sábado, 20 de julho de 2013

LIÇÃO 03 – O COMPORTAMENTO DOS SALVOS EM CRISTO


Fp 1.27-30; 2.1-4



INTRODUÇÃO
Na lição passada, tratamos de assuntos como: a cidade de Roma, local da prisão de Paulo; a adversidade e testemunho do Apóstolo; as motivações para se pregar o evangelho, bem como o dilema vivido por Paulo. Hoje, em nossa terceira lição, abordaremos o problema do individualismo e do sectarismo vivenciado pela igreja de Filipos, o comportamento digno do evangelho requerido deles por Paulo e o cuidado que deveriam ter com a unidade da igreja. Boa aula para todos!!


I. O COMPORTAMENTO DOS CIDADÃOS DO CÉU (1.27)
Como está o seu, o meu, o nosso comportamento diante de Deus e dos homens? O tema desta semana é de grande relevância, e igualmente, de um contexto muito abrangente, pois envolve a família, sociedade e a igreja. Por isso, o texto de Filipenses 1.27 nos diz como Paulo desejava que a igreja de Filipos vivesse, para que pudesse combater os inimigos do evangelho; inimigos esses que, tão nocivos quanto os falsos obreiros, visavam de igual forma, tão somente impedir o avanço do evangelho, são eles: o fingimento, a hipocrisia, a inveja, a porfia, e principalmente, o individualismo. Paulo inicia, a partir desse versículo, algumas exortações e conselhos aos irmãos de Filipos para que tenham um comportamento digno do evangelho. Porquanto, como diz o clássico adágio popular: “Nossas ações falam mais alto do que nossas palavras”. Mas, o que é comportamento? Segundo Aurélio, o comportamento é uma “maneira de se comportar (permitir; admitir); procedimento, conduta, ato”. Já o dicionário online diz que é uma “maneira de se comportar ou de se conduzir; conjunto de ações de um indivíduo observáveis objetivamente”. Logo, a ênfase paulina é seríssima, pois nos leva a perceber que a unidade da igreja estava sendo comprometida pelo individualismo e pelo egoísmo. E, este fato, é claramente visto no texto de Fp 1.15-18. Paulo está expondo de maneira incisiva, a atitude e o espírito que ele deseja ver na igreja de Filipos. Atitude e espírito esses que eram necessários para confrontar o individualismo, e todos os males advindos do mesmo, que estavam surgindo na igreja e prejudicava o crescimento espiritual da mesma. Por isso, disse o Apóstolo: “Somente deveis portar-vos dignamente conforme o evangelho de Cristo, para que vá e vos veja, quer esteja ausente, ouça acerca de vos que estais num mesmo espírito, combatendo juntamente com o mesmo ânimo pela fé do evangelho”. 
Observa-se, em primeiro lugar, que nosso comportamento é um dever – “deveis” (Fp 1.27 cf 2.14,15). Em segundo lugar, nosso comportamento deve ser compatível com os ensinamentos do evangelho – “dignamente conforme o evangelho de Cristo” (Tg 2.12; 1 Pe 2.12; Rm 12.18). Em terceiro lugar, nosso comportamento não pode ser dualista – “que vá e vos veja, quer esteja ausente” (Mt 5.20,37; Tg 1.22; 2.12). E, por último, nosso comportamento deve ser motivado pela união – “num mesmo espírito,... com o mesmo ânimo” (Jo 17.21-23; 1 Co 12.12,22-25). É importante observar, também, que o termo “portar” do grego “politeuesthe” significa “viver como um cidadão”. Nota-se, então, que estas palavras enfatizam o dever da unidade cristã. A esse respeito comenta F. Davidson: “No caso dos crentes de Filipos, duas coisas se faziam necessárias para estabelecer entre eles uma perfeita harmonia de vida e testemunho: solidez da conduta cristã e continuidade da luta contra o mal. Os cristãos de Filipos, residindo nessa colônia romana (At 16.12), compreendiam bem os privilégios e obrigações de sua cidadania. Assim como uma colônia romana era obrigada a reger-se pelas leis do Império, assim também a igreja de Filipos deveria mostrar pelo seu procedimento que seus membros eram cidadãos do Reino dos Céus”. Diante desta dissertiva, lembremo-nos, pois, do ensino do Mestre Jesus: “Vós sois o sal da terra. Mas se o sal se tornar insípido, com que se há de salgar? Para nada mais serve senão para ser lançado fora e pisado pelos homens. Vós sois a luz do mundo. Não se pode esconder uma cidade edificada sobre um monte. Nem se acende uma lâmpada e se coloca debaixo de uma vasilha, mas no candelabro, e ilumina a todos os que estão na casa. Assim resplandeça a vossa luz diante dos homens, para que vejam as vossas boas obras e glorifiquem a vosso Pai que está nos céus” (Mt 5.13-16). Além deste grande ensino do Mestre, Ele também advertiu: “Ai do mundo, por causa dos escândalos! É necessário que venham escândalos, mas ai do homem por quem o escândalo vier!” (Mt 18.7; Lc 17.1). Procedamos, pois como cidadãos do céus!


II. O COMPORTAMENTO ANTE A OPOSIÇÃO (1.28-30)
Diante dos ataques que sofriam os irmãos de Filipos, tanto por sentimentos e ações negativas (individualismo e sectarismo) como pelos falsos obreiros (ensinos heréticos), Paulo exorta-os quanto ao tipo de postura que eles deveriam adotar (vv.27-29). Esses falsos obreiros tinham por objetivo desviar os crentes filipenses do caminho da verdade, especialmente, devido o motivo da ausência de Paulo e seus cooperadores. Hoje não é muito diferente, pois os falsos obreiros aí estão pregando e ensinando doutrinas que são preceito de homens (Mt 15.7-9; Mc 7.13), e quando não são doutrinas de homens, o mal é ainda pior, pois são doutrina de demônios (1 Tm 4.1,2). Observemos, pois, o conselho de Paulo aos filipenses e também procedamos como os crentes de Beréia (At 17.11). Porquanto, em nossos dias, se faz necessário, termos o devido cuidado com o ensino que estamos recebendo, pois as Escrituras nos advertem: “Filhinhos, esta é a última hora; e como ouvistes que vem o anticristo, já muitos anticristo têm surgido, pelo que conhecemos que é a última hora. Saíram de nosso meio, mas não eram dos nossos. Pois se tivessem sido dos nossos, teriam ficado conosco; mas isto é para que se manifestasse que nenhum deles é dos nossos” (1 Jo 2.18,19). O próprio Mestre Jesus também advertiu: “Acautelai-vos, porém, dos falsos profetas, que vêm até vós disfarçados em ovelhas, mas interiormente são lobos devoradores. Pelos seus frutos os conhecereis. Colhem-se uvas dos espinheiros ou figos dos abrolhos?” (Mt 7.15,16).
Lamentavelmente, existem muitos lobos transfigurados em ovelhas pregando e ensinando doutrinas que não se fundamentam nas Escrituras, pois distorcem o texto bíblico para afirmarem que é Deus quem diz. Dentre as muitas heresias pregadas hoje, está a afamada teologia da prosperidade, que enfatiza que o crente deve ser rico e ter sempre uma saúde perfeita. Isto é uma grande mentira! As Escrituras nos mostram em Provérbios 28.6: “Melhor é o pobre que anda na sua sinceridade do que o de caminhos perversos, ainda que seja rico”. Sobre este assunto, diz o Pr. Ciro Sanches: “À luz da Bíblia Sagrada, ser cristão não significa ter uma vida abastada, longe de problemas e das enfermidades. A aflição é benéfica e testa a sinceridade do crente (Mt 13.20,21; 2 Tm 3.12), aperfeiçoando-o (At 14.22; 1 Pe 5.10), produzindo nele perseverança (Rm 5.1-5) e aproximando-o de Deus” (2 Co 1.3-8).  Isto, sim, é Deus quem diz! É Doutrina Bíblica!!  Diante dessa dissertiva, surge a indagação: Por que há pregadores que gostam tanto de falar sobre prosperidade? Por certo, não é esse tipo de mensagem que lhe traz prosperidade? Que evangelho você abraçou: o do Cristo sem cruz ou o do Cristo com cruz? O evangelho que prega e vive o Cristo da cruz é o genuíno evangelho (Jo 16.33; 2 Co 11.23-28; 1 Pe 2.20,21; 4.12-19). A teologia do sofrimento é defendida por Paulo ao afirmar para a igreja de Filipos: “Porque a vós foi concedido, em relação a Cristo, não somente crer nele, como também padecer por ele” (Fp 1.29; Mt 5.11,12). Logo, não se trata de ser masoquista, mas de seguir a perspectiva do genuíno evangelho! Para os falsos obreiros, a graça nos dá direito de tudo menos de sofrer por Cristo. Porém, Paulo é bastante enfático ao dizer: “foi concedido”. E pra quê? Para um propósito sublime: “padecer por ele”. Logo, conclui-se que, a graça oferecida (pregada) pelos falsos obreiros não passa de uma graça barata, como diz o irmão Silas Daniel, citando o teólogo alemão Dietrich Bonhoeffer: “A graça barata é inimiga mortal da igreja. A nossa luta trava-se hoje em torno da graça preciosa (...). A graça barata é graça como refugo, perdão malbaratado, consolo malbaratado, sacramento malbaratado. É graça (...) sem preço, sem custo. (...) Graça barata significa justificação dos pecados, e não do pecador. (...) É a pregação do perdão sem arrependimento, é o batismo sem a disciplina de uma congregação, é a Ceia do Senhor sem confissão de pecados, é a absolvição sem confissão pessoal. A graça barata é a graça sem discipulado, a graça sem cruz, a graça sem Jesus Cristo vivo, encarnado”. Essa, portanto, não é a graça oferecida por Cristo e ensinada pelos Apóstolos do Senhor (Mt 16.24; Fp 1.29; 1 Pe2.21; Hb 11.35-38). Mas, pelos falsos obreiros!!


III. PROMOVENDO A UNIDADE DA IGEJA (2.1-4)
Depois de exortar, os irmãos de Filipos, quanto ao tipo de postura que eles deveriam adotar ante aqueles que se opunham ao evangelho (vv.28-30). Paulo exorta-os, agora, para que eles preservem a unidade da igreja por meio de ações que edificam a mesma. O texto diz: “Portanto, se há algum conforto em Cristo, se alguma consolação de amor, se alguma comunhão no Espírito, se alguns entranháveis afetos e compaixões” (Fp 2.1). Segundo Aurélio, a unidade é “aquilo que, num conjunto, espécie, etc., forma um todo”. Já o dicionário online diz que é a “combinação de esforços e de pensamentos; união”. Logo, Paulo era consciente de que era necessário a igreja exercitar tais ações (1 Tm 4.8), pois do contrario, todo o seu trabalho por aquela igreja poderia ser perdido. O Mestre Jesus ensinou sobre isto quando disse: “Todo reino dividido contra si mesmo acabará em ruínas, e toda cidade, ou casa, dividida contra si mesma, não subsistirá” (Mt 12.25). Por isto, Paulo fez um apelo aos irmãos de Filipos: “completai o meu gozo” (Fp 2.2). Paulo lembra que experimentou a alegria de ser lembrado pelos irmãos de Filipos por ocasião de suas necessidades (Fp 4.14-16), bem como por eles pregarem o evangelho em meio à adversidade (Fp 1.15,16). Agora, Paulo espera que eles concedam que, sua alegria se complete por meio de um comportamento autenticamente cristão: “sentindo uma mesma coisa” (Fp 2.2). Ou seja, sua alegria será completa quando eles viverem o evangelho! Esse viver começa, segundo Paulo, rejeitando as contendas e as vanglórias que estavam destruindo a boa e saudável comunhão da igreja. Por isto, Paulo orienta-os a que tenham um estilo de vida oposto ao egoísmo e ao sectarismo; em vez destes, que eles façam tudo movidos pela humildade (Fp 2.3). E, finaliza, mostrando que o amor ao próximo é o poderoso antídoto contra o individualismo: “Não atente cada um para o que é propriamente seu, mas cada qual também para o que é dos outros” (Fp 2.4). Somente assim, cuidando da unidade da igreja, o corpo de Cristo que é a igreja será mantido!


CONCLUSÃO
Na aula de hoje, aprendemos o quão importante é termos um comportamento digno do evangelho. Pois, o mal comportamento de muitos tem sido o motivo de muitos empecilhos para o avanço do evangelho em nossos dias. Também aprendemos a como procedermos ante os opositores do evangelho, bem como a como mantermos a unidade da igreja. Que possamos, diante de tão rica lição, colocar em prática tudo que estudamos hoje, e não nos esquecermos das palavras do Senhor: “Nem todo o que me diz: Senhor, Senhor! entrará no reino dos céus, mas aquele que faz a vontade de meu Pai, que está nos céus” (Mt 7.21). Por certo, esses vivem a sua Palavra! Deus abençoe a todos!!  


REFERENCIAS
Ø  Richards, Lawrence. Guia do Leitor da Bíblia. CPAD.
Ø  Davison, Francis. O novo comentário da Bíblia. VIDA NOVA.
Ø  Zibordi, Ciro Sanches. Erros que os Pregadores devem Evitar. CPAD.
Ø  Daniel, Silas. Como Vencer a Frustação Espiritual. CPAD.
Ø  Bíblia da Mulher.  MUNDO CRISTÃO.


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