sábado, 30 de novembro de 2024

LIÇÃO 09 – PROMESSAS PARA PAIS E FILHOS






 Sl 127.3-5; Ef 6.1-4   
 
 
 
INTRODUÇÃO
Nesta lição, estudaremos as promessas de Deus destinadas aos pais e filhos. Veremos que, para alcançar as vitórias, algumas condições são utilizadas pela Palavra de Deus. Para isso, inicialmente observaremos a definição dos termos "pais" e "filhos". Em seguida, pontuaremos os critérios feitos pela Palavra do Senhor tanto para os pais quanto para os filhos e, por fim, enfatizaremos as promessas de Deus.
 
 
I. DEFINIÇÃO DOS TERMOS PAIS E FILHOS
Pai, mãe e filhos. O pai e a mãe integram, de forma originária, determinante e estruturante, a família, e a eles a Bíblia impõe o dever de sustentar, formar, disciplinar os filhos e instruí-los moral e espiritualmente. A diferenciação dos sexos é um princípio bíblico, natural e determinante para as figuras paterna e materna. Na falta do pai ou da mãe por deserção, separação, divórcio ou morte, o cônjuge remanescente continua a cumprir o dever de preservar a família. Os filhos também, quando adquirirem capacidade financeira, honram o pai ou a mãe que ficar sozinho. Todo relacionamento entre homem e mulher que gere descendentes fora do casamento acarreta compromissos morais e obrigações sociais para com esses descendentes em razão da paternidade ou maternidade (Silva, 2017, p. 205).
 
 
II. A PROMESSA PARA OS PAIS EXIGE RESPONSABILIDADE COM A DISCIPLINA
Numa sociedade tão liberal e permissiva como a nossa, a palavra disciplina não soa tão bem. Afinal de contas, segundo o que se prega hoje fora da igreja, todos são livres para fazer o que desejam, e ninguém pode impor limites à liberdade alheia, ainda que isso signifique libertinagem. Tal conceito tem atingido em cheio os lares. Por um lado, pais que têm medo de insistir com seus filhos; por outro, filhos que desconhecem limites. Vejamos: 

  • Disciplina significa treinamento para agir de acordo com regras estabelecidas (Pv. 22.15). Os filhos precisam aprender que em todos os segmentos existem regras, normas, horários que devem ser cumpridos;
  • Disciplina significa correção. O texto de Ap. 3.19 mostra o relacionamento de Jesus com uma igreja rebelde. Mas, apesar de ser rebelde, Ele a amava e, por isso, a corrigia;
  • Disciplina significa imposição de limites (Pv. 25.28). Qualquer liberdade sem limite é prejudicial. É preciso que se estabeleçam limites, e que estes sejam reconhecidos por todos.
  • Disciplina tem resultados positivos. A correta e firme disciplina trará sabedoria aos filhos, descanso aos pais (pv. 29. 15-17), e livrará do inferno (pv. 23.13-14).
 
 
III. A PROMESSA PARA OS PAIS EXIGE CRIAR OS FILHOS NO TEMOR DO SENHOR

  • Escondendo seus filhos em casa, como Joquebede (Êx. 2.1,2) e orientando seus filhos, como Eunice (1Tm. 4.5);
  • Levando seus filhos para a casa do Senhor, como Ana (1Sm 1. 20-24) e criando na disciplina do Senhor (Ef. 6.4);
  • Instruindo seus filhos, como recomendou Salomão (Pv. 22.6) e não descuidando, como Eli (1Sm. 2.12, 22, 23);
  • Lendo a Bíblia com a família (Js. 1. 8; Sl.119. 11; 119.170) e orando com eles (At. 10. 30, 31; Ef. 6. 18);
  • Levando a família à casa de Deus (Gn. 35. 1, 3) e dedicando seus filhos a Deus (1Sm 1.28; Lc 2.22);
  • Ensinando seus filhos a temer ao Senhor e desviar-se do mal, a amar a justiça e a odiar a iniquidade (1Cr 28.9);
  • Ensinando seus filhos a obedecerem aos pais (Dt 8.5; Pv 3.11,12; 13.24; 23.13,14; 29.15,17; Hb 12.7);
  • Protegendo seus filhos da influência pecaminosa (Pv 2.15-17; 13.20);
  • Levando seus filhos bem cedo na vida à fé pessoal em Cristo, ao arrependimento e ao batismo em água (Mt 19.14);
  • Motivando seus filhos a permanecerem separados do mundo (2Co 6.14-7.1; Tg 4.4);
  • Instruindo seus filhos diariamente nas Sagradas Escrituras (Dt 4.9; 6.5,7; 1Tm 4.6; 2Tm 3.15).
 
 
VI. AS PROMESSAS DE DEUS PARA OS PAIS
Os pais possuem várias promessas de Deus, pois a família é uma instituição divina. Quando os pais vivem conforme a Palavra de Deus, as vitórias para a família são uma consequência natural. Observemos três promessas de Deus para os pais que criam seus filhos no temor do Senhor.
 
1. promessa de que os filhos são bênçãos.
Deus abençoa não apenas nosso trabalho (Sl 128.2), mas também nossa vida em família. Israel era uma sociedade rural, de modo que o salmista usa com frequência imagens agrícolas para descrever prosperidade (cf., p. ex., 52.8; 80.8-11). Neste salmo, a esposa é vista como a videira frutífera (Sl 128.3) dá à luz filhos assim como a videira produz muitos cachos de uvas. A referência a filhos como sinal da bênção do Senhor não deve ser interpretada como indicação de que pessoas sem filhos são amaldiçoadas por Deus ou desobedientes a ele. Ter filhos é a forma normal como Deus abençoa um casamento, mas ele nem sempre segue o mesmo padrão. Uma esposa pode não ter filho e, ainda assim, ser produtiva no serviço a Deus ao gerar frutos do Espírito. Os filhos daqueles que temem ao Senhor são como rebentos da oliveira, à roda da tua mesa (Sl 128.36). A imagem é de brotos novos que saem de uma árvore velha e prometem novas safras de olivas (Adeyemoi, 2010, p. 1998).
 
2. A promessa de que os filhos sejam uma recompensa do Senhor.
Herança do SENHOR são os filhos, e, portanto, seu presente, e mesmo assim marido e esposa precisam fazer algo para trazer as crianças ao mundo e criá-las para que se tornem membros fiéis do povo de Deus. Aqui a ênfase cai sobre os filhos da sua mocidade, agora crescidos e ao lado do pai quando [ele] enfrentar os seus inimigos no tribunal (Rt 4.1-2). Será difícil para os inimigos (que se presume serem os infiéis) intimidarem esse homem. (NAA, 2017, p. 1040). Todos os filhos de crentes devem ser considerados dádivas de Deus, e requerem dos pais uma criação sábia e cristã. Só quando os pais e seus filhos aceitam, ensinam e seguem os caminhos e mandamentos do Senhor é que desfrutarão a plena bênção de Deus (Stamps, 2012. p. 850).
 
3. A promessa de que os filhos sejam uma proteção para os pais.
O salmista Davi declara: “Como flechas na mão do guerreiro, assim os filhos da mocidade” (Sl 127.4). Quando os pais envelhecem, podem depender de filhos íntegros para defendê-los como um guerreiro defende seu povo e para prover suas necessidades da mesma forma que um caçador obtém alimento com arco e flechas. “Feliz o homem que enche deles a sua aljava” (Sl 127.5). Apesar da oposição de nossa sociedade as famílias grandes, Deus pronuncia uma bênção sobre o homem com uma aljava cheia de filhos. Pressupõe-se, mais uma vez, que são filhos tementes a Deus, membros de um lar de fé. De outro modo, poderiam ser fonte de sofrimento, não de bênção (MacDonald, 2011, p. 510).
 
 
V. A PROMESSA PARA OS FILHOS EXIGE OBRIGAÇÕES COM OS PAIS
Deus tem promessas de grandes bênçãos para os filhos, porém essas estão condicionadas a alguns princípios da palavra do Senhor. Notemos, dentre tantos, dois: obediência e honrar aos pais.
 
1. Ser obediente aos pais.
A obediência é devida ao pai e à mãe, a submissão da mãe ao seu marido não remove a sua dignidade parental, mas a aumenta, no Senhor se refere ao verbo “obedecer”, justo. O que torna essa obediência “justa” ou “correta” é estar em conformidade com o mandamento santo de Deus, citado nos vs. 2-3. Os filhos devem obedecer aos pais em tudo, mas até o ponto em que estes não os obriguem a pecar contra Cristo. Sempre que uma autoridade superior forçar um cristão a desobedecer a Jesus, ele tem de escolher entre obedecer a homens ou a Deus. Para o crente, a resposta é clara: ele sempre cumprirá a vontade e os mandamentos do Senhor (At 4.15; 5.29; Ef 6.1; Cl 3.20).
 
2. Honrar aos pais.
Honrar pai e mãe é honrar a Deus (Lv 19.1-3). A desonra aos pais era um pecado punido com a morte (Lv 20.9; Dt 21.18-21). Resistir a autoridade dos pais é insurgir-se contra a autoridade do próprio Deus. Os filhos devem honrar os pais, mesmo que estes sejam injustos ou excessivamente exigentes. Os pais devem cuidar dos filhos afetuosamente, mesmo que estes não sejam obedientes ou amáveis. O ideal, é claro, é que pais e filhos cristãos se relacionem com entendimento e amor. Isso só é possível quando os pais colocam os interesses dos filhos acima dos próprios interesses, e vice-e-versa. Isso é se se submeterem uns aos outros (Êx 20.12; Dt 5. 16; 27.15).
 
 
VI. PROMESSAS DE DEUS PARA OS FILHOS
Da mesma forma que Deus tem bênçãos para os pais, Ele também tem muitas outras para os filhos, todas elas condicionadas à honra e à obediência. Notemos:
 
1. Promessa de prosperidade.
Uma promessa destina aos filhos é o da prosperidade, não somente material, mas além disso, espiritual. Filhos que obedecem que honram, amam e obedecem aos pais no senhor tem a garantia de ser abençoados pelo Senhor. A verdadeira prosperidade passa por princípio imutáveis da palavra de Deus, e, esse é um deles. (Dt 29.9; 1 Cr 22.13; 1Cr 31.21; 1Rs 2.3; Ne 1.11; 2.20).
 
2. Promessa de vida longa.
No Antigo Testamento, as bênçãos eram terrenas e temporais, como a posse da terra. No Novo Testamento, nós somos abençoados com toda sorte de bênçãos espirituais em Cristo (Ef 1.3). O filho obediente livra-se de grandes desgostos. Vejamos, por exemplo, algumas coisas que são importantes: (1) ouvir os pais — quantos desastres, casamentos errados, perdas, lágrimas e mortes seriam evitados se os filhos escutassem os pais; (2) ter cuidado com as seduções (Pv 1.10) — drogas, sexo, namoro, abandono da igreja e amigos. A a promessa de muitos anos de vida e vida nos anos, somente é alcançada se os filhos obedecerem a Deus (Dt 30.20; PV 3.1-2; 4.10;10,27).
 
 
CONCLUSÃO
Pais e filhos têm a sua disposição, como a garantia da Palavra de Deus, várias promessas, No entanto, essas são condicionadas aos ditames das Escrituras Sagradas, que exige tantos dos pais como filhos.
 
 


REFERÊNCIAS
Ø  ADEYEMOI, Tokunboh. Comentário Bíblico Africano. Mundo Cristão.
Ø  MACDONALD, William. Comentário Bíblico Popular. Mundo Cristão.
Ø  STAMPS, Donald C. Bíblia de Estudo Pentecostal. CPAD.
Ø  SILVA, Soares Esequias. Declaração de Fé das Assembleia de Deus no Brasil. CPAD.
     
  
Por Rede Brasil de Comunicação.

 

 


terça-feira, 26 de novembro de 2024

LIÇÃO 09 - PROMESSAS PARA PAIS E FILHOS (V.01)



 
Vídeo Aula - Pastor Ciro





QUESTIONÁRIOS DO 4° TRIMESTRE DE 2024



 



Alcance um Futuro Feliz e Seguro
Conselhos de Salomão no Livro de Provérbios:
Um Convite à Sabedoria e às Promessas de Proteção. 









Lição 08
Hora da Revisão

A respeito de “Protegendo o seu Dinheiro”, responda:
 
 
1. Qual é o sentido da expressão “espalham”?
A expressão “espalham”, do versículo 24, tem o sentido de “doar generosamente”.
 
2. A que atitudes o Livro de Provérbios nos aconselha e que tem a ver com a prudência?
Se por um lado Provérbios ensina a generosidade, por outro ele aconselha vigorosamente a prudência com o dinheiro.
 
3. O que a virtude da generosidade nos permite?
Ora, a virtude da generosidade nos permite sair de dentro dos nossos interesses e olhar para a necessidade do outro que está diante de nós.
 
4. Como podemos entender a palavra “prudência”?
“Agir de acordo com a reta razão”, ou seja, diante de uma situação devemos agir de maneira que tenhamos a capacidade de, entre ações virtuosas e viciosas, escolhamos sempre as que exalam a retidão dos valores da Palavra de Deus.
 
5. Quais as duas virtudes que têm relação com o dinheiro foram abordadas nesta lição?
A generosidade e a prudência.



 

QUESTIONÁRIOS DO 4° TRIMESTRE DE 2024





As Promessas de Deus-
Confie e Viva as Bênçãos do Senhor
porque Fiel é o que Prometeu.









Lição 08
Revisando o Conteúdo

A respeito de “A Promessa de Paz” responda:   
       
 
1. Escreva a respeito do conceito de paz.
No Antigo Testamento, encontramos a palavra “shalom” para “paz”, que tem o sentido de segurança, bem-estar, saúde, prosperidade, paz (Nm 6.26); representa tudo o que há de melhor para a vida. No Novo Testamento, em grego, a palavra “paz” é “eirene”, com significado semelhante, contudo, enfatizando a ideia de quietude e repouso (Fp 4.6).
 
2. O que a paz em Números 6 revela? 
A paz, em Números 6, revela um estado de plena satisfação em Deus a qual o povo poderá desfrutar na sua peregrinação pelo deserto.
 
3. Por que podemos dizer que a paz que o mundo oferece é enganosa? 
A paz do mundo é enganosa porque não tem como fundamento o que é eterno, celestial e divino, mas temporal, terreno e puramente humano.
 
4. Como os Evangelhos apresentam o Senhor Jesus? 
Os Evangelhos apresentam o Senhor Jesus, o nosso Salvador, como esse “Príncipe da Paz”.
 
5. De acordo com a lição, o que é a paz que excede todo o entendimento? 
A paz que excede o todo entendimento é uma paz que nos acalma diante das inquietações da vida.
 

 

LIÇÃO 08 - PROTEGENDO O SEU DINHEIRO


Vídeo Aula - Pastor Marcelo 
 




LIÇÃO 08 - A PROMESSA DE PAZ (V.02)


Vídeo Aula - Pastor Elinaldo
 




sábado, 23 de novembro de 2024

LIÇÃO 08 – A PROMESSA DE PAZ






Nn 6.24-26; Fp 4.6,7; 1Pe 3.10,11 
 



INTRODUÇÃO
Nesta lição veremos a definição da palavra paz; citaremos algumas promessas da paz na Bíblia; destacaremos as três dimensões da paz; explicaremos que só em Jesus podemos alcançar a verdadeira paz; e, finalmente, elencaremos como desfrutar a verdadeira paz.
 
 
I. DEFINIÇÃO DO TERMO PAZ
Segundo o dicionário Aurélio (2004, p. 1514), “paz” significa: “ausência de lutas, violências ou perturbações sociais, tranquilidade pública, concórdia, harmonia”. O dicionarista Houaiss (2001, p. 2158) define a paz como “relação entre pessoas que não estão em conflito; acordo, relação tranquila entre cidadãos; ausência de problemas e de violência; situação de uma nação ou de um estado que não está em guerra”. E, o pastor Claudionor de Andrade, no seu Dicionário Teológico define a paz da seguinte maneira: “Do hebraico shalom; do grego eirene; e do latim pacem. Nas Escrituras, paz não significa apenas ausência de guerras, ou de conflitos. De acordo com os profetas e apóstolos, é a serenidade que o Espírito Santo nos infunde no coração mediante a fé que depositamos na providência divina (Is 26.3; Fp 4.7). Como fruto do espírito, a paz é a profunda quietude do coração firmada na convicção de que deus está no comando de todas as coisas (Gl 5.22,23) (2019, p. 295).
 
 
II. A PROMESSA DA PAZ NA BÍBLIA
Deus criou o ser humano para viver em paz e em harmonia na Terra. Porém, desde que o pecado entrou no mundo que o ódio, a maldade e a violência passaram a fazer parte da História da humanidade. Já nos primeiros capítulos da Bíblia, lemos acerca do assassinato de Abel (Gn 4.8); da maldade de Lameque (Gn 4.23); e que a terra se encheu de violência (Gn 6.5). Hoje não é diferente. O mundo vive em constantes guerras e conflitos intermináveis. A falta de paz é notória em todos os níveis da sociedade. Falta paz no trânsito, nas indústrias, nas escolas e em muitos lares. Porém, uma das promessas mais gloriosas da Bíblia é a paz. Diversas vezes o Senhor promete abençoar o seu povo com paz. Vejamos:
 
1. No Antigo Testamento:
  • No Pentateuco: “O Senhor te abençoe e te guarde; o Senhor faça resplandecer o seu rosto sobre ti e tenha misericórdia de ti; o Senhor sobre ti levante o seu rosto e te dê a paz” (Nm 6.24-26).
  • Nos Livros Históricos: “Porém o Senhor lhe disse: Paz seja contigo; não temas; não morrerás. Então Gideão edificou ali um altar ao Senhor, e chamou-lhe: O Senhor é paz” (Jz 6.23,24).
  • Nos Livros Poéticos: “O Senhor dará força ao seu povo; o Senhor abençoará o seu povo com paz.” (Sl 29.11). “Muita paz tem os que amam a tua lei, e para eles não há tropeço” (Sl 119.165). “Por causa dos meus irmãos e amigos, direi: Paz esteja em ti” (Sl 122.8). “E verás os filhos de teus filhos, e a paz sobre Israel” (Sl 128.6). “Porque eles aumentarão os teus dias e te acrescentarão anos de vida e paz” (Pv 3.2).
  • Nos Livros Proféticos: “Tu conservarás em paz aquele cuja mente está firme em ti; porque ele confia em ti. Senhor, tu nos darás paz, porque tu és o que fizeste em nós todas as nossas obras” (Is 26.3). “Quão suaves são sobre os montes os pés do que anuncia as boas-novas, que faz ouvir a paz, que anuncia o bem, que faz ouvir a salvação, que diz a Sião: O teu Deus reina!” (Is 52.7). “Porque eu bem sei os pensamentos que tenho a vosso respeito, diz o Senhor; pensamentos de paz, e não de mal, para vos dar o fim que esperais” (Is 26.3).
 
2. No Novo Testamento:
  • Nos Evangelhos: “Deixo-vos a paz, a minha paz vos dou; não vo-la dou como o mundo a dá. Não se turbe o vosso coração, nem se atemorize” (Jo 14.27). “Tenho-vos dito isso, para que em mim tenhais paz; no mundo tereis aflições, mas tende bom ânimo; eu venci o mundo” (Jo 16.33). “Chegou jesus, estando as portas fechadas, e apresentou-se no meio e disse: paz seja convosco” (Jo 20.26).
  • Em Atos: “Assim, pois as igrejas em toda a Judeia, e Galileia e Samaria tinham paz, e eram edificadas; se multiplicavam, andando no temor do Senhor e consolação do Espírito Santo” (At 9.31). “A palavra que ele enviou aos filhos de Israel, anunciando a paz por jesus Cristo (este é o Senhor de todos)” (Jo 10.36).
  • Nas Epístolas: “Glória, porém, e honra e paz a qualquer que pratica o bem; primeiramente ao judeu e também ao grego” (Rm 2.10). “Porque o reino de Deus não é comida e nem bebida, mas justiça, e paz, e alegria no Espírito Santo” (Rm 14.17). “A misericórdia, e a paz, e o amor vos sejam multiplicadas” (Jd 1.2).
  • No Apocalipse: “João, às sete igrejas que estão na Ásia: Graça e paz seja convosco da parte daquele que é, e que era, e que há de vir, e da dos sete espíritos que estão diante do seu trono” (Ap 1.4).
 
III. AS TRÊS DIMENSÕES DA PAZ
De acordo com as Escrituras, a paz possui três dimensões:
 
1. Paz com Deus.
A paz com Deus só é possível mediante a justificação pela fé. “Tendo sido, pois, justificados pela fé, temos paz com Deus, por nosso Senhor Jesus Cristo” (Rm 5.1,2). O pecador, em seu estado de pecado, encontra-se em inimizade com Deus, visto que o pecado é uma violação da vontade de Deus (Rm 3.23; 6.23; Ef 2.1-5). Porém, quando o mesmo se arrepende, aceitando a Jesus como seu único e suficiente salvador, automaticamente ele é reconciliado com Deus. O nosso relacionamento com Deus, antes rompido pelo pecado, é agora restaurado mediante a justificação por Ele outorgada (Rm 5.1; Fp 3.9; GI 2.16). Então, somos chamados não só a ter paz com Deus por Jesus Cristo, mas também para sermos pacificadores, reconciliando outras pessoas com Deus, de forma que elas também possam obter a paz com Deus (2Co 5.18- 20).
 
2. Paz de Deus.
“E a paz de Deus, para a qual também fostes chamados em um corpo, domine em vossos corações.” (Cl 3.15). “A palavra hebraica para ‘paz’ é shalom. Denota muito mais do que ausência de guerra e conflito. O significado básico de ‘shalom’ é harmonia, plenitude, firmeza, bem-estar e êxito em todas as áreas da vida.” (Stamps, 1995, p. 1120). Esta é a paz interior que Jesus nos deu pelo Espírito Santo (Jo 14.26,27). A paz interior substitui a raiva, a ira, a culpa e a preocupação. Sem a “paz com Deus” não pode haver a “paz de Deus”.
 
3. Paz com os homens.
Escrevendo aos Romanos, o apóstolo Paulo diz: “Se for possível, quanto estiver em vós, tende paz com todos os homens” (Rm 12.18). A paz, como fruto do Espírito Santo é, primeiramente, ascendente, para Deus; depois, interior, para nós mesmos; e, finalmente, exterior, para nosso semelhante. Devemos buscar a paz e nos empenhar em alcançá-la (1Pd 3.11). Sigamos o exemplo de Isaque que para evitar um conflito desnecessário com Abimeleque, pre-feriu cavar outro poço (Gn 26:19-22); e de Abraão, que disse ao seu sobrinho Ló: “Ora, não haja contenda entre mim e ti, e entre os meus pastores e os teus pastores, porque irmãos somos.” (Gn 13.8), e do nosso maior mestre, Jesus, que é identificado nas Escrituras como príncipe da paz (Is 9.6).
 
 
IV. SOMENTE EM JESUS PODEMOS ALCANÇAR A VERDADEIRA PAZ
Muito se tem falado em acordos de paz e busca pela paz. Mas, somente Jesus pode oferecer a verdadeira paz.
 
1. Jesus prometeu nos dar a verdadeira paz.
“Jesus disse: Deixo-vos a paz, a minha paz vos dou; não vo-la dou como o mundo a dá. Não se turbe o vosso coração, nem se atemorize” (Jo 14.27). Jesus deixou-nos a paz perfeita, cujo significado não se encontra nos dicionários famosos, mas, sim, na linguagem de Deus, escrita na sua Palavra e transmitida pelo Espírito Santo aos homens. É a paz de Deus, que “excede todo o entendimento”, é a paz de Jesus. Alguém pode até não estar em guerra, mas pode estar inquieto e preocupado interiormente, sentindo falta de tranquilidade de espírito. Mas, quando se tem cristo no coração, tem-se paz perfeita mesmo diante das lutas e aflições” (Renovato, 2024, p. 85).
 
2. A paz oferecida por Cristo excede todo o entendimento.
A paz de Deus, que é a paz de Cristo, não é como a paz do mundo, enganosa, cheia de contradições e insegurança. Ela excede todo o entendimento e compreensão natural. Mas, para ser experimentada, existem condições previstas na Palavra de Deus: Está escrito: “Não estejais inquietos por coisa alguma; antes, as vossas petições sejam em tudo conhecidas diante de Deus, pela oração e súplicas, com ação de graças. E a paz de deus, que excede todo o entendimento, guardará os vossos corações e os vossos sentimentos em cristo jesus” (fp 4.6,7) (Renovato, 2024, p. 90).
 
3. A paz é uma virtude do fruto do Espírito.
Uma das principais características do fruto do Espírito é a paz (Gl 5.22). “Do grego eirene, isto é, a quietude do coração e mente, baseada na convicção de que tudo vai bem entre o crente e seu pai celestial (Rm 15.33; Fp 4.7; I Ts 5.23; Hb 13.20).” (Stamps, 1995, p. 1803). Significa também tranquilidade íntima e perfeita”, “libertar-se de um espírito agressivo, contencioso ou partidário”. Esta paz é uma característica interior que se manifesta em nós, pela ação do Espírito Santo, que nos faz agir de maneira pacífica com os outros. Ela busca viver em harmonia para com todos (Rm 12.18; 14.17).
 
 
V. COMO DESFRUTAR A VERDADEIRA PAZ
“O primeiro passo é crer no Senhor Jesus Cristo. Quando assim faz, a pessoa é justificada pela fé (Rm 3.21-28; 4.1- 13; Gl 2.16) e assim tem paz com Deus (Rm 5.1). Juntamente com a fé, deve-se andar em obediência aos mandamentos divinos a fim de viver-se em paz (Lv 26.3,6). […] Com a ajuda do Espírito Santo, deve-se orar pedindo paz (Sl 122.6,7; Jr 29.7; Fp 4.7), deixar que a paz governe o coração (Cl 3.15), buscar a paz e segui-la (Sl 34.14; Jr 29.7; 2Tm 2.22; 1Pe 3.11) e esforçar-se por viverem paz com o próximo (Rm 12.18; 2Co 13.11; 1Ts 5.13; Hb 12.14)” (Stamps, 1995, p. 1121).
 
 
CONCLUSÃO
Uma das promessas mais gloriosas que Deus nos fez é a promessa da paz. Ela está presente tanto no Antigo como no Novo Testamento. A Bíblia nos garante que nós podemos desfrutar da paz com Deus, da paz de Deu e viver em paz com o próximo. Mas, a verdadeira paz só pode ser alcançada em Cristo, o Príncipe da Paz.
  
 

 
REFERÊNCIAS
Ø  ANDRADE, Claudionor Correa. Dicionário Teológico. CPAD.
Ø  RENOVATO, Elinaldo. As Promessas de Deus: Confie e Viva as Bênçãos do Senhor. CPAD.
Ø  STAMPS, Donald C. Bíblia de Estudo Pentecostal. CPAD.
Ø  HOUAISS, Antônio; VILLAR, Mauro de Sales. Dicionário Houaiss da Língua Portuguesa. Editora Objetiva.
     
  
Por Rede Brasil de Comunicação.




segunda-feira, 18 de novembro de 2024

LIÇÃO 08 - A PROMESSA DE PAZ (V.01)


Vídeo Aula - Pastor Ciro





QUESTIONÁRIOS DO 4° TRIMESTRE DE 2024






Alcance um Futuro Feliz e Seguro
Conselhos de Salomão no Livro de Provérbios:
Um Convite à Sabedoria e às Promessas de Proteção. 









Lição 07
Hora da Revisão

A respeito de “Proteção Contra a Insensatez”, responda:
 
 
1. Explique a estrutura do capítulo 9 de Provérbios.
O capítulo 9 está dividido em três seções: o convite da senhora sabedoria (vv.1-6); o interlúdio entre os dois convites (vv.7-12) e o convite da senhora loucura (vv.13-18).
 
2. Quais são as duas senhoras que aparecem no capítulo 9?
A senhora sabedoria e a senhora loucura.
 
3. Como podemos correlacionar o capítulo 9 de Provérbios com o ensino do apóstolo Paulo em Filipenses?
Podemos relacionar de maneira prática aos apelos da sabedoria divina, pois passa, pela faculdade do pensamento dominada pela Palavra de Deus, com as coisas do alto. Assim sendo, o convite da sabedoria é usar de maneira proposital a faculdade intelectual.
 
4. Segundo a lição, para o que o jovem cristão é convidado?
O jovem cristão é convidado, por meio de uma vida sob a direção do Espírito Santo, a ponderar as suas escolhas à luz da Palavra de Deus, de modo que ele se encontre em fidelidade com Cristo e sua causa.
 
5. Que apelo o Livro de Provérbios faz para o jovem cristão?
O Livro de Provérbios faz um apelo, tal qual o mesmo que nosso Senhor fez no Sermão do Monte, (Mt 7.24-27) ao jovem cristão para que construa a sua vida sob uma premissa verdadeira, elevada e segura.

 


QUESTIONÁRIOS DO 4° TRIMESTRE DE 2024






As Promessas de Deus-
Confie e Viva as Bênçãos do Senhor
porque Fiel é o que Prometeu.

 









Lição 07
Revisando o Conteúdo

A respeito de “A Promessa de Um Coração Novo” responda:          
 

1. A que a palavra “coração” se refere?
A palavra se refere à realidade da vida interior de cada pessoa.
 
2. O que atesta a obra da Nova Aliança?
O que atesta a Nova Aliança não é mais uma marca física (Rm 2.28), mas a obra realizada pelo Espírito Santo no coração da pessoa (Rm 2.29).
 
3. Qual é a capacidade de quem recebe o coração novo?
Tem a capacidade de guardar seu coração e o que se passa ao seu redor, de maneira que possa desejar a fazer a boa, agradável e perfeita vontade de Deus (Rm 12.2; Fp 4.8,9).
 
4. Qual é a essência do Cristianismo?
O amor é a essência do Cristianismo. Sem ele, não existe a verdadeira expressão e identidade do que significa ser cristão.
 
5. O que pode ser testificado em nosso coração?
O penhor do Espírito Santo é a garantia de nossa salvação, dada por Deus e testificada em nosso coração.
 
 


quarta-feira, 13 de novembro de 2024

LIÇÃO 07 – A PROMESSA DE UM CORAÇÃO NOVO






Rm 2.25-29; Jr 31.31-34
 
 
 
INTRODUÇÃO
Nesta lição falaremos sobre o conceito de “novo coração” na Bíblia com sendo a regeneração; estudaremos a necessidade de ter um “novo coração”; pontuaremos os aspectos do resultado de se ter o “novo coração”; e for fim, analisaremos as características de um “novo coração” como se referindo ao “homem interior” para revelar o centro da vida mental, emocional e espiritual do ser humano.
 
 
I. O CONCEITO DE “NOVO CORAÇÃO” NA BÍBLIA COMO SENDO A REGENERAÇÃO
A palavra “coração” recebe destaque nas Escrituras sendo mencionada cerca de 876 vezes. A palavra hebraica “leb” e a grega “kardía” para “coração” são usadas pelos escritores bíblicos tanto de modo literal como figurativo (Dt 4.29; 10.12; 2Cr 6.14; Jr 29.13; Jl 2.12-13; Sl 51.10). Na grande maioria das ocorrências nas Escrituras, a palavra “coração” é usada figurativamente e representa: “a parte central do ser humano, o íntimo, o homem interior” (Ez 36.26-27). De modo geral, essa palavra “coração” se refere ao “homem interior” (Jo 3.3) a fim de revelar o centro da vida mental, emocional e espiritual do ser humano (Mt 22.37; Mc 12.30; Lc 10.27). Desse modo, o apóstolo Paulo faz referência ao “homem exterior” (o corpo físico) e ao “homem interior” (alma e espírito), que constitui o ser humano em sua integralidade: corpo, alma e espírito (Hb 4.12). É para a dimensão desse “homem interior” que a Bíblia aplica a palavra “coração”. [...] Portanto, de maneira geral, a palavra “coração” se refere ao que está no interior do ser humano (Pv 4.23; Mt 15.18-20) (Renovato, 2024, pp. 48,50).
 
1. O “coração novo” como sendo a regeneração na Bíblia.
Teologicamente podemos dizer que o “novo coração”, “novo nascimento” ou “regeneração” é “o milagre que se dá na vida de quem aceita a Cristo, tornando-o participante da vida e da natureza divina. Através da regeneração o homem passa a desfrutar de um nova realidade espiritual” (ANDRADE, 2006, p. 317 – acréscimo nosso). O Pastor Eurico Bergstén (2016, p. 174) diz que: “a regeneração ou novo nascimento significa o ato sobrenatural em que o homem é gerado por Deus (1Jo 5.18) para ser seu filho (Jo 1.12) e participante da natureza divina (2Pe 1.4)”. A doutrina da regeneração é bíblica e foi ensinada por Jesus e pelos seus santos apóstolos (Jo 3.3,7; 2Co 5.17; Gl 6.15; Jo 1.12.13; Ef 2.1,5; Cl 2.13; Tt 3.5; Tg 1.18; 1Pe 1.23). A Declaração de Fé das Assembleias de Deus no Brasil diz que a “Regeneração é a transformação do pecador em uma nova criatura pelo poder de Deus [...]. Essa obra é também conhecida como novo nascimento, ou nascer de novo e nascer do Espírito. Trata-se de uma operação do Espírito Santo na salvação do pecador” (SOARES [Org.], 2017, p. 112).
 
 
II. A NECESSIDADE DE RECEBER UM NOVO CORAÇÃO
“A palavra regeneração é particularmente utilizada no Novo Testamento, e em grego é palingenesia, com um conceito bastante amplo, podendo significar ‘novo nascimento’ (Jo 3.3,4), ‘gerar de novo’ (1Pe 1.3), e ‘nova criação’ (2Co 5.17; Gl 6.15). Esse fenômeno tem relação com ensinamentos do Antigo Testamento, que tratam sobre o recebimento de ‘um novo coração’ (Ez 36.26) e ‘um novo espírito’ (Dt 10.16; 30.6). Em Ezequiel 36.24 Deus promete retirar o coração de pedra, dando-lhe um novo espírito, e um novo coração. Esta circuncisão do coração é a obra do Espírito de Deus e pode ser realizada somente por Ele” (Barreto, 2024, p. 96). “[…] Outros textos, como Deuteronômio 30.6, falam sobre a circuncisão do coração, uma metáfora para a purificação e transformação interior que só Deus pode realizar, o que pode ser visto como uma atuação regeneradora do Espírito, mesmo que de forma não tão explícita quanto no Novo Testamento” (Barreto, 2024, p. 124).
 
1. O novo coração e a regeneração.
Na obra “Protopentecoste: Ações do Espírito Santo no Antigo Testamento” está escrito que: “A promessa de Deus em Ezequiel (Ez 36.26-27) se concretiza na experiência daqueles que, pela fé, recebem o Espírito Santo e são transformados interiormente. Esta renovação não é apenas uma reforma externa, mas uma mudança profunda que afeta o coração e a vontade, tornando possível a obediência genuína e a devoção sincera. Assim, a habitação do Espírito Santo é a chave para a vida espiritual autêntica, desde os tempos antigos até o presente, garantindo que os crentes sejam capacitados a viver em conformidade com a vontade de Deus, manifestando Sua glória e santidade ao mundo” (Barreto, 2024, p. 96).
 
2. O novo coração fala de mudança interna.
O texto de 1Samuel 10.6 mostra que: “Duas vezes é dito que o Espírito’ veio sobre Saul’. Após a primeira vez, Saul é ‘transformado em um novo homem’. Ocorre uma mudança interior, em seu coração. Assim, a unção deixa de ser apenas um rito para, de fato, simbolizar o agir de Deus sobre o ser humano que o Senhor escolheu. Aqui os resultados são internos, antes de serem externos […] ‘Ser um novo homem’ e ‘ter um novo coração’ (1Sm 10.7,9) apontam para mais que uma capacitação externa, trata-se de uma mudança interior. Essa transformação interior promovida pelo Espírito Santo na vida de Saul destaca uma verdade fundamental sobre o papel do Espírito […]. A mudança externa é precedida por uma transformação interna, o que indica que […] um coração alinhado com Deus” (Barreto, 2024, p. 102).
 
3. O novo coração fala de uma transformação.
Robert Charles Sproul (2011, p. 236) asseverou: “Não podemos ser cristãos a menos que o Espírito Santo nos regenere e transforme o nosso coração de pedra num coração de carne. Como Jesus disse a Nicodemos, se um homem não nascer do Espírito, não pode ver o reino de Deus, muito menos entrar nele. O Espírito entra e habita em cada pessoa a quem ele regenera”. Segundo Beacon (2006, p. 49) a palavra traduzida como “de novo” é “anothen”, que tem vários significados e um deles é: “de cima”. Acerca disso Wilmington (2015, pp. 362,363) diz que: “o único requisito para viver nesta terra é ter um nascimento físico; igualmente, o único requisito para viver um dia nos céus é ter um nascimento espiritual”. Na obra “Protopentecoste: Ações do Espírito Santo no Antigo Testamento” está escrito que podemos verificar alguns textos bíblicos que são apresentados para argumentar essa transformação interna pela mudança do coração (Barreto, 2024, p. 101). Vejamos: 
  • Dt 30.2: “E te converteres ao Senhor teu Deus, e deres ouvidos à sua voz, conforme a tudo o que eu te ordeno hoje, tu e teus filhos, com todo o teu coração, e com toda a tua alma […].
  • Dt 30.6: “E o SENHOR, teu Deus, circuncidará o teu coração”.
  • Dt 10.16: “Circuncidai, pois, o prepúcio do vosso coração, e não mais endureçais a vossa cerviz”.
  • Jr 31.33: “Mas esta é a aliança que farei com a casa de Israel depois daqueles dias, diz o Senhor: Porei a minha lei no seu interior, e a escreverei no seu coração; e eu serei o seu Deus e eles serão o meu povo”.
  • 1Sm 7.3: “Então falou Samuel a toda a casa de Israel, dizendo: Se com todo o vosso coração vos converterdes ao Senhor, tirai dentre vós os deuses estranhos e os astarotes, e preparai o vosso coração ao Senhor, e servi a ele só [...]”.
 
4. O coração novo fala da ação do Espírito Santo na vida do pecador.
“É justamente aqui que a graça de Deus se manifesta de maneira poderosa e indispensável. A salvação não é algo que o homem possa alcançar por seus próprios méritos ou esforços, mas é um dom gratuito de Deus, concedido pela sua soberana misericórdia. Somente através da atuação do Espírito Santo é que o coração humano pode ser regenerado, despertado para a vida espiritual e capacitado a responder ao chamado de Deus. A graça de Deus não apenas convida, mas efetivamente transforma, restaurando a imagem de Deus no homem e habilitando-o a viver de acordo com os propósitos divinos. Sem essa intervenção graciosa, o ser humano permaneceria para sempre em seu estado de alienação e perdição” (Barreto, 2024, p. 110).
 
 
III. ASPECTOS DO RESULTADO DO NOVO CORAÇÃO
“O coração é onde a pessoa pensa (Gn 6.5; Dt 7.17; 1 Cr 29.18; Ap 18.7), onde a pessoa compreende e tem entendimento (1Rs 3.9; Jó 17.4; Sl 49.3; Pv 14.13; Mt 13.15). O coração faz planos e tem intenções (Gn 6.5; 8.21; Pv 20.5; 1Cr 29.18; Jr 23.20). A pessoa crê com o coração (Lc 24.25; At 8.37; Rm 10.9). O coração é o lugar da sabedoria, discernimento e habilidade (Êx 35.34; 36.2; 1Rs 3.9; 10.24). O coração é o lugar da memória (Dt 4.9; Sl 119.11). O coração desempenha o papel da consciência (2Sm 24.10; 1Jo 3.20, 21)” (Longman, 2023, p. 407).
 
1. Sem o “novo coração” o homem permanece morto espiritualmente.
Paulo diz que o homem não regenerado “está morto em delitos e pecados” (Ef 2.1,5). Vale salientar que essa “morte” não é a incapacidade de corresponder ao chamado de Deus, mas a separação espiritual da presença dEle (Is 59.2; Rm 3.23). Paulo disse que o homem nessa condição não compreende as coisas de Deus (1Co 2.14). O pecador é iluminado, quando exposto a pregação da Palavra que esclarece seu entendimento (Ef 1.18; 6.4; 2Co 6.4), até então obscurecido pelo pecado (Ef 4.18) e pelo diabo (2Co 4.4), e, ao crer no evangelho este é então vivificado (Ef 1.13; 2.1,5). No entanto, mesmo sendo iluminado, a pessoa pode optar por aceitar ou rejeitar o plano da salvação (Mt 16.24; Jo 7.37; Ap 22.17).
 
2. Sem o “novo coração”, o homem não tem acesso ao Reino de Deus.
Por melhor que seja uma pessoa, ela não pode produzir sua salvação (Is 64.6; Tt 3.5). Jesus declarou ao religioso Nicodemos três vezes que “é necessário nascer de novo” (Jo 3.3,5,7). Moody (sd, p. 18) diz que esta “não é simplesmente uma exigência pessoal, mas universal”. Segundo o Mestre Jesus, o novo nascimento é necessário porque: a) sem ele o homem não pode ver o Reino de Deus (Jo 3.3); e, b) tampouco entrar nele (Jo 3.5). O homem do jeito que está não pode ter acesso ao Reino de Deus, pois é “filho da ira por natureza” (Ef 2.3); e, andando na carne não pode agradar a Deus (Rm 8.8). Somente quando nasce de novo, este homem é criado em verdadeira justiça e santidade requeridas por Deus para que tenha acesso ao Reino (Ef 4.24).
 
 
IV. CARACTERÍSTICAS DO NOVO CORAÇÃO
1. Um ato espiritual.
A desobediência humana recebeu como sentença a morte, tanto física quanto espiritual (Gn 2.16,17; Ez 18.4; Rm 6.23; Ef 2.1,5). Essa morte espiritual implica na separação da presença de Deus (Rm 3.23). Portanto, “morto espiritualmente” o homem necessita “nascer de novo” espiritualmente para ter comunhão com Deus. Por isso, no discurso de Jesus com Nicodemos o Mestre lhe diz: “Na verdade, na verdade te digo que aquele que não nascer de novo, não pode ver o reino de Deus” (Jo 3.3). Segundo Beacon (2006, p. 49 – acréscimo nosso) a palavra traduzida como “de novo” é “anothen”, que tem vários significados e um deles é: “de cima”. Acerca disso Wilmington (2015, pp. 362,363) diz que: “o Messias estaria, então, dizendo que o único requisito para viver nesta terra é ter um nascimento físico; igualmente, o único requisito para viver um dia nos céus é ter um nascimento espiritual”. Esse “nascer do Espírito” em nada tem a ver com a reencarnação, que é um ensinamento que não encontra apoio nas Escrituras (2Sm 12.21-23; Hb 9.27). Aliás, Nicodemos perguntou se a regeneração era vir de novo a vida fisicamente, voltando ao ventre materno (Jo 3.4). Jesus respondeu dizendo “o que é nascido da carne é carne, e o que é nascido do Espírito é espírito” (Jo 3.6).
 
2. Um ato interior.
Os profetas predisseram este ato sobrenatural (Dt 30.6; Jr 24.7; Ez 11.19; 36.26,27). Embora o Antigo Testamento tenha em vista a nação de Israel, a Bíblia emprega várias figuras de linguagem para descrever o que acontece no novo nascimento. Nestas passagens bíblicas o novo nascimento é comparado a uma “cirurgia interior”. Deixando claro que a regeneração é um ato divino operado pelo Espírito Santo no espírito do homem. Macgrath (2010, p. 525), diz: “a regeneração altera a natureza interior do pecador” (Gl 5.16,17; Cl 3.5; 1Pe 2.11; 2Pe 1.4; 1Jo 3.9; 5.18).
 
3. Um ato instantâneo.
Diferente da santificação que é um processo, a regeneração é um ato instantâneo. A palavra “instantâneo” segundo o Aurélio significa: “que se dá num instante; rápido; súbito” (2004, p. 1113). O apóstolo Paulo nos diz: “assim que, se alguém está em Cristo, nova criatura é […]” (2Co 5.17). É bom destacar também que a regeneração é uma etapa da salvação distinta da justificação, da santificação e da glorificação. A ordem segue-se assim: primeiro “o pecador é declarado justo”; em seguida “ele é feito justo”; depois “ele vai se tornando justo”; e, por fim, ele “será perfeitamente justo”.
 
 
CONCLUSÃO
Estudamos nesta lição que palavra “coração” se refere à realidade da vida interior de cada pessoa e o que atesta a Nova Aliança não é mais uma marca física (Rm 2.28), mas a obra realizada pelo Espírito Santo no coração da pessoa (Rm 2.29). 
 
 
 
REFERÊNCIAS
Ø  ANDRADE, Claudionor de. Dicionário Teológico. CPAD, 2010.
Ø  BARRETO, Alessandro. Protopentecoste: Ações do Espírito Santo no Antigo Testamento. Editora Bereia Acadêmica, 2024.
Ø  LONGMAN, Tremper. Dicionário Bíblico Baker. CPAD, 2023.
Ø  SOARES, Esequias [Org.]. Declaração de Fé das Assembleias de Deus no Brasil. CPAD, 2017.
Ø  STAMPS, Donald C. Bíblia de Estudo Pentecostal. CPAD, 1995.
       

Por Rede Brasil de Comunicação.