sábado, 6 de agosto de 2016

LIÇÃO 06 – A EVANGELIZAÇÃO DOS GRUPOS DESAFIADORES






Lc 7.36-50 



INTRODUÇÃO
Veremos nesta lição que o Salvador veio para salvar todos os homens e que a igreja do século 21 tem um grande trabalho pela frente: evangelizar os grupos desafiadores, pois tais pessoas não podem ser ignoradas nas ações evangelísticas da igreja. Pontuaremos que, muitas vezes, Jesus pregou para pessoas em uma cultura onde elas não eram valorizadas. Notaremos que Jesus acolheu os deficientes morais, e por isso foi chamado de amigo de pecadores (Mt 11.19). Com isso, Jesus não aprovou o pecado, mas sempre se mostrou acessível ao pecador e as suas necessidades, pois, o Salvador não excluiu ninguém. Concluiremos vendo que seu convite generoso ainda está aberto para todos que se sentem rejeitados, cansados e oprimidos, a fim de que recebam alívio (Mt 11.28).


I. A AÇÃO INCLUSIVA DO EVANGELHO DE CRISTO
O Aurélio define a palavra inclusão como: “ato ou ação de incluir ou de admitir” (FERREIRA, 2004, p. 1088). É necessário entender que a inclusão da qual a Bíblia menciona é a do pecador e não a do pecado. Como Igreja do Senhor, precisamos alcançar com o Evangelho os grupos desafiadores. Jesus, o Filho de Deus, não excluiu ninguém, pois anunciou a mensagem da inclusão (ARRINGTON, 2009, p. 361). Vejamos:

1.1 Identificando os grupos desafiadores.
Jesus deu uma atenção especial aos pobres, necessitados e excluídos em seu ministério e nos exortou a fazer o mesmo. “Pois o Filho do homem veio buscar e salvar o que se havia perdido” (Lc 19.10). Moradores de rua, usuários de droga, menores abandonados, presidiários, meretrizes, homossexuais, adúlteros, mendigos, ladrões, alcoólatras, etc. O evangelho de Jesus deve chegar a todas as pessoas inclusive aquelas que estão à margem da sociedade. Precisamos ver com os olhos de Cristo estas pessoas como ovelhas perdidas sem pastor.

1.2 Alcançando os grupos desafiadores.
Existem muitos grupos marginalizados e são aqueles colocados à margem da sociedade movidos por preconceitos e falta de oportunidades. Vivem sem esperança, afeto, carinho, amor e salvação. São muitos que se tornaram vítimas de situações sociais opressoras e injustas. Deus deseja que o evangelho alcance todos, sem distinção (Mt 9.35,36). A vocação da igreja é apascentar gente que assim vive (Jo 4.35). Ide por todo o mundo, e pregai o evangelho a toda criatura” (Mc 16.15). Jesus declarou dizendo que veio para os pecadores e não para os justos (Mt 9.13). Jesus veio para os doentes e não para os sãos, pois os sãos não precisam de remédio, mas os doentes (Mt 9.12; Mc 2.17).

1.3 Amando os grupos desafiadores.
Os marginalizados neste mundo precisam ser vistos de forma diferente da que nos acostumamos a vê-los. Essas pessoas são ovelhas, mas sem pastor e devemos atentar a maneira como Jesus as vê: “Vendo Ele as multidões, tinha grande compaixão delas...” (Mt 9.36). O mestre não as chama de lobos, mas de ovelhas e as vê com os olhos de compaixão. Para desenvolvermos uma ação evangelizadora e missionária com grupos específicos precisamos ter esse olhar. Olhar com os olhos de Jesus significa um olhar terno, apurado e constante. A igreja tem os seus olhos diferentes do mundo, pois seus olhos são os de Jesus (Jo 8.10).

1.4 Tratando os grupos desafiadores.
É preciso reconhecer que essas pessoas precisam da ação terapêutica da igreja. “E percorria Jesus todas as cidades […] curando todas as enfermidades e moléstias do povo” (Jo 9.3). Cura é o que muita gente precisa, seja ela física, emocional ou espiritual. A igreja exerce esta função terapêutica neste tempo de tanta carência. Jesus nunca se preocupou com o que uma pessoa era ou deixava de ser. O alvo de Jesus era resgatar todas. Jesus via nesses as oportunidades de salvação e restauração. Os de grupos específicos são seres humanos criados à imagem e semelhança de Deus e que precisam dessa semelhança e imagem restauradas pelo poder do Evangelho (Rm 1.16; 2 Co 5.17). Eles precisam de cura da alma, de seus traumas. Essa ação terapêutica envolve também a restauração da dignidade humana, que um dia perderam por causa dos vícios e de suas atitudes não éticas e morais.


II. PORQUE DEVEMOS EVANGELIZAR GRUPOS DESAFIADORES
Quando no coração do cristão, não há nenhum desejo pela salvação dos perdidos, é porque talvez este cristão não experimentou a verdadeira salvação ainda. Uma das evidências da nossa salvação é o forte desejo e o amor que temos de levar pessoas a Cristo: Porque não podemos deixar de falar do que temos visto e ouvido” (At 4.20). Notemos então porque devemos evangelizar os grupos desafiadores:

2.1 Porque Jesus nos deu esta ordem.
Quem não se dispõe a ir, está cometendo pecado de omissão: “... ai de mim se não anunciar o evangelho.” Foi Jesus quem disse: “Dai-lhe vós de comer [...]” (Mc 14.16) “Vai trabalhar na minha vinha [...]” (Mt 21.28). “De graça recebeste, de graça dai [...]” (Mt 10.8). Temos uma dívida (Rm 1.14,15; Mt 28.10-20).

2.2 Porque devemos manifestar a glória de Deus até aos confins da terra.
O “ide” de Jesus para irmos aos perdidos (Mc 16.15), não é dirigido a um grupo especial de salvos, mas a todos, indistintamente: “Louvem-te os povos, ó Deus; louvem-te os povos todos. Abençoe-nos Deus, e todos os confins da terra o temerão” (Sl 67.5,7).

2.3 Porque é nossa responsabilidade e dever.
Quando a igreja se propõe a ganhar almas para Jesus, ela cresce em todas as direções. Mesmo porque, igreja só é Igreja quando sua prioridade é ganhar os perdidos para Deus: “Se anuncio o evangelho, não tenho de que me gloriar, pois sobre mim pesa essa obrigação; porque ai de mim se não pregar o evangelho” (1 Co 9.16).

2.4 Porque o homem sem o Evangelho está perdido.
A importância do evangelismo pessoal vê-se no fato de que a evangelização dos pecadores foi o último assunto de Jesus aos discípulos antes de ascender ao céu. Nessa ocasião, Ele ordenou à Igreja o encargo da evangelização do mundo (Mc 16.15). O alvo do evangelismo é tríplice: salvar os perdidos, restaurar os desviados e edificar os crentes.

2.5 Por gratidão a Deus pela alegria da nossa própria salvação e em amor ao próximo.
Ganhar alma foi a suprema tarefa do Senhor Jesus aqui na terra (Lc 19.10), e dos apóstolos: “Nisto conhecemos o amor: que Cristo deu sua vida por nós; e devemos dar nossa vida pelos irmãos.” (1 Jo 3.16). Paulo, o grande homem de Deus, do NT tinha o mesmo alvo e visão (1 Co 9.20).


III. JESUS E A EVANGELIZAÇÃO DOS GRUPOS DESAFIADORES
Diferente dos grupos religiosos da época, Jesus procurava dar preferência aos que eram marginalizados por sua vida explícita de devassidão e pecado (Mt 9.11; 11.19; Mc 2.15,16; Lc 5.30; 15.1). O Evangelho sempre foi à força vencedora e sempre venceu barreiras geográficas, sociais e étnicas. Podemos definir como grupos específicos: viciados em drogas, alcoólatras, homossexuais, prostitutas, marginais e etc. Notemos a ação de Jesus para com esse grupo de pessoas:

3.1 Ele veio sarar os que estavam moralmente doentes. “Jesus, porém, ouvindo, disse-lhes: Não necessitam de médico os sãos, mas, sim, os doentes” (Mt 9.12).
O amor de Jesus Cristo para com os grupos alienados da sociedade incomodava os líderes religiosos (Mt 21.31,32; Lc 7.36-50; Jo 4.1-42). Jesus, durante o seu ministério terreno, sempre se preocupou com a situação espiritual das pessoas (Lc 4.17-19). O seu olhar era diferente, pois Ele não via as pessoas pela sua posição social, mas via o seu estado espiritual (Mc 2.17), ele as via como ovelhas sem pastor (Mt 9.35-38). A recuperação dessas pessoas e a integração delas na sociedade em geral, e na igreja em particular, é muito difícil, pois elas precisam de um acompanhamento todo especial. É preciso paciência, perseverança, insistência, muita oração e solidariedade.

3.2 Ele veio buscar e salvar o perdido. “Pois o Filho do Homem veio buscar e salvar o que se havia perdido” (Lc 19.10). O Senhor acolhia os pecadores sem acepção, e comia com eles assentando-se na mesma mesa, fora recriminado pelos príncipes dos sacerdotes e os anciãos do povo, por causa da sua bondade e misericórdia, e disse-lhes: “Em verdade vos digo que os publicanos e as meretrizes entram adiante de vós no Reino de Deus” (Mt 21.31). A carta aos Romanos revela o verdadeiro amor do Senhor Deus pelo homem, mesmo depois do pecado (Rm 5.6,8). O cristão ao evangelizar um alcoólatra, homossexual, prostituta ou marginal, não deve discriminá-lo, tratá-lo como se fosse sujo, indigno ou inferior, pois são pessoas, são gente e devem ser tratados com dignidade e amor.


IV. A MENSAGEM DO EVANGELHO
4.1 Condena o pecado, mas ama o pecador. “[…] Não necessitam de médicos os sãos, mas, os doentes [...] (Mt 9.10-13).
Embora Deus ame a essas pessoas, Ele reprova o comportamento delas (Jo 8.11; 1 Co 6.9,10). O fato de Jesus estar constantemente cercado por pessoas de má fama, e considerado grandes pecadores, sempre escandalizou os líderes religiosos da época, como os fariseus. Entretanto Deus, apesar de detestar o pecado, ama imensamente cada pecador, e deseja ardentemente libertá-lo do domínio do pecado (Jo 8.10,11). E o fato de Cristo estar sempre cercado por pessoas assim, prova isso, pois Deus não olha o tamanho do pecado (Rm 3.21-24), mas sim, o coração humilde que clamar pela misericórdia de Deus (1 Jo 1.7-9).

4.2 Ressocializa os perdidos e marginalizados.
Não há como negar a atualidade e relevância de temas como estes: a evangelização de grupos desafiadores. São pessoas alienadas de nossa sociedade e, infelizmente, pouco ou quase nada, as pessoas fazem para alcançá-las. Para alguns, o esforço para a evangelização deste grupo é inútil, é como lançar pérolas aos porcos. Nós pensamos diferente e cremos que, pessoa alguma, por pior que seja, jamais está fora do alcance da graça (2 Pe 3.9),do amor e do poder de Deus “[…] ainda que os vossos pecados sejam como a escarlate, eles se tornarão brancos como a neve [...]” (Is 1.18). O exemplo de oração intercessória de Abraão é digno de imitação (Gn 18.23-33).

2.3 Leva o pecador a abandonar o pecado.
O arrependimento para o qual Jesus chama e o qual Deus ordena a todos os homens é em relação a Deus (At 17.30; 20.21; 11.18); ao pecado (Ap 9.21; 22.17); às obras mortas (Lc 13.3,5; Hb 6.1); à descrença no evangelho de Jesus Cristo. “[…] arrependei-vos e crede no evangelho” (Mc 1.15). Se quisermos ganhar essas pessoas para Jesus, precisamos estar cheios de um profundo amor por elas. Aquele amor de Jesus que não se envergonhava, mas que se identificava sem dar apoio ao mal.


CONCLUSÃO
Deus não limitou seu evangelho: ele é proclamado em todos os lugares, apesar de nem sempre encontrar ouvidos receptivos. Então, Deus realmente está colocando a salvação à disposição de todos. Em 1 Timóteo 2.4, Paulo escreve: “Deus quer que todos os homens se salvem, e venham ao conhecimento da verdade”. Pedro diz: “O Senhor é paciente para conosco, não querendo que alguns se percam, senão que todos venham a arrepender-se” (2 Pe 3.9).




REFERÊNCIAS
Ø  BÍCEGO, Valdir. Manual de Evangelismo. CPAD.
Ø  GILBERTO, Antonio. A Prática do Evangelismo Pessoal. CPAD.
Ø  STAMPS, Donald C. Bíblia de Estudo Pentecostal. CPAD. 




Por Rede Brasil de Comunicação.

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