sábado, 2 de novembro de 2024

LIÇÃO 05 – A PROMESSA DE SALVAÇÃO






Jo 3.14-21
 
 
 
INTRODUÇÃO
Nesta lição, veremos a definição das palavras “salvação”; pontuaremos as características da promessa da salvação; notaremos a natureza da salvação; estudaremos os aspectos da salvação; e por fim, analisaremos a base da promessa da salvação que é Jesus Cristo.
 
 
I. DEFINIÇÃO DAS PALAVRAS “SALVAÇÃO” E “PROMESSA”
1. Definição do termo salvação.
A palavra “salvação” ocorre na Bíblia 167 vezes. No AT ocorre 120; e no NT: aparece 47 (Joshua, 2010, p. 697). No hebraico o verbo “salvar” é “yasha” que significa: “ajudar, libertar, salvar”. No grego o verbo é “sozo” é usado como se dá acerca de: a) livramento material e temporal do perigo (Mt 8.25; Mc 13.20; Lc 23.35; Jo 12.27; 1Tm 2.15; 2Tm 4.18); b) a salvação espiritual e eterna concedida imediatamente por deus aos que creem no senhor jesus cristo (At 2.47; 16.31; Rm 8.24; Ef 2.5.8; 1Tm 2.4; 2Tm 1.9; Tt 3.5)” (Vine, 2002, p. 968). Teologicamente esta palavra significa: “livramento do que aceita a Cristo do poder e da maldição do pecado. Restituição do homem à plena comunhão com Deus” (Andrade, 2006, p. 325). A Bíblia destaca que a prerrogativa de salvação é exclusivamente divina (Is 43.11; 45.21; Os 13.4; Tt 1.3). Geisler (2010, p. 157), afirma: “Deus é o autor da salvação, pois apesar de o pecado humano ter a sua origem nos homens, a salvação vem do céu, e tem a sua origem em Deus”.
 
 
II. CARACTERÍSTICAS DA PROMESSA DA SALVAÇÃO
A palavra “promessa” deriva do latim “promittere” que significa: “obrigar-se verbalmente ou por escrito a fazer ou dar alguma coisa; comprometer-se; dar esperanças ou probabilidades; fazer promessa” (Ferreira, 2004, p. 1640). Já no grego é a palavra “epangelia” que significa: “empreendimento para fazer ou dar algo, presente dado graciosamente” (Vine, 2002, p. 905).
 
1. A salvação é uma promessa.
Após a tentação e queda do homem no Éden, Deus pronunciou os castigos consequentes da desobediência, mas também fez uma promessa para o casal dizendo: “E porei inimizade entre ti e a mulher, e entre a tua semente e a sua semente; esta te ferirá a cabeça, e tu lhe ferirás o calcanhar” (Gn 3.15). Nesse texto, Deus prometeu que da semente da mulher um dos descendentes nasceria para esmagar a cabeça da serpente. Tanto Adão quanto seus descendentes firmaram-se nessa palavra profética anunciada pelo próprio Deus. “esta certeza entrou pelos ouvidos das primeiras criaturas de deus como uma bendita promessa de redenção” (Moody, sd, p. 20 – acréscimo nosso).
 
2. A salvação é uma provisão.
O Deus que providenciou as árvores alimentícias para o corpo físico de Adão (Gn 1.29; 2.16); uma esposa para suprir as suas necessidades emocionais (Gn 2.18); providenciou-lhe também as necessidades espirituais, quando lhe fez a promessa da vinda do Redentor (Gn 3.15); quando lhe cobriu a nudez (Gn 3.21); quando vedou o acesso a árvore da vida a fim de que o homem não tivesse a sua situação irremediável (Gn 3.22-24). Na presciência divina, a solução para o pecado foi feita mesmo antes da Queda, pois o “Cordeiro foi morto desde a fundação do mundo” (Ap 13.8).
 
3. A salvação é um ato de amor.
A Bíblia não somente afirma que a salvação do homem tem origem em Deus, como também nos mostra que Ele não foi coagido por nada nem por ninguém a tomar essa decisão. Ele resolveu salvar a humanidade motivado unicamente pelo Seu grande amor. É revelado na Escritura que “Deus amou o mundo que deu Seu Filho Unigênito [...]” (Jo 3.16); Jesus disse que “ninguém tem maior amor do que este” (Jo 15.13); Paulo afirmou também que Deus provou o seu amor por nós quando enviou Cristo para morrer em nosso lugar (Rm 5.8); o apóstolo acrescenta ainda que o grande amor de Deus excede todo o entendimento (Ef 2.4; 3.19); João, por sua vez, diz que “Deus é amor” (1Jo 4.8); e que Ele nos amou primeiro (1Jo 4.10).
 
 
III. A NATUREZA DA SALVAÇÃO
A justificação, um ato divino de declarar o pecador justo diante de Deus, inicia o processo de redenção. Em seguida, a regeneração transforma o coração humano, conferindo uma nova vida em Cristo. Por fim, a santificação representa o crescimento contínuo em fé e obediência, moldando o crente à imagem de Cristo ao longo da jornada espiritual.
 
1. A justificação.
É a mudança de posição externa e legal do pecador diante de Deus: de condenado para justificado. Pela justificação passamos a pertencer aos justos. Justificação é o tempo passado da nossa salvação, mas sempre presente em nossa vida espiritual (1Co 6.11; Rm 3.24; 5.1; G1 2.16) (Gilberto, 2008, p. 340).
 
2. A regeneração.
É a mudança de condição do pecador. É o milagre que se dá na vida de quem aceita a Cristo, tornando-o participante da vida e natureza divinas (1Pe 1.3,23; 2Pe 1.4; 1Jo 3.9; 5.18). Através da regeneração, conhecida também como conversão e novo nascimento, o homem passa a desfrutar de uma nova realidade espiritual” (Andrade, 2006, p. 317).
 
3. A santificação.
É a mudança de caráter. É um processo presente e contínuo por parte dos crentes, a fim de se tornarem semelhantes a Cristo (1Co 1.2; 6.11; Hb 10.10; 12.14; 1Pe 1.15,16; Ap 22.11). A santificação é o processo pelo qual Deus retira de nós o pecado de forma real (GEISLER, 2010, pp. 149,211).
 
 
IV. ASPECTOS DA PROMESSA DA SALVAÇÃO
1. A salvação é segura.
É fundamental que estejamos seguros quanto à perfeita obra redentora de Jesus Cristo. Dignas são de destaque as características de sua obra: a) PERFEITA: “…pode também salvar perfeitamente…” (Hb 7.25a); b) ETERNA: “…seu próprio sangue… havendo efetuado eterna redenção” (Hb 9.12a); e, c) ÚNICA: “… oferecendo-se uma vez, para tirar ospecados…” (Hb 9.28a). Fomos salvos por sua morte e salvos por sua vida!
 
2. A salvação é substitutiva.
Quando o homem caiu e se afastou de Deus, ficou em débito eterno para com Deus. O homem, por si só não poderia resolver seu problema ou pagar sua dívida diante de Deus, a não ser que houvesse um “substituto”. A Bíblia ensina que os sofrimentos e a morte de Cristo foram vicários por todos os homens (Is 53.6,12; Mt 20.28; Mc 10.45; Jo 1.29; 11.50; Rm 5.6-8; 8.32; 2Co 5.14, 15, 21; Gl 2.20; 3.13; 1Tm 2.6; Hb 9.28; 1Pe 2.24).
 
3. A salvação é redentora.
A redenção tem o sentido de pagar essa culpa assumida. Ou seja, a redenção é aplicada no que diz respeito ao pecado e o débito que ele causa, que pode apenas ser pago com sangue (Hb 9.22 cf. Lv 17.11). Logo, para que o preço de pecado pudesse ser pago, era necessário derramamento de sangue de um cordeiro sem máculas (Jo 1.29; cf. Is 53.9; 1Pe 2.21-22). Podemos concluir que essa compra implicou no pagamento de um preço alto (2Pe 2.1; Ap 5.9,10).
 
4. A salvação é propiciatória.
Deus demonstra sua justa ira para com o pecador (Jo 3.36; Rm 1.18-32; Ef 2.3; 1Ts 2.16; Ap 6.16; 14.10,19; 15.1,7; 16.1; 19.15). Contudo, em Cristo é providenciada uma oferta “propiciatória” e, assim, a ira de Deus contra o pecador é apaziguada (Rm 3.25; 1Jo 2.1-2; 4.10 cf. Êx 25.17-22; Lv 16.14.15).
 
5. A salvação é reconciliadora.
A reconciliação é necessária pelo fato de que o homem sem salvação vive em uma relação de inimizade e hostilidade com Deus (Rm 5.9,10; 2Co 5.18-21), e, como inimigo de Deus, está plenamente passível de sofrer a manifestação de sua Ira. Vemos que Deus propõe uma resolução para esse problema por meio da morte do Senhor Jesus (Rm 11.15; 2Co 5.18-21; Ef 2.16; Cl 1.20-21).
 
 
V. A BASE DA PROMESSA DA SALVAÇÃO - JESUS CRISTO
Jesus Cristo é o agente da salvação, a essência da esperança e da redenção para a humanidade. A Bíblia afirma em João 14:6: “Eu sou o caminho, a verdade e a vida; ninguém vem ao Pai, senão por mim”. Essa declaração poderosa destaca que somente através de Cristo encontramos o verdadeiro acesso a Deus e a vida eterna. Assim, é por meio de sua graça e sacrifício que somos chamados a experimentar a salvação e a transformação espiritual.
 
1. O agente da salvação é Jesus Cristo.
Jesus veio ao mundo com uma missão: salvar o homem. Seu nome revela sua missão (Mt 1.21); suas palavras também: “só tu tens a palavra de vida eterna” (Jo 6.68); como também sua morte: “para que todo aquele que nele crê não pereça, mas tenha a vida eterna” (Jo 3.16b). A palavra “salvar” segundo o Aurélio (2004, p. 1797) significa: “tirar ou livrar de ruína ou perigo; pôr a salvo”. No AT, Deus apresenta-se a nação de Israel como aquEle que o libertara do Egito (Êx 20.2). Já no NT, Deus apresenta o Seu Unigênito como aquEle que liberta não mais uma nação, mas o mundo todo do pecado e da condenação eterna (Rm 6.18; Gl 5.1). A sublime missão do Messias está presente em todas as Escrituras. Ela foi explicitada: a) pelos profetas (Is 53.4,5,11-b; Jr 23.6; Ml 4.2); b) pelos anjos de Deus (Mt 1.21; Lc 2.11);  c) o próprio Jesus (Mt 18.11; Mt 20.28; Lc 19.10; 26.26-28; Jo 3.16,17; 15.13); e, d) os apóstolos (At 5.31; Ef 5.23; Fp 3.20; 1Tm 1.11; 2Tm 1.10; Tt 1.4; 2.13; 3.4,6; Hb 2.10; 2Pe 1.1,11, 2.20; 3.18; 1Jo 4.14).
 
 
CONCLUSÃO
Deus quer que todo o homem se salve e venha ao conhecimento da verdade. Para isto, Ele nos concedeu o Seu Filho Jesus Cristo, que pagou o preço pelos nossos pecados na cruz do Calvário. No entanto, para que esta salvação seja recebida, faz-se necessário que o homem se arrependa dos seus pecados e creia em Jesus como seu Salvador
    
 
 
 
REFERÊNCIAS
Ø  HOUAISS, Antônio. Dicionário da Língua Portuguesa. OBJETIVA.
Ø  STAMPS, Donald C. Bíblia de Estudo Pentecostal. CPAD.
Ø  VINE, W.E, et al. Dicionário Vine. CPAD.
Ø  WIERSBE, Warren W. Comentário Bíblico Expositivo do Antigo Testamento. GEOGRÁFICA.
Ø  ANDRADE, Claudionor de. Dicionário Teológico. CPAD.
    
  
Por Rede Brasil de Comunicação.

 


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