sexta-feira, 23 de setembro de 2022

LIÇÃO 13 – RESISTINDO ÀS SUTILEZAS DE SATANÁS


 
 
 
 
Tg 4.4-10
 
 

INTRODUÇÃO
Nesta última lição, estudaremos sobre a necessidade de nos mantermos firmes contra as forças das trevas; destacaremos os principais inimigos que devemos resistir na batalha espiritual; e, por fim, elencaremos quais atitudes necessárias para resistirmos às sutilezas de satanás.
 
 
I. DEFINIÇÃO DO TERMO RESISTIR
O verbo resistir significa de acordo com Houaiss (2001, p. 2438): “conservar-se firme; não sucumbir, não ceder”. À luz do Novo Testamento, resistir advém da expressão: “anthistemi” formado de: “anti”, “contra” e, “histemi”, “fazer estar”; indicando a atitude de: “indispor com; estabelecer contra; opor, reagir contra” (Mt 5.39; At 6.10; 13.8; Rm 9.19; 13.2; Gl 2.11; Ef 6.13; 2Tm 3.8; 4.15; Tg 4.7; 1Pe 5.9) (VINE, 2002, p. 944 – acréscimo nosso). Uma palavra usada com frequência pelo apóstolo Tiago em sua epístola, mostrando a necessidade do cristão não se deixar vencer pelos inimigos da caminhada cristã (Tg 4.6,7; 5.6).
 
 
II. INIMIGOS A SEREM RESISTIDOS
Tiago, o primeiro pastor da Igreja de Jerusalém, já via desde muito cedo a necessidade de os crentes resistirem aos inimigos comuns a todo autêntico cristão, sendo estes: interno e externo. Vejamos:
 
1. A natureza pecaminosa.
Um dos principais inimigos a serem resistidos é interno, ou seja, a carne (Gl 5.16,17). O ensino do Senhor Jesus e dos seus apóstolos enfoca o tema com frequência. Tiago denuncia alguns comportamentos inadequados devem estar longe da vida do cristão que deseja vencer neste conflito espiritual: a) contenda entre irmãos (Tg 4.1-3); b) insubmissão a Deus (Tg 4.6); e, (c) maledicência (Tg 4.8).
 
2. O mundanismo.
O mundanismo envolve a infidelidade de Israel, da Igreja ou de um cristão; é chamado na Bíblia de adultério, prostituição e fornicação espiritual (Jr 3.8; Ez 16.32; Ap 2.20). Ao exortar contra o adultério espiritual, Tiago associa esse desvio ao mundanismo: “Adúlteros e adúlteras, não sabeis vós que a amizade do mundo é inimizade contra Deus?(Tg 4.4). O mundo aqui do grego: “kosmos” não é o planeta Terra onde vivemos, mas, é o presente século mau, o grande sistema do mal ao redor de nós (Gl 1.4; 6.14), que é governado por um príncipe (Jo 14.30; 2Co 4.4). É o governo mundial de rebelião contra Deus, e que se opõe ao Senhor Jesus e satisfaz: “a concupiscência da carne, a concupiscência dos olhos e a soberba da vida” (1Jo 2.15-17). Um crente pode tornar-se amigo do mundo gradativamente: a) sendo amigo do mundo (Tg 4.4); b) contaminado pelo mundo (Tg 1.27); c) amando o mundo (1Jo 2.15-17); d) conformando-se com o mundo (Rm 12.2); e, por fim, e) o resultado é ser condenado com o mundo (1Co 11.32). É sobre este mundo que a Bíblia fala que jaz no maligno (1Jo 5.19).
 
3. Satanás e suas sutilezas.
Embora Tiago tenha enfatizado a tendência maligna da própria pessoa como responsável pelo pecado (Tg 1.14), aqui ele admite a atuação de um ser maligno como agente externo do mal (Tg 4.7). Sobre esse inimigo, Pedro afirmou: “[…] porque o diabo, vosso adversário […] (1Pd 5.8; ver Tt 2.8), adversário do grego: “antidikos” de “anti”, “contra” e “dike”, uma causa ou demanda legal, traz a ideia de um opositor um inimigo (Lc 18.3). Cujo propósito básico é separar o homem de Deus (2Co 11.3). Engana-se quem pensa que o diabo age de forma desordenada. Ele é um ser calculista, ou seja, que age de forma planejada para alcançar os seus objetivos malignos (2Co 2.11; 1Tm 3.7-b). O apóstolo Paulo asseverou que: “precisamos ficar firmes contra as astutas ciladas do diabo” (Ef 6.11). A palavra “ciladas” vem do grego “metodeia”, que significa: “métodos, estratagemas, armadilhas”. O diabo tem um grande arsenal de armadilhas, ele pesquisa meticulosamente (Jó 1.7; 2.2) em busca de nossos pontos vulneráveis (Zc 3.1,3), e não hesita em buscar brechas em nossa vida espiritual (1Pe 5.8), ele age insistentemente para nos levar a pecar contra Deus (Gn 39.10; Ne 6.4,5,13), não desistindo facilmente (Mt 4.1-11; ver Lc 4.13). Muitas vezes as ciladas perigosas surgem com ares de inocência, mas que são preparadas para pegar de surpresa o crente, tanto na esfera física, como moral, e espiritual.
 
 
IV. RESISTINDO ÀS SUTILEZAS DE SATANÁS
Satanás não é para ser temido, mas resistido; de modo que qualquer que seja o poder que o diabo tenha, o cristão pode estar absolutamente certo de que recebeu de Deus, a capacidade para vencer às sutilezas, condicionados, porém, a algumas atitudes. Vejamos:
 
1. Vivendo em sujeição e comunhão com Deus (Tg 4.7,8a).
A ordem do verbo “sujeitai-vos” exige uma ação passiva, a qual implica alinhar-se sob a autoridade de alguém. Para manter-se firme diante do diabo, o crente precisa estar prostrado diante do Senhor. A única maneira eficaz de resistirmos às artimanhas do Diabo, assim como aos desejos e paixões da nossa própria carne, é nos rendendo incondicionalmente ao Senhor, em plena devoção (Mt 4.10; 1Pe 5.8,9). Esta segunda ordem: “chegai-vos a Deus […]” (Tg 4.8a) indica uma ação ativa dos crentes (Is 55.6). Esta atitude resulta numa reciprocidade de Deus: “[…] ele se chegará a vós”. Confira também (Jr 29.13,14; 33.3; Mt 6.6).
 
2. Vivendo em santidade e humildade (Tg 4.8,10).
A santificação posicional ocorre no ato da salvação quando fomos purificados pelo poder da palavra (At 15.9; Tt 2.14) e, por isso, o Senhor espera de todo cristão uma purificação pessoal (santificação progressiva), prática e constante (Lv 20.7; Js 3.5; 2Co 7.1; 1Ts 4.3; Hb 12.14). Jesus dignificou a humildade nos seus ensinos (Mt 18.4; Fp 2.5-11). Tiago e Pedro afirmam que o resultado da humilhação presente é a exaltação futura: “humilhai-vos perante o Senhor, e ele vos exaltará(Tg 4.10); “Humilhai-vos, pois, debaixo da potente mão de Deus, para que a seu tempo vos exalte(1Pe 5.6).
 
3. Vivendo em fidelidade e com prudência (1Pe 5.8,9).
Na batalha contra o diabo devemos estar munidos do escudo da fé: “tomando sobretudo o escudo da fé, com o qual podereis apagar todos os dardos inflamados do maligno” (Ef 6.16), para resisti-lo firmemente: “ao qual resisti firmes na fé” (1Pe 5.9), não podemos acreditar nas mentiras de Satanás nem dar crédito às suas falsas promessas (Gn 3.4,5). Sobre essa batalha Pedro também advertiu: “Sede sóbrios e vigiai […]” (1Pe 5.8), as palavras sobriedade e vigilância mostram o equilíbrio e a prudência que devem reger os soldados dessa guerra contra o diabo. Precisamos agir como o governador Neemias, que, em tempo de ameaças, colocou metade de seus homens empunhando as armas e a outra metade trabalhando (Ne 4.16), precisamos manter os olhos abertos.
 
4. Vivendo no poder de Deus (Ef 6.10).
Enquanto estivermos no mundo não teremos trégua na luta contra Satanás e os demônios. Como a batalha é contínua nossa capacitação para vencer também deve ser contínua. Precisamos diariamente do poder do Espírito Santo para prevalecermos as hostes da maldade (Ef 5.18). O cristão jamais poderá prevalecer contra o poder de Satanás e dos demônios sem o poder de Deus. Sabedor disto, Jesus delegou aos apóstolos poder para expulsar os demônios (Mt 10.1; Mc 6.7; Lc 9.1). Na ocasião em que o Mestre ordenou que outros setenta discípulos fossem expulsar os demônios, também lhes conferiu poder (Lc 10.19). Sobre a necessidade do poder para vencer os ataques demoníacos, Paulo exortou aos cristãos de Éfeso dizendo: “[…] fortalecei-vos no Senhor e na força do seu poder (Ef 6.10,11). Sobre esta afirmação paulina, Beacon (2008, p. 194) diz que: “no conflito com os poderes demoníacos, os cristãos têm de utilizar, de forma imediata e contínua, o poder de Cristo para terem vitória”.
 
5. Vivendo em constante vigilância (1Pd 5.8).
Uma recomendação não menos importante é que o cristão deve ficar firme:
“[…] para que possais estar firmes contra as astutas ciladas do diabo” (Ef 6.11), do grego “histemi”, que significa: “ficar de pé, manter-se no lugar, continuar seguro, continuar pronto ou preparado”, isso indica estar de olhos abertos, atento, de prontidão para o combate visto o perigo a volta e sagacidade do inimigo (1Pe 5.8,9). Devido à insistência do adversário bem como a intensificação dos seus ataques (Mt 4.1-11; Lc 4.13), é possível ao cristão sentir o desgaste e se tornar propenso a esmorecer e ceder às pressões durante o combate (Mc 6.48), por essa razão o apóstolo alertou sobre a necessidade de em Deus buscarmos a capacidade de resistir: “[…] para que possais resistir no dia mau […]” (Ef 6.13), o termo “mau” do grego: “poneros” traz a ideia de: “um momento cheio de labores, aborrecimentos, fadigas”, são momentos como esses em que o crente deve buscar ainda mais a graça de Deus para vencer (2Co 12.9).
 
6. Vivendo em constante oração (Ef 6.18).
A luta contra o diabo e seus demônios é uma realidade cotidiana, e nessa batalha não há cessar fogo, de modo que a recomendação apostólica para nós é que: “[…] depois de terdes vencido tudo, permanecer inabaláveis(Ef 6.13 – ARA), depois das vitórias alcançadas não devemos abaixar as armas, visto que não há momento mais vulnerável na vida de um cristão quando depois de uma grande conquista. Uma forma de evitar essa vulnerabilidade é o crente se fortalecer através da oração (Ef 6.18; Rm 12.12), de modo que não podemos vencer essa guerra com nossa própria capacidade (2Co 3.5).
 
 
CONCLUSÃO
Apesar dos ataques de Satanás contra os servos de Deus, temos em Cristo a graça necessária para resisti-lo, certos de que, em conservarmos a nossa vida diante do Senhor, o diabo não poderá nos vencer, antes, fugirá de nós.
 
 
 
REFERÊNCIAS
Ø  ANDRADE, Claudionor de. Dicionário Teológico. CPAD.
Ø  GONÇALVES, José. Os Ataques Contra a Igreja de Cristo: As sutilezas de Satanás nestes dias que antecedem a volta de Jesus Cristo. CPAD.
Ø  HOWARD, R.E, et al. Comentário Bíblico Beacon. CPAD.
Ø  STAMPS, Donald C. Bíblia de Estudo Pentecostal. CPAD.
Ø  SOARES, Ezequias (Org.). Declaração de Fé das Assembleias de Deus. CPAD. 
  
 
Por Rede Brasil de Comunicação.
 


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