terça-feira, 7 de dezembro de 2021

LIÇÃO 10 – PAULO E SEU AMOR PELA IGREJA

 

 
 
 
 
1 Ts 1.1-10 
 
 
 
INTRODUÇÃO
Nesta lição, estudaremos inicialmente o conceito da palavra Igreja à luz das Escrituras; também analisaremos o amor que o Apóstolo Paulo tinha pela Igreja do Senhor; e, por fim, destacaremos que esse amor foi demonstrado pelo serviço abnegado, dedicado e sofredor pela Noiva de Cristo e por uma vida de oração.
 
 
I. DEFINIÇÃO DO TERMO IGREJA
1. O termo Igreja na Bíblia.
A palavra “ekklēsia” (Igreja) é formada por dois termos: “ek” que significa: “para fora” e “klesis” que quer dizer: “chamado”. É utilizado 115 vezes no Novo Testamento, com três significados diferentes, porém sempre mostrando algo ou alguém convocado para fora. É usado três vezes para se referir a uma assembleia grega (At 19.32,39,40). É usado duas vezes para designar o Israel de Deus no Antigo Testamento (At 7.38; Hb 2.12), mostrando que Deus chamou a Israel dentre os povos para ser um povo Seu (Dt 7.6-8). É usado 110 vezes para designar a Igreja do Senhor Jesus e revela a finalidade dessa “chamada para fora”: que sejamos um povo separado para Deus (2Co 6.14-18; 1Pd 1.15).
 
 
II. PAULO AMAVA A IGREJA COM UMA VIDA DE SERVIÇO
O Paulo duro, rigoroso, ameaçador e violento, depois de convertido passou a demonstrar ternura, sensibilidade e amor. Ele aceitou o chamado divino para servir a Igreja (2Co 12.15; Fp 2.17; 1Ts 2.8).
 
1. Paulo iniciou sua obra evangelística em Damasco.
Na cidade que se dispôs a perseguir os cristãos, motivado por ódio, Paulo inicia o seu ministério (At 9.19-25). A igreja a qual odiara passou a ser objeto de um amor apaixonado e contagiante. Paulo nos ensina um princípio: devemos amar o lugar do nosso começo, onde Deus nos encontrou e supriu as necessidades espirituais, e ali dedicar nosso amor e serviço.
 
2. Paulo se colocou à disposição de Deus e de seus líderes.
Observamos que o maior expoente do cristianismo após Cristo, o maior dos evangelistas, missionários e teólogos, sempre obedeceu à direção divina por intermédio dos líderes que Deus havia levantado. Ele foi submisso a Ananias (At 9.10-18), a Barnabé (At 9.26,27; 11.25), aos apóstolos (At 9.27,28) e à Igreja (At 13.1-4).
 
3. O sentimento de servir do apóstolo Paulo.
O apóstolo declarou: “Eu, de muito boa vontade, gastarei e me deixarei gastar pelas vossas almas” (2Co 12.15). O exemplo deste servo de Deus é uma inspiração para todo crente. Gastar do grego: “ekdapanao” significa: “esgotar pelo uso, gastar inteiramente, completamente”. Paulo nos ensina a amar servindo com intensidade, com atitudes, demonstrações e não somente com retóricas. Para ele, “gastar” significava usar o que se tem, referindo-se a posses, habilidades, vocações. “Deixar-se gastar” era ele ser consumido naquilo que ele era, referindo-se a seu ser, sua vida: (a) Dedicação do tempo. Nas vigílias (2Co 6.5), ensinando de noite e de dia (At 20.31). O exemplo de Paulo, no tocante ao aproveitamento do tempo, é um paradigma para a vida de cada servo de Deus; e, (b) Sacrifício do corpo. Paulo descreve que, por amor a Deus e à Igreja, se submeteu a privações, açoites, trabalhos árduos, jejuns (2Co 6.4,5; 11.27).
 
 
III. PAULO AMOU A IGREJA COM UMA VIDA DE ORAÇÃO
Orar é uma forma de amar. Aprendemos com nossos pais que, se quisermos amar alguém, devemos orar por ela, é um princípio da vida cristã. A vida de oração de Paulo em favor da Igreja e dos irmãos é um exemplo digno de ser imitado. Vejamos alguns exemplos:
 
1. Orando pelo crescimento espiritual da Igreja (2Co 13.9).
Encontramos essas orações em várias passagens(Ef 1.16-18; 3.14-19; Cl 1.9-12. São exemplos da preocupação do apóstolo com o desenvolvimento espiritual da Igreja. Devemos tomar como incentivo para que oremos pelos novos convertidos, pelos jovens, pelas crianças, pelos obreiros, enfim, uns pelos outros, para que possamos crescer na graça e no conhecimento de Cristo Jesus.
 
2. Orando pela manifestação do sobrenatural (Rm 1.8-11; Ef 6.18-20).
Paulo entendia que a fé dos irmãos necessitava das manifestações sobrenaturais para que fosse fortalecida Ele nos ensina a clamar a Deus para que o Seu poder seja manifestado na Igreja. Precisamos orar por milagres (At 4.29-31), por batismo com o Espírito Santo (At 19.1-6), pela manifestação dos dons espirituais (1Co 12.7-11).
 
3. Oração pela unidade da Igreja (Fp 1.9-11; Cl 1.3,4; 2Ts 1.3).
O apóstolo Paulo dedicava tempo na oração para que houvesse o derramar do amor de Deus no coração da Igreja, para que não houvesse divisões, partidarismo, pelejas, ou qualquer coisa que impedisse a unidade entre os irmãos. Devemos orar assim, nesses dias difíceis que estamos vivendo.
 
4. Orando pela santidade da Igreja (1Ts 3.9-13).
A vida santa dos irmãos era uma preocupação para o apóstolo Paulo. Seu desejo era que todos vivessem em condições de encontrar-se com o Senhor Jesus, vivendo de maneira irrepreensível (Fp 2.15,16; 1Ts 4.3,4; 5.23).
 
5. Oração pelo anúncio da Palavra e por livramento (2Ts 3.1-3).
Paulo confiava no poder da oração e estimulava os irmãos a vencerem os desafios por meio dela: “… para que a palavra do Senhor se propague e seja glorificada…para que sejamos livres dos homens perversos e maus; porque a fé não é de todos. Todavia, o Senhor é fiel; ele vos confirmará e guardará do Maligno”.
 
 
IV. PROVAS DO AMOR DE PAULO À IGREJA
Vamos destacar um episódio que demonstra o amor de Paulo à Igreja de Jesus, que serve de inspiração e modelo para as nossas vidas. Estamos falando do discurso aos anciãos da igreja de Éfeso (At 20.17-38). É o único sermão de Paulo dirigido a cristãos; outros seis foram dirigidos a judeus e gentios. Todo crente precisa mergulhar profundamente em cada palavra desta mensagem. Ele contém princípios de como servir bem à Igreja.
 
1. Paulo amou a igreja com humildade (At 20.19a).
A definição de humildade do grego: “tapeinophrosune” é ter uma opinião humilde de si mesmo, profundo senso de insignificância. Paulo entendia que ele não era maior que a Igreja, maior que os irmãos, maior que a mensagem que pregava. Que exemplo! O maior evangelista, o maior teólogo, o maior missionário e o maior plantador de igrejas de toda a história do cristianismo, se autodefinia um servo (Rm 1.1; Tt 1.1). Certa vez ele indagou: “Quem é Paulo?” (1Co 3.5). Ele mesmo respondeu: “apenas ministro” do grego: “diakonos”, alguém que serve a outro, um servo de um rei.
 
2. Paulo amou a igreja com muitas lágrimas (At 20.19b).
Paulo seguia o exemplo de seu Senhor Jesus, que veio à terra em lágrimas (Lc 19.41; Jo 11.35; Hb 5.7). Ele era um cristão de olhos molhados. a) Ele chorou por amor aos irmãos (2Co 2.4). Pela preocupação com a saúde espiritual; b) Ele chorava quando pregava (At 20.31). Suas atividades eclesiásticas eram regadas com lágrimas; c) Ele chorou por causa dos inimigos da cruz de Cristo (Fp 3.18); d) Ele chorou pela oposição à pregação do Evangelho (At 20.19); e) Ele chorou pelas provações de seus amigos (2Tm 1.4). Paulo pensava nas lágrimas de Timóteo. Ele mesmo ensinava: “chorai com os que choram” (Rm 12.15).
 
3. Paulo amou a igreja alertando sobre os falsos mestres (At 20.29).
O apóstolo Paulo alertou diversas vezes sobre a existência de falsos mestres no seio da Igreja, os quais o Apóstolo dos gentios, chama de lobos cruéis: “Porque eu sei isto: que, depois da minha partida, entrarão no meio de vós lobos cruéis, que não perdoarão o rebanho” (At 20.29). Esse cuidado de alertar os presbíteros em Éfeso e de admoestar Timóteo no sentido de prepará-lo para esse desafio (2Tm 3.1-9) revela o amor que Paulo tinha pela Igreja.
 
 

CONCLUSÃO
Ninguém amou a Igreja mais que o seu fundador, o Senhor Jesus (Ef 5.25-27). Mas, Paulo nos deixou um exemplo de um homem abnegado, dedicado e sofredor pela Noiva do Cordeiro. Paulo é um modelo a ser copiado no que se refere a amar a Igreja do Senhor Jesus, doando a sua vida, habilidades e conhecimento para contribuir com o seu crescimento e fortalecimento espiritual. Aquele que um dia perseguiu, odiou e assolou a Noiva de Cristo (At 8.3a), agora se doa completamente para amar, cuidar, proteger, ensinar, orar e defender com todas as suas forças.
   
 
 
REFERÊNCIAS
Ø  CHAMPLIN, R. N. Dicionário de Bíblia, Teologia e Filosofia. HAGNOS.
Ø  KELLY, J.N.D. Introdução e Comentário. MUNDO CRISTÃO.
Ø  STAMPS, Donald C. Bíblia de Estudo Pentecostal. CPAD.
Ø  ZUCK, Roy B. Teologia do Novo Testamento. CPAD.
Ø  HOWARD, R.E et al. Comentário Bíblico. CPAD.
   
 
 
Por Rede Brasil de Comunicação.

 

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