quarta-feira, 20 de janeiro de 2021

LIÇÃO 03 – O BATISMO NO ESPÍRITO SANTO (SUBSÍDIO)

 





At 2.1-13  
 

 
INTRODUÇÃO  
Nesta lição veremos os fundamentos bíblicos do batismo no Espírito Santo; veremos o que é o batismo no Espírito Santo e o que não é; pontuaremos o batismo no Espírito Santo e o dom de variedade de línguas; e por fim, como receber este batismo.
 
 
I. FUNDAMENTOS BÍBLICOS DO BATISMO NO ESPÍRITO SANTO
O Batismo no Espírito Santo é a externalização de uma experiência reconhecível, audível e visível. Sendo uma experiência subsequente à salvação e completamente diferente ato da regeneração ou novo nascimento (Jo 20.21,22; 1Co 3.16; 6.19; 2Co 6.16; Gl 4.6). Ao contrário do que supõem os inimigos da Obra Pentecostal, o batismo com o Espírito Santo não é uma prática destituída de doutrina; acha-se assentada num forte e inamovível fundamento bíblico-teológico. O Batismo no Espírito Santo não é modismo, pelo contrário, é uma promessa feita pelo Pai, confirmada pelo Filho e manifestada pelo Divino Consolador. Notemos:
 
1. A promessa do batismo no Espírito Santo.
O Batismo com o Espírito Santo foi profetizado pelo profeta Isaías (28.11; 44.3); Joel (Jl 2.28,32); João Batista (Mt 3.11; Mc 1.8; Lc 3.16; Jo 1.32,33; At 11.16); e por Jesus (Mc 16.17; Lc 24.49-51; At 1.4,5).
 
2. O cumprimento da promessa do batismo no Espírito Santo.
Em Atos 2 encontramos o cumprimento da promessa do Batismo nas palavras de Pedro (At 2.39). O livro dos Atos nos mostra esta manifestação em outras ocasiões (At 8.14-20; 9.17; 10.44-48; 19.1-7; 1Co 14). O batismo é uma experiência também para os dias hodiernos.
 
 
II. O QUÊ É O BATISMO NO ESPÍRITO SANTO
“Falar em línguas é expressar-se com palavras que nunca aprendemos, mas que nos são comunicadas diretamente pelo Espírito Santo. Não se manifesta através de palavras pensadas de antemão ou vocalizadas pela pessoa que fala [...]. As línguas constituem um milagre vocal e não um milagre mental” (CARLSON apud RENOVATO, 2014, p. 63). “Os dons espirituais são necessários em todas as épocas da Igreja, porquanto o desenvolvimento da Igreja depende dos mesmos” (CHAMPLIN, 2004, p. 219). O falar noutras línguas era entre os crentes do NT, um sinal da parte de Deus para evidenciar o batismo no Espírito Santo (At 2.4; 10.45-47; 19.6). Esse padrão bíblico para o viver na plenitude do Espírito continua o mesmo para os dias de hoje. A Palavra de Deus ensina o seguinte sobre o batismo no Espírito Santo. Vejamos:

  • O batismo no Espírito Santo é apenas para os salvos. O falar em línguas como sinal do batismo com o Espírito Santo teve o seu início no dia de Pentecostes (At 2.4). Os que nasceram de novo, aqueles que experimentaram a verdadeira conversão, e, assim, receberam o Espírito Santo para neles habitar (Jo 14.17; At 2.4); 
  • O batismo no Espírito Santo é uma obra distinta e à parte da regeneração. O batismo com o Espírito Santo é uma experiência subsequente à regeneração e nunca antes (Jo 20.22; Lc 24.49; At 1.5,8; 11.17; 19.6). O batismo com o Espírito Santo não é o mesmo que a regeneração. Os salvos em Cristo recebem o Espírito Santo após a conversão (Jo 14.16,17; 20.22). Mas nem todos os salvos são batizados com o Espírito Santo no momento da conversão, mas sim, tempos depois (At 10.44-46); 
  • O batismo no Espírito Santo é experimentar a plenitude do Espírito (At 1.5; 2.4). Este batismo teve lugar somente a partir do dia de Pentecoste. Quanto aos que foram cheios do Espírito Santo antes do dia de Pentecoste (Lc 1.15,67), Lucas não emprega a expressão “batizados no Espírito Santo”. Este evento só ocorreria depois da ascensão de Cristo (At 1.2-5; Lc 24.49-51, Jo 16.7-14); 
  • O batismo no Espírito Santo é falar noutras línguas. (At 2.4; 10.45,46; 19.6). Falar noutras línguas é uma manifestação sobrenatural do Espírito Santo, é uma expressão vocal inspirada pelo Espírito, mediante a qual o crente fala numa língua que nunca aprendeu ou estudou (At 2.4; 1Co 14.14,15). Estas línguas podem ser humanas, e atualmente faladas (At 2.6), ou desconhecidas (1Co 13.1); 
  • O batismo no Espírito Santo outorgar ao crente ousadia e poder. (At 1.8; 2.14-41; 4.31; 6.8; Rm 15.18,19; 1Co 2.4). Esse poder é uma manifestação do Espírito Santo, na qual a presença, a glória e a operação de Jesus estão presentes com seu povo (1Co 12.7-10). 

 
III. O QUE NÃO É O BATISMO NO ESPÍRITO SANTO
O simples fato de alguém falar “noutras línguas”, ou exercitar outra manifestação sobrenatural não é evidência irrefutável da obra e da presença do Espírito Santo. O ser humano pode imitar as línguas estranhas como o fazem os demônios. A Bíblia nos adverte a não crermos em todo espírito, e averiguarmos se estas experiências espirituais procedem realmente de Deus (1Jo 4.1). Analisemos:

  • O batismo no Espírito Santo não é aprender falar em línguas. Falar em línguas não é algo aprendido, mas sim recebido. Somente devemos aceitar as línguas se elas procederem do Espírito Santo. Esse fenômeno, segundo deve ser espontâneo e resultado do derramamento do Espírito Santo. Não é algo aprendido, nem ensinado, como por exemplo instruir crentes a pronunciar sílabas sem nexo como fazem alguns, mas é dado pelo Espírito (1Co 12.10); 1.2); e como a terceira pessoa (Mt 28.19; At 10.38; 2Co 13.13; Mt 10.20; Rm 8.9; 1Co 2.11,12; Gl 4.6). “Logo, o Espírito Santo é da mesma substância, da mesma espécie, de mesmo poder e glória do Pai e do Filho” (SOARES Org, 2017, p. 67 – grifo nosso). 
  • O batismo no Espírito Santo não é para os ímpios. O Espírito Santo nos adverte claramente que nestes últimos dias surgirá apostasia dentro da igreja (1Tm 4.1,2; 1Jo 4.1); sinais e maravilhas operados por Satanás (Mt 7.22,23; 2Ts 2.9) e obreiros fraudulentos que fingem ser servos de Deus (2Pe 2.1,2). Se alguém afirma que fala noutras línguas, mas não é salvo, nem aceita a autoridade das Escrituras, nem obedece à Palavra de Deus, qualquer manifestação sobrenatural que nele ocorra não provém do Espírito Santo (1Jo 3.6-10; 4.1-3; Gl 1.9; Mt 24.11-24, Jo 8.31); 
  • O batismo no Espírito Santo não é o mesmo que batismo no corpo de Cristo. Muitos não compreendem devidamente o batismo com o Espírito Santo, por não fazerem uma exegese correta de 1Coríntios 12.1. Paulo não faz aqui nenhuma referência ao batismo com o Espírito Santo, nem ao batismo em águas; 
  • O batismo no Espírito Santo não é uma experiência exclusiva dos dias apostólicos. Os cessacionistas negam a atualidade do batismo no Espírito Santo com a evidência inicial do falar noutras línguas, ensinando que o fenômeno foi um sinal apenas para os dias apostólicos. Todavia, não encontramos nada nas Escrituras Sagradas que prove que o falar em línguas seja uma experiência restrita à Igreja Primitiva. Ao contrário, a Bíblia e a própria experiência demonstram a plena atualidade da promessa (Mt 16.17; At 2.39; 9.17; 19.1-6). 
 

IV. O BATISMO NO ESPÍRITO SANTO E O DOM DE VARIEDADE DE LÍNGUAS
No batismo com o Espírito Santo, o crente, pelo mesmo Espírito, fala em línguas como sinal e evidência inicial da promessa recebida, isso não significa que ele recebeu o “dom de variedade de línguas”, pois, é um milagre “linguístico sobrenatural”. O dom de variedade de línguas difere das línguas como evidência do batismo no Espírito Santo, pois é dado “a cada um como o Espírito Santo quer” (1Co 12.11,30). No tocante às “línguas” do grego “glossa” como manifestação sobrenatural do Espírito, notemos o seguinte mencionado na Bíblia de Estudo Pentecostal (STAMPS, 1995, p. 1756 – acréscimo nosso). Vejamos: 

  •  Essas línguas podem ser humanas e vivas, ou seja, línguas ainda faladas (At 2.4-6) que são as chamadas “xenolalias” (É o falar em línguas num idioma conhecido, estranho apenas a quem o fala), ou uma língua desconhecida e/ou estranha na terra conhecidas como “glossolalia” (1Co 13.1); 
  • A finalidade deste dom é: a) edificação da Igreja (1Co 14.4,26); b) edificação pessoal (1Co 14.28); c) glorificação a Deus (At 2.11); d) comunicar o sobrenatural de Deus e por fim, e) serve como sinal para os descrentes (1Co 14.13-17);

  • O falar noutras línguas como dom abrange o espírito do homem e o Espírito de Deus, que entrando em mútua comunhão, faculta ao crente a comunicação direta com Deus expressando-se através do espírito mais do que da mente (1Co 14.2,14) e orando por si mesmo ou pelo próximo sob a influência direta do Espírito Santo, à parte da atividade da mente (1Co 14.2, 15, 28; Jd 20);

  • Línguas estranhas faladas no culto devem ser seguidas de sua interpretação pelo Espírito Santo, para que a congregação conheça o conteúdo e o significado da mensagem (1Co 14.3, 27,28). Ela pode conter revelação, advertência, profecia ou ensino para a igreja (1Co 14.6);

  • Quem fala em línguas pelo Espírito, nunca fica em “êxtase” ou “fora de controle” (1Co 14.27,28).

  • Dom de Interpretação de Línguas (1Co 12.10), trata-se da capacidade concedida pelo Espírito Santo, para o portador deste dom compreender e transmitir o significado de uma mensagem dada em línguas (1Co 14.6, 13, 26). A interpretação pode vir através de quem deu a mensagem em línguas, ou de outra pessoa (1Co 14.13). 

 

V. COMO RECEBER O BATISMO NO ESPÍRITO SANTO
1. Arrepender-se dos pecados.
O arrependimento é uma condição prévia para recebermos o Batismo com o Espírito Santo (At 2.38). Os exemplos do Batismo no Espírito Santo ocorreram com pessoas que já eram salvas (At 2.1-3; 10.45-48; 19.1-7).
 
2. Viver uma vida de santidade.
A santidade é um pré-requisito para o Batismo no Espírito Santo. Para receber este presente é preciso estar em harmonia com Ele, pois o pecado entristece ao Espírito Santo (Is 63.10; Ez 36.25-27; Ef 4.30; 1Pe 1.16).
 
3. Perseverar em oração e buscá-lo com fé.
O Espírito Santo deve ser buscado com perseverança em oração e com fé por todos os salvos (Tg 4.8), pois o Senhor está perto daqueles que o invocam (Sl 145.18).
 
4. Crer no batismo no Espírito Santo e desejar recebê-lo.
Alguém que não acredita que os Dons são para a igreja nos dias de hoje, jamais receberá este presente de Deus (Mc 16.17; At 10.43-47).
 
 
CONCLUSÃO
O Batismo no Espírito Santo não pode ser tratado como teoria ou possibilidade remota, mas como algo indispensável do Senhor para o seu povo. Precisa ser uma experiência vital para o crente e para a igreja, pois é um dom divino para os salvos em Jesus. 
 
 
 

REFERÊNCIAS

Ø  BRUNELLI, Walter. Teologia para pentecostais. Vol 02. CENTRAL GOSPEL, 2016.

Ø  CABRAL, Elienai. Comentário Bíblico: Efésios. CPAD, 1999.

Ø  SILVA, Severino Pedro da. Os Anjos, sua natureza e ofício. CPAD, 2010.

Ø  HORTON, S. M. A Doutrina do Espírito Santo. CPAD, 2001.

Ø  MENZIES, W. W.; HORTON, S. M. Doutrinas Bíblicas: Os Fundamentos da Nossa Fé. CPAD, 2005.

Ø  PALMA, A. D. O Batismo no Espírito Santo e com fogo. CPAD, 2002.

Ø  GEE, D. Como receber o Batismo no Espírito Santo. CPAD, 2001.

Ø  STAMPS, Donald C. Bíblia de Estudo Pentecostal. CPAD. 1999. 

 

 
 
Por Rede Brasil de Comunicação.



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