At
8.1-8;12-15
INTRODUÇÃO
Estudaremos
nesta lição que, após o martírio de Estêvão, deu-se início a uma grande
perseguição contra a igreja de Jerusalém, e os discípulos foram dispersos pelas
terras da Judeia e da Samaria, anunciando a Palavra de Deus, não apenas aos
judeus, mas, também aos gentios. Veremos nesta lição a definição do termo
“expansão” e as evidências do crescimento da igreja; explicaremos como o
martírio de Estêvão contribuiu para a expansão da igreja; e, finalmente,
veremos que o segredo para a expansão da igreja é a evangelização.
I. DEFINIÇÃO DO TERMO “EXPANSÃO” E AS
EVIDÊNCIAS DO CRESCIMENTO DA IGREJA
Antônio
Houaiss (2011) define o termo “expansão” como “ação de expandir, de aumentar,
de alargar algo; aumento, alargamento (como em expansão territorial, comercial,
econômica).” O livro de Atos dos Apóstolos registra de forma clara e
progressiva o crescimento da Igreja primitiva, tanto em número de
convertidos quanto em alcance geográfico. Eis alguns textos importantes que
evidenciam esse crescimento:
- “De sorte que foram batizados os que de bom grado receberam a sua palavra; e naquele dia agregaram-se quase três mil almas.” (At 2.41).
- “E todos os dias acrescentava o Senhor à igreja aqueles que se haviam de salvar.” (At 2.47).
- “Muitos, porém, dos que ouviram a palavra creram, e chegou o número desses homens a quase cinco mil.” (At 4.4).
- “E a multidão dos que criam no Senhor, tanto de homens como de mulheres, crescia cada vez mais.” (At 5.14).
- “E crescia a palavra de Deus, e em Jerusalém se multiplicava muito o número dos discípulos, e grande parte dos sacerdotes obedecia à fé.” (At 6.7).
- “Assim, pois, as igrejas em toda a Judeia, Galileia e Samaria tinham paz, eram edificadas e se multiplicavam, andando no temor do Senhor e na consolação do Espírito Santo.” (At 9.31).
- “E a mão do Senhor era com eles; e grande número creu e se converteu ao Senhor.” (At 11.21).
- “De sorte que as igrejas eram confirmadas na fé, e cada dia cresciam em número.” (At 16.5).
Esses
textos mostram que o crescimento da Igreja em Atos não foi apenas numérico,
mas também espiritual, com a expansão da Palavra, a ação do Espírito
Santo e a perseverança dos discípulos.
II. O MARTÍRIO DE ESTÊVÃO E A
EXPANSÃO DA IGREJA
A
morte de Estêvão, diácono da igreja, cheio de fé e de poder (At 6.8), trouxe
inúmeros benefícios espirituais, bem como abriu ocasião para o cumprimento dos
propósitos divinos para com Sua noiva. Ele foi uma fiel e verdadeira testemunha
do evangelho de Cristo, pregando-o com ciência e unção, não podendo ser
refutado pelos perseguidores (At 6.10). Cumpriram-se nele as palavras de Jesus
(Mt 10.16-20). O sangue de Estêvão, entretanto, serviu como uma semente que
germinou, tornando-se numa árvore que deu muitos frutos. Vejamos:
1.
“E também Saulo consentiu na morte dele” (At 8.1a).
“Parece
que Saulo foi o líder da primeira perseguição em grande escala contra a igreja
(At 8.1-3; 9.1), perseguição essa intensa e severa. Homens e mulheres eram
encerrados na prisão (At 8.3) e açoitados (At 22.19), e muitos foram mortos (At
22.20; 26.10,11). Deus, porém, transformou essa perseguição em início da grande
obra missionária da igreja (At 8.4).” (STAMPS, 1995, p. 1646).
2.
“E fez-se naquele dia uma grande perseguição contra a igreja que estava em
Jerusalém” (At 8.1b).
“A
igreja expande-se, mas não de forma voluntária e organizada. Até então, nenhum
plano de evangelismo ou implantação de igreja havia sido discutido com vistas
ao cumprimento da Grande Comissão. O projeto “confins da terra” (At 1.8) ainda
não havia saído do papel. Tudo isso mudou com a morte de Estêvão e o
consequente aumento e expansão da perseguição. Aqui, precisamos chamar a
atenção para um fato: embora a incursão evangelística dos cristãos que saíram
de Jerusalém não tenha sido organizada nem planejada, mas motivada pela perseguição,
não há nenhuma dúvida de que Deus usou essa circunstância para a expansão do
seu Reino.” (GONÇALVES, 2025, p. 120).
3.
“e todos foram dispersos pelas terras da Judeia e da Samaria” (At 8.1c).
Até então Jerusalém já havia sido alcançada: “Eis
que enchestes Jerusalém dessa vossa doutrina” (At 5.28). Mas, como os
cristãos não cumpriram Atos (1.8) “...ser-me-eis testemunhas tanto em
Jerusalém como em toda Judeia e Samaria até aos
confins da terra”, houve a
necessidade de sobrevir a perseguição, para que eles fossem até as terras da
Judeia e da Samaria. Embora o alvo da perseguição fosse intimidar os cristãos e
exterminar o cristianismo, ela serviu, na verdade, de uma estratégia divina
para a propagação do Evangelho a outros povos, pois “os que andavam
dispersos iam por toda parte anunciando a Palavra.” (At 8.4).4.
“E, descendo Filipe à cidade de Samaria, lhes pregava a Cristo” (At
8.5).
A
centralização em Cristo do ministério de Filipe é claramente demonstrada no
texto bíblico em Atos 8.5 “E, descendo Filipe à cidade de Samaria, lhes pregava
a Cristo” e em Atos 8.12 “Mas, como cressem em Filipe, que lhes pregava acerca
do [...] nome de Jesus Cristo, se batizavam, tanto homens como mulheres”.
Pregar a Cristo e o nome dEle é pregar tudo o que Cristo é e representa. A
pregação no contexto da Igreja Primitiva era centrada na cruz de Cristo e tinha
como tema central a sua morte, ressurreição e glorificação. Tanto os apóstolos
como os demais crentes demonstravam nas suas vidas e testemunhos que Jesus
Cristo continuava vivo! A cura dos doentes e a libertação dos oprimidos pelo
Diabo em solo samaritano por meio da pregação de Filipe eram uma prova
incontestável de que Jesus Cristo havia ressuscitado.” (GONÇALVES, 2025, p.
124). “Muitos samaritanos receberam a Palavra de Deus (At 8.14), creram em
Jesus (At 8.12), foram curados e libertos de espírito imundos (At 8.7) e
batizados nas águas (At 8.12,13). Assim experimentaram a salvação, a obra
regeneradora do Espírito Santo e o poder do reino de Deus (At 8.12)” (STAMPS,
1995, p. 1646).
III. O SEGREDO PARA O CRESCIMENTO E A
EXPANSÃO DA IGREJA: A EVANGELIZAÇÃO
Segundo
Horton (2006, pp. 299,300), “a Igreja é uma comunidade formada por Cristo em
benefício do mundo. Cristo entregou-se em favor da Igreja, e então a revestiu
com o poder do dom do Espírito Santo a fim de que ela pudesse cumprir o plano e
propósito de Deus”. Muitos itens podem ser incluídos tais como: a
evangelização, a adoração, a edificação e a responsabilidade social. Mas, em se
tratando especificamente da evangelização, há cinco textos onde o Senhor Jesus
comissiona seus discípulos para esta sublime tarefa, são eles: (Mt 28.18-20; Mc
16.15-20; Lc 24.46-49; Jo 20.21,22 e At 1.8). Esta missão que tem por objetivo
proclamar o evangelho, seguida da mensagem de fé e arrependimento visando o
homem em sua plenitude. Ela representa a responsabilidade da Igreja em promover
o reino de Deus em meio à sociedade. Como representante do reino nesse mundo, a
Igreja deve utilizar todos os meios legítimos para expansão do reino de Deus.
1.
A Igreja existe para evangelizar.
Acerca
de um dos propósitos pelo qual a igreja existe, afirmou o apóstolo Pedro: “Mas
vós sois a geração eleita, o sacerdócio real, a nação santa, o povo adquirido,
para que anuncieis as virtudes daquele que vos chamou das trevas para a sua
maravilhosa luz” (1Pe 2.9). A Igreja tem diversas atribuições, no
entanto, a mais excelente delas é a que justifica a sua presença aqui na terra:
a sublime tarefa da evangelização. Segundo Horton (2006, p. 300), “na adoração,
a Igreja volta-se para Deus; na edificação, atenta (corretamente) para si
mesma; e, evangelização, a Igreja focaliza o mundo”.
2.
A Igreja é ordenada a evangelizar.
A
palavra “ordenar” segundo o Aurélio significa: “mandar,
decretar”. A tarefa de evangelizar é uma ordenação divina a todo
discípulo de Cristo e não somente aos apóstolos (Mt 28.19; Mc 16.15). “A
ordenança bíblica da proclamação do Evangelho em todo o mundo (Mt 28.19,20; Mc
16.15) sinaliza o seu caráter universal, ou seja, o direito que todos os povos
têm de ouvi-lo de forma clara e consciente para crerem no Senhor Jesus Cristo,
arrepender-se de seus pecados e ter a certeza da vida eterna” (GILBERTO, 2008,
p. 418).
3.
A Igreja se realiza evangelizando.
Pedro
não podia deixar de falar daquilo que tinha visto e ouvido, mesmo sofrendo
afronta e açoites do Sinédrio (At 4.20; 5.40-42). Paulo tinha a evangelização
como uma obra que lhe foi imposta (I Co 9.16). Ele se realizava em pregar o
evangelho ainda que lhe custasse à vida (At 20.24). “O verdadeiro movimento
pentecostal, missionário, ora pelas missões; contribui para as missões; promove
as missões! É um movimento que vai ao campo missionário. A igreja que não
evangeliza, muito breve deixará de ser evangélica” (ibidem, 2008, p. 184).
4.
A Igreja só pode continuar a existir se evangelizar.
Como
a Igreja poderá crescer em número senão evangelizar? Sua existência depende da
prática da evangelização, do contrário não irá perdurar. No livro dos Atos dos
apóstolos, percebemos claramente os apóstolos inflamados pelo poder
pentecostal, pregando o evangelho e o pequeno grupo de quase cento e vinte
discípulos aumentando de forma extraordinária. Na primeira pregação do apóstolo
Pedro, por ocasião do Pentecostes, quase três mil almas se decidiram por Cristo
(At 2.41). Já na segunda mensagem mais de cinco mil pessoas se converteram (At
4.4). O relato de Lucas disse que a igreja tinha um crescimento extraordinário,
porque o evangelismo se tornara uma prática constante (At 5.14,42).
CONCLUSÃO
Como
pudemos ver, após a morte de Estêvão, deu-se início a uma grande perseguição
contra a igreja em Jerusalém, dispersando os cristãos pelas terras da Judeia e
da Samaria. Saulo se destaca como perseguidor, na tentativa de exterminar o cristianismo,
prendendo homens e mulheres. Contudo, essa dispersão resultou na propagação do
evangelho fora das cercanias de Jerusalém. Filipe, um dos sete diáconos, desce
à cidade de Samaria, anuncia Cristo e realiza sinais e maravilhas
extraordinárias, resultando em muitas conversões e trazendo grande alegria ao
povo. Assim, a perseguição, em vez de sufocar a igreja, contribuiu para sua
expansão.
REFERÊNCIAS
Ø GILBERTO,
Antônio. A Prática do Evangelismo Pessoal. CPAD.
Ø BÍCEGO,
Valdir. Manual de Evangelismo. CPAD.
Ø BOYER,
Orlando. Esforça-te para Ganhar Almas. Vida.
Ø GONÇALVES,
José. A Igreja em Jerusalém: Doutrina, Comunhão e Fé. CPAD.
Ø HORTON,
Stanley. Teologia Sistemática. CPAD.
Ø STAMPS,
Donald C. Bíblia de Estudo Pentecostal. CPAD.
Por
Rede Brasil de Comunicação.
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