sexta-feira, 19 de novembro de 2021

LIÇÃO 08 – PAULO, O DISCIPULADOR DE VIDAS (SUBSÍDIO)


 



At 2.42-47; 20.1-4 
 
 
 
INTRODUÇÃO
Nesta lição, aprenderemos sobre o apóstolo Paulo, como exemplo de um zeloso discipulador de vidas; destacaremos que o discipulado é a missão integradora da Igreja; e, por fim, relacionaremos, à luz das Escrituras, quais as bases do autêntico discipulado cristão.
 
 
I. DEFINIÇÕES
1. Discípulo.
A palavra “discípulo”, no latim, significa “aluno”, “aprendiz”. O termo hebraico: “talmid” vem de “talmad”, que também significa: “aprender” (1Rs 20.35: 2Rs 2.3,5,7,15; 2R 4.1,38; 2Rs 5.22; 1Cr 25.8; Is 8.16; 19.11; 50.4). A palavra grega correspondente é “mathetes”, de onde se deriva a palavra que significa “aprender”. Embora o grupo dos doze apóstolos seja denominado de discípulos, biblicamente todo aquele que segue a Jesus é também um discípulo (Mt 5.1; Jo 2.12). O apóstolo Paulo chega a dizer que o verdadeiro discípulo tem a “mente de Cristo” (1Co 2.16). O discípulo, portanto, deve agir e reagir como se fora o Senhor mesmo (CIDACO, 1996, pp. 104,105). A palavra “discípulo” está relacionada à ideia de “disciplina” e isso é muito instrutivo, porque, acima de tudo, dos verdadeiros discípulos requer-se disciplina (MERRILL, 2010, vol. 1. p. 189 - grifo nosso).
 
2. Discipulado.
A palavra discipulado tem de origem na palavra latina: “discipulatus”. É o trabalho cristão efetuado pelos membros da igreja, a fim de fazer dos novos crentes – crianças, jovens e adultos – autênticos cristãos, cujas vidas se assemelham em palavras e obras ao ideal apresentado pelo Senhor Jesus Cristo (Mt 28.18-20; Cl 1.28,29; Ef 4.13-16). A igreja precisa, no discipulado cristão, de uma visão celestial multiplicadora, selecionando e treinando homens, mulheres, crianças, jovens e idosos para que, por suas vidas santas e pelo ensino das verdades cristãs possam educar os novos discípulos e torná-los aptos a fazer outros.
 
 
II. PAULO, UM DISCIPULADOR ZELOSO
A vida do apóstolo Paulo não foi marcada apenas pela evangelização, mas também, pelo seu zelo para com a igreja de Deus. Por isso ele diz, escrevendo aos coríntios: “Porque estou zeloso de vós com zelo de Deus [...]” (2Co 11.2a). Este zelo fala do seu cuidado e de sua preocupação para com a noiva de Cristo. Isto pode ser visto em vários aspectos do seu ministério. Notemos:
 
1. Na visita aos novos crentes.
Sua preocupação não era apenas evangelizar, mas também visitar os irmãos pelas cidades onde havia anunciado o Evangelho, para exortá-los a permanecer na fé e encorajá-los em meio às perseguições e ao sofrimento (At 14.21,22; 15.36).
 
2. Na sua disposição e dedicação pelas vidas.
Inúmeras vezes o apóstolo Paulo revelou profundo amor pelas almas (2Co 6.11), a ponto de abrir mão de seu bem estar pessoal (2Co 1.6), com a finalidade de ver os crentes crescerem na graça divina. Paulo não buscava benefícios pessoais, e não se negava pelo bem espiritual dos irmãos: “Eu, de muito boa vontade, gastarei e me deixarei gastar pelas vossas almas, ainda que, amando-vos cada vez mais, seja menos amado” (2Co 12.15).
 
3. No fato de deixar obreiros nas cidades onde havia pregado.
Após pregar o Evangelho nas cidades, o apóstolo Paulo costumava deixar obreiros para cuidar do rebanho, como deixou Timóteo em Éfeso (1Tm 1.3) e Tito, em Creta (Tt 1.5).
 
4. No fato de escrever cartas às igrejas.
O apóstolo Paulo procurava sempre se informar acerca das igrejas que já haviam se estabelecido (Rm 1.8; 1Ts 3.2). Baseado nestas informações (1Co 1.11), ele escrevia cartas, com o objetivo de ensiná-los, corrigir possíveis erros doutrinários e encorajá-los (1Co 4.14-17). Por isso, mesmo quando estava preso, aproveitava a oportunidade, para escrever e enviá-las para as igrejas (Ef 4.1; Fp 3.12; Cl 4.3,10).
 
 
III. DISCIPULADO, A MISSÃO INTEGRADORA DA IGREJA
O discipulado é uma ação conjunta com a evangelização. Não há como discipular, sem evangelizar. No entanto, quando falamos de discipulado, estamos nos referindo ao ato de proclamar as boas-novas de salvação aos pecadores, a fim de convertê-los a Cristo, e torná-los discípulos idôneos, fiéis a Jesus e capazes de gerarem outros seguidores (2Tm 2.2). Vejamos verdades sobre o discipulado:
 
1. O discipulado é um imperativo.
A expressão: “Portanto ide e fazei discípulos” (Mt 28.19), nos mostra que as palavras de Jesus são uma ordem para a igreja, tanto quanto a evangelização, como para a formação de novos discípulos. A evangelização é um ato, e o discipulado (integração do novo crente) é um processo contínuo. Além disso, demanda oração, esforço, paciência, fé e perseverança, para alcançar os resultados desejados. A maturidade espiritual do cristão não ocorre de modo rápido e instantâneo, mas progressivamente em Cristo (Cl 1.28,29). Para que conservemos em nossas igrejas os novos convertidos em Cristo, precisamos trabalhar com amor, dedicação e objetividade. Muito da imaturidade espiritual dos membros da igreja local é resultado da ignorância destes, em relação às doutrinas básicas da Bíblia (Hb 5.12-14).
 
2. O discipulado é cultural e transcultural.
Desde o início, a proposta divina sempre foi estender a bênção da salvação a todos os homens, indiscriminadamente (Gn 12.3; Gl 3.8). Mas, o sentimento ultranacionalista dos judeus fechou seus olhos a esta realidade de que Deus os levantou, a fim de serem uma nação evangelizadora para todos os povos (Is 42.6; 49.6; Rm 2.17-20). A vinda do Messias, no entanto, mostrou claramente que Deus não faz acepção de pessoas (At 10.34; Rm 2.11; Ef 6.9). É necessário entender que: (a) Deus amou o mundo, e não apenas uma classe de pessoas (Jo 3.16); (b) o sacrifício de Jesus não alcança apenas um povo (Jo 1.29; 1Jo 2.2); (c) sua graça alcança tanto os judeus como os gentios (Rm 3.29; 9.24,30; Gl 3.14; Ef 3.6); (d) a ordem de levar as boas novas de salvação é extensiva até aos confins da terra (At 1.8).
 
3. O discipulado inclui a observação das ordenanças de Cristo.
Jesus disse aos apóstolos que aqueles que cressem na mensagem do evangelho deveriam confirmar a sua fé, descendo as águas do batismo (Mt 28.19). Evidenciando assim o total compromisso do discípulo com o Seu Mestre.
 
4. O discipulado exige comprometimento com a doutrina de Cristo.
É preciso ter convicção da doutrina de Cristo no discipulado (At 4.17-20; 11.23; 15.1). “O discipulado cristão é um relacionamento de mestre e aluno, baseado no modelo de Cristo e seus discípulos, no qual o mestre reproduz tão bem no aluno a plenitude da vida que tem em Cristo que o aluno é capaz de treinar outros. para que ensinem outros” (PHILLIPS, 2010, p. 20).
 
 
IV. BASES DO DISCIPULADO CRISTÃO
O autêntico discipulado cristão se fundamenta sobre algumas bases. Notemos:
 
1. O discipulado pela instrução.
O ensino bíblico mostra que é necessário que haja alguém experiente e idôneo que ensine e pessoas dispostas a aprenderem, com o objetivo de atingir a estatura de varão perfeito (Ef 4.11-14). A Bíblia chama líderes e pais para instruírem aqueles que foram confiados aos seus cuidados (Gl 6.6; Ef 6.4; 1Ts 4.8; 1Tm 1.18; 6.3; 2Tm 2.25; 4.2). Ela também chama todos os crentes a instruírem uns aos outros: “Eu próprio, meus irmãos, certo estou, a respeito de vós, que vós mesmos estais cheios de bondade, cheios de todo o conhecimento, podendo admoestar-vos uns aos outros” (Rm 15.14).
 
2. O discipulado pela imitação.
Discípulos são imitadores, primeiramente de Cristo: “Porque eu vos dei o exemplo, para que, como eu vos fiz, façais vos também” (Jo 13.15; ver Hb 12.2; 1Pd 2.21); tendo também como referência, os servos de Deus, cuja conduta se assemelha ao Senhor Jesus, como bem afirmou o apóstolo Paulo: “Sede meus imitadores, como também eu sou de Cristo” (1Co 11.1; ver 1Co 4.16; Fp 3.17; 4.9; 2Tm 3.10), e cuja fidelidade deve ser igualmente imitada: “Lembrai-vos dos vossos guias, os quais vos pregaram a palavra de Deus; e, considerando atentamente o fim da sua vida, imitai a fé que tiveram” (Hb 13.7). Dessa forma, uma atitude para um discipulado saudável é ser seguidor dos bons exemplos: “Amado, não imites o que é mau, senão o que é bom” (3Jo 11).
 
3. O discipulado pelo amor.
Um cristão que discipula com amor apresenta a melhor imagem de Cristo: “Tende em vós o mesmo sentimento que houve também em Cristo Jesus” (Fp 2.5). O discípulo de Cristo precisa ter amor por outros discípulos (Jo 13.34-35). A Bíblia ensina que o amor por outros crentes é a prova de que somos membros da família de Deus (1Jo 3.10). O amor é definido em 1Co 13.1-13, e somos instruídos a pensar mais nos outros do que em nós mesmos, e a cuidar dos seus interesses (Fp 2.3-4).
 
 
CONCLUSÃO
O apóstolo Paulo, com o seu zelo pelas vidas, é o modelo a ser seguido por todos os cristãos que desejam cumprir a missão discipuladora dada por Deus à sua Igreja. Não há prazer maior do que conduzir uma pessoa a Cristo e ser um instrumento para o seu crescimento espiritual.
  
 

 
REFERÊNCIAS

Ø  CIDACO, J. A. Um grito pela vida da igreja. RJ: CPAD, 1996.
Ø  MERRILL C. TENNEY. Enciclopédia da Bíblia. Editora Cultura Cristã. Vol. 1.2010.
Ø  PHILLIPS, Keith. A formação de um discípulo. VIDA. 2010.
Ø  STAMPS, Donald C. Bíblia de Estudo Pentecostal. CPAD.
  
 
 
Por Rede Brasil de Comunicação.


 

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