sexta-feira, 2 de novembro de 2012

LIVRO DO PROFETA OBADIAS

Jacó e Esaú eram gêmeos, filhos de Isaque, e netos de Abraão. Enquanto Esaú se mostrava indiferente aos valores espirituais, Jacó desejava ardentemente herdar as promessas da aliança de Deus. Séculos mais tarde, os descendentes dos dois irmãos formam duas nações: Judá, que possuía Jerusalém e as montanhas e vales ao sul da Terra Prometida e Edom, que desde o século XIII a.C. ocupava a área ao sul e à leste do mar Morto. Contudo, até a época de Davi, a hostilidade entre eles era muito grande. O acontecimento registrado neste livro de profecias, de apenas um capítulo, dirigido contra Edom é a participação, de alguma forma, dos edomitas, num ataque bem-sucedido contra Jerusalém. Dadas as semelhanças entre Jeremias 49.9,14-16 e Obadias 1-5, muitos comentaristas acreditam que o ataque em questão corresponde ao do exército de Nabucodonosor, em 586 a.C. 
 

Autoria: Obadias (1.1)
 
Data: 586 a.C.
 
Tema: O Julgamento de Edom.
 

Contexto Histórico:
O livro de Obadias não oferece uma data específica, a evidência interna combinada com informações obtidas a partir de outras referências do Antigo Testamento possibilita datar Obadias. O profeta refere-se a um ataque a Jerusalém (vv.11-14). Os ataques sobre Jerusalém registrados no Antigo Testamento relacionam-se com os de Sisaque, rei do Egito (925 a.C.; 1 Rs 14.25,26; 2 Cr 12.2-9); os dos filisteus e árabes durante o reinado de Jeorão (cerca 850 a.C.; 2 Cr 21.8-10,16,17); os de Joás, rei de Israel (cerca 790 a.C.; 2 Cr 25); e os de Nabucodonosor, rei de Babilônia (586 a.C.; 2 Rs 25.1,2). A maioria dos eruditos data o livro depois da destruição de Jerusalém por Nabucodonosor, em 586 a.C. Eis o que encontramos no Comentário Bíblico Moody: “A profecia de Obadias faz alusão a uma situação histórica na qual os idumeus aliaram-se aos inimigos de Israel e participaram no saque de Jerusalém (vv. 10-14). Jerusalém foi despojada pelos filisteus e árabes durante o tempo de Jeorão (2 Cr 21.16,17), nos meados do século nono mais ou menos. Edom foi mencionado aqui tendo mais de um aliado (vv. 7,11). Sabe-se que Edom aliou-se aos babilônios e outros quando da queda de Jerusalém em 587-586 a.C., e participou do saque da cidade. Provavelmente a profecia de Obadias encaixa-se melhor nesse período”.
Portanto, Edom ajudou e instigou o ataque de Nabucodonosor sobre Jerusalém, saqueou a cidade e impediu que seus habitantes fugissem (veja Sl 137.7; Lm 4.21,22; Ez 35; Jl 3.19). Esta ação dos edomitas ocorre por ocasião da última leva de cativos para Babilônia e, consequente queda do Reino do Sul (Judá), dando sequência aos setenta anos de exílio Babilônico. Vale salientar que a contagem das setentas semanas de Daniel não se inicia em 586 a.C., mas a partir de 606 a.C. por ocasião da primeira invasão Babilônica.   
 

Mensagem:
Obadias é um dos profetas mencionados por Deus a dirigir uma mensagem quase que, exclusivamente, a uma nação gentia (os outros profetas são Jonas e Naum). Sua mensagem se baseia na ira de Deus contra os edomitas por terem se regozijado com o sofrimento de Judá e a entrega da palavra de juízo divino contra Edom. Obadias profetiza o resultado final da atuação de Deus para os edomitas - destruição; e para Israel, o povo de Deus - livramento no futuro Dia do Senhor. 
 

Conteúdo:
Obadias, que significa em hebraico “servo ou adorador do Senhor”, é o menor livro do AT. Ele começa com um título que identifica a profecia como “visão de Obadias” e que atribui o pronunciamento do Senhor Jeová (v.1). O livro é dividido em duas seções principais. A primeira (vs 1-14) é endereça a Edom e anuncia sua inevitável queda. Da sua posição de soberba e falsa segurança, Deus irá derribá-lo (vs 2-4). A terra e o povo serão saqueado e espoliados, a destruição final e completa (vs 5-9). Por quê? Por causa da violência que Edom praticou contra seu irmão Jacó (v.10), porque Edom de regozijou com o sofrimento de Israel e juntou-se com seus atacantes para roubar e violar Jerusalém no dia da sua calamidade (vs 11-13) e porque os edomitas impediram a fuga do povo de Judá e os entregou aos invasores (v.14). A segunda seção principal da profecia reflete sobre o Dia do Senhor (vs 15-21). Esse dia será um tempo de retribuição, de colher o que se havia plantado. Para Edom, este é um pronunciamento de perdição (vs 15-16), mas, para Judá de proclamação de liberdade (vs 17-20) Edom será julgado severamente, mas o povo de Deus experimentará a abençoada e gloriosa restauração de sua terra. O monte Sião governará as montanhas de Esaú, e o reino pertencerá ao Senhor (v.21)
 

Propósito:
Este livro foi escrito: (1) para revelar a intensa ira de Deus contra os edomitas por terem se regozijado com o sofrimento de Judá; e (2) para entregar a palavra do juízo divino contra Edom. Obadias profetiza o resultado final da atuação de Deus: para os edomitas — destruição; para Israel, o povo de Deus — livramento no futuro dia do Senhor. 
 

Esboços:  

I. Título v.1
II. O decreto do Senhor, vv. 1-14
A condenação de Edom, vv.1-4
O colapso de Edom, vv.5-9
Os crimes de Edom, vv.10-14
 

III. O Dia do Senhor, vv.15-21
O dia da retribuição divina, vv.16-16
O dia da restituição divina, vv.17-20
O dia do domínio divino, v. 21
 

Fonte: Bíblia Plenitude
 

Introdução (v.1)
I. O Juízo de Deus sobre Edom (vv.2-9)
II. A base para o juízo de Edom (vv.10-14)
III. O Dia do Senhor (vv.15-21)
a. O juízo de Deus sobre as nações (vv.15,16)
b. A libertação de Israel (vv.17-21) 

Fonte: Bíblia da Mulher

 

Referências:
Ø  BOYER, Orlando. Pequena Enciclopédia Bíblica. CPAD.
Ø  RICHARDS, Lawrence O. Guia do Leitor da Bíblia. CPAD.
Ø  Bíblia de Estudo da Mulher. Editora Mundo Cristão.
Ø  GILBERTO, Antônio. A Bíblia Através dos séculos. CPAD.

Nenhum comentário:

Postar um comentário