sexta-feira, 18 de fevereiro de 2022

LIÇÃO 08 – A LEI E OS EVANGELHOS REVELAM JESUS


 
 
 
  
Dt 6.4-9; Lc 1.1-4
 
 
 
 
INTRODUÇÃO
Na lição de hoje iremos estudar a Lei de Deus que foi dada por Moisés ao povo de Israel; várias passagens no Antigo Testamento que faz referências ao Sumo Sacerdotes, as ofertas e aos sacrifícios apontam para o nosso Senhor Jesus no Novo Testamento, e por fim, veremos os Evangelhos revelando o Cristo prometido no Antigo Pacto.
 
 
I. A LEI DE DEUS
1. A Lei é de origem divina.
Muitas vezes a Lei do Senhor é chamada de Lei de Moisés, (Js 8.31; 1Rs 2.3; Ed 7.6; Lc 2.22;24.44; 1Co 9.9); No entanto, o registro do capítulo 20 do livro do Êxodo nos mostra que Deus é a origem da Lei. Além disso, o apóstolo Paulo afirma que: “a Lei é santa; e o mandamento, santo justo e bom” (Rm 7.12). Quando a Lei é descrita como santa, isto mostra que ela provém de um Deus santo (Lv 20.26; Sl 22.3; 1Pe 1.15-16) por isso mesmo, ela revela o pecado: “Logo, para que é a lei? Foi ordenada por causa das transgressões...” (Gl 3.19). Outra característica que reforça sua origem divina é porque a Lei é espiritual como relata o apóstolo dos gentios (Rm 7.14). Sendo assim, a Lei, que foi transmitida por Moisés, (Jo 1.17) provem do Senhor.
 
2. A Lei proporciona uma norma moral para os redimidos.
A Lei revelava a vontade de Deus quanto a conduta do seu povo (Êx 19.4-6; 20.1-17) e prescrevia os sacrifícios de sangue para a expiação pelos seus pecados (Lv 1.5; 16.33). A Lei não foi dada como um meio de salvação para os perdidos. Ela foi destinada aos que já tinham um relacionamento de salvação com Deus (Êx 19.4; 20.2) a fim de instruí-lo na vontade do Senhor, para que pudesse realizar o propósito de Deus (Êx 19.6). Logo, a revelação foi dada “não para dar, mas para orientar a vida” (Lv 20.22,23).
 
3. A Lei mostrar à humanidade seu estado pecaminoso e revelar que só pela graça podemos ser salvos.
O apóstolo Paulo disse que “nenhuma carne será justificada diante dele pelas obras da lei, porque pela lei vem o conhecimento do pecado” (Rm 3.20). A lei foi dada para revelar as transgressões, não para alcançar a salvação. Ela nos serviu de guia, como afirma o apóstolo Paulo: “nos serviu de aio, para nos conduzir a Cristo, para que pela fé fôssemos justificados” (Gl 3.24), ou seja, “instrutor”, pois a palavra grega “paidagõgos” presente em Gálatas 3.24, significa “professor” e indica um escravo, cuja tarefa era cuidar de uma criança até que ela chegasse à idade adulta. Dessa forma, a Lei serviu de “aio” (guia) para mostrar os nossos pecados e nos conduzir a Cristo (Gl 3.25).
 
 
II. O CUMPRIMENTO DA LEI É CRISTO
Embora as leis cerimoniais desempenhassem papel vital antes da morte de Cristo, eram, no entanto, deficientes sob vários aspectos. Notemos: a) era o sacrifício de animais (Hb 10.4); b) eram sacrifícios repetitivos (Hb 10.1b); c) a expiação apenas cobria o pecado; e, d) nem todos os pecados eram perdoados (Lv 4.2). O escritor aos hebreus acrescenta dizendo que tais sacrifícios eram apenas as “sombras dos bens vindouros” (Hb 10.1). Na morte de Cristo, a vigência das leis cerimoniais chegou ao fim. Seu sacrifício expiatório providenciou perdão para todos os pecados (Hb 9.12). Notemos:
 
1. O próprio Cristo é o Sumo Sacerdote.
Assim como Arão (Êx 28.1), Jesus também feito sacerdote por Deus Pai (Hb 5.5,6,10; 7.21). Embora procedesse de Judá (Hb 7.14), o Mestre foi feito sacerdote da ordem de Melquisedeque (Hb 7.14). Portanto, o sacerdócio de Cristo é de uma ordem melhor, pois é independente da Lei de Moisés (Hb 7.11,12); e, da tribo de Levi (Hb 7.13-15). O sacerdócio de Melquisedeque é superior ao de Arão por, pelo menos, dois motivos: a) é anterior ao sacerdócio arônico (Gn 14.18-20); b) foi feito sob juramento (Sl 110.4). O sacerdote levítico era impedido de exercer o sacerdócio quando morresse. O sacerdócio de Cristo, pelo contrário, é eterno porque ele vive para sempre (Hb 7.24). Cristo também é superior porque é sacerdote perfeito, imaculado (Hb 7.26-28).
 
2. O próprio Cristo é a oferta.
Isaías profetizou que um homem faria expiação pelos pecados da humanidade (Is 53.1-12). O salmista também anunciou que o sacrifício definitivo seria de um corpo sem pecado (Sl 40.6-8). O escritor aos hebreus citou este texto para mostrar que profeticamente se cumpriu em Jesus (Hb 10.5-9). Na cruz, Jesus, ofereceu-se a si mesmo como oferta definitiva pelo pecado (Hb 10.10). Enquanto no Dia da Expiação, dois bodes cumpriam o papel de expurgar o pecado do povo, um sendo sacrificado e outro levado para o deserto. Em Cristo, temos um único sacrifício que atende estas duas demandas. Jesus compareceu ao tabernáculo celeste oferecendo-se como sacrifício definitivo (Hb 10.10), e ao mesmo tempo padeceu fora da porta (Hb 13.12,20), ou seja, fora da cidade de Jerusalém (Jo 19.20), levando sobre o madeiro os nossos pecados (1Pe 2.24).
 
3. O sangue do sacrifício é o Seu próprio sangue.
Deus já havia ensinado por meio do culto levítico que o sangue é que fazia expiação pelo ser humano (Lv 17.11). Por isso, o sacerdote no Dia da Expiação entrava com sangue alheio, ou seja, um sangue de um animal para ser aspergido na presença do Senhor (Hb 9.25). Cristo, no entanto, quando se ofereceu como oblação pelo pecado da humanidade, ofertou o seu próprio sangue (Hb 9.12), o que Ele chamou de Sangue do “Novo Testamento” (Mt 26.28); também chamada de “Eterna Aliança” (Hb 13.20). Este é o sangue que fala melhor que o sangue de Abel (Hb 12.24). Enquanto os sacrifícios do sistema levítico contemplavam apenas o povo de Israel, o sangue de Cristo propicia o mundo inteiro (1Jo 2.2).
 
4. Entrou no tabernáculo celeste.
O Sumo sacerdote só podia entrar no Lugar Santíssimo, onde estava a arca da aliança, que simbolizava a presença de Deus, apenas uma vez no ano (Êx 30.10; Lv 16.34; Hb 9.7). Cristo, nosso “[…] grande sumo sacerdote […] penetrou nos céus” (Hb 4.14). Ele entrou no santuário celeste, para interceder por nós (Hb 9.24).
 
 
III. OS EVANGELHOS REVELAM CRISTO
1. Os Evangelhos revelam as boas novas.
Uma palavra usada somente no NT para denota a mensagem de Cristo. O termo grego “euvangelion”, significando “boas novas”, tornou-se um termo técnico para a mensagem essencial da salvação[...]; a verdade central do Evangelho é que Deus forneceu um modo de salvação para os homens ao dar seu Filho para o mundo. (WYCLIFFE, 2010, p.711). O evangelho é chamado de Evangelho de Deus porque origina-se no amor de Deus (Rm 1.1); Evangelho de Cristo porque emana de seu sacrifício na cruz do calvário(2Co 10.14); Evangelho da Graça porque salva aqueles que a Lei amaldiçoou (At 20.24); Evangelho da glória (1Tm 1.11; 2Co 4.4) porque diz respeito àquele que está na glória e que leva muitos filhos à glória (Hb 2.10) e também conhecido como o evangelho da nossa salvação (Ef 1.13) porque é o poder de Deus para salvação de todo aquele que crê (Rm 1.16) (MCNAIR, sd, p.1487).
 
2. Os Evangelhos revelam o Cristo prometido.
O Evangelista Mateus em vários momentos dos seus escritos utiliza a seguinte expressão: “tudo isso aconteceu para que se cumprisse...” (Mt1.22;2.15,23). Com essa assertiva, Mateus estava confirmando que o nascimento e vida de Cristo era cumprimento das profecias do Antigo Testamento. No evangelho de Marcos encontramos a seguinte narrativa: “Como está escrito no profeta Isaías[...]” (Mc 1.2), como essa expressão, o evangelista constata que a anunciação do Messias por João Batista é um cumprimento profético veterotestamentário na pessoa de nosso Senhor. O evangelista Lucas regista uma declaração de Jesus, após a leitura do livro do profeta Isaías que confirma uma profecia do AT em Cristo: “[...] Hoje se cumpriu esta Escritura em vossos ouvidos” (Lc 4.21), e por fim, o apóstolo João revela uma fala do Senhor aos discípulos: “[...] convinha que se cumprisse tudo o que de mim estava escrito na Lei de Moisés, e nos Profetas e nos Salmos” (Lc 24.44). Com base nesses textos podemos afirmar enfaticamente que os evangelhos revelam o Cristo prometidos.
 
3. Os Evangelhos revelam a salvação em Cristo.
O evangelista Mateus registra que Jesus veio para salvar o povo de seus pecados (Mt 1.21). Aqui convém lembrar que o nome “Jesus” é oriundo da expressão hebraica “Iavé salva” ou “Iavé é salvação” e aponta para a sua nobre missão. O propósito da vinda de Jesus se revela no nome que lhe foi dado, isto é, Ele veio salvar os pecadores (1Tm 1.15). O evangelista Marcos afirma que é preciso crer em Cristo para ser salvo (Mc 16.16). (BAPTISTA, 2022, p.99). Lucas regista a fala de Jesus na casa de Zaqueu: “Hoje veio a salvação a esta casa...” (Lc 19.9), com esse registro o evangelista deixa claro que o propósito do Evangelho é salvação dos pecadores. O apóstolo João esclarece através da mulher samaritana que Jesus é o salvador do mundo (Jo 4.42). Sendo assim, o propósito final dos Evangelhos é revelar o Salvador da humanidade (Mt 1.21; 4.15,16;12.21; 20.28; Mc 10.45; Lc 1.78,79; 19.10; 11.19,20; Jo 3.16,17;4.10,14; 5.25; 6.50,51; 7.37,38).
 
 
CONCLUSÃO
Estudamos na lição de hoje que toda a Lei Deus dada ao seu povo por intermédio de Moisés apontavam para Cristo. Especificamente, o escritor aos hebreus afirma que todos os ritos cerimonias mostra o Senhor Jesus. Nos evangelhos, isso fica muito claro, pois o propósito final é relevar Jesus como o Salvador da humanidade.
 
  
 
 
REFERÊNCIAS
Ø  BAPTISTA, Douglas. A Supremacia das Escrituras. CPAD
Ø  GONÇALVES, José. A supremacia de Cristo Fé. CPAD.
Ø  HOFF, Paul. O Pentateuco. VIDA.
Ø  STAMPS, Donald C. Bíblia de Estudo Pentecostal. CPAD.
Ø  VINE, W.E, et al. Dicionário Vine. CPAD.
Ø  TENNEY, Merril C. Enciclopédia da Bíblia. EDITORA CULTURA CRISTÃ.
 
 
Por Rede Brasil de Comunicação.
  

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