diz que: “[…] não temos que lutar contra a carne e o sangue, mas, sim, contra os principados, contra as potestades, contra os príncipes das trevas deste século, contra as hostes espirituais da maldade, nos lugares celestiais” (Ef 6.12).


II. A REALIDADE DA BATALHA ESPIRITUAL
1. Ignorar.
Infelizmente não são poucos os cristãos que ignoram que estamos numa batalha espiritual contra os seres demoníacos. Alguns ignoram por falta de conhecimento, outras porque preferem não acreditar. No entanto, a Bíblia nos assegura que a vida cristã não é um mar de rosas, senão de que é uma peleja constante até o nosso último suspiro de vida ou até o retorno de nosso Senhor Jesus Cristo. A vida cristã sempre foi retratada como uma batalha ou combate (Mt 7.24- 27; 2 Co 7.5; Fp 1.27,30; 2.25; Cl 1.29; 2.1; 4.12; 1 Ts 2.2; 2 Tm 4.7; Hb 10.32; 12.4). Ignorar o diabo não o fará deixar de existir e de investir contra nós. Acerca disso Paulo diz: “Porque não ignoramos os seus ardis” (2 Co 2.11). Pedro também afirmou que: “o diabo […] anda em derredor, bramando como leão, buscando a quem possa tragar” (1 Pd 5.8). Veja ainda (1 Co 7.5; Ef 6.16; 1 Ts 2.18; Ap 12.17). Embora, haja anjos decaídos que estão algemados no Inferno (2 Pe 2.4; Jd v.6); há outros que estão soltos, como agentes e emissários de Satanás, sob o seu domínio e controle (Ef 2.2; Αp 12.7).

2. Supervalorizar.
Enquanto uns ignoram a realidade do inimigo das nossas almas, há outros que cometem pelo menos dois erros: a) atribuem tudo ao diabo. Embora Satanás seja um causador de males aos homens na terra, há males que sobrevêm ao homem por causa do seu pecado (Rm 5.12; Lm 3.39), e outros que são enviados por Deus como punição (gn 6.5,17; 2 Cr 7.13); e, b) acham que o diabo é tão poderoso quanto Deus. É bom dizer que embora o diabo tenha certo poder (At 26.18; 2 Ts 2.9), pois foi um ser angelical de destaque no mundo espiritual (Is 14.12-19; Ez 28.14,15), ele não pode agir de forma autônoma, pois esteve e sempre estará sob o controle de Deus (Jó 1.11,12; Mc 5.9,10; Lc 22.31). O diabo e seus anjos já foram derrotados por ocasião do sacrifício de Cristo (Gn 3.15; Cl 2.15). No entanto, a consumação de sua derrota está por vir, quando definitivamente será sentenciado ao castigo eterno (Is 14.15; Mt 25.41; Ap 20.10).

3. Ser moderado.
Que existe um reino tenebroso, diabólico, organizado no mundo espiritual (Ef 6.12) influenciando as nações e os povos para o mal em todos os sentidos, está patente na Bíblia, que afirma: “o mundo jaz no maligno” (1 Jo 5.19). Jesus, por diversas vezes chamou o diabo de “o príncipe deste mundo” (Jo 12.31; 14.30; 16.11); Paulo de “[…] o deus deste século cegou os entendimentos dos incrédulos […]” (2 Co 4.4). Ele também falou do “príncipe das potestades do ar, do espírito que agora opera nos filhos da desobediência” (Ef 2.2). No entanto, a Bíblia também diz que, por ocasião do sacrifício de Cristo que, esmagou a cabeça da serpente (Gn 3.15), e despojou os principados e potestades, quando triunfou deles na cruz do Calvário (Cl 2.15), sua atuação ficou ainda mais restrita no mundo, pela presença do Espírito Santo e da igreja (2 Ts 2.7). A esta Igreja, o Senhor Jesus concedeu poder e autoridade sobre os demônios e todo poder do maligno (Mc 16.17; Lc 10.19); de forma que “as portas do inferno não prevalecerão contra ela” (Mt 16.18). Esse texto não quer dizer que nenhum crente como pessoa e nenhuma igreja local ou denominação, jamais será destruída. O que Cristo quer dizer é que, a despeito de Satanás fazer o pior que pode, a igreja não será destruída. Portanto, o crente individualmente, pode sim, ser tentado e derrotado pelos demônios. Lembremos de Judas (Lc 22.3); Ananias e Safira (At 5.3-5), e outros que sucumbiram ante os ataques do inimigo (1 Tm 5.15). Logo, para vencermos, é necessário não darmos lugar ao diabo (Ef 4.27); nos fortalecermos no Senhor (Ef 6.10); usarmos as armas espirituais que dispomos (2 Co 10.3-5; Ef 6.11; 13-17); mantendo uma vida de constante oração e vigilância (Ef 6.18). A Bíblia mostra que a luta incessante do Diabo contra a igreja pode ocorrer de diferentes maneiras: a) através de pessoas ímpias que assumem posições na política (Dn 7.21; Ap 13.7); b) por meio da criação de leis que se contrapõe a liberdade de culto e afronta os valores judaico-cristãos (Dn 3.10; Ap 2.10; 13.16); e, c) do surgimento de heresias (At 20.29,30; 2 Co 11.3,13,14; 1 Tm 4.1).


III. A ATUAÇÃO DE SATANÁS NO MUNDO
1. Induzindo os homens ao pecado.
Após sua rebelião contra Deus, a primeira coisa que Satanás fez foi induzir a tentação o primeiro casal, no Éden, como registrou Moisés (Gn 3.1-6). Que o inimigo estava agindo, por meio da serpente, mais tarde o NT revela (Ap 12.9; 20.2). Após a Queda, este mesmo ser, continua tentando os homens, levando-os ao erro e consequente afastamento de Deus. Paulo tratou desse assunto quanto disse: “o príncipe das potestades do ar, do espírito que agora opera nos filhos da desobediência” (Ef 2.2). Mesmo sendo crentes não estamos livres de sermos tentados pelo diabo. O próprio Jesus foi tentado (Mt 4.1; Hb 4.15); Paulo asseverou que o diabo ainda tenta os cristãos (1 Co 7.51 Ts 3.5); Tiago e Pedro também afirmaram isso (Tg 4.7; 1 Pe 5.8). É bom destacar que o fato de o diabo influenciar, isto não tira do homem a responsabilidade moral e individual do pecado (Gn 4.7; 1 Cr 21.1,8; Rm 5.12).

2. Oprimindo as pessoas.
O diabo e seus demônios, além de tentarem os homens para levá-los ao pecado, podem também oprimir as pessoas. A palavra “opressão” significa: “sujeição imposta pela força ou autoridade; tirania, jugo” (HOUAISS, 2001, p. 2072). Esta opressão pode se dar por meio das enfermidades (Mt 9.32; Lc 13.16) embora nem todas as doenças e enfermidades procedam de espíritos maus (2 Rs 20.1; Is 38.1; 1 Tm 5.23); e, também da possessão demoníaca (Mt 15.22; Mc 5.2-5; Lc 8.2; At 16.18). É bom destacar que o crente que vive em comunhão com Deus não pode ficar endemoninhado, pois neste habita o Espírito Santo (1 Co 6.19; 1 Jo 5.18); o Espírito Santo e os demônios nunca poderão habitar no mesmo corpo simultaneamente (2 Co 6.15,16), exceto se, esta pessoa pecar contra Deus e não se arrepender entristecendo o Espírito Santo (1 Sm 16.14; Ef 4.32; 1 Ts 5.19). Os demônios podem, no entanto, influenciar os pensamentos, emoções e atos dos crentes que não obedecem os ditames do Espírito Santo (Mt 16.23; 2 Co 11.3,14) (STAMPS, 2005, p. 1467 – acréscimo nosso).

3. Cegando o entendimento dos incrédulos.
Paulo diz que existe uma atuação de Satanás no mundo criando barreiras para os pecadores não se convertam: “[…] o deus deste século cegou os entendimentos dos incrédulos, para que lhes não resplandeça a luz do evangelho da glória de Cristo, que é a imagem de Deus” (2 Co 4.4). A expressão “cegar o entendimento” fala de um poder espiritual que o diabo exerce sobre as pessoas que estão debaixo do pecado, dificultando-lhes o entendimento e a compreensão das coisas de Deus (2 Co 4.3; Ef 4.18; Cl 1.21).


IV. A ATUAÇÃO DE CRISTO NO MUNDO
Além de vir ao mundo para salvar os pecadores (Mt 1.21), o apóstolo João diz que: “para isto o Filho de Deus se manifestou: para desfazer as obras do diabo” (1 Jo 3.8). Acima, citamos algumas obras do Diabo no mundo, no entanto, abaixo destacaremos o que Jesus veio fazer para desfazê-las. Vejamos:

1. Perdoando os pecados.
O pecado afasta o homem de Deus (Gn 3.23,24; Is 59.2). Só a remoção deste, tornará possível a reconciliação da criatura com o Criador. Jesus veio ao mundo “salvar o seu povo dos seus pecados” (Mt 1.21). João Batista disse que Ele é o “Cordeiro de Deus que tira o pecado do mundo” (Jo 1.29). O escritor aos hebreus disse que Jesus “uma vez se manifestou, para aniquilar o pecado pelo sacrifício de si mesmo” (Hb 9.26).

2. Libertando da opressão.
Isaías profetizou que o Messias viria para “proclamar liberdade aos cativos, e a abertura de prisão aos presos” (Is 61.1-b). Na sinagoga de Nazaré, quando teve a oportunidade de fazer a leitura dos profetas e trazer a devida explicação, Jesus, leu esta profecia de Isaías e asseverou: “Então começou a dizer-lhes: Hoje se cumpriu esta Escritura em vossos ouvidos” (Lc 4.21), ou seja, Ele veio “pôr em liberdade os oprimidos” (Lc 19). Pedro pregou o evangelho para o gentio Cornélio e asseverou o poder libertador de Jesus dizendo: “Como Deus ungiu a Jesus de Nazaré com o Espírito Santo e com virtude; o qual andou fazendo bem, e curando a todos os oprimidos do diabo, porque Deus era com ele” (At 10.38).

3. Abrindo os olhos espirituais.
Isaías também profetizou que o Messias abriria os olhos aos cegos (Is 35.5; Lc 4.19). No meio das mais densas trevas que o mundo ficou por causa do pecado, a vinda do Messias é retratada como o raiar de uma luz “o povo que andava em trevas, viu uma grande luz, e sobre os que habitavam na região da sombra da morte resplandeceu a luz” (Is 9.2). Tal profecia se cumpriu literalmente por ocasião do aparecimento de Jesus como nos mostrou Mateus (Mt 4.16-16). O apóstolo João também se referiu a vinda de Jesus ao mundo como a chegada da luz: “E a luz resplandece nas trevas […]” (Jo 1.5a); e registra que o próprio Jesus se declarou ser “a luz do mundo” (Jo 8.12; 9.5; 12.46); que, como tal veio abrir os olhos dos homens, que desejam enxergar: “E disse-lhe Jesus: Eu vim a este mundo para juízo, a fim de que os que não veem vejam, e os que veem sejam cegos” (Jo 9.39). Portanto, mediante o poder do evangelho o pecador pode ser iluminado, e ter seus olhos espirituais abertos (Ef 1.18; Hb 6.4; 10.32). Foi para esta tarefa espiritual que Jesus comissionou os apóstolos e a igreja (At 26.18).


CONCLUSÃO
Precisamos estar cônscios de que existe um inimigo que luta com todas as suas forças para destruir a nossa vida e impedir o avanço da obra de Deus. No entanto “maior é o que está conosco do que o que está no mundo” (1 Jo 4.4).




REFERÊNCIAS
ü  GILBERTO, Antonio, et al. Teologia Sistemática Pentecostal. CPAD.
ü  HOUAISS, Antônio. Dicionário da Língua Portuguesa. OBJETIVA.
ü  STAMPS, Donald C. Bíblia de Estudo Pentecostal. CPAD.



Por Rede Brasil de Comunicação.



Nenhum comentário:

Postar um comentário