segunda-feira, 2 de agosto de 2021

LIÇÃO 05 – O REINADO DE ACAZIAS





 
2Rs 1.1-8,13-17


 
INTRODUÇÃO
Nesta lição daremos continuidade ao estudo da vida do profeta Elias e suas grandes batalhas para levar Israel a confiar unicamente no Senhor. Infelizmente os reis de Israel, principalmente após a divisão do reino eram em sua maioria idolatras, e isto fazia com que o povo também se desviasse do padrão divino. Eles deveriam servir como referência, e isto não acontecia. Sendo assim, na aula de hoje veremos como o rei Acazias aprendeu a duras penas o como é sério não confiar no Senhor.
 
 
I. QUEM FOI O REI ACAZIAS
1. Conhecendo o rei Acazias.
Acazias foi o oitavo rei do reino do Norte, era filho de Acabe e Jezabel (1Rs 22.52) e irmão de Jorão (2Rs 3.1). Seu nome vem do hebraico, e significa: “o Senhor tem sustentado” é mais uma personagem bíblica que contraria o seu próprio nome. Acazias reinou durante apenas dois anos de 850 a 849 a.C em Israel (1Rs 22.52). Embora seu reinado seja curto, o relato está registrado a partir de 1Reis 22 até o início de 2Reis 1, para explicar a relação entre Acazias e o profeta Elias. Ele continuou com a infame política religiosa de seus pais, Acabe e Jezabel (1Rs 22.40,49,51). Seu reinado de dois anos foi marcado pela tragédia (GARDNER, p. 19, 2005). O texto sagrado diz que Acazias foi um mau rei, que, além de manter os “pecados de Jeroboão”, andou nos caminhos de seu pai e de sua mãe no tocante à idolatria. Perpetuou, assim, o estado péssimo que havia sido introduzido por seu pai em Israel.
 
2. A idolatria do rei Acazias.
O fim que os rebeldes Acabe e Jezabel tiveram não serviu de lição para seu filho Acazias, que, não se impressionando com o exemplo de rebeldia de seus pais, deu continuidade aos mesmos pecados cometidos por eles (1Rs 22.52-54). Acazias era alguém completamente comprometido com a idolatria, um incrédulo em Deus e, mesmo diante de uma situação adversa, mesmo diante do testemunho do poder de Deus que presenciou no reinado de seu pai, mantinha-se com seu coração endurecido, alheio a Deus, rejeitando ao Senhor (1Rs 22.54) e o anjo do Senhor disse a Elias para que se levantasse e se encontrasse com os mensageiros do rei e lhes dissesse que, como Acazias desprezara a existência do Deus de Israel, ele haveria de morrer, não se levantando da cama onde estava desde o acidente (2 Rs 2.3).
 
3. A queda física e espiritual do rei Acazias.
A queda física de Acazias aponta figuradamente para a sua queda espiritual. O texto Bíblico diz que Acazias “caiu das grades” de seu quarto (2Rs 1.2), mas podemos dizer que ele também “caiu da graça de Deus”. Acazias poderia ter tido um futuro brilhante, pois, em seus dias, ainda habitava em Israel o profeta Elias. Por certo, ele soube do que Elias fizera com seu país, quando fechou os céus para que não chovesse e, por mais de três anos, não caiu um pingo de água (1Rs 17.1-7). Também estava ciente do destino que tiveram os profetas de Baal e os do poste-ídolo (1Rs 18.20-40). Contudo, preferiu seguir o caminho de desobediência (2Rs 1.17). Enquanto o rei Acazias desceu para a sepultura e terminou seus dias com os mortos, o profeta Elias subiu aos céus pra ficar eternamente com Deus.
 
4. O deus do rei Acazias.
Na maioria das vezes, o sobrenome da divindade variava de acordo com a localidade. Um exemplo disso é Baal-Peor, divindade de uma área correspondente a uma montanha na região ao norte do Mar Morto e defronte de Jericó (Nm 25.3). O deus Baal que Acazias servia chamava-se Baal-Zebube ou Belzebu. No Antigo Testamento, Baal-Zebube era o “senhor das moscas”, o deus de Ecrom, ao qual Acazias desejou consultar, mas foi impedido pela interferência justamente de Elias (2Rs 1.1-6,16). Alguns entendem que este nome era uma forma zombeteira de os israelitas se dirigirem a esta divindade, cujo nome seria mesmo “Baal Zebul”, que significa: “Senhor dos lugares altos”, o que até explica porque o rei Acazias tinha pedido fosse ele consultado, já que havia caído de um lugar alto (2Rs 1.2).
 
5 A ordem do rei Acazias.
O capitão do rei Acazias chegou com toda arrogância dizendo a Elias: “Homem de Deus, o rei diz: Desce” (2Rs 1.9). Para este capitão o rei Acazias estava “acima” do profeta. O capitão, que ali representava o rei, quis mostrar ao profeta “quem mandava”. Aqui também temos uma importante lição espiritual: O servo do Senhor não pode se submeter a ordens quando esta é rebelde contra Deus (At 5.29), pois se o fizer, estará “descendo espiritualmente”. Como servos de Deus, a igreja está “em cima” (Ef 1.3; Cl 3.1-3) e, por isso, não pode se submeter a quem resiste ao Senhor e à Sua Palavra, sob pena de “descer depressa” (2Rs 1.11). Como servos do Senhor não podemos, de modo algum, atender à ordem de “descer”, mas nos mantermos “em cima” (Ne 6.3). O profeta não “desceu” para obedecer ao orgulho e insensatez espiritual do rei ímpio, mas o “fogo de Deus” desceu em resposta ao pecado (2Rs 1.10, 12).
 
 
II. O DESAFIO DE COMBATER A APOSTASIA EM ISRAEL
A palavra Apostasia vem do grego, apo, que significa: “fora” e “histemi”, que quer dizer: “colocar-se”. Significa “afastamento” ou o “abandono premeditado e consciente da fé cristã”. No Antigo Testamento não foram poucas as apostasias cometidas por Israel. Só em Juízes, há sete desvios da verdadeira fé em Deus. Para os profetas, apostasia constituía-se num adultério espiritual. Se a congregação hebreia era a “esposa” de Jeová, deveria guardar-lhe fielmente os preceitos, e jamais curvar-se diante dos ídolos (ANDRADE, 2006, p. 56). Ídolos são produtos do coração, não são meras imagens, na realidade muitas vezes podem até não possuir uma forma, mas tendem a ocupar um espaço exclusivo de Deus. A apostasia em Israel ocorreu, principalmente, por causa dos maus exemplos dos reis de Israel, que conduziram a nação à idolatria.
  • O rei Salomão, por exemplo, abandonou ao Senhor e tornou-se idólatra, prostrando-se diante de outros deuses (1Rs 11.1-6), o que o Senhor havia proibido terminantemente na Lei (Êx 20.3-5; Dt 5.7-9).
  • Após a sua morte, seu filho Roboão reinou em seu lugar (1Rs 11.43), e, a partir de então, a nação foi dividida em dois reinos: o Reino do Norte, denominado Israel, com dez tribos; e o Reino do Sul, chamado Judá, com apenas duas tribos, Judá e Benjamim (1Rs 12.16-25). O reino do norte sempre esteve longe de Deus.
 
 
III. ELIAS, E OS MENSAGEIROS DE ACAZIAS
Deus que é onisciente, viu quando o rei Acazias enviou seus mensageiros para consultar um falso deus (2Rs 1.2), e enviou seu anjo a Elias para que este interpolasse os mensageiros antes mesmo destes consultarem a Baal já com a resposta que ele tanto queria (2Rs 1.3-4). Ao retornarem eles relataram ao rei o fato (vs. 5,6) foram indagados quem disse aquilo (v. 7) e reconheceu que era Elias (v. 8). Não conformado resolveu atacar o servo de Deus mandando soldados para prendê-lo (v. 9). A partir deste momento vemos uma intensa batalha para tentar capturar Elias, este por sua vez orou ao Senhor duas vezes para que o fogo do Céu descende e consumisse o capitão e seus soldados (vs. 10,12). Um terceiro grupo foi enviado, mas este possuía um capitão temente que antes de falar ao profeta prestou-lhe reverencia (v. 13) e entendeu que Deus estava com ele (v. 14). Deus enviou seu anjo e este disse a Elias que acompanhasse os soldados para dizer diante de Acazias as mesmas palavras (vs. 15-16). Nada aconteceu ao profeta, mas a Palavra de Deus se cumpriu integralmente na vida de Acazias e este morreu (vs. 17-18). Este episódio nos ensina ao menos 4 verdades. Vejamos:
 
a. Todas as dúvidas que um homem tenha sobre sua vida, apenas Deus pode respondê-las;
b. A apostasia é um ato de rebeldia contra o Senhor, levando a um final doloroso;
c. Não precisamos temer aqueles que não temem a Deus;
d. Haverá proteção divina para aqueles que são usados por Deus para ser seus porta-vozes.
 
 
IV. OS PERIGOS DA APOSTASIA
Embora a apostasia tenha ocorrido no passado, ela acontece com mais frequência em nossos dias, como cumprimento da Palavra de Deus. O apóstolo Paulo disse: “Mas o Espírito expressamente diz que nos últimos tempos apostatarão alguns da fé, dando ouvidos a espíritos enganadores, e a doutrinas de demônios” (1Tm 4.1). Muitos cristãos estão sendo influenciados por falsos ensinos e doutrinas de demônios em nossos dias. O escritor da carta aos Hebreus traz uma palavra de advertência quando diz que aquele que no passado teve uma experiência de salvação com Cristo, mas que, deliberada e continuamente endurece o coração para não atender a voz do Espírito Santo (Hb 3.7-19), continua a pecar intencionalmente (Hb 10.26) e se recusa a arrepender-se e voltar-se para Deus, pode chegar a um ponto tal, que não haverá mais possibilidade de arrependimento e de salvação motivado pela apostasia (Hb 6.4-6).
 
 
V. A MISSÃO DE ELIAS UMA FIGURA DA MISSÃO DA IGREJA
A missão profética da igreja é definida pela palavra grega “kerigma”, que é traduzida por “pregação” (Rm 16.25; 1Co 1.21; 2Tm 2.17; Tt 1.3), e “proclamação” (Lc 4.18; 1Ts 2.9 – Bíblia de Estudo Almeida Revista e Atualizada). É a tarefa exercida pela Igreja de Cristo após sua ascensão, que tem como objetivo dar continuidade ao ministério de Cristo Jesus (Mt 28.19-20; Mc 16.15; At 1.3-5) da seguinte forma: a) proclamando o reino de Deus (Mt 28.19-20; Mt 4.17; Mc 1.15; 16.15); b) denunciando o pecado e chamando os homens ao arrependimento (At 2.38; 3.19); e c) através da mensagem profética de Deus que foi prefigurada nos profetas do AT (Hb 11.13; Rm 16.25) que vislumbravam a revelação de uma verdade mais plena, pois segundo Hebreus 10.1, viviam apenas na Sombra, mas agora, revelada na presente dispensação à Igreja de Jesus (Rm 16.26; 1Co 2.7; Ef 1.9; 3.3,4,9; 5.32; 6.19).
 
 
CONCLUSÃO
Como pudemos ver, a apostasia existe desde os tempos passados, como ocorreu nos dias de Salomão, Jeroboão, e, principalmente, nos dias de Acabe e seu filho, rei de Israel. Por esta razão, o Senhor Deus levantou os profetas, entre eles Elias, não apenas para profetizar e combater os pecados da nação, mas, também, para operar milagres extraordinários, revelando a soberania e o poder de Deus sobre os homens e a natureza. Tal qual os dias de Elias, nós também vivemos em um período de muita apostasia e abandono da fé, onde as doutrinas humanas e demoníacas são difundidas através da mídia e dos meios de comunicação. Por isso, nestes tempos pós-modernos, Deus está à “procura” de homens corajosos como Elias para refutar os falsos ensinos de hereges e falsos profetas, anunciando ousadamente a Palavra de Deus na unção do Espírito Santo.
 
 
 
REFERÊNCIAS
Ø  DILLARD, Raymond B. Fé em face da apostasia. CULTURA CRISTÃ.
Ø  ELISSEN, Stanley. Conheça melhor o Antigo Testamento. VIDA.
Ø  GARDNER, Paul. Quem é quem na Bíblia Sagrada. VIDA.
Ø  KELLER, Timothy. Deuses falsos. VIDA NOVA
Ø  STAMPS, Donald C. Bíblia de Estudo Pentecostal. CPAD.

 

 

Por Rede Brasil de Comunicação.




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