sábado, 18 de setembro de 2021

LIÇÃO 12 – O REINADO DE JOSIAS


 

 
 2Rs 22.3-5,8; 23.2-5,21,22,25 
 
 
 
INTRODUÇÃO
Nesta lição, estudaremos sobre um dos monarcas mais piedosos do reino do Sul, o rei Josias; veremos também, algumas das principais marcas que caracterizaram o seu reinado; e, por fim, elencaremos alguns dos resultados do avivamento experimentado em sua gestão.
 

I. CONSIDERAÇÕES GERAIS SOBRE JOSIAS
1. Nome. Advém do hebraico: “yoshiyahu”, que significa “o Senhor sustenta” (DOUGLAS, 2006, p.722 - acréscimo nosso). A primeira vez que o nome do rei Josias é mencionado nas Escrituras é decorrente de uma profecia dita no período do rei Jeroboão I, por um homem de Deus (cujo nome não é mencionado), segundo a qual um filho da casa de Davi, destruiria o altar idólatra levantado em Betel, assim como seus sacerdotes (1Rs 13.1,2); Essa profecia foi cumprida cerca de trezentos anos mais tarde (2Rs 23.15-16), ficando claro, já de início na biografia de Josias, a grandeza e a soberania de Deus na história humana (Is 42.9; 44.26-28; 46.10; 48.5-7).
 
2. Família. Os referenciais de Josias dentro de casa eram os mais negativos possíveis. Ele era neto do ímpio rei Manassés, que reinou durante 55 anos, perseguindo as pessoas piedosas e reprimindo a adoração monoteísta em Judá, e era filho de Amon, que governou 2 anos, superando as práticas malignas de Manassés (2Rs 21.19-22; 2Cr 33.23). O Nome da mãe de Josias era Jedida, filha de Adaías, de Bozcote (2Rs 22.1), sobre quem, biblicamente, não temos mais informações.
 
3. Contexto histórico. Não bastasse o declínio espiritual, moral e político vivenciado pela nação de Judá durante os reinados de Manassés e Amon, Josias experimenta, sendo ainda uma criança, o evento da morte trágica de seu pai, alvo de uma conspiração (cujas razões são desconhecidas), quando foi assassinado pelos seus próprios servos, dentro de sua casa (2Rs 21.23). O povo, porém, não aceitou esse golpe e executou os assassinos do rei Amon, nomeando Josias como o novo rei de Judá (2Rs 21.24).
 

II. PRINCIPAIS CARACTERÍSTICAS DO REINADO DE JOSIAS
Josias foi constituído rei com 8 anos de idade, passando a ser o 16º monarca da dinastia de Judá e chegando a reinar por um período de 31 anos (2Rs 22.1). Vejamos as principais marcas desse reinado:
 
1. Um reino marcado pela piedade.
A despeito da impiedade de seus antecessores, Josias se dedicou a viver no centro da vontade de Deus, mesmo tendo pouca idade (2Cr 34.3). Vemos que ele se esforçou em: a) agradar ao Senhor: “E fez o que era reto aos olhos do SENHOR [...]”; b) tomou para si referenciais positivos: “[...] e andou em todo o caminho de Davi, seu pai”; c) de forma perseverante: “[...] e não se apartou dele nem para a direita nem para a esquerda” (2Rs 22.2); d) de maneira sincera e sem reservas: “que se convertesse ao SENHOR com todo o seu coração, e com toda a sua alma, e com todas as suas forças” (2Rs 23.25b); e, e) de maneira singular: “E antes dele não houve rei semelhante [...] e, depois dele, nunca se levantou outro tal” (2Rs 23.25). Não há dúvidas de que Josias foi um grande rei, pois até mesmo o profeta Jeremias usou-o como um exemplo a ser seguido por outros governantes. “Julgou a causa do aflito e do necessitado [...]” (Jr 22.16a), afirmou Jeremias acerca de Josias, ao passo que os reis que o sucederam exploraram o povo, a fim de construir palácios luxuosos (Jr 22.13-15,17). Deixou Josias para nós um grande exemplo de um servo que deseja ter uma vida piedosa (1Tm 4.7,8; 6.11; 2Pd 1.5,6; 3.11).
 
2. Um reino marcado pelo quebrantamento.
O rei Josias demonstrou uma profunda sensibilidade e quebrantamento em relação a Deus. Ele conduz o povo a consultar ao Senhor para pedir a sua direção (2Rs 22.13,18). Ao ouvir as palavras do Livro da Lei, o rei rasgou as suas vestes em sinal de verdadeiro arrependimento e humildade diante do Senhor (2Rs 22.11). Tal atitude mostra o quebrantamento que sentiu esse piedoso rei diante dos castigos pronunciados pelo Senhor ao povo de Israel pela desobediência (2Rs 22.16,17). O Senhor não ignorou o clamor humilde de arrependimento do rei (2Rs 22.18,19). O verdadeiro arrependimento, isto é, o voltar-se para o Senhor com o espírito humilde e quebrantado, toca o coração de Deus (Sl 34.18; 51.16-17). Assim aconteceu, por exemplo, com Acabe (1Rs 21.27-29), Ezequias (2Rs 20.2) e o povo de Nínive (Jn 3.7-10).
 
3. Um reino marcado pela ação profética.
Além da profetisa Hulda, que exerceu um papel muito importante no reinado de Josias (2Rs 22.14-20; 2Cr 34.22-28), vemos a atuação de profetas como Sofonias e Jeremias que profetizaram durante esse período (Sf 1.1; Jr 1.2,3) (MEARS, 1997, p. 285). A única diferença entre ambos é que Sofonias profetizou no início do reinado de Josias, pois ele protestou contra a idolatria, que foi removida em seguida, numa grande reforma religiosa (Sf 1.2- 6; 3.1-7), e o profeta Jeremias iniciou seu ministério no final de reinado de Josias (Jr 1.2). 
 

III. O AVIVAMENTO NO REINADO DE JOSIAS
O reinado de Josias é a prova cabal de que é possível ser leal ao Senhor, viver afastado da imoralidade do mundo e experimentar um real avivamento em sua presença. Vejamos resultados do verdadeiro avivamento:
 
1. Reparação do lugar da adoração.
Uma das primeiras atitudes piedosas de Josias foi restaurar o lugar separado para adoração a Deus. O Templo em Jerusalém era o centro da adoração e da vida religiosa para os judeus. Era no Templo que se ofereciam holocaustos e sacrifícios ao Senhor (1Rs 8.64; 9.25; 1Cr 16.39,40). Em função da importância que esse lugar tinha, Josias mandou reparar a casa de Deus, que estava, até então, desprezada (2Rs 22.5). No décimo oitavo ano de seu reinado, quando estava com 26 anos de idade, criou um programa de reparos no templo (2Cr 34.8,10), em que ordenou a disponibilidade de recursos financeiros e homens para supervisionar a restauração do lugar da adoração (2Rs 22.3,6,7,9). O amor ao templo, aos cultos, ao lugar da adoração coletiva são alguns dos sinais evidentes de um genuíno avivamento (Sl 122.1; At 2.44,46).
 
2. Retorno à centralidade das Escrituras.
Enquanto os trabalhadores faziam os reparos, o sumo sacerdote Hilquias encontrou uma cópia do Livro da Lei. Após ouvir o seu conteúdo, Josias “rasgou as suas vestes” (2Rs 22.8,11-b). Tal atitude mostra o quebrantamento que sentiu esse piedoso rei diante dos castigos pronunciados pelo Senhor ao povo de Israel. Gardner (1999, pp. 386,387) diz que este livro provavelmente foi Deuteronômio, pelos seguintes motivos: a) as especificações do lugar central de adoração, a destruição dos lugares altos (Dt 12.1-3); b) maldições resultantes da desobediência (Dt 27 e 28); a celebração da Páscoa (Dt 16.1-8); e, c) a cerimônia da renovação da aliança (Dt 27; 31; 2Cr 34.30-32; 2Rs 23.2). O Registro Sagrado diz que o rei Josias: a) achou a Palavra dentro da Casa do Senhor, por meio do sumo sacerdote (2Rs 22.8); b) o escriba leu a Palavra diante do rei (2Rs 22.10); c) temeu a Palavra (2Rs 22.11); e d) agiu por causa da Palavra (escrita e profética), promovendo uma grande reforma religiosa em Judá, pois deu ouvidos à voz do Senhor (2Rs 22.11-20; 23.1-3). Não é possível haver mudanças sem os parâmetros da Palavra de Deus (Ne 8.13,18).
 
3. Renovação da aliança com Deus.
Diante do que tinha ouvido pela palavra de Deus (2Rs 23.2), Josias toma a atitude, juntamente com todo o povo, de reatar a aliança com o Senhor, demonstrando o comprometimento público de que iriam obedecer à lei de Deus: “E o rei se pôs em pé junto à coluna e fez o concerto perante o SENHOR, para andarem com o SENHOR, e guardarem os seus mandamentos, e os seus testemunhos, e os seus estatutos, com todo o coração e com toda a alma, confirmando as palavras deste concerto, que estavam escritas naquele livro; e todo o povo esteve por este concerto” (2Rs 23.3; ver 2Cr 34.31,32). Assim como Moisés (Êx 24.3-8) e Josué (Js 8.34,35), anteriores a Josias, este seguiu o antigo padrão de justa liderança (Dt 17.18-20; 31.9-13) e reuniu o povo para renovar a aliança com Deus (Js 24). Não basta dizer que acreditamos no que é correto. Devemos responder com feitos e fazer o que a fé requer. O verdadeiro avivamento gera a obediência. Isto é o que o apóstolo Tiago estava enfatizando quando escreveu: “a fé sem obras é morta” (Tg 2.20).
 
4. Restauração do culto monoteísta.
Foi em seu reinado que o culto a Deus foi restaurado, e freou-se o grave deterioramento que a religiosidade judaica estava sofrendo. Josias empreendeu a reforma do culto em Jerusalém (2Rs 22.3; 23.25; 2Cr 34.8; 35.19). Como demonstração pública da renovação da aliança com Deus (2Rs 23.3), Josias deu ordens para que fossem retirados do templo os utensílios e demais elementos relacionados à idolatria, assim como os ídolos que eram venerados de forma institucional (2Rs 23.4,6-14). O real avivamento nos impulsiona a uma adoração sincera e privativa para Deus, ficando evidente que Deus deve ser a figura central de nossa vida e de nossa adoração (Sl 18.31; 115.1; Mt 4.10; Rm 11.36).
 
5. Valorização do sagrado.
A partir do momento em que o povo se converte a Deus, passa a viver de forma consagrada, quebrando todos os vínculos que até então tinha com o pecado e valorizando tudo aquilo que pertencia a Deus, o que vemos nas seguintes ações: a) Destituiu sacerdotes ilegítimos (2Rs 23.5), e estabeleceu os que de fato eram habilitados para o serviço sagrado (2Cr 35.2); b) Tirou a imoralidade do meio do povo (2Rs 23.7); c) Celebrou a Páscoa que há muito não era comemorada (2Rs 23.21-23; 2Cr 35.18); d) Removeu toda prática de feitiçaria do meio da nação (2Rs 23.24); e (e) Reconduziu a arca da aliança para o lugar adequado (2Cr 35.3). A ordem de Josias para tal feito significa que a arca da aliança, que representava a presença do Senhor (Nm 10.34,35; 1Sm 4.21,22), tinha sido removida do templo. Contudo, uma vez purificado e restaurado o templo, a arca podia retornar ao seu lugar (Sl 26.8).


CONCLUSÃO
A vida e reinado de Josias são a prova cabal de que é possível ser fiel ao Senhor, viver uma vida de santificação e experimentar um verdadeiro avivamento.
 
 
 
REFERÊNCIAS
Ø  MEARS, Henrietta C. Estudo Panorâmico da Bíblia. VIDA.
Ø RADMACHER E; ALLEN R. B; HOUSE H.W. O Novo Comentário Bíblico AT. CENTRAL GOSPEL.
Ø  SILVA, Severino Pedro da. A Existência e a Pessoa do Espírito Santo. CPAD.
Ø  STAMPS, Donald C. Bíblia de Estudo Pentecostal. CPAD.
Ø  WIERSBE, Warren W. Comentário Bíblico Expositivo. GEOGRÁFICA.
 
 
Por Rede Brasil de Comunicação.


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