sábado, 25 de maio de 2019

LIÇÃO 08 – O LUGAR SANTÍSSIMO (SUBSÍDIO)






Êx 26.31-35; Hb 9.1-5; Mt 27.51




INTRODUÇÃO
Nesta lição, veremos informações sobre o Lugar Santíssimo; as suas dimensões, seu utensílio, bem como sua importância. Estudaremos sobre o segundo véu e traremos uma definição do termo, pontuaremos algumas informações sobre o material desta cortina interior; falaremos sobre as colunas e os ganchos que prendia-o, e mostraremos quais os propósitos dele no lugar Santíssimo. Por fim, falaremos sobre o simbolismo do segundo véu e a pessoa de Cristo mostrando o paralelismo do véu e o do corpo de Jesus; a simbologia da separação entre o homem e Deus; e a simbologia do véu e o acesso limitado e seletivo apenas aos sumo sacerdotes.


I. INFORMAÇÕES SOBRE O LUGAR SANTÍSSIMO
1. O Lugar Santíssimo e sua dimensão.
O Santo dos Santos em hebraico “Kodesh ha Kodashim” era a porção mais sagrada do tabernáculo do hebraico “mishkan” e se localizava no fim do ambiente fechado. Há muitas divergências entre os teólogos quanto as dimensões que envolvem o lugar Santo e o Santíssimo. Aceitamos que o santuário chamado de “tenda da congregação” tivesse o lugar Santo com 10 metros de comprimento e o lugar Santíssimo com 5 metros de comprimento, sendo assim, juntos tinham aproximadamente um comprimento de 15 metros; com sua largura de 5 metros, e sua altura também de 5 metros, formando um lugar cúbico e quadrangular. Embora em nenhum lugar da Bíblia encontramos esta informação precisamente, podemos entender que não existe nenhuma incoerência nestas medidas pelo fato que no lugar Santo havia três móveis e no Santíssimo apenas um (WIERSBE, 2010, vol. 1, p. 303).

2. O Lugar Santíssimo e seu utensílio.
Aparentemente, o Santo dos Santos era mantido completamente às escuras (1Rs 8.12), o que servia para envolver o lugar em um mistério ainda maior, onde se esperava sentir a presença de Deus. O lugar Santíssimo continha apenas uma mobília que era a Arca da Aliança. Suas dimensões foram especificadas por Deus a Moisés, tendo ela de comprimento dois côvados e meio (1 metro e 25 centímetros), de largura um côvado e meio (75 centímetros), e de altura um côvado e meio (75 centímetros) (Êx 25.10,11; 37.1,2). No alto dessa arca, ficava o “propiciatório” feito de ouro com um querubim em cada extremidade. Esse era o trono de Deus no tabernáculo (Êx 25.10- 22; SI 80.1; 99.1). No Dia da Expiação, aspergia-se sangue de um sacrifício sobre esse propiciatório (tampa da arca), que era um sinal da propiciação futura através do sacrifício de Cristo (1Jo 2.2; Rm 3.25) (CHAMPLIN, 2001, vol. 6, p. 87).

3. O Lugar Santíssimo e sua importância.
O Lugar Santíssimo era um local muito especial dentro do Tabernáculo. O pátio era iluminado pela luz natural do dia já o Lugar Santo era iluminado pelas sete lâmpadas do candelabro, mas no Lugar Santíssimo não havia luz artificial ou natural. Contudo, este era o local mais claro do Tabernáculo, pois era iluminado pela “luz inacessível, a quem ninguém viu nem pode ver”, pois era iluminado pela própria glória de Deus (Êx 40.34,35; Lv 16.2).


II. INFORMAÇÕES SOBRE O VÉU INTERIOR OU SEGUNDO VÉU
1. Definição do termo véu.
Este véu que estava entre o Lugar Santo e o Santíssimo dividia o Tabernáculo em dois compartimentos (Êx 26.33). O véu, posto à frente do Santo dos Santos, tinha cerca de 5 metros de largura e de 5 metros de altura, e segundo alguns estudiosos tinha a espessura da mão de um homem, ou seja, mais ou menos 10 centímetros. O termo véu no hebraico “parochet” que significa “separação, barrar, ou fechar”; a Septuaginta (Tradução do AT hebraico para o grego) apresenta o termo “cortina”. A palavra hebraica tornou-se uma designação técnica para falar da grossa cortina que separava o local sagrado do tabernáculo do local mais sagrado. A cortina era um tipo de tapeçaria espessa que fechava o acesso ao lugar Santíssimo, exceto para o sumo sacerdote, que poderia abrir a cortina uma vez por ano para realizar suas obrigações no Dia da Expiação (CHAMPLIN, 2001, vol. 6, p. 620).

2. O material do véu interior.
Esta cortina era obra esmerada de bordador (Êx 36.35; 26.37). Quanto ao segundo véu (Hb 9.3) e sua descrição e materiais, o AT informa-nos que ele era feito de linho fino torcido bordado azul, roxo, vermelho com figuras de querubins (Êx 26.31-37; 36.35). Sua confecção era semelhante à primeira cobertura do tabernáculo que era de linho fino torcido e colorido com as cores azul, púrpura e carmesim com desenhos de querubins tecidos mostrando assim uma harmonia com as “paredes” e o “teto” do lugar Santíssimo (Êx 26.1,2 ver 26.31). O véu separava um terço da área do tabernáculo (COLE, 1963, p. 189).

3. O véu e as colunas.
As bases que fixava as colunas no lugar Santíssimo eram de prata e o véu era pendurado em ganchos de ouro que estavam ligados a quatro colunas de madeira acácia (cetim) coberta com ouro, e os ganchos de ouro eram inseridos em suportes de prata (Êx 26.31-33). As colunas tinham as mesmas dimensões e foram colocadas a distâncias iguais um as das outras, como também devem ter sido ligadas um as outras, no topo, mediante algum a espécie de estrutura, como uma viga e juntamente com o véu, formavam uma espécie de tela. Essa tela agia como uma porta que separava o Lugar Santo do Santo dos Santos. As quatro colunas tinham a mesma altura que as tábuas, cerca de 5 metros com 75 centímetros de largura (Êx 26.16). O próprio véu ficava suspenso por meio de ganchos de ouro, postos no topo das quatro colunas de madeira de acácia e desciam até o nível do chão, sem deixar qualquer espaço vago. As colunas repousavam sobre bases de cobre (Êx 26.36; 36.38) (CHAMPLIN, 2001, vol. 6, p. 624).

4. O véu e os ganchos.
Os ganchos (colchetes) com os quais as duas metades das coberturas interna eram ligadas uma à outra (Êx 26.6,11), ficavam imediatamente sobre o véu. A cortina que dividia o Lugar Santo do Santo do Santo ficava pendurada pelos colchetes de ouro que ligavam as cinco cortinas uma à outra; pelo que cinco cortinas formavam os lados do Lugar Santo, e outras cinco formavam os lados do Santo dos Santos (CHAMPLIN, 2001, vol. 6, p. 621).


III. PROPÓSITOS DO SEGUNDO VÉU
1. Separar o lugar Santo do Santíssimo.
O propósito desse véu era separar o lugar Santíssimo, no qual estava a Arca da Aliança (Êx 26.33) do lugar Santo. A palavra hebraica usada para véu ocorre por vinte e quatro vezes no AT sempre referindo-se ao tipo de véu ou tela que separava o Lugar Santo do Santo dos Santos (CHAMPLIN, 2001, vol. 1, p.423).

2. Separar a criatura do criador.
O véu fazia separação entre o que não era santo (o homem) e Aquele que é santíssimo (Deus). O véu representava uma triste verdade: o homem é pecador e é vedado o caminho para ele ir sozinho a Deus (Êx 26.33; Lv 16.2; Is 59.1-3; Rm 3.23). As cortinas (portas) do tabernáculo serviam para bloquear as multidões e para permitir que apenas pessoas autorizadas entrassem.


IV. O SIMBOLISMO DO SEGUNDO VÉU E A PESSOA DE CRISTO
1. O véu e a simbologia do corpo de Jesus.
Fora do alcance do homem, o véu do Templo foi rasgado em duas metades, de cima para baixo (Mt 27.51; Mc 15.38; Lc 23.45), e como ele foi rompido “de alto a baixo” isso nos sugere que foi o próprio Deus quem o rasgou e somente um poder miraculoso poderia ter atuado para que tal fato acontecesse. A palavra de Deus nos mostra que junto à cruz do Senhor estava um centurião romano e os que com ele estavam souberam a ruptura do véu (Mt 27.51-54). Em Hebreus aprendemos que o véu se refere tipologicamente a carne de Jesus. Ele é o acesso até a pessoa de Deus e por Ele, o pecador arrependido pela fé em Cristo Jesus, não apenas tem entrada à presença de Deus, mas, ousadia para entrar no santuário, pelo sangue de Jesus: “Tendo, pois, irmãos, ousadia para entrar no santuário, pelo sangue de Jesus, Pelo novo e vivo caminho que ele nos consagrou, pelo véu, isto é, pela sua carne” (Hb 10.19,20). Em Hebreus 10.10-23, é o grande Sacerdote que se ofereceu a Si mesmo como o verdadeiro sacrifício aceitável que purifica os nossos corações da má consciência (Hb 10.12-14, 21,22). Ele é o que abriu o caminho pelo véu, sendo Ele mesmo o próprio véu e o novo e vivo Caminho a Deus (Jo 14.6).

2. O véu e a simbologia da separação entre o homem e Deus.
Certamente o símbolo que podemos destacar aqui é o fato de Deus não pode conviver com o pecado do homem. Observemos que somente o sumo sacerdote (um tipo de Cristo) podia romper para além do Véu e adentrar o Lugar Santíssimo, e isso somente uma vez por ano, no dia da expiação quando ele oferecia o sacrifício por si mesmo e pelos pecados do povo (Hb 9.7). Na morte de Jesus, a cortina que fechava o lugar mais sagrado se rasgou de cima para baixo (Mt 27.41; Mr 15.38; Lc 23.45). O lugar mais sagrado do Templo foi assim exposto, simbolizando que o acesso à presença de Deus havia sido aberto a todos indistintamente, não apenas a um ministro especial. O Véu nos faz lembrar de que estávamos distantes (Rm 3.23).

3. O véu e a simbologia do acesso limitado e seletivo.
Com certeza podemos afirmar que por causa do pecado, o homem comum não podia aproximar-se de Deus, a não ser através de um intercessor devidamente credenciado e isto devido ao Seu caráter santo. Somente o sumo sacerdote, uma vez por ano, podia passar para além do véu. Mas em Cristo, o qual é a Porta (Jo 10.9), o acesso foi franqueado a todos os homens (Hb 6.19,20; 9.11,12; 10.19,20). O véu também era tipo do corpo humano de Cristo (Mt 26.27; 27.50; Hb 10.20), o qual foi rasgado (na crucificação) para prover-nos acesso a Deus. O véu do templo, por ocasião da morte de Cristo, foi rasgado ao meio. Foi aberto um novo caminho para a justificação, visto que, por meio das obras da lei, nenhuma carne poderia ser justificada (Rm 3.20; Hb 9.8).


CONCLUSÃO
Nesta lição, aprendemos que o Lugar Santo dos Santos representa a presença santíssima e gloriosa de Deus no meio do seu povo. Esse lugar, especial e único do Tabernáculo, mostra tipologicamente o que o Senhor Jesus Cristo, o nosso Sumo Sacerdote Perfeito, fez ao rasgar o véu da separação. Diferentemente daqueles dias, onde o Lugar Santíssimo não era aberto a todas as pessoas, hoje, por meio da obra de Cristo, podemos entrar ao trono de Deus com ousadia e confiança.




REFERÊNCIAS
Ø  HOUAISS, Antônio. Dicionário da Língua Portuguesa. 1 ed. RJ: OBJETIVA, 2001.
Ø  STAMPS, Donald C. Bíblia de Estudo Pentecostal. 1 ed. RJ: CPAD, 1995.
Ø  MERRIL, E. H. História de Israel no Antigo Testamento. 6 ed., RJ: CPAD, 2007.
Ø  COLE, Alan. Êxodo, Introdução e Comentário. 1 ed. SP: Vida Nova, 1963.
Ø  CHAMPLIN, R. N. Dicionário de Bíblia, Teologia e Filosofia. 1 ed. SP: HAGNOS, 2004.


  

Por Rede Brasil de Comunicação.



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