terça-feira, 22 de novembro de 2016

LIÇÃO 06 – DEUS: O NOSSO PROVEDOR






  
Gn 26.1-6




INTRODUÇÃO
Nesta preciosa lição estaremos estudando sobre um dos importantes temas da doutrina de Deus – a doutrina da providência, tendo por base a vida de Isaque. Introduziremos a vida do patriarca falando de informações sobre ele; destacaremos como Deus providenciou todas as necessidades da vida de Isaque; e, por fim, pontuaremos quais as lições que aprendemos com este nobre filho de Abraão.


I. INFORMAÇÕES SOBRE O PATRIARCA ISAQUE
Dos patriarcas da nação de Israel, o que a Bíblia dedica menos capítulos é Isaque. Ele teve uma vida longa (Gn 35.28) e nunca se afastou da região que sua semente herdaria (Gn 35.27). Isaque é um dos patriarcas de grande influência no meio do povo de Deus, para os quais a Terra de Canaã foi prometida (Gn 50.24; Êx 33.1); com quem a aliança foi feita (Êx 2.24; Sl 105.9); cujos nomes são parte da identificação do próprio Deus (Êx 3.6; 15.16).

1.1 Seu nome (Gn 21.4). O nome de Isaque foi dado pelo próprio Deus (Gn 17.19). Seu significado quer dizer: “riso”. Talvez, uma alusão direta ao riso que tanto Abraão quanto Sara deram ao ouvirem de Deus a promessa que teriam filho, mesmo sendo avançados em idade e Sara sendo estéril (Gn 17.17; 18.12-14). Pode-se entender também que este nome fora dado a Isaque em virtude da alegria que sentiria sua mãe ao conceber um filho de forma milagrosa. Sara previu que todos os que conhecessem sua história teriam a mesma reação “E disse Sara: Deus me tem feito riso; todo aquele que o ouvir se rirá comigo” (Gn 21.6).

1.2 Seus pais. Isaque era filho de Abraão e Sara (Gn 21.2), e foi o segundo dos três patriarcas hebreus: Abraão, Isaque e Jacó (I Cr 1.34; Mt 1.2). Isaque foi circuncidado como um filho prometido, porquanto nele é que a aliança com Abraão teria continuação (Gn 21.4,12; Hb 11.18).

1.3 Sua esposa (Gn 25.20). 
A Bíblia nos diz que Isaque se consolou da morte de Sara quando casou com uma donzela chamada Rebeca (Gn 24.67). Assim como Sara, Rebeca também era estéril, todavia, Deus realizou um milagre fazendo-a conceber em resposta a oração de Isaque, seu marido (Gn 25.21-26).

1.4 Seus filhos (Gn 25.24-26). Com Rebeca, Isaque teve dois filhos: Esaú e Jacó (Gn 25.25,26). Embora Esaú tenha sido o primogênito, o herdeiro da porção dobrada, Deus havia dito que Jacó seria este herdeiro (Gn 25.23). Jacó veio a tornar-se o terceiro dos grandes patriarcas hebreus, através dos quais se formou o povo de Israel, por meio de quem o pacto messiânico foi perpetuado (Gn 28.12-15; Êx 2.24; Dt 6.10; Lc 1.68).


II. DEUS, O PROVEDOR DA VIDA DE ISAQUE
Em toda a história de Isaque vemos Deus agindo com providência. Desde a sua infância até a sua velhice. Abaixo destacaremos este cuidado divino na vida deste nobre patriarca:

2.1 Providência do nascimento (Gn 21.1,2). 
Desde muito cedo Isaque conheceu o que era providência divina. Sua mãe era estéril, ou seja, não podia gerar filhos. Todavia quando Deus chamou seus pais para fazer deles uma grande nação, prometeu-lhes um filho (Gn 12.2; 15.4; 17.16,19,21; 18.10). No entanto, três coisas impediam que o casal tivesse um filho, a saber: a) Sara era estéril (Gn 11.30; 16.2); b) a idade avançada de ambos (Gn 17.17; 18.12,13); e, c) Sara já não ovulava mais (Gn 18.11). Deus, de forma extraordinária, fez Sara conceber na sua velhice, contrariando todas as limitações humanas, com o seu poder extraordinário (Gn 21.7; Rm 4.19-21; Hb 11.11,12).

2.2 Providência do sacrifício (Gn 22.1-17). Deus pediu que Abraão oferecesse Isaque seu filho em sacrifício de holocausto. O patriarca mostrou-se disposto a obedecer, indo com o seu filho e dois moços para o monte que Deus mostraria. Ao chegar no devido lugar, pediu que seus servos ficassem esperando, pois ele e o moço iriam adorar, mas depois retornariam. Durante a subida, Isaque perguntou ao seu pai, onde estava o cordeiro para o sacrifício, ao que Abraão respondeu: “[...] Deus proverá para si o cordeiro para o holocausto, meu filho” (Gn 22.8a). Ao chegarem no cume do monte, Isaque entendeu que seria sacrificado, mas mesmo assim mostrou-se voluntário em obedecer a voz de Deus (Gn 22.9,10). No clímax da provação, quando Abraão levantou o cutelo para imolar seu próprio filho, o Senhor bradou impedindo-o e providenciando a vítima para ser sacrificada no lugar de Isaque (Gn 22.11-13). Por certo, este momento ficou marcado na mente do pai e do filho, aperfeiçoando tanto a fé de um como de outro, no Deus da providência (Gn 22.14).

2.3 Providência da esposa (Gn 24.1-67). 
Após a morte de Sara, Abraão enviou o seu servo preferido à casa dos seus parentes, a fim de encontrar ali esposa para Isaque. Isso teve o propósito de preservar os laços raciais de Abraão, pois as jovens da região onde ele habitava não eram aceitáveis com esse propósito (Gn 24.3,4). O servo de Abraão ficou tão preocupado com com essa tarefa que, orou ao Senhor para que Ele intervisse fazendo-o prosperar em sua missão (Gn 24.10-14). A Bíblia diz que Deus ouviu e encaminhou Rebeca ao encontro do servo de Abraão (Gn 24.15-21). Esta por sua vez, autorizada pelos pais, acompanhou o servo de Abraão e foi para Canaã. No caminho encontrou Isaque orando. Este veio ao seu encontro e tomando-a casou-se com ela (Gn 24.60-67). A Bíblia diz que “a casa e os bens são herança dos pais; porém do SENHOR vem a esposa prudente” (Pv 19.14).

2.4 Providência de filhos (Gn 25.21). Após o casamento, Isaque descobriu que Rebeca era estéril, ou seja, não podia gerar filhos. Diante desta situação, o patriarca resolveu tomar uma decisão, baseado em tudo o que já tinha visto Deus realizar em toda a trajetória de seu pai e na sua. A Bíblia diz: a quem Isaque recorreu: “Isaque orou […] ao Senhor”; acrescenta dizendo que ele recorreu através da oração “[...] orou […] ao Senhor”; e ainda, diz que Isaque orou com perseverança: “orou insistentemente ao SENHOR [...]”. Deus teve misericórdia de Isaque e Rebeca e respondeu as suas orações dando-lhe filhos gêmeos (Gn 25.21-24).

2.5 Providência de bens materiais (Gn 26.12). 
A Bíblia diz que, nos dias de Abraão, uma fome severa atingiu Canaã (Gn 12.10). De forma semelhante nos dias de Isaque “e havia fome na terra, além da primeira fome, que foi nos dias de Abraão [...]” (Gn 26.1). Diante da escassez na Terra Prometida Isaque pensou em migrar para outro lugar a fim de buscar refúgio, no entanto a voz de Deus lhe advertiu dizendo: “[...] não desças ao Egito; habita na terra que eu te disser” (Gn 26.2-b). O Senhor acrescentou que mesmo na terra seca lhe abençoaria grandemente (Gn 26.3-6). Ali em Gerar, Deus começou a prosperar tudo o que Isaque punha sobre as suas mãos (Gn 26.12-14). Por estar sendo bem sucedido, Isaque despertou a inveja de seus vizinhos que procuraram prejudicá-lo, entulhando os poços que os servos de seu pai haviam aberto (Gn 26.14-22). Isaque mudava-se para outro lugar e Deus providenciava águas (Gn 26.22-25). A atitude pacífica de Isaque e a consequente prosperidade, levou Abimeleque que o havia expulsado, querer fazer aliança, reconhecendo que algo sobrenatural estava sobre o patriarca. Parecia que as águas corriam para onde Isaque ia (Gn 26.26-33).


III. O QUE APRENDEMOS COM A VIDA DE ISAQUE
Comparando a vida de Isaque com a de Abrão e Jacó, ele quase nada fez. Mas, segundo Gardner (1999, p. 281) “a importância de um homem diante do Senhor, não está em fazer, mas em ser”. Eis algumas coisas que podemos extrair como aprendizado para a nossa vida:

3.1 Ter comunhão com Deus. 
O relacionamento de Isaque com Deus caracterizava-se, pela confiança, pela submissão e pela devoção. Sua vida de oração e obediência nos mostra isso (Gn 22.9; 24.63; 25.21; 26.2,6,25). Jacó referiu-se a Deus como “o Temor de Isaque” (Gn 31.42,53), o que demonstra a completa devoção de Isaque ao Senhor. Para Isaque não bastava apenas ter um pai Abraão, e sim, ter a mesma fé e obras que ele (Lc 3.8; Jo 8.39).

3.2 Ter a certeza que Deus cuida de nós. 
Assim como Deus providenciou para Isaque suas necessidades físicas, emocionais e espirituais, Ele também suprirá as nossas. A Bíblia registra inúmeros casos de homens e mulheres que diante de necessidade de obterem alguma coisa, recorreram a Deus e Ele lhes providenciou o que pediam. Eis alguns casos: a) o povo de Israel orou para ser liberto da escravidão no Egito e Deus lhes ouviu, enviando um libertador (Êx 3.7-9); b) Ezequias orou ao Senhor para ser curado e alcançou a graça de Deus (Is 38.1-5); e, c) muitos outros casos (I Sm 1.10-19; Sl 40.1; Jn 2.1-4; Dn 10.12; Lc 1.13; At 10.31). Jesus exortou-nos a orarmos a Deus, pois Ele está disposto a nos atender (Mt 7.7,8). O escritor da Epístola aos Hebreus diz que Ele “é galardoador dos que o buscam” (Hb 11.6).

3.3 Ter caráter santo e as bençãos de Deus nos acompanharão. Isaque foi exortado por Deus a viver de forma santa em obediência a Palavra de Deus (Gn 26.5). Apesar do deslize da mentira que cometeu quanto a negação de que Rebeca era a sua esposa (Gn 26.7-10), não vemos em nenhum outro momento o patriarca comentando falhas morais. Em consequência disto observamos Deus fazendo-o prosperar extraordinariamente (Gn 26.12-14; 22-24). Apesar dos males que sofreu daqueles que lhe tinham inveja, Isaque permaneceu firme no Senhor, sem rebater as afrontas que sofreu, desfrutando assim das bençãos de Deus por onde quer que ia (Gn 26.18-33). A Bíblia diz que aquele que tem seu prazer na Lei do Senhor e nela medita de dia e de noite “tudo quanto fizer prosperará” (Sl 1.3b).


CONCLUSÃO
Ao nos depararmos com a providência de Deus na vida do patriarca Isaque, nossa alma deve descansar, visto que, a manutenção da nossa vida por completo é certa, apesar das situações adversas que possamos enfrentar.



REFERÊNCIAS
ANDRADE, Claudionor Correa de. Dicionário Teológico. CPAD.
GEISLER, Norman. Teologia Sistemática. Vol. 01. CPAD.
STAMPS, Donald C. Bíblia de Estudo Pentecostal. CPAD.




Por Rede Brasil de Comunicação.


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