Jo
3.14-21
INTRODUÇÃO
Nesta
lição, veremos a definição das palavras “salvação”; pontuaremos as
características da promessa da salvação; notaremos a natureza da salvação;
estudaremos os aspectos da salvação; e por fim, analisaremos a base da promessa
da salvação que é Jesus Cristo.
I. DEFINIÇÃO DAS PALAVRAS “SALVAÇÃO”
E “PROMESSA”
1.
Definição do termo salvação.
A
palavra “salvação” ocorre na Bíblia 167 vezes. No AT ocorre 120;
e no NT: aparece 47 (Joshua, 2010, p. 697). No hebraico o verbo “salvar” é
“yasha” que significa: “ajudar, libertar, salvar”.
No grego o verbo é “sozo” é usado como se dá acerca de: a) livramento
material e temporal do perigo (Mt 8.25; Mc 13.20; Lc 23.35; Jo 12.27; 1Tm 2.15;
2Tm 4.18); b) a salvação espiritual e eterna concedida imediatamente por
deus aos que creem no senhor jesus cristo (At 2.47; 16.31; Rm 8.24; Ef 2.5.8; 1Tm
2.4; 2Tm 1.9; Tt 3.5)” (Vine, 2002, p. 968). Teologicamente esta palavra
significa: “livramento do que aceita a Cristo do poder e da maldição do pecado.
Restituição do homem à plena comunhão com Deus” (Andrade, 2006, p. 325). A
Bíblia destaca que a prerrogativa de salvação é exclusivamente divina (Is
43.11; 45.21; Os 13.4; Tt 1.3). Geisler (2010, p. 157), afirma: “Deus é o autor
da salvação, pois apesar de o pecado humano ter a sua origem nos homens, a
salvação vem do céu, e tem a sua origem em Deus”.
II. CARACTERÍSTICAS DA PROMESSA DA
SALVAÇÃO
A
palavra “promessa” deriva do latim “promittere” que
significa: “obrigar-se verbalmente ou por escrito a fazer ou dar alguma
coisa; comprometer-se; dar esperanças ou probabilidades; fazer promessa” (Ferreira,
2004, p. 1640). Já no grego é a palavra “epangelia” que
significa: “empreendimento para fazer ou dar algo, presente dado
graciosamente” (Vine, 2002, p. 905).
1.
A salvação é uma promessa.
Após
a tentação e queda do homem no Éden, Deus pronunciou os castigos consequentes
da desobediência, mas também fez uma promessa para o casal dizendo: “E
porei inimizade entre ti e a mulher, e entre a tua semente e a sua semente;
esta te ferirá a cabeça, e tu lhe ferirás o calcanhar” (Gn 3.15). Nesse
texto, Deus prometeu que da semente da mulher um dos descendentes nasceria para
esmagar a cabeça da serpente. Tanto Adão quanto seus descendentes firmaram-se
nessa palavra profética anunciada pelo próprio Deus. “esta certeza entrou pelos
ouvidos das primeiras criaturas de deus como uma bendita promessa de redenção”
(Moody, sd, p. 20 – acréscimo nosso).
2.
A salvação é uma provisão.
O
Deus que providenciou as árvores alimentícias para o corpo físico de Adão (Gn
1.29; 2.16); uma esposa para suprir as suas necessidades emocionais (Gn 2.18);
providenciou-lhe também as necessidades espirituais, quando lhe fez a promessa
da vinda do Redentor (Gn 3.15); quando lhe cobriu a nudez (Gn 3.21); quando
vedou o acesso a árvore da vida a fim de que o homem não tivesse a sua situação
irremediável (Gn 3.22-24). Na presciência divina, a solução para o pecado foi
feita mesmo antes da Queda, pois o “Cordeiro foi morto desde a fundação
do mundo” (Ap 13.8).
3.
A salvação é um ato de amor.
A
Bíblia não somente afirma que a salvação do homem tem origem em Deus, como
também nos mostra que Ele não foi coagido por nada nem por ninguém a tomar essa
decisão. Ele resolveu salvar a humanidade motivado unicamente pelo Seu grande
amor. É revelado na Escritura que “Deus amou o mundo que deu Seu Filho
Unigênito [...]” (Jo 3.16); Jesus disse que “ninguém tem maior
amor do que este” (Jo 15.13); Paulo afirmou também que Deus provou o
seu amor por nós quando enviou Cristo para morrer em nosso lugar (Rm 5.8); o
apóstolo acrescenta ainda que o grande amor de Deus excede todo o entendimento
(Ef 2.4; 3.19); João, por sua vez, diz que “Deus é amor” (1Jo
4.8); e que Ele nos amou primeiro (1Jo 4.10).
III.
A NATUREZA DA SALVAÇÃO
A
justificação, um ato divino de declarar o pecador justo diante de Deus, inicia
o processo de redenção. Em seguida, a regeneração transforma o coração humano,
conferindo uma nova vida em Cristo. Por fim, a santificação representa o
crescimento contínuo em fé e obediência, moldando o crente à imagem de Cristo
ao longo da jornada espiritual.
1.
A justificação.
É a mudança
de posição externa e legal do pecador diante de Deus: de condenado para
justificado. Pela justificação passamos a pertencer aos justos. Justificação é
o tempo passado da nossa salvação, mas sempre presente em nossa vida espiritual
(1Co 6.11; Rm 3.24; 5.1; G1 2.16) (Gilberto, 2008, p. 340).
2.
A regeneração.
É a mudança
de condição do pecador. É o milagre que se dá na vida de quem aceita a
Cristo, tornando-o participante da vida e natureza divinas (1Pe 1.3,23; 2Pe
1.4; 1Jo 3.9; 5.18). Através da regeneração, conhecida também como conversão e
novo nascimento, o homem passa a desfrutar de uma nova realidade espiritual”
(Andrade, 2006, p. 317).
3.
A santificação.
É a mudança
de caráter. É um processo presente e contínuo por parte dos crentes, a
fim de se tornarem semelhantes a Cristo (1Co 1.2; 6.11; Hb 10.10; 12.14; 1Pe
1.15,16; Ap 22.11). A santificação é o processo pelo qual Deus retira de nós o
pecado de forma real (GEISLER, 2010, pp. 149,211).
IV. ASPECTOS DA PROMESSA DA SALVAÇÃO
1.
A salvação é segura.
É
fundamental que estejamos seguros quanto à perfeita obra redentora de Jesus
Cristo. Dignas são de destaque as características de sua obra: a) PERFEITA:
“…pode também salvar perfeitamente…” (Hb 7.25a); b)
ETERNA: “…seu próprio sangue… havendo efetuado eterna redenção” (Hb
9.12a); e, c) ÚNICA: “… oferecendo-se uma vez, para tirar
ospecados…” (Hb 9.28a). Fomos salvos por sua morte e salvos por sua
vida!
2.
A salvação é substitutiva.
Quando
o homem caiu e se afastou de Deus, ficou em débito eterno para com Deus. O
homem, por si só não poderia resolver seu problema ou pagar sua dívida diante
de Deus, a não ser que houvesse um “substituto”. A Bíblia ensina que
os sofrimentos e a morte de Cristo foram vicários por todos os homens (Is
53.6,12; Mt 20.28; Mc 10.45; Jo 1.29; 11.50; Rm 5.6-8; 8.32; 2Co 5.14, 15, 21;
Gl 2.20; 3.13; 1Tm 2.6; Hb 9.28; 1Pe 2.24).
3.
A salvação é redentora.
A
redenção tem o sentido de pagar essa culpa assumida. Ou seja, a redenção é
aplicada no que diz respeito ao pecado e o débito que ele causa, que pode
apenas ser pago com sangue (Hb 9.22 cf. Lv 17.11). Logo, para que o preço de pecado
pudesse ser pago, era necessário derramamento de sangue de um cordeiro sem
máculas (Jo 1.29; cf. Is 53.9; 1Pe 2.21-22). Podemos concluir que essa compra
implicou no pagamento de um preço alto (2Pe 2.1; Ap 5.9,10).
4.
A salvação é propiciatória.
Deus
demonstra sua justa ira para com o pecador (Jo 3.36; Rm 1.18-32; Ef 2.3; 1Ts
2.16; Ap 6.16; 14.10,19; 15.1,7; 16.1; 19.15). Contudo, em Cristo é
providenciada uma oferta “propiciatória” e, assim, a ira de Deus
contra o pecador é apaziguada (Rm 3.25; 1Jo 2.1-2; 4.10 cf. Êx 25.17-22; Lv
16.14.15).
5.
A salvação é reconciliadora.
A
reconciliação é necessária pelo fato de que o homem sem salvação vive em uma
relação de inimizade e hostilidade com Deus (Rm 5.9,10; 2Co 5.18-21), e, como
inimigo de Deus, está plenamente passível de sofrer a manifestação de sua Ira.
Vemos que Deus propõe uma resolução para esse problema por meio da morte do
Senhor Jesus (Rm 11.15; 2Co 5.18-21; Ef 2.16; Cl 1.20-21).
V. A BASE DA PROMESSA DA SALVAÇÃO -
JESUS CRISTO
Jesus
Cristo é o agente da salvação, a essência da esperança e da redenção para a
humanidade. A Bíblia afirma em João 14:6: “Eu sou o caminho, a verdade e
a vida; ninguém vem ao Pai, senão por mim”. Essa declaração poderosa
destaca que somente através de Cristo encontramos o verdadeiro acesso a Deus e
a vida eterna. Assim, é por meio de sua graça e sacrifício que somos chamados a
experimentar a salvação e a transformação espiritual.
1.
O agente da salvação é Jesus Cristo.
Jesus
veio ao mundo com uma missão: salvar o homem. Seu nome revela sua missão
(Mt 1.21); suas palavras também: “só tu tens a palavra de vida eterna” (Jo
6.68); como também sua morte: “para que todo aquele que nele crê não
pereça, mas tenha a vida eterna” (Jo 3.16b). A palavra “salvar” segundo
o Aurélio (2004, p. 1797) significa: “tirar ou livrar de ruína ou perigo;
pôr a salvo”. No AT, Deus apresenta-se a nação de Israel como aquEle
que o libertara do Egito (Êx 20.2). Já no NT, Deus apresenta o Seu Unigênito
como aquEle que liberta não mais uma nação, mas o mundo todo do pecado e da
condenação eterna (Rm 6.18; Gl 5.1). A sublime missão do Messias está presente
em todas as Escrituras. Ela foi explicitada: a) pelos profetas (Is
53.4,5,11-b; Jr 23.6; Ml 4.2); b) pelos anjos de Deus (Mt 1.21; Lc
2.11); c) o próprio Jesus (Mt 18.11;
Mt 20.28; Lc 19.10; 26.26-28; Jo 3.16,17; 15.13); e, d) os apóstolos (At
5.31; Ef 5.23; Fp 3.20; 1Tm 1.11; 2Tm 1.10; Tt 1.4; 2.13; 3.4,6; Hb 2.10; 2Pe
1.1,11, 2.20; 3.18; 1Jo 4.14).
CONCLUSÃO
Deus
quer que todo o homem se salve e venha ao conhecimento da verdade. Para isto,
Ele nos concedeu o Seu Filho Jesus Cristo, que pagou o preço pelos nossos
pecados na cruz do Calvário. No entanto, para que esta salvação seja recebida,
faz-se necessário que o homem se arrependa dos seus pecados e creia em Jesus
como seu Salvador
REFERÊNCIAS
Ø HOUAISS, Antônio. Dicionário da
Língua Portuguesa. OBJETIVA.
Ø STAMPS, Donald C. Bíblia de
Estudo Pentecostal. CPAD.
Ø VINE, W.E, et al. Dicionário
Vine. CPAD.
Ø WIERSBE, Warren W. Comentário
Bíblico Expositivo do Antigo Testamento. GEOGRÁFICA.
Ø ANDRADE, Claudionor de. Dicionário
Teológico. CPAD.
Por
Rede Brasil de Comunicação.
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