sábado, 13 de abril de 2019

LIÇÃO 02 – OS ARTESÕES DO TABERNÁCULO (SUBSÍDIO)







Êx 31.1-11




INTRODUÇÃO
Nesta lição veremos os significados dos nomes Bezalel e Aoliabe; analisaremos alguns aspectos da escolha de Deus em relação aos artesãos do tabernáculo; e por fim, pontuaremos algumas lições práticas que aprendemos com Bezalel e Aoliabe para nossa vida.


I. O SIGNIFICADO DOS NOMES DOS CONSTRUTORES DO TABERNÁCULO
1. Bezalel.
O primeiro a ser escolhido por Deus era um descendente da tribo de Judá, ou seja, um judeu: “Eu escolhi Bezalel, filho de Uri, filho de Hur, da tribo de Judá” (Êx 31.2). Bezalel significa: “à sombra de Deus” ou “Deus é a minha proteção”. O nome o pai de Bezalel é “Uri” significa: “luz, resplendor”. Já o nome do seu avô “Hur” significa: “livre”. Bezalel era da tribo de Judá, que significa “louvor” (CONNER, 2004, p. 18 – grifo nosso).

2. Aoliabe.
O outro homem envolvido na edificação do Tabernáculo foi um descendente da tribo de Dã, ou seja, um danita: “E eis que eu tenho posto com ele a Aoliabe, filho de Aisamaque, da tribo de [...]” (Êx 31.6; 35.34,35). Aoliabe significa: “tabernáculo ou tenda de meu pai”. O nome do pai de Aoliabe que é “Aisamaque” significa: “aquele que apoia ou auxilia”. Aoliabe era da tribo de , que significa “juiz”. O artesão chefe na construção do templo de Salomão foi Hirão que também pertencia à tribo de Dã (2 Cr 2.13,14) (CONNER, 2004, p. 18 – grifo nosso).


II. OS ARTESÃOS DO TABERNÁCULO E A ESCOLHA DE DEUS
A descrição detalhada do Tabernáculo, incluídos os numerosos acessórios e mobiliário exigia um toque hábil. Deus revelou o tabernáculo a Moisés (Êx 25.9), e através dele convocou Bezalel e Aoliabe e outros artífices (escultores, artesãos, carpinteiro, marceneiros e tecelões), imbuídos de devoção e sabedoria e dotados de inteligência e habilidades para elaborar o santuário, cumprindo o que fora ordenado pelo Senhor no monte Sinai (Êx 26.36). Notemos:

1. Deus falou quem seria os construtores.
Para fazer com precisão os muitos detalhes exigidos na construção do Tabernáculo e de todas as suas mobílias e acessórios, Moisés precisava de trabalhadores especializados. Deus até poderia produzir este lugar de adoração mediante um ato milagroso do seu poder, mas, escolheu fazer por meio de homens capacitados com inteligências artificiosa e inventiva para o trabalho: “Depois, falou o Senhor a Moisés [...]” (Êx 31.1).

2. Deus revelou quem seria os construtores.
Foi o próprio Deus quem revelou a Moisés os nomes de quem seria os artesãos: “[…] Eis que o Senhor tem chamado por nome a Bezalel, filho de Uri, filho de Hur, da tribo de Judá” (Êx 35.30). Bezalel deveria ser o arquiteto, ou o artesão mestre (Êx 35.34), e pertencia à tribo de Judá uma tribo que Deus se alegrava em honrar. Era neto de Hur, provavelmente o mesmo Hur que tinha ajudado a manter erguidas as mãos de Moisés (Êx 17.12), e que nesta ocasião estava trabalhando com Arão no governo do povo, na ausência de Moisés (Êx 24.14). A tradição dos judeus diz que este Hur era o marido de Miriã irmã de Moisés. E, caso isto seja verdade, era necessário que Deus o indicasse a este serviço, para que, se Moisés o tivesse feito, não fosse julgado parcial para com seus próprios parentes, uma vez que seu irmão Arão também tinha sido colocado no sacerdócio. Deus honrou os parentes de Moisés, mas mostrou que esta honra não vinha de Moisés, mas sim, do próprio Deus (HENRY, 2010, p. 325 – grifo nosso).

3. Deus chamou os construtores.
O Tabernáculo era um projeto divino e Deus precisava de pessoas habilidosas para construí-lo. Por isso, Ele chamou pessoas e as usou de maneira graciosa: “Eis que eu tenho chamado [...]” (Êx 31.2-a; ver ainda 36.1). Bezalel e seu assistente, Aoliabe, foram chamados para dar beleza às formas materiais do Tabernáculo. Os homens aqui foram chamados por Deus para fazer trabalhos artísticos específicos com ouro, prata, cobre (bronze), madeira, e pedras (Êx 31.4,5). Eles seguiriam as instruções detalhadas dadas a Moisés: “conforme tudo que te tenho mandado” (Êx 31.11). Estes homens usariam sua perícia e orientariam os outros no desempenho da obra de Deus: “todo aquele que é sábio de coração” (Êx 31.6).

4. Deus capacitou os construtores.
Neste texto, não estão em vista a capacitação natural que pode ser treinada e aperfeiçoada, mas o dom da graça recebido pelo Espírito Santo (Êx 36.2). Os dons do Espírito são em grande parte estas capacitações naturais dedicadas a Deus e inspiradas pelo Espírito. Estes dons são achados nas expressões vocais e no intelecto, mas também em trabalhos manuais e na percepção visual. Para esta tarefa, houve o enchimento do “Espírito de Deus, de sabedoria, e de entendimento, e de ciência em todo artifício” (Êx 31.3). Podemos então dizer que neste texto: a) Espírito de Deus fala da capacitação dada exclusivamente pelo Senhor; b) Sabedoria denota o alcance de mente e força de capacidade; é o poder de julgar a melhor coisa a fazer; c) Entendimento é a capacidade de compreender as partes diferentes de um trabalho e sua forma completa; e, d) Ciência indica o conhecimento de materiais pela prática e experiência. É possível dedicar as habilidades pessoais a Deus para serem usadas diretamente na obra do Senhor.

5. Deus ordenou os construtores.
Todos somos alvo do amor de Deus quanto a salvação, pois seu desejo é que todos os homens indistintamente cheguem ao pleno conhecimento da verdade e sejam salvos (1Tm 2.3,4). No entanto, para realização de Sua obra em algumas funções específicas, há uma ordenação particular: “E eis que eu tenho posto com ele a Aoliabe [...] para que façam tudo o que te tenho ordenado” (Êx 31.6).


III. LIÇÕES PRÁTICAS QUE APRENDEMOS COM BEZALEL E AOLIABE
Um “dom natural” é fruto da genética ou treinamento, enquanto que um “dom espiritual” é uma concessão unicamente do Espírito Santo. Notemos:

1. A escolha de Deus para a obra é soberana.
É Deus que nos escolhe, nos chama, nos capacita e nos envia. Foi o Senhor quem elegeu, chamou, capacitou e enviou Bezalel e Aoliabe para todas as obras relacionadas ao Tabernáculo a fim de que fosse construído exatamente conforme o modelo que fora mostrado. Não está dentro das atribuições unicamente do homem selecionar, chamar, qualificar ou nomear. Tal é a sã doutrina que nos é sugerida pelas palavras do próprio Deus, pois os obreiros para esta construção foram: a) Divinamente escolhidos: “eu tenho posto” (Êx 31.2a), b) Divinamente chamados: “eu tenho chamado” (Êx 31.6a), c) Divinamente qualificados: “eu tenho dado” (Êx 31.6b), e, d) Divinamente nomeados: “eu tenho ordenado” (Êx 31.6c). Demais, ninguém podia presumir de se nomear a si próprio para esta obra; nem tampouco ninguém pode nomear-se a si próprio para a obra do ministério, pois tudo, é e deve ser, absolutamente da competência divina: “E subiu ao monte e chamou para si os que ele quis; e vieram a ele” (Mc 3.13).

2 Nossa capacidade na obra vem de Deus.
A declaração de que Bezalel e Aoliabe receberam suas aptidões do “Espírito de Deus” prefigura os dons do Espírito que o Senhor concede a todos os crentes consagrados à obra do Senhor (Rm 12.4-8; 1 Co 12.1-31; Ef 4.7-13). No caso dos artesãos do tabernáculo não foi diferente: “e o enchi do Espírito de Deus, de sabedoria, e de entendimento, e de ciência em todo artifício” (Êx 31.3). Devemos nos lembrar sempre que nossa capacidade vem do Senhor: “não que sejamos capazes, por nós, de pensar alguma coisa, como de nós mesmos; mas a nossa capacidade vem de Deus” (2 Co 3.5). Todos nascemos com diferentes aptidões dadas por Deus e, quando nos convertemos, recebemos diferentes dons do Espírito Santo que devem ser usados para o bem da igreja e para a glória do Senhor. Paulo nos diz ainda: “O qual nos fez também capazes de ser ministros [...]” (2 Co 3.6a).

3. Deus capacita de maneira especial para a obra quem Ele chama.
Deus chamou Moisés e nomeou Bezalel e Aoliabe para dirigir a obra da construção do Tabernáculo, pois sem líderes a obra não avançaria, e o Senhor também chamou artífices voluntários para auxiliá-los (Êx 31.6; 35.10). Bezalel e Aoliabe foram capacitados para fazer os móveis do tabernáculo: “Assim, trabalharam Bezalel, e Aoliabe, e todo homem hábil a quem o SENHOR dera habilidade e inteligência [...]” (Êx 36.1). Todos os homens são chamados para serem salvos, mas, nem todos os salvos são chamados para serem líderes. Por isso, o apóstolo Paulo disse: “Porque Deus é quem efetua em vós tanto o querer como o realizar, segundo a sua boa vontade” (Fp 2.13). Uma vez escolhidos e chamados, seremos agora capacitados por Deus. Devemos lembrar das palavras de João Batista: “O homem não pode receber coisa alguma, se lhe não for dada do céu” (Jo 3.27).

4. Deus capacita aqueles que são obedientes e submissos na sua obra.
O Senhor chamou Moisés diretamente pelo nome (Êx 3.1-10), mas Bezalel e Aoliabe foram chamados indiretamente, ou seja, através de Moisés. Embora Deus escolhesse por nome a Bezalel e Aoliabe (Êx 31.2a, 6a), logicamente coube a Moisés nomeá-los e apresentá-los (Êx 35.30; 36.2). Não há nenhuma passagem mostrando Deus falando diretamente com eles como fez com seu líder. É inspirador ser chamado por nome direta ou indiretamente por Deus, mas também é importante ser nomeado por quem Deus autoriza a escolher obreiros (BEACON, 2010, p. 222 – grifo nosso). Bezalel, Aoliabe e os outros auxiliares tiveram o privilégio de participar destas obras e foram fiéis, submissos e obedientes em seguir as orientações divinas dadas ao seu líder: “Fez Bezalel, filho de Uri, filho de Hur, da tribo de Judá, tudo quanto o Senhor ordenara a Moisés” (Êx 38.22).

5. Deus capacita aqueles que estão dispostos a glorificar ao Senhor e não a si mesmo.
Apesar das grandes importantes contribuições, Bezalel e Aoliabe são praticamente esquecidos depois do tabernáculo concluído. Tem gente que seu nome aparece, mas a sua obra não, e tem gente que o seu nome não aparece, mas a sua obra se eterniza: “Não a nós, Senhor, não a nós, mas ao vosso nome dai glória [...]” (Sl 115.1). O apóstolo Pedro também entendeu assim: “A ele seja a glória, tanto agora como no dia eterno” (2 Pe 3.18). Paulo também compreendeu desta forma: “Porque dele, e por ele, e para ele são todas as coisas; glória, pois, a ele eternamente. Amém!” (Rm 11.36). João na ilha corrobora com esta visão: “Digno és, Senhor, de receber glória, e honra, e poder, porque tu criaste todas as coisas […]” (Ap. 4.11).


CONCLUSÃO
Na igreja local, muitos trabalhos requerem habilidades especiais. Por exemplo, quem escreve precisa ser habilidoso no ofício da escrita; quem canta precisa ser habilidoso no ofício do canto; quem toca precisa ser habilidoso no ofício instrumental; quem prega e ensina precisa ser habilidoso no ofício da interpretação de texto e da retórica. Enfim, as necessidades de habilidades especiais para realizar obras especiais são inúmeras. Por isso que o Espírito Santo capacita pessoas para atividades bem específicas na obra do Senhor.




REFERÊNCIAS
Ø  HOUAISS, Antônio. Dicionário da Língua Portuguesa. OBJETIVA. 2001.
Ø  STAMPS, Donald C. Bíblia de Estudo Pentecostal. (Trad. Gordon Chown). CPAD, 1995.
Ø  CONNER, Kevin J. Os segredos do Tabernáculo de Moisés. (Trad. Célia Chazanas). Atos, 2004.
Ø  HENRY, Matthew. Comentário Bíblico do AT: Gênesis a Deuteronômio. CPAD. 2010.



Por Rede Brasil de Comunicação.



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