sexta-feira, 26 de novembro de 2021

LIÇÃO 09 – PAULO E SUA DEDICAÇÃO AOS VOCACIONADOS (SUBSÍDIO)


 
 

 
At 20.17-34 
 
 
 
INTRODUÇÃO
Na lição de hoje estudaremos a dedicação do apóstolo Paulo aos vocacionados, ou seja, àqueles que Deus separa dentre o seu povo para servir na obra do Senhor. Esse cuidado é revelado nas epístolas paulinas, mediante as advertências e as recomendações que o apóstolo faz. Dessa forma, o apóstolo traça o perfil que deve ser alcançado por aqueles que desejam servir na casa de Deus.
 
 
I. AS ADVERTÊNCIAS DE PAULO AOS VOCACIONADOS
O apóstolo Paulo fez várias advertências, tanto à igreja, de forma geral, como aos vocacionados ao santo ministério. Entre eles podemos citar Timóteo e Tito. O objetivo desses alertas era preservar a casa do Senhor de danos causados pelos falsos mestres e pelos falsos ensinos. Além disso, era preocupação do apóstolo manter o padrão da sã doutrina, de forma que ela não fosse violada pelos hereges. Notemos:
 
1. Cuidados com os falsos mestres.
Um dos alertas que o apóstolo Paulo fez aos presbíteros em Éfeso foi sobre a entrada de falsos mestres no seio da Igreja de Cristo: “[...] homens que falarão coisas perversas, para atraírem os discípulos após si” (At 20.29,30). Escrevendo aos coríntios, ele adverte que os falsos apóstolos podem se transfigurar em apóstolos de Cristo (2Co 11.13). No entanto, são falsos doutores movidos pela avareza (2Pe 2.1). Ainda existem outras características dos falsos mestres que são apresentadas na Palavra de Deus, tais como: a) hereges (2Pe 2.1,12); b) mentirosos (1Jo 2.22), e c) escarnecedores (2Tm 3.2). A partir desses textos, entende-se a preocupação do apóstolo em alertar aos vocacionados para o ministério sobre os falsos mestres e suas heresias.
 
2. Cuidados com os falsos ensinos.
A instrução bíblica deve ser ministrada não apenas para a edificação, mas também para refutar e combater os falsos ensinos. O apóstolo Paulo diz a Timóteo: “que pregues a palavra, instes a tempo e fora de tempo, redarguas, repreendas, exortes, com toda a longanimidade e doutrina” (1Tm 4.2). Paulo conhecia a ação dos falsos mestres, que não se moldavam aos padrões bíblicos e sabia que muitos iriam seguir seus falsos ensinos. Por isso, ele diz que viria um tempo em que muitos fariam “doutores conforme as suas próprias concupiscências” (2Tm 4.3).
 
3. Cuidado em preservar a sã doutrina.
Paulo advertiu sobre a preservação da sã doutrina: “Conserva o modelo das sãs palavras que de mim tens ouvido, na fé e na caridade que há em Cristo Jesus” (2Tm 1.13). As “sãs palavras” são a revelação original e fundamental de Cristo e dos apóstolos, bem como as doutrinas bíblicas ensinadas a Timóteo por Paulo. Timóteo devia conservar essas verdades com fé em Jesus Cristo e amor a Ele; nunca se apartar delas, e não as comprometer, mesmo que sua fidelidade para com elas importasse em sofrimento, rejeição, humilhação e zombaria. Hoje, em algumas igrejas, a ideia popular em moda é enfatizar que é a experiência, e não a doutrina, o que mais importa. As Epístolas Pastorais de Paulo contradizem firmemente tal coisa (1Tm 1.10; 6.3; Tt 1.9,13; 2.1,2,8) (STAMPS, 1995, p. 1877).
 
 
II. RECOMENDAÇÕES DO APÓSTOLO PAULO AOS VOCACIONADOS
As recomendações do apóstolo Paulo, quando dirigidas aos vocacionados, sempre foram no sentido de uma exortação, ou seja, um estímulo, um encorajamento com um objetivo de defender a pureza do Evangelho, em face dos falsos ensinos (1Tm 1.3-7; 4.1-8; 6.3-5,20,21), bem como a respeito das qualificações espirituais e pessoais exigidas daqueles que são chamados por Deus para servir na obra. Vejamos:
 
1. Fidelidade (1Tm 4.12,13,15).
A fidelidade é indispensável na vida de um salvo, pois envolve todas as áreas da sua vida. Fidelidade a Deus, ao cônjuge, aos filhos, à igreja, nos negócios, enfim, fidelidade em todas as áreas da vida: “...além disso, requer-se... que cada um se ache fiel” (1Co 4.1,2).
 
2. Vigilância (1Tm 4.16).
O crente que não é vigilante pode tornar a sua vida uma tragédia. É preciso ser vigilante em todas as áreas, para que os nossos adversários, inclusive o Diabo, não tenha do que nos acusar. O crente deve ficar sempre de prontidão e nunca dormir em relação ao seu testemunho pessoal, pois o inimigo não dorme, mas trabalha dia e noite, procurando uma brecha para entrar e destruí-lo (1Pe 5.8; 1Ts 5.6).
 
3. Resiliência (2Tm 2.3-5).
Hoje muitos não querem mais sofrer por amor a Cristo. O crente não foi chamado só para viver um evangelho de conforto, mais também de sofrimento e provação. O apóstolo Paulo, escrevendo aos filipenses, diz: “Porque a vós vos foi concedido, em relação a Cristo, não somente crer nele, como também padecer por ele, tendo o mesmo combate que já em mim tendes visto e, agora, ouvis estar em mim” (Fp 1.29,30; vejamos ainda 2Tm.2.11-13).
 
4. Verdade (2Tm 4.1-5; Tt 2.1).
O crente aprovado é verdadeiro porque vive na verdade e prega a palavra da verdade. Só pode pregar a palavra da verdade, aquele que é verdadeiro. Quando o apóstolo Paulo disse “Procura apresentar-te a Deus aprovado, como obreiro que não tem de que se envergonhar, que maneja bem a palavra da verdade”, isto significa dizer que, para se apresentar a Deus aprovado, é preciso estar vivendo a verdade. Quem vive a verdade tem aprovação de Deus, não é envergonhado por ninguém e tem autoridade de manejar bem a Palavra da Verdade.
 
5. Humildade (1Tm 6.3,4, 11).
A humildade é uma virtude que identifica o verdadeiro homem de Deus. O servo aprovado não deve ser orgulhoso, soberbo e de olhar altivo, e sim, amigo, comunicativo, amável, generoso e humilde (Ef 4.1,2). A palavra de Deus nos diz: “A soberba precede a ruína, e a altivez do espírito precede a queda” (Pv 16.18); “... diante da honra, vai a humildade” (Pv 18.12).
 
6. Disposição (2Tm 2.15a).
Quando Paulo disse ao seu discípulo Timóteo “Procura apresentar-te a Deus aprovado”, que significa: “procura estar sempre disponível para Deus”. Nenhuma ocupação terrena pode privar-nos desta disponibilidade (2Tm 2.4). É claro que há crentes que têm suas atividades profissionais, e que delas depende sua sobrevivência. Estes devem buscar organizar de tal maneira o seu tempo, de sorte que haja a maior disponibilidade possível para trabalhar na obra de Deus.
 
 
III. COMO SERVIR A DEUS SENDO UM COOPERADOR VOCACIONADO
Diante da grande responsabilidade de salvaguardar a verdadeira doutrina bíblica e de transmiti-la aos fiéis, o apóstolo Paulo expõe algumas características imprescindíveis que devem ser encontradas nos vocacionados que desejam servir no ministério da Palavra.
 
1. Bom caráter.
O dicionarista Houaiss (2001, p. 620) define a palavra “caráter” como “o conjunto das qualidades boas ou más de um indivíduo que lhe determina a conduta – como a pessoa age”. Paulo escreve a Timóteo, dizendo que aquele que almeja cooperar na obra do Senhor excelente obra almeja (1Tm 3.1). No entanto, estará apto para esse serviço se, além de ter a chamada divina, for irrepreensível no seu caráter: “Convém, pois, que... seja irrepreensível” (1Tm 3.2a). No texto de Atos 16.2, ver-se que Timóteo era reconhecido em sua cidade Listra e também em Icônio. É muito animador ver que existem pessoas que são capazes de causar uma boa impressão. Porém, no caso de Timóteo, o seu testemunho falava alto, a ponto de pessoas de outra cidade reconhecerem a sua fé. Portanto, é imprescindível que aquele que coopera na obra de Deus possua as qualificações morais que a Bíblia exige (At 6.3; 1Tm 3.1-16; Tt 1.5-9).
 
2. Irrepreensível.
Paulo lembrou a Timóteo o exemplo de Jesus diante de Pôncio Pilatos: “Ninguém despreze a tua mocidade; mas sê o exemplo dos fiéis, na palavra, no trato, no amor, no espírito, na fé, na pureza” (1Tm 4.12; 6.13-16). Ter um bom testemunho perante as pessoas, obedecer aos mandamentos de Cristo e guardá-los sem mácula, com um coração puro, íntegro e sincero perante Deus. Que as pessoas ao nosso redor reconheçam em nós o caráter de Jesus! Ser sal e luz e fazer toda a diferença! Timóteo imitou o modo de vida de Paulo; escolheu alguém que agradava à Deus e seguia os passos de Cristo; tirou para si tudo o que havia de bom na figura de Paulo. Todos aqueles que irão viver a eternidade deverão ser encontrados irrepreensíveis antes da volta de Cristo (1Tm 6.6-7; 2Pe 3.14; Mt 5.8).
 
3. Responsável.
O dicionarista Houaiss (2001, p. 2440) define a palavra “responsável” como “aquele que responde por seus atos ou pelos de outrem; que tem condições morais”. O serviço do Senhor precisa ser feito com muita responsabilidade, visto que aquilo que fazemos e a maneira como realizamos serão submetidos à análise no Tribunal de Cristo, onde as obras dos salvos serão julgadas (Rm 14.10; 1Co 3.13-15; 1Co 5.10).
 
4. Conhecedor e pregador da Palavra de Deus.
Paulo nos aconselha a pregar a Palavra de Deus. Não podemos perder as oportunidades de ministrar a Palavra aos nossos amigos e familiares, mesmo quando sabemos que os confrontaremos. Devemos atender a este mandamento do Senhor e pregar. Não calar os nossos lábios e dizer aquilo que o Senhor tem colocado em nosso coração é dever cristão (2Tm 4.1-2; 1Tm 6.17-21). O apóstolo Paulo já afirmou: “Tu, porém, permanece naquilo que aprendeste, e de que foste inteirado, sabendo de quem o tens aprendido, e que desde a tua meninice sabes as sagradas Escrituras, que podem fazer-te sábio para a salvação, pela fé que há em Cristo Jesus” (2Tm 3.14-15).
 
 
CONCLUSÃO
Na lição de hoje aprendemos que o apóstolo Paulo se dedicou muito na formação espiritual dos vocacionados ao ministério. Para isso, Paulo fez várias recomendações e advertências, e, por fim, traçou o perfil esperado daqueles que desejam servir na obra de Deus.
   
 
 
REFERÊNCIAS

Ø  ARRINGTON, French L.; STRONSTAD, Roger. Comentário Bíblico Pentecostal. CPAD.
Ø  CHAMPLIN, R. N. Dicionário de Bíblia, Teologia e Filosofia. HAGNOS.
Ø  HOUAISS. Dicionário da Língua Portuguesa. OBJETIVO.
Ø  HENDRIKSEN, William. Comentário do Novo Testamento. CULTURA CRISTÃ.
Ø  STAMPS, Donald C. Bíblia de Estudo Pentecostal. CPAD.
 


Por Rede Brasil de Comunicação.


 

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