sábado, 7 de dezembro de 2013

LIÇÃO 10 – CUMPRINDO AS OBRIGAÇÕES DIANTE DE DEUS


  
Ec 5.1-5



INTRODUÇÃO
Nos capítulos 1 ao 4 do livro de Eclesiastes, Salomão já havia tratado praticamente de tudo aquilo que acontece “debaixo do sol”. Agora o proverbista, no capítulo 5 de Eclesiastes, irá falar sobre a adoração em um contexto em que se contrastam a obrigação e a devoção. Como devotos temos direitos, mas também possuímos deveres. E essas obrigações não se limitam apenas ao mundo religioso, mas também ao universo político-social.


I – DEFINIÇÃO DE OBRIGAÇÃO
O dicionário da língua portuguesa define obrigação como: “Ato de obrigar, necessidade moral de praticar ou não praticar um ato, um dever, um preceito, uma sujeição, uma dívida”. Essa palavra portuguesa vem do latim, “obligare”. Obrigação é um termo ético que indica que existem certos deveres que o individuo precisa cumprir. Dentro da ética, a teoria da obrigação se chama “deontologia”, que vem do grego “deon”. As obrigações as devemos a Deus, à comunidade dos homens, e a nós mesmos (CHAMPLIN, Russell Norman. Enciclopédia de Bíblia Teologia e Filosofia. Vol. 4. Hagnos. p. 572).


II – O CRENTE E SUAS OBRIGAÇÕES CIVIS E COM SEU PRÓXIMO
Em Romanos capítulo 13 Paulo escreveu esta seção visando o ambiente sociopolítico das igrejas que se reuniam em casas romanas. Ele tinha plena consciência das realidades sociais e políticas que confrontavam os cristãos em Roma. O apóstolo queria evitar a anarquia e, consequentemente, uma perseguição desnecessária. Ele trata de três tópicos importantes sobre as responsabilidades do crente: para com as autoridades civis; para com o próximo e para com sua vida pessoal. Vejamos:

2.1 O crente e suas obrigações com as autoridades civis
Porque devemos honrar e obedecer as autoridades?
ü  Porque fazendo isso mostramos que amamos ao Senhor (1 Pe 2.13; Ec 8.2);
ü  Porque essa é a vontade soberana de Deus (1 Pe 13.15-17);
ü  Porque foram constituídas por Deus; são ministros de Deus (Rm 13.1; Jr 29.7);
ü  Por causa da nossa consciência (Rm 13.5);
ü  Para vivermos uma vida tranquila (1 Tm 2.1,2).

A Bíblia nos diz em Mt 22.21: “Dai a César o que é de César e a Deus o que é de Deus”. A própria inscrição no dinheiro era um reconhecimento de dívida a César. O imposto não era um presente, mas uma dívida em troca de lei, ordem e estradas. Há o dever ao Estado e o dever a Deus. Jesus já endossara o imposto do Templo. A efígie e inscrição indicavam a autoridade do imperador que cunhara a moeda. As duas esferas são distintas, mas ambas existem. O cristão não deve esquivar-se de nenhuma das duas.

2.2 O crente e suas obrigações com o governo (Rm 13.1-7)
ü  O cristão deve ORAR pelos funcionários do governo (1 Tm 2.1-2);
ü  O cristão deve PAGAR os impostos (Mt 22.21; Rm 13.6-7).
ü  O cristão deve OBEDECER o governo e suas leis desde que estas leis não firam os preceitos estabelecidos na Bíblia Sagrada (1 Pe 2.13; Rm 13.1-2, 5; Tt 3:1; Pv 24.21-22);
ü  O cristão deve HONRAR o governo (Rm 13.7; 1 Pe 2.17).

Há um limite básico para a obediência do cristão ao governo: ele tem que obedecer a Deus antes que ao homem (Atos 5:29). O cristão não pode nunca permitir que qualquer autoridade, de qualquer tipo, suplante a autoridade de Cristo. Algumas pessoas se valem das leis liberais do governo, a respeito do divórcio, do aborto, da eutanásia, da profissionalização da prostituição etc. Deus autoriza a existência do governo civil e manda os cristãos obedecerem. Mas, como em qualquer relacionamento humano, as expressas ordenanças de Cristo têm mais autoridade do que as ordens de qualquer homem ou instituição.

2.3 O crente e suas obrigações com o próximo (Rm 13. 8-14)
O mandamento do amor suplanta todos os 613 mandamentos da Torá “Quem ama uns aos outros cumpriu a lei”. Toda a lei se resume numa só frase: “Amarás o teu próximo com a ti mesmo” (Rm 13.9). “Ouviste o que foi dito: amarás o teu próximo e odiarás o teu inimigo, eu porém, vos digo: amai os vossos inimigos...”. De que forma devemos amar o próximo? Como a nós mesmos (Mc 12.30); com amor sacrificial (Jo 15.34; 1 Jo 3.16; 1 Jo 4.20,21).


III - O CRENTE E SUAS OBRIGAÇÕES ATRAVES DE SEU TESTEMUNHO
Podemos enumerar pelo menos três objetivos da obrigação que temos com o testemunho cristão. Vejamos:

3.1. Glorificar a Deus. Todo cristão deve ter como principal objetivo, glorificar a Deus (Rm 11.36; 1 Pd 4.11; Ap 1.6).

3.2. Edificar a Igreja. Todo cristão deve ter o objetivo de promover a edificação do corpo de Cristo. Diversos textos das Escrituras nos ensinam este princípio (Rm 14.19; 15.2; 1 Cor. 14.12,26; Ef. 4.16).

3.3. Servir ao próximo. O cristão sempre exercerá sua obrigação servindo ao próximo, atendendo suas necessidades físicas, emocionais, espirituais e sociais (Mt. 20.28,29; At. 2.42-47;Tg 2.14-17; Rm 12.13).


IV - O CRENTE E SUAS OBRIGAÇÕES NO SERVIÇO CRISTÃO
Seria impossível enumerar, neste breve subsídio, todos os tipos de obrigações que o cristão pode realizar em prol do Reino de Deus. Vejamos algumas:

4.1. Obrigação quanto a adoração (Jo 4.24; Rm 12.1). A palavra “adoração” significa “chegar-se a Deus, de modo reverente, submisso e agradecido, a fim de glorificá-lo. Adorar é um ato de total rendição, gratidão e exaltação a Deus”. Adorar a Deus é um sublime ato de serviço à Deus. Por isso, devemos adorá-lo e servi-lo com toda reverência, fervor, sinceridade e dedicação (Hb 12.28,29). Adorar também é exaltar e reconhecer que Deus é o Senhor, Criador de todas as coisas (Sl 95.3-6).

4.2. Obrigação quanto a evangelização (Mc 16.15; At 1.8). A tarefa da Evangelização foi entregue pelo Senhor Jesus à sua igreja. Todo cristão deve estar ocupado com esta tarefa, com o objetivo de conduzir os pecadores à Cristo, quer seja no evangelismo infantil, evangelismo pessoal ou evangelismo em massa ou missões transculturais.

4.3. Obrigação quanto ao discipulado (Mt 28.18-20). A palavra “discípulo” no NT quer dizer um “aprendiz” e “seguidor do seu mestre”. Na realidade, o discipulado é uma ação conjunta com a evangelização. Não há como discipular sem evangelizar. No entanto, quando falamos de discipulado, estamos nos referindo ao ato de proclamar as boas-novas de salvação aos pecadores, a fim de convertê-los a Cristo, e torná-los discípulos idôneos, fiéis a Jesus e capazes de gerarem outros seguidores (II Tm 2.2).

4.4. Obrigação quanto a assistência social (At 11.28-30). Atender ao pobre e ao necessitado é um preceito bíblico (Lv 23.22; Dt 15.11; Sl 41.1; 82.3). Nos dias da igreja primitiva, a igreja não só pregava o evangelho, mas também, atendia aqueles que necessitavam de socorro material (Gl 2.9,10). O serviço cristão não deve se restringir apenas a adoração, evangelização e discipulado, mas também, deve estender-se à assistência social aos necessitados, pois, ser generoso e solidário também é um dever do cristão (I Jo 3.17,18).


V – O CRENTE E O EXERCÍCIO DE SUAS OBRIGAÇÕES NA SOCIEDADE
A Bíblia nos deixa claro que o Estado foi estabelecido por Deus e que deve exercer seu papel de “ministros da justiça”, mantendo a paz, a ordem e viabilizando o bem estar social dentro do projeto original de Deus. A igreja pode e deve exercer sua obrigação quanto a sua contribuição na manutenção do Estado de diversas maneiras. Vejamos como:
ü  Orando (At. 4.23-31; 1 Tm 2.1-5);
ü  Evangelizando – Através da Evangelização, vidas são transformadas pelo poder do Evangelho, libertando os cativos oprimidos do Diabo que antes estavam no mundo da delinquência, vícios e idolatria (Ef. 2.1-3; 4.17-31; 1 Ts 1.6-10);
ü  Exercendo sua missão profética – A Igreja sempre será o arauto de Deus que proclamará sua verdade em um mundo mergulhado no pecado (1 Tm 3.15, 1 Pe 2.9,10);
ü  Ajudando aos necessitados (2 Cor. 9.1-5);
ü  Zelando pelo bem-estar das viúvas (1 Tm 5.3-16);
ü  Exercendo ação social – A Missão suprema da Igreja é a evangelização. Entretanto há também uma responsabilidade social (Mt 28.19,20; Tg 1.26,27). O projeto Samuel desenvolvido por nossa Igreja é um exemplo de como a Igreja promove a ação social, intervindo em regiões de vulnerabilidade social;
ü  Utilizando os meios de comunicação – A Rede Brasil de Comunicação tem sido um instrumento de Deus utilizado na proclamação da mensagem de Seu Reino, mostrando o projeto de Deus para a família, autoridades, Estado, patrões, empregado, etc, executando um serviço de prevenção contra doenças e mazelas sociais quando divulga e preserva os valores morais absolutos (Rm 2.1,2; 2 Cor. 10.4,5; Fl. 4.8; Ef. 4.17-31), enfatizando sempre a unidade familiar e a fidelidade conjugal, pois, geralmente os problemas se iniciam no seio familiar.
ü  Na representação política – O projeto Cidadania – Um novo modo de agir, traduz a presença da Igreja nos diversos segmentos sociais, não só proclamando a visão de Deus para uma sociedade em crise, bem como na elaboração de projetos e leis que visam promover a justiça social e o resgate dos valores cristãos na sociedade.


CONCLUSÃO
Chegamos à conclusão que como servos de Cristo temos obrigações e deveres para com o Senhor, para com as autoridades e também para com o nosso próximo. Que tenhamos sempre a prontidão de sermos úteis para glória de Deus.



REFERÊNCIAS
Ø  STAMPS, Donald C. Bíblia de Estudo Pentecostal. CPAD.
Ø  CHAMPLIN, Russell Norman. Enciclopédia de Bíblia Teologia e Filosofia. Vol. 4. Hagnos 


Por Rede Brasil de Comunicação


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