segunda-feira, 29 de junho de 2015

QUESTIONÁRIOS DO 2° TRIMESTRE DE 2015






   JESUS, O HOMEM PERFEITO –
O Evangelho de Lucas,
o médico amado





Lição 13

Para Refletir
Sobre os ensinos do Evangelho de Lucas, responda:


Cite os casos de ressurreição registrados no ministério de Elias e Eliseu.
Em 1 Reis 17.17-24, Elias ressuscita o filho da viúva de Sarepta; em 2 Reis 4.32-37 encontramos Eliseu ressuscitando o filho da Sunamita. O outro caso está em 2 Reis 13.21, em que um morto torna à vida quando toca os ossos do profeta Eliseu. 

Por que a doutrina da ressurreição dos mortos ainda não era plenamente revelada no Antigo Testamento?
Somente com o advento da Nova Aliança a doutrina da ressurreição foi demonstrada em sua plenitude (2 Tm 1.10). 

Jesus ressuscitou com o mesmo corpo com o qual foi sepultado?
Sim, apesar de transformado, Cristo ressuscitou com o mesmo corpo físico que fora sepultado.

Como os apologistas classificam as evidências da ressurreição de Jesus?
Os apologistas classificam essas evidências em diretas e indiretas.

Quais os propósitos da ressurreição de Jesus?
Salvar, justificar e redimir o homem e o seu corpo mortal e corruptível.


sábado, 27 de junho de 2015

LIÇÃO 13 – A RESSURREIÇÃO DE JESUS

  



Lc 24.1-8



INTRODUÇÃO
Graça e Paz a todos! Neste domingo encerraremos mais um trimestre de Lições Bíblicas, e com um assunto que brinda nosso estudo do Evangelho do Homem Perfeito – A Ressurreição de Jesus! Esta doutrina é viga mestra e o pilar do Cristianismo, pois é a prova de que Sua morte foi aceita pelo Pai (Rm 4.25). Assim, abordaremos a definição, a doutrina, os tipos, a natureza, as evidências e, finalizaremos com as explicações das duas ressurreições. Desejo, então, a todos uma ótima aula e excelente encerramento de trimestre!


I. O QUE É RESSURREIÇÃO
A ressurreição é um dos maiores milagres do Universo. Para os materialistas e ateus, a ressurreição é uma fantasia. Não crêem por não encontrarem explicação para tal maravilha. Porém, as coisas de Deus não se baseiam, efetivamente, na compreensão do homem natural, mas na fé (1 Co 2.14,15; 2 Co 5.7; Hb 10.38). A ressurreição significa que o homem morto tornará a existir e viver fisicamente por meio de uma nova união entre espírito e o corpo que foram separados no momento da morte. Para os que morrerem em Cristo este milagre se realizará no dia da vinda de Jesus (1 Ts 4.13-18). Esta é a gloriosa esperança que devemos conversar em nossos corações. Vejamos, pois, as seguintes definições de ressurreição:

1. Sentido original ou etimológico. Duas palavras gregas definem o termo ressurreição. A palavra anastasis, que quer dizer “tornar à vida”, “levantar-se”, e a palavra egeiró que significa “erguer-se”, “despertar”, “acordar”. São termos gregos que aclaram o sentido de ressurreição.

2. Sentido doutrinário. Ressurreição é a outorga da vida ao que havia se extinguido fisicamente. É o ato de fazer voltar à vida o que estava sepultado. Várias vezes nos deparamos com a expressão “ressurreição dos mortos” (1 Co 15.12,13,21,42), que se refere a uma ressurreição geral, de justos e ímpios. Porém, quando se refere aos justos, a expressão no original é restritiva e se traduz por “ressurreição de entre os mortos”. A expressão “de entre os mortos” quer dizer os mortos tirados do meio de outros mortos.


II. A DOUTRINA DA RESSURREIÇÃO
A doutrina da ressurreição tem forte base escriturística. Ela é uma das principais doutrinas da Fé Cristã, visto que a ressurreição de Cristo é a base de nossa fé e esperança (1 Co 15.17-20). A ressurreição de Jesus era o tema central da pregação da Igreja primitiva. Logo, devemos tê-la também como o centro de nossa mensagem, porquanto ela é a garantia da nossa própria ressurreição (1 Jo 3.2; Fp 3.21). Portanto, veremos a seguir o que as Escrituras nos revelam sobre esta inquestionável doutrina:

1. No Antigo Testamento. Vários personagens importantes da história do Antigo Testamento demonstraram sua confiança e crença na ressurreição. Abraão cria na ressurreição (Gn 22.5, Hb 11.17-19); (Jó 19.25-27); um dos filhos de Coré, cantor, salmodiava sobre a ressurreição (Sl 49.15); o profeta Isaías cria e profetizava sobre a ressurreição (Is 26.19); Daniel, profeta e estadista, declarou sua crença na ressurreição (Dn 12.2,3); e Oséias, um profeta destacado em Israel, fez o mesmo (Os 13.14).

2. No Novo Testamento. A doutrina da ressurreição foi declarada e ensinada por Jesus em seu ministério terrestre (Jo 5.28,29; 6.39,40,44,54; Lc 14.13,14; 20.35,36). Ensinada e reafirmada pelos apóstolos e os pais da Igreja primitiva (At 2.32; 4.2). Em Atenas, na Grécia, Paulo pregou a Jesus Cristo e Sua ressurreição (At 17.18). Repetiu isso, também, para os filipenses (Fp 3.11), aos coríntios (1 Co 15.20), aos tessalonicenses (1 Ts 4.14-16), perante o governador Felix (At 24.15). O apóstolo João, não só relatou o ensino de Cristo sobre a ressurreição, mas ele mesmo ensinou sobre o assunto (Ap 20.4-6).

3. Alguns exemplos bíblicos de ressurreições literais.
a) No Antigo Testamento. Na Antiga Aliança três casos de ressurreição ocorrem, e estes se manifestam durante o ministério profético de Elias e Eliseu. Em 1 Reis 17.17-24, temos o primeiro relato deste maravilhoso milagre através do profeta Elias, que ressuscita o filho da viúva de Sarepta. Posteriormente, temos a história dramática da ressurreição do filho da mulher sunamita através da oração do profeta Eliseu (2 Rs 4.32-37). Há, no entanto,  um caso posterior mais impressionante. O profeta Eliseu já havia morrido e sido sepultado, e um grupo de moabitas, para fugir de uma perseguição inimiga, lançou o seu morto na cova onde estavam os restos mortais de Eliseu. Ao tocar os ossos do profeta o morto reviveu e se levantou sobre seus pés (2 Rs 13.20,21).

b) No Novo Testamento. Os exemplos são numerosos, começando pelo ministério pessoal de Jesus Cristo: a filha de Jairo (Mt 9.24,25); o filho de uma viúva de Naim (Lc 7.13-15); seu amigo Lázaro, em Betânia, irmão de Maria e Marta (Jo 11.43,44). Ele mesmo venceu a morte depois de três dias no sepulcro (Lc 24.6) e, para confirmar Sua vitória sobre a morte, alguns corpos de santos mortos anteriormente, ressuscitaram e foram vistos em Jerusalém (Mt 27.52,53). Mais tarde, entre os apóstolos, Pedro orou ao Senhor e fez reviver a Dorcas (At 9.37,40,41).


III. TIPOS DE RESSURREIÇÃO
1. Nacional. 
É, em linguagem metafórica, a restauração e renovação do povo de Israel em termos políticos, materiais e espirituais (Dt 4.23-30; 28.62-64; Lv 26.14-25; Ez 11.17; 36.24; 37.21; Jr 24.6; Ez 36.24,28). O cumprimento cabal da profecia relativa à ressurreição nacional acontecerá na vinda pessoal do Messias, o Senhor Jesus Cristo (Zc 14.1-5).

2. Espiritual. 
Refere-se também metaforicamente a um renascimento espiritual dos que, tendo estado mortos em delitos e pecados (Ef 2.1) foram vivificados espiritualmente (Rm 6.4). Há, no entanto, um sentido literal dessa ressurreição, no que tange à ressurreição corporal. Porém, o aspecto físico da ressurreição diz respeito aos corpos levantados das sepulturas, os quais sofrerão uma metamorfose. Isto é: uma transformação do físico para o espiritual (1 Co 15.52; 1 Ts 4.13-17).

3. Física. 
Precisamos distinguir esse tipo de ressurreição sob dois ângulos: o temporal e o escatológico. No sentido temporal, temos o exemplo de pessoas que morreram, foram sepultadas, e pelo poder de Deus ressuscitaram; posteriormente, voltaram a morrer (2 Rs 4.32-37; Mt 9.24,25). No sentido escatológico, tanto os justos quanto os ímpios vão ressuscitar fisicamente. Os justos levantar-se-ão dos seus sepulcros na vinda do Senhor (1 Co 15.44,52; Jo 5.29). Os ímpios se levantarão, não com os santos, mas no fim de todas as coisas, no Juízo Final (Ap 20.11-15).


IV. A NATUREZA DE RESSURREIÇÃO DE JESUS
Quanto à natureza deste ato miraculoso de Deus, a ressureição deve ser estudada sob alguns aspectos, pois Jesus deixou claro que não haverá uma única, geral e simultânea ressurreição para os mortos, mas ela acontecerá, em duas fases distintas: a ressurreição dos justos e dos ímpios (Jo 5.28,29). Por isso, biblicamente pode-se afirmar que:

1. A ressurreição será universal.
O caráter geral da ressurreição é universal, porque justos e injustos hão de ressuscitar (Jo 5.28,29; At 24.14,15). Nesse sentido a Bíblia descreve esse fato como a “ressurreição dos mortos”, que tem um caráter geral.

2. A ressurreição será dupla.
Isto por se tratar da distinção dos justos e injustos (Jo 5.29; Dn 12.2; Ap 20.4,5). Os justos participaram da primeira ressurreição, ao passo que os ímpios da segunda (Ap 20.13-15).

3. A ressurreição será literal e corporal.
Jesus confirmou a doutrina da ressurreição literal e corporal (Jo 5.25,28,29). Ele ressuscitou corporalmente, por isso, o seu corpo ressurreto, mesmo estando revestido de espiritualidade, podia ser tocado e visto (Lc 24.39; At 1.9-11). Assim, as Escrituras mostram-nos as características do corpo da ressurreição do Senhor ao revelar que, após ressuscitar, o corpo de Jesus tornou-se: a) Visível (Lc 24.39); b) Incorruptível (1 Co 15.42,54); 3) Palpável (Jo 20.27); 4) Mesmo Corpo (2 Co 5.1-4); e 5) Vivificado (Rm 8.11). Quando a Bíblia fala de “corpo espiritual” não anula a realidade da ressurreição de um corpo material, porque o mesmo será revestido por um corpo espiritual ou celestial (1 Co 15.42). Há necessidade da ressurreição corporal dos justos e ímpios para o devido julgamento de suas obras feitas através do corpo, bem ou mal (2 Co 5.10; Ap 20.12).
Muitos curiosamente indagam: “Como será o nosso corpo ressurreto?”. Todavia, tal indagação já se ouvia no tempo de Paulo, por meio dos crentes de Corinto: “Como ressuscitarão os mortos? E com que corpo virão?” (1 Co 15.35). Ora, o corpo ressurreto de Jesus é o maior exemplo do que ou de como será o nosso próprio corpo! Stamps comentando este fato, diz: “Em termos gerais, o corpo ressurreto do crente será semelhante ao corpo ressurreto de Nosso Senhor (Rm 8.29; 1 Co 15.20,42-44,49; Fp 3.20,21; 1 Jo 3.2). Mais especificamente, o corpo ressurreto será:
a) um corpo que terá continuidade e identidade com o corpo atual e que, portanto, será reconhecível (Lc 16.19-31);
b) um corpo transformado em corpo celestial, apropriado para o novo céu e a nova terra (1 Co 1542-44,47,48; Ap 21.1);
c) um corpo imperecível, não sujeito à deterioração e à morte (1 Co 15.42);
d) um corpo glorificado, como o de Cristo (1 Co 15.43; Fp 3.20,21);
e) um corpo poderoso, não sujeito às enfermidades, nem à fraqueza (1 Co 15.43);
f) um corpo espiritual (não natural, mas sobrenatural), não limitado pelas leis da natureza (Lc 24.31; Jo 20.19; 1 Co 15.44);
g) um corpo capaz de comer e beber (Lc 14.15; 22.16-18,30; 24.43; At 10.41).
Quando os crentes receberem seu novo corpo se revestirão da imortalidade (1 Co 15.53). As Escrituras indicam pelo menos três propósitos nisso: 1) para que os crentes venham a ser tudo quanto Deus pretendeu para o ser humano, quando o criou (1 Co 2.9); 2) para que os crentes venham a conhecer a Deus de modo completo, conforme Ele quer que eles o conheçam (Jo 17.3); e 3) a fim de que Deus expresse o seu amor aos seus filhos, conforme ele deseja (Jo 3.16;Ef 2.7;1 Jo 4.8-16)”.


V. EVIDÊNCIAS DA RESSURREIÇÃO DE JESUS
A ressurreição dos mortos é uma obra de realização exclusiva e poderosa de Deus (2 Co 1.9; Jo 6.39,40; Rm 8.11). Por essa razão, os materialistas e ateus, como já mencionamos, afirmam ser a ressurreição pura utopia. Isto por não encontrarem explicação para tal maravilha. Mas, eles não são os únicos a tentarem negar esse extraordinário milagre! A teologia liberal, bem como a Neo-ortodoxia igualmente nega e até questiona a realidade de tal assombroso milagre. Vejamos algumas dessas teorias racionalistas usadas por esses teólogos:

Teoria do mito – esta diz que a ressurreição não passa de um mito como tantos outros nas grandes religiões.
Teoria do sepulcro desconhecido – esta alega que o corpo de Jesus teria sido lançado em um sepulcro para indigentes e não em um túmulo novo. Dessa forma nem mesmo os discípulos saberiam o lugar certo.
Teoria do sepulcro errado (muito semelhante a anterior) – diz que os discípulos tendo confundido os sepulcros foram a um deles que se encontrava vazio e não aquele onde de fato Jesus havia sido posto.
Teoria da lenda – Esta afirma que o relato da ressurreição faz parte das lendas que floresceram nos primeiros anos da cristandade.
Teoria da ressurreição espiritual (divulgada pelas Testemunhas de Jeová) – Esta diz que o próprio Deus destruiu o corpo de Jesus. Dessa forma Jesus teria ressuscitado em um corpo espiritual e não material.
Teoria da alucinação – Essa teoria diz que os discípulos pensaram ter visto Jesus ressuscitado, mas de fato tratava-se apenas de uma alucinação ou miragem.
Teoria da substituição (defendida pelos mulçumanos) – Segundo essa teoria, Jesus foi substituído por uma outra pessoa na hora da crucificação.

Como se vê, muitas são as formas de tentar negar o inegável, porém, a ressurreição de Jesus é um dos fatos históricos mais bem documentados do Novo Testamento. As evidências são muitas. Dentre as muitas evidências da ressurreição de Jesus, podemos citar: O rompimento do selo romano. Todos os sepulcros possuíam uma espécie de lacre como marca do Império Romano. Romper esse lacre era ir contra a autoridade do Império. Não dá para acreditar que os discípulos temerosos como se encontravam, tivessem coragem para tal. Uma outra evidência é o túmulo vazio. Logo após a ressurreição, como atesta o livro de Atos dos Apóstolos, os discípulos começaram a pregar que Cristo havia ressuscitado. Se esse fato não fosse verdade as autoridades judaicas ou romanas logo teriam provado o contrário. O fato é que não havia mais corpo no túmulo. Possivelmente, nenhuma outra evidência seja tão forte quando o testemunho dos primeiros cristãos.
Aliás, falando sobre testemunhas, as Escrituras citam as pessoas que presenciaram o Cristo Ressurreto e mencionam: Maria Madalena (Mc 16.9; Jo 20.11-18), Dois discípulos no caminho de Emaús (Lc 24.13-35; Mc 16.12,13), o Apóstolo Pedro (Lc 24.34; 1 Co 15.5), os Onze Apóstolos (Lc 24.36; Mc 16.14; Mt 28.16,17; Jo 20.19), Quinhentas testemunhas (1 Co 15.6), o Apóstolo Tiago (1 Co 15.7a) aos demais Apóstolos durante 40 dias (At 1.3; 1 Co 15.7b), e, por último, ao Apóstolo Paulo (1 Co 15.8; At 9.3-6). Todas essas testemunhas pagaram um preço muito alto pelo que viram e testemunharam. Foram perseguidos, presos, torturados e mortos porque afirmaram que Jesus estava vivo (At 12.1-3). Isso está também registrado na história, e não apenas no Novo Testamento. Quem estaria disposto a morrer por uma mentira? Talvez algum insensato, mas não tanta gente.
Como assevera Myer Pearlman: “Os judeus poderiam ter refutado o testemunho dos primeiros pregadores se tivessem exibido o corpo de Jesus. Mas não o fizeram — porque Cristo ressuscitara corporalmente (Lc 24.3). Muitos argumentos contrários à ressurreição de Jesus são tão inconsistentes que, por si mesmos, se auto-refutam. Negar a ressurreição de Jesus é tolice. Se a ressurreição de Jesus não fosse um fato real, o Cristianismo teria morrido em seu nascedouro”.  Portanto, é impossível lermos as narrativas dos Atos dos Apóstolos e o testemunho do apóstolo Paulo e ao mesmo tempo duvidarmos que Jesus ressuscitou. Pedro curou enfermos afirmando que o fazia em nome de Jesus que havia ressuscitado (At 3.6,12-16). Paulo empreendeu uma das maiores investidas missionárias da história, libertando pessoas oprimidas de demônios e curando paralíticos em nome de Jesus ressuscitado (At 13–28). A existência da igreja é a maior prova que o nosso Senhor ressuscitou! O Próprio Senhor Jesus assegurou-nos esta verdade dizendo:

E também eu te digo que tu és Pedro, e sobre esta pedra edificarei a minha igreja, e as portas do inferno não prevalecerão contra ela” (Mt 16.18).

E se eu for e vos preparar lugar, virei outra vez, e vos levarei para mim mesmo, para que onde eu estou estejais vós também” (Jo 14.3).

Todavia, digo-vos a verdade: Convém que eu vá, porque se eu não for, o Consolador não virá para vós; mas, se eu for, eu o enviarei” (Jo 16.7).

Eu sou o que vivo; fui morto, mas estou vivo para todo o sempre! E tenho as chaves da morte e do inferno” (Ap 1.18).


IV. EXPLICANDO A RESSURREIÇÃO DOS JUSTOS E A DOS ÍMPIOS 
1. A primeira ressurreição.
a) O tempo. Divide-se em três fases distintas. A primeira fase refere-se à ressurreição de Cristo e de muitos santos do Antigo Testamento, identificados como as “primícias dos mortos” (1 Co 15.20; Mt 27.52,53); Jesus e aqueles santos ressurretos são o primeiro molho de trigo colhido (Lv 23.10-12; 1 Co 15.23). Jesus foi o grão de trigo que caiu na terra, morreu, e produziu muito fruto (Jo 12.24). Isto é: aquele grupo de pessoas de Mt 27.52,53 foi a primícia, o primeiro molho. A segunda fase refere-se à ressurreição dos mortos em Cristo na era neotestamentária, a qual se efetuará no chamamento especial por ocasião da volta do Senhor Jesus sobre as nuvens (1 Co 15.51,52; 1 Ts 4.14-17). A terceira fase da primeira ressurreição refere-se àqueles mortos no período da Grande Tribulação, os quais são chamados de “mártires da Grande Tribulação”. Refere-se ao restolho da ceifa, isto é, as respigas da colheita (Ap 6.9-11; 7.9-17; 14.1-5; 20.4,5).

b) A natureza dos corpos ressurretos. Não importa como os corpos foram sepultados, se em covas na terra, ou no fundo dos mares e rios, ou queimados. Na realidade, os mesmos corpos mortos serão ressuscitados. No caso dos mortos em Cristo, seus corpos serão transformados (1 Co 15.35-38), iguais ao corpo ressurreto de Cristo (Fp 3.21).

2. A segunda ressurreição.
a) O tempo. Já sabemos que Jesus distinguiu duas ressurreições: a dos justos e a dos ímpios (Jo 5.28,29). Alguns intérpretes entendem a ressurreição dos mortos como um só evento, num mesmo tempo. Declaram que a única distinção é que “uns ressuscitam para a vida” e outros “para a perdição”. Entretanto, essa teoria é largamente refutada. Na verdade, o tempo da segunda ressurreição acontecerá no fim de todas as coisas, após o período do Milênio na Terra, quando haverá o Juízo Final diante do Grande Trono Branco (Hb 4.13).

b) A natureza dos corpos ressuscitados dos ímpios. Quanto à ressurreição o processo será o mesmo que o dos justos. Seus corpos terão todas as partículas físicas reunidas e transformadas em corpos espirituais, mas sem qualquer glória. À semelhança dos justos no Hades, as almas e espíritos se unirão aos seus corpos sepultados para serem julgados por suas obras (Ap 20.12; Dn 12.2). Nenhuma glória, nenhuma beleza, mas totalmente inglório, para que sejam prestadas as contas perante o Supremo Juiz (Hb 4.13; Rm 2.5,6; Hb 9.27).

c) O estado final dos ímpios. Na verdade, os ímpios ressuscitarão para uma “segunda morte”, Ap 21.8. Essa “segunda morte” não significa aniquilamento, mas banimento da presença de Deus (2 Ts 1.9). Esse banimento implica que todos os ímpios serão lançados no Geena, chamado “Lago de Fogo” (Mt 25.41,46), que arde continuamente com fogo inapagável — o tormento eterno (Ap 14.10,11).


CONCLUSÃO
Diante do exposto aprendemos que a esperança da Igreja está baseada na ressurreição de Cristo. Porquanto sabemos que Sua ressurreição não consistiu apenas no fato de Ele tornar a viver, pois, se assim fosse, não haveria diferença das ressurreições registradas no Antigo Testamento, nem Jesus poderia ser considerado “as primícias dos que dormem” (1 Co 15.20); nem o “primogênito dentre os mortos” (Cl 1.18). A ressurreição de Cristo significa a sua glorificação e exaltação (Jo 7.39; Rm 6.4; Fp 3.20,21); a vitória esmagadora sobre Satanás, o pecado, a morte e o inferno (1 Co 15.54-56; Ap 1.17,18). Portanto, a nossa esperança ressuscitou dos mortos para jamais voltar a morrer (1 Co 15.20). Ele é o nosso precursor, a garantia de que, no final, ressuscitaremos para a vida eterna. Pois, disse o Apóstolo João: “Amados, agora somos filhos de Deus, e ainda não se manifestou o que havemos de ser. Mas sabemos que, quando Ele se manifestar, seremos semelhantes a Ele, porque assim como é, o veremos” (1 Jo 3.2).  Maranata! Ora, vem Senhor Jesus! Deus abençoe a todos!!




REFERÊNCIAS
Ø  STAMPS, Donald C. Bíblia de Estudo Pentecostal. CPAD.
Ø  GONÇALVES, José. Lucas – O Evangelho de Jesus, o Homem Perfeito. CPAD.
Ø  GONÇALVES, José. Lições Bíblicas. (1º Trimestre de 2015). CPAD.
Ø  SOARES, Esequias. Lições Bíblicas. (1º Trimestre de 2008). CPAD.
Ø  CABRAL, Elienai. Lições Bíblicas. (1º Trimestre de 2001). CPAD.
Ø  CABRAL, Elienai. Lições Bíblicas. (3º Trimestre de 1998). CPAD.


segunda-feira, 22 de junho de 2015

QUESTIONÁRIOS DO 2° TRIMESTRE DE 2015






   JESUS, O HOMEM PERFEITO –
O Evangelho de Lucas,
o médico amado






Lição 12

Para Refletir
Sobre os ensinos do Evangelho de Lucas, responda:


Conforme a lição, que alerta Jesus fez aos discípulos antes de ser traído?
Pedro é avisado de que Satanás o queria peneirar (Lc 22.31-34). No Monte das Oliveiras, pouco antes de sua prisão, Ele advertiu a todos sobre a necessidade da oração para suportar as provações que se avizinhavam (Lc 22.39-46).

Qual foi a forma que os líderes acharam  para, injustamente, entregar Jesus?
Através de Judas, os líderes religiosos compraram Jesus (Lc 22.2-6) pelo preço de 30 moedas de prata (Mt 26.15). Quanto à condenação capital, o acusaram injustamente de sedição. 

Quais são as duas esferas nas quais se deu a traição de Jesus?
Religiosa e política.

Qual era o método usado pelos romanos para executar os condenados?
A pena capital imposta pelo Império Romano aos condenados se dava através da crucificação. 

O que a crucificação de Jesus representa para você?
Resposta Livre


sábado, 20 de junho de 2015

LIÇÃO 12 – A MORTE DE JESUS






Lc 23.44-50




INTRODUÇÃO
Prezado professor, nesta lição você terá a oportunidade para mostrar aos alunos que a Cruz de Cristo é o centro do Evangelho. Sem a cruz não haveria salvação e as bênçãos dela advindas. Precisamos com urgência voltar a pregar a mensagem da Cruz. O apóstolo Paulo disse que “aprouve a Deus salvar os que creem pela loucura da pregação” (1 Co 1.21). Logo, não é qualquer mensagem ou qualquer coisa que se diga sobre o cristianismo que produz salvação. A salvação vem quando se prega a Cristo, o conteúdo da mensagem da cruz e não uma mensagem corrompida. Portanto, é sua a incumbência de falar que a cruz é o único lugar onde morrer significa viver. Desejo a todos uma excelente aula!


I. AS ÚLTIMAS ADVERTÊNCIAS E RECOMENDAÇÕES
Enquanto alguns querem negar a existência das aflições na vida do salvo em Jesus, as Escrituras são categoricamente contundentes em afirmar: “Muitas são as aflições dos justos, mas o Senhor o livra de todas (Sl 34.19). O Próprio Senhor Jesus asseverou que “no mundo tereis aflições” (Jo 16.33). O que, então, se entende por aflição? Segundo o Dicionário Online, a aflição é o sofrimento causado pelo desgosto; tristeza ocasionada por alguma dificuldade. É ainda, o excesso de preocupação; ansiedade ou angústia. Segundo Boyer, é um grande sofrimento, tristeza pungente. Sinonimamente, está ligada a agonia, angústia, ansiedade, tribulação, entre outros. Nesse quesito, Jesus é nosso maior exemplo, pois o profeta Isaías chama-o de “homem de dores” (Is 53.3).
Vários acontecimentos se deram durante a última semana de Jesus, antes dEle ser crucificado, que se iniciou com a sua entrada triunfal em Jerusalém em um domingo (Mt 21.1-9; Mc 11.1-10; Lc 19.29-40; Jo 12.12-19) culminando, no outro domingo, com a sua ressurreição (Mt 28.1-8; Mc 16.1-8; Lc 24.1-12; Jo 20.1-10). Dentre esses fatos destaca-se, na terça-feira da referida semana, a predição da sua crucificação (Mt 26.1-5; Mc 14.1,2). Na verdade, já na viagem para Jerusalém, Jesus advertira os discípulos sobre os fatos que lhe ocorreriam em Jerusalém, dizendo:convinha ir a Jerusalém, e padecer muito dos anciãos, e dos principais dos sacerdotes, e dos escribas, e ser morto... (Mt 16.21; Mc 8.31; Lc 9.22).
Vê-se, então, que Jesus era plenamente consciente do que lhe estava reservado ao chegar em Jerusalém e, por isso, procurava preparar seus discípulos para os tais acontecimentos conscientizando-os e lembrando-os das profecias. Ele sabia que as palavras dos profetas se cumpririam por ocasião da festa da páscoa (Mt 26.1; Mc 14.1cf Lc 24.44-47) e, dentre estas profecias, destacam-se o Salmo 22 e Isaías 53. Embora a morte do Messias estivesse profetizada, os discípulos não conseguiam compreender tais fatos, ainda que o próprio Senhor passasse a explica-las (Lc 18.31-34; Mt 26.54-56). Vejamos, então, algumas dessas profecias:

PRENÚNCIO DA MORTE DO MESSIAS
DESCRIÇÃO DO ATO
PROFECIA
CUMPRIMENTO
Sua rejeição
Sl 118.22,23
Mt 21.42; Mc 12.10; Lc 20.17
Suas dores
Is 53.4
Mt 8.17
Seu abandono pelos discípulos
Zc 13.7
Mt 26.31; Jo 16.32
A repartição das suas vestes
Sl 22.18
Mt 27.35; Mc 15.24; Lc 23.34
Seu brado
Sl 22.1
Mt 27.46; Mc 15.34
Seu sofrimento vicário
Is 52.12; 53.4,5
Mt 27.35; Mc 15.24; Lc 23.33
Sua sede
Sl 69.21
Lc 23.36; Mt 27.34, 48; Mc 15.23,36
Seu lado traspassado
Zc 12.10
Jo 19.34
Crucificado com criminosos
Is 53.12
        Mt 27.38; Mc 15.27,28; Lc 23.33; 
         Jo 19.18
Seus ossos não seriam quebrados
Sl 34.20
Jo 19.33


Todavia, além das muitas advertências de que padeceria em Jerusalém, Jesus também recomendou os discípulos: “Quando vos mandei sem bolsa, alforje, ou sandálias, faltou-vos alguma coisa? Responderam eles: Nada. Disse-lhes: Pois agora aquele que tiver bolsa, tome-a, como também o alforje; e o que não tem espada, venda a sua capa e compre uma. Digo-vos que é necessário que se cumpra em mim o que está escrito. Sim, o que está escrito de mim será cumprido. Disseram-lhes eles: Senhor, aqui estão duas espadas. Respondeu-lhes: Basta” (Lc 22.35-38).  
De forma alguma Cristo estava incentivando seus discípulos a usarem da força física ou bruta com o propósito de, assim, darem continuidade a Sua Obra. Primeiro, por que tal ato é plenamente contrário aos seus ensinos (Mt 5.38-48; 18.21,22,35) e, segundo, por que Ele mesmo afirmou que Seu Reino não é deste mundo (Jo 18.36; Mt 26.52,53;Lc 9.55,56). Então, o que Jesus queria comunicar com essas palavras?
Stamps explicando o texto de Lc 22.36 diz: “As palavras de Jesus para seus discípulos comprarem espada podem ter sido ironia. Considere-se que, até então, Ele os incentivara a viver a vida da cruz, ao invés de adotarem métodos do mundo. A seguir, Jesus passa a declarar (v.37) seu propósito em seguir ao caminho da cruz, segundo a vontade de Deus. O versículo 38 deixa claro que os discípulos não compreenderam o que Jesus queria dizer”. Os estudiosos, French L. Arrington e Roger Stronstad, ratificando a interpretação de Stamps, dizem: “Alguns tomam a palavra ‘espada’ literalmente, significando que os discípulos devem comprar espadas para usar em conflito físico. Mais tarde, alguns estarão preparados para defender Jesus com espadas, mas Ele detém essa tentativa antes de qualquer coisa (Lc 22.49-51). O que Jesus realmente quer é que os discípulos provejam as próprias necessidades e se protejam sem derramar sangue. Eles se encontrarão cada vez mais lançados numa luta espiritual e cósmica. A compra de espadas serve para lembrá-los daquela batalha iminente. Empreender esse tipo de guerra requer armas especiais, inclusive ‘a espada do Espírito, que é a palavra de Deus’” (Ef 6.11-18). Portanto, as aflições de Cristo abrangeram as esferas física (Mt 27.26-31; Mc 15.15-20; Jo 19.1-3), moral (Mt 26.67,68; Mc 14.65; Lc 22.63,64; Jo 18.22) psicológica (Lc 22.39-44; Mc 14.32-41) e espiritual (Mt 27.45,46,50-54; Mc 15.33). Embora seja a aflição física a mais enfatizada pela Igreja, é na aflição espiritual que ocorre algo que sobressai as demais (Mt 20.22,23; Mc 10.38,39). Pois, sobre Cristo estava todos os pecados da humanidade (Is 53.5,6; Mt 1.21; Rm 4.25; 1 Co 15.3) fazendo-o padecer a ira de Deus (Rm 5.9; 1 Ts 1.10; 5.9). Todavia, abordá-la-emos ao tratarmos da crucificação.


II. JESUS É TRAÍDO E PRESO
Ainda na terça-feira, dando sequência aos eventos da última semana de vida de Jesus, o Mestre é ungido por Maria de Betânia (Mt 26.6-13; Mc 14.3-9; Jo 12.2-8) e, posteriormente, Judas concorda em trair Jesus (Mt 26.14-16; Mc 14.10,11; Lc 22.3-6). O termo “traição” é, segundo o Dicionário Online, a ação de trair alguém; perda completa da lealdade que resulta de uma ação traiçoeira. Segundo Boyer, é o ato ou efeito de trair; deslealdade. Sinonimamente trata-se de conspiração, intriga, perfídia, rebeldia e rebelião. Nesta ocasião, os lideres religiosos aguardavam a oportunidade de lançarem mão em Jesus para matá-lo (Mt 26.3-5; Mc 14.1,2; Lc 22.1,2).
De fato, a traição de Jesus é um dos registros mais dramáticos e tristes do Novo Testamento. Judas fora escolhido por Jesus para fazer parte da comitiva que lhe sucederia – Os Doze Apóstolos (Lc 6.13,16). Ele era, portanto, uma pessoa íntima e amiga de Jesus (Sl 41.9; Mt 26.50). Mas, Porque Judas agiu assim? O que levou aquele que era um dos Doze a entregar seu Mestre? A quem diga que Judas estava predestinado a isso. Porém, é um argumento infundado haja vista as Escrituras nos mostrarem o contrário! As Escrituras nos advertem dizendo: “Não deis lugar ao Diabo” (Ef 4.27). E também: “Sede sóbrios, vigiai. O vosso adversário, o Diabo, anda em derredor, rugindo como leão, buscando a quem possa tragar” (1 Pe 5.7).
Como se vê, poderia ter sido qualquer um dos outros discípulos, mas Judas em sua falta de vigilância deixou a porta da avareza como acesso para o Diabo entrar em sua vida (Jo 12.4-6; Lc 22.3-6). Ele não atentou para os ensinos do Mestre contra a avareza (Lc 12.15-21; Mt 6.19-21,24). Embora tenha negociado 30 moedas de prata (Mt 26.15), o custo desse triste ato foi altíssimo (Mt 27.3-5). O próprio Senhor já havia, na Santa Ceia, advertido sobre a consequência deste ato maligno (Mc 14.21). 
Na quinta-feira, Jesus ordena seus discípulos a prepararem a refeição da Páscoa, ocasião em que instituiu a Ceia do Senhor – que estudamos na lição anterior (Mt 26.17-29; Mc 14.12-25; Lc 22. 7-22; Jo 13.1-38), em seguida, ministra seus últimos ensinamentos (Jo 14–16), faz a Oração Sacerdotal (Jo 17), e vai para o Getsêmani para orar (Mt 26.36-46; Mc 14.32-42; Lc 22.39-46; Jo 18.1). É exatamente neste momento que Judas trai a Jesus, e Ele é preso (Mt 26. 47-56; Mc 14.43-52; Lc 22.47-53; Jo 18.2-12)!


III. JULGAMENTO E CONDENAÇÃO DE JESUS
Ainda na quinta-feira após ser preso, Jesus é levado para enfrentar três julgamentos religiosos, a saber: de Anás, de Caifás e do Sinédrio. O julgamento é, segundo Boyer, o ato ou efeito de julgar que; por sua vez, trata-se de decidir como juiz ou como árbitro. Sentenciar. Avaliar. No entanto, o julgamento de Jesus foi o mais arbitrário e covarde da história da humanidade! Haja vista que o método e os pressupostos desse julgamento demonstrarem que a elite religiosa de Israel estava acostumada a burlar a lei para a manutenção dos seus próprios interesses (Mt 26.59; Mc 14.55-59).
Para os líderes religiosos de Israel, Jesus era um herege que devia ser parado a qualquer custo, até mesmo pela morte. Na verdade, o que motivava tal conceito eram a inveja e o ciúme que eles tinham de Jesus devido a sua crescente popularidade (Lc 5.1; Jo 1219). Porém, o conceito deles se firmou ao acusá-lo de blasfêmia (Mt 26.65,66; Mc 14.63,64; Lc 22.71). Assim, Jesus é julgado perante Anás (Jo 18.12-14), em seguida, perante Caifás (Mt 26.57-68). Por ocasião desse julgamento, Pedro nega ao Senhor (Mt 26.69-75; Mc 14.66-72; Lc 22.54-62; Jo 18.15-18,25-27). Posteriormente, o Senhor foi julgado perante o Sinédrio (Mt 27.1,2). Nesse momento ocorre o suicídio de Judas (Mt 27.3-10).
No dia seguinte, isto é, na sexta-feira deu-se continuidade do julgamento de Jesus. Porém, agora, o julgamento seria civil, pois embora os líderes religiosos de Israel desejassem a morte de Jesus só o Estado, no caso Roma, poderia aplicar e executar tal sentença. Assim, não bastava Jesus está condenado do ponto de vista religioso ainda que sob falsa acusação, era preciso também condená-lo do ponto de vista jurídico, e também sob falsas acusações, perante Pilatos. Os líderes religiosos de Israel instigaram o Governador da Judeia apresentando as seguintes acusações: Desviar a nação; proibir os judeus de pagarem impostos a Roma e afirmar que Ele, e não César, era rei (Lc 23.2,5,14). 
Percebendo a artimanha deles, e não querendo envolver-se nisto, Pilatos até tenta livrar Jesus daquela situação enviando-o a Herodes, mas o Governador da Galileia envia-o de volta para Pilatos. Este, então, disse: “Vós me trouxestes este homem como pervertedor do povo. Examinando-o na vossa presença, nenhuma culpa, das de que o acusais, acho nele. Nem mesmo Herodes, pois o mandou de volta para nós; como vedes, este homem nada fez que mereça a morte. Portanto, eu o castigarei e o soltarei ” (Lc 23.14-16). Mas eles, juntamente com a multidão, gritaram: “Crucifica-o! Crucifica-o!” (Lc 23.21,23). Assim, Jesus foi julgado perante Pilatos (Jo 18.28-38), em seguida, perante Herodes (Lc 23.6-12) e, novamente, por Pilatos (Jo 18.39-19.16). Sendo, portanto, condenado ainda que contra a vontade deste (Lc 23.22,24).


IV. A CRUCIFICAÇÃO E A MORTE DE JESUS
Ainda na sexta-feira, após ter passado por seis julgamentos, sendo três religiosos e três civis, que culminaram em sua condenação, Jesus foi açoitado, escarnecido, ridicularizado, torturado, blasfemado (Mt 27.27-30; Mc 15.16-19; Lc 22.63-65) e forçado a carregar a cruz ao lugar da sua execução (Mt 27.31-34; Mc 15.20-23; Lc 23.26-32; Jo 19.16,17).  Ao chegar ao lugar chamado ‘Gólgota’, Jesus foi ali crucificado (Mt 27.35,36; Mc 24-41; Lc 23.33-49; Jo 19.18-37).
O que era a crucificação? Segundo o Pr. Claudionor, “a crucificação (do lat. crucificationem, ato de pregar na cruz) era a penalidade máxima destinada aos infratores que não usufruíam dos privilégios da cidadania romana. Introduzida, pelo que parece, pelos persas, a crucificação constituía-se na mais indigna e dolorosa forma de execução. Consistia na elevação do condenado num madeiro, onde ficava a agonizar por vários dias. Era uma morte lenta e, indescritivelmente, dolorosa. Costumava-se também quebrar as pernas aos malfeitores para apressar-lhes a morte, principalmente quando se aproximava o sábado judaico”. Portanto, era esta forma utilizada por Roma para punir com morte todos aqueles que se levantasse contra o Estado. O crime de sedição do qual Jesus fora acusado era um dos crimes que Roma não tolerava.
A seguir, citaremos a sequência dos eventos no Calvário:
     ü  Droga é oferecida a Jesus para beber (Mt 27.34);
     ü  Jesus é crucificação (Mt 27.35);
     ü  Jesus clama: “Pai, perdoa-lhes” (Lc 23.34);
     ü  Soldados tiram sortes sobre as vestes de Jesus (Mt 27.35);
     ü  Jesus é vítima de chacota pelos observadores (Mt 27.39-44; Mc 15.29);
     ü  Jesus é ridicularizado por dois ladrões (Mt 27.44);
     ü  Um dos ladrões crê (Lc 23.39-43);
     ü  A promessa de Jesus: “Hoje mesmo estarás comigo no paraíso” (Lc 23.43);
     ü  Jesus diz a Maria: “Eis aí teu filho” (Jo 19.26,27);
     ü  A escuridão entra em cena (Mt 27.45; Mc 15.33; Lc 23.44);
     ü  Jesus clama: “Meu Deus, Meu Deus” (Mt 46,47; Mc 15.34);
Stamps comentando este clamor, diz: “Este brado de Cristo assinala o ponto culminante dos seus sofrimentos pelo mundo perdido. Seu brado em aramaico (“Deus meu, Deus meu, por que me abandonaste?”) testemunha que Ele experimentou a separação de Deus Pai, ao tornar-se substituto do pecador. Esta é a pior tristeza, angústia e dor que Ele sente”. As Escrituras declara que no segundo período de três horas da crucificação, o céu escureceu, a terra tremeu, e as rochas fenderam-se. Até a própria natureza reagiu diante do estarrecedor sofrimento de Cristo. Contudo, não foram homens que executaram tamanho sofrimento em Cristo, mas, sim, o próprio Deus que estava manifestando Sua ira contra todo o pecado que Seu Filho carregava naquela cruz (Rm 5.9; 1 Ts 1.10).
Realmente, a grande dor de Cristo na cruz, que se intensificou a partir da sua agonia no Getsêmani não provinha da perseguição dos homens, mas, sim, da taça da ira de Deus contra o pecado, a qual Ele sabia que teria que beber (Mc 14.32-36; Jo 18.11). Esta fez com que Cristo padecesse a segunda morte em nosso lugar, ou seja, a privação da comunhão da comunhão com o Pai.
      ü  Jesus clama: “Tenho sede” (Jo 19.28);
      ü  Jesus clama: “Está consumado!” (Jo 19.30);
      ü  Jesus clama: “Pai, nas tuas mãos” (Lc 23.46);
            ü  Jesus entrega seu espírito (Mt 27.40; Mc 15.37).
Após sua morte, Jesus é, então, retirado da cruz por seus discípulos e sepultado (Mt 27.57-60; Mc 15.42-46; Lc 23.50-54; Jo19.38-42). Jesus morreu, e junto com Ele, foi também a esperança daqueles que acreditavam que Ele era o Messias de Israel!


CONCLUSÃO
Nesta lição aprendemos que na cruz o Senhor Jesus cumpriu as profecias (Is 53.1-12; Gn 3.15; 2.7,8); venceu o pecado (2 Co 5.21; Cl 2.13; Pv 14.34); venceu Satanás (Cl 2.15; Hb 2.14); destronou a nossa natureza adâmica (Rm 6.6; Ef 4.17; G15.24; Cl 3.5) e nos deu a filiação divina (Jo 1.12; 1 Co 1.18-31). Portanto, como asseverou o Apóstolo: “Ele é a propiciação pelos nossos pecados, e não somente dos nossos, mas também pelos de todo mundo” (1 Jo 2.2). Assim, louvemos ao Senhor uma tão grande salvação que custou tão alto preço, dizendo: “Graças a Deus que nos dá a vitória por Nosso Senhor Jesus Cristo” (1 Co 15.57). Todavia, ao terceiro dia, ou seja, no domingo Cristo ressurgiu para nossa justificação. Nossa esperança ressurgiu para nunca mais morrer! Este será o assunto da última lição. Deus abençoe a todos!



REFERÊNCIAS
Ø  RICHARDS, Lawrence. Guia do Leitor da Bíblia. CPAD.
Ø  BOYER, Orlando. Pequena Enciclopédia Bíblica. CPAD.
Ø  STAMPS, Donald C. Bíblia de Estudo Pentecostal. CPAD.
Ø  ANDRADE, Claudionor de. Dicionário Teológico. CPAD.
Ø  ARRINGTON, French L.; STRONSTAD, Roger. Comentário Bíblico Pentecostal Novo Testamento. CPAD.
Ø  GONÇALVES, José. Lucas – O Evangelho de Jesus, o Homem Perfeito. CPAD.
Ø  GONÇALVES, José. Lições Bíblicas. (1º Trimestre de 2015). CPAD.
Ø  Site: http://www.dicio.com.br/aflicao/
             http://www.dicio.com.br/traicao/