sexta-feira, 26 de agosto de 2016

LIÇÃO 09 – A EVANGELIZAÇÃO DAS CRIANÇAS








Mt 18.2-6; Mc 10.13-16




INTRODUÇÃO
Dentre os desafios que compõem a tarefa de evangelização, um deles é de levar a mensagem de Cristo às crianças. Nesta lição destacaremos o que a Bíblia diz no AT e no NT sobre as crianças; veremos que há interesse em Deus na evangelização dos infantes. Veremos ainda quais os trabalhos que a igreja tem desenvolvido para alcançar os pequenos; e, por fim, quais os métodos que devemos utilizar ao apresentarmos o plano da salvação aos infanto-juvenis.


I. O QUE A BÍBLIA DIZ SOBRE A CRIANÇA
Vemos na Bíblia, que toda criança nascida no mundo é descendente do primeiro homem e continua a ter fôlego de vida dado por Deus (Gn 1.26,27; Sl 139.13-16; Jr 1.4,5). A cerca disso descreve o salmista de forma poética no Salmo 139.13-15. Paulo acrescenta ainda que “[…] ele mesmo é quem dá a todos a vida, e a respiração, e todas as coisas” (At 17.25).

1.1 Ela nasce pecadora (Rm 3.23; 5.12).
Embora o homem tenha sido criado à imagem e semelhança de Deus, no uso do seu livre arbítrio ele pecou contra Deus (Gn 3.1-6). Tal falha trouxe implicações para toda a humanidade (Sl 14.3; 143.2; Ec 7.20; Rm 3.1-12, 19, 20, 23; Gl 3.22; Tg 3.2; 1 Jo 1.8, 10). Várias passagens ensinam que o pecado é uma “herança” do homem desde a hora da sua concepção e seu nascimento, e, portanto, está presente na natureza humana (Gn 6.5). A Bíblia é muito explícita relativamente à extensão e/ou universalidade do pecado (Sl 51.5; Jó 14.4; Jo 3.6; Rm 5.12). Em Ef 2.3 diz o apóstolo Paulo que “os efésios eram “por natureza” filhos da ira, como também os demais”. Nesta passagem a expressão “por natureza” indica uma coisa inata e original, em distinção daquilo que é adquirido. O sábio disse que “a estultícia está ligada ao coração da criança [...]” (Pv 22.15a).

1.2 Ela precisa de salvação (Lc 19.10; Jo 3.16).
A criança até certa idade é despida de consciência moral, mas congenitamente possui a natureza pecaminosa herdada. Nesse sentido, toda criança até alcançar a idade da consciência do bem e do mal é pecadora por natureza, ainda que não tenha a culpa pessoal (Sl 51.5; Jn 4.11). No Juízo Final, as pessoas serão julgadas mediante o teste da conduta pessoal, enquanto estas crianças, no período da inocência, mesmo tendo uma natureza para o mal, são incapazes de transgressão pessoal; por isso, elas estarão entre os salvos (Mt 19.14; 21.16; 25.45,46; Lc 10.21). Mas, após o período da inocência, já é responsável pelos seus atos, portanto, tem noção de certo e errado (Pv 20.11; Is 7.15). Assim que a criança tiver idade para compreender que pecou contra Deus e ficar triste pelo seu pecado, terá idade para confiar em Cristo. Portanto, se “[…] todos pecaram e destituídos estão da glória de Deus” (Rm 3.23), todos necessitam de salvação, inclusive as crianças (Tt 2.11). É por esse motivo que nossa Igreja só batiza o infante a partir de 12 anos de idade, e que já demonstre maturidade, compreensão e consciência de seu estado de pecado, sendo esta a condição para o batismo (At. 2.38; 19.4,5; Rm 6.3,4; Mt 3.2).

1.3 O projeto divino de salvação inclui as crianças (Mt 19.14; Mc 10.14).
Em seu ministério Jesus deu muita atenção as crianças. Em Mateus 19.14, Ele disse: “Deixai” - “permitam”, “consintam” - “os pequeninos e não os embaraceis” - “não os impeçam” - “de vir a mim”. O Senhor apreciava muito recebê-los de bom grado. Então, Ele acrescentou: “porque dos tais é o Reino dos céus”. Amor, simplicidade de fé, inocência e, acima de tudo, humildade, são as características ideais das criancinhas, e dos súditos do reino (Mt 18.3; 21.16; Lc 9.48).


II. O INTERESSE DIVINO PELA EVANGELIZAÇÃO DAS CRIANÇAS
Deus sempre mostrou interesse de que as crianças fossem ensinadas, desde muito cedo, a temer o Seu Nome e obedecer aos seus mandamentos, como veremos a seguir:

2.1 No Antigo Testamento.
Deus orientou seus servos quanto à evangelização das suas crianças. Na escolha do nome, por exemplo, vemos que alguns pais tinham o interesse de identificar no infante a fé em Deus. Na instituição da circuncisão, os pequenos deveriam se submeter ao pacto com Deus desde muito cedo (Gn 17.10-14). A cerca de Abraão Deus disse: “Porque eu o tenho conhecido, e sei que ele há de ordenar a seus filhos e à sua casa depois dele, para que guardem o caminho do SENHOR [...]” (Gn 18.19). Na ocasião da instituição das festas, Deus ordenou que as crianças deveriam ser ensinadas pelos pais, quanto ao motivo espiritual da celebração (Êx 12.25-27). Os primogênitos que foram poupados da morte na noite da primeira Páscoa celebrada no Egito (Êx 13.1,2). Em Deuteronômio 6, vemos que Deus delega aos pais a missão da evangelização dos seus filhos. O sábio Salomão frisou bem esta tarefa dada aos pais (Pv 22.6). Em momentos de convocação solene de arrependimento e conversão, as crianças também não podiam ficar de fora (2 Cr 20.4,13; Ed 10.1; Jl 2.16). O povo de Israel falhou quando os pais deixaram de evangelizar os filhos (Jz 2.10).

2.2 No Novo Testamento.
Nas páginas neotestamentárias, encontramos entre o povo, pais judeus cuidadosos quanto à observância das práticas ensinadas no AT. Jesus, foi circuncidado ao oitavo dia (Lc 1.59; 2.21). Como era o filho primogênito de Maria, após quarenta dias de nascido, a criança foi trazida para o Templo para ser apresentada ao Senhor (Lc 2.22-24). O Senhor Jesus foi ensinado desde muito cedo pelos seus pais a frequentar o Templo (Lc 2.41,42). Eunice e Lóide ensinaram as Escrituras ao jovem Timóteo como recomendou Deus na sua Lei (II Tm 3.14,15). Paulo orientou que os pais criassem os filhos “na doutrina e admoestação do Senhor” (Ef 6.4).


III. O PAPEL DA IGREJA LOCAL NA EVANGELIZAÇÃO DAS CRIANÇAS
A Igreja desenvolve vários trabalhos que contribuem eficazmente para evangelização dos pequenos. Abaixo citaremos quais são:

3.1 A Escola Bíblica Dominical.
A EBD é a maior escola de ensinamento bíblico do mundo. Nela, as crianças aprendem sobre Deus, Jesus, Espírito Santo, Pecado, Salvação, Céu, Eternidade, etc, compreendendo os valores espirituais, em metodologia apropriada à faixa etária, importantes para sua vida. A EBD corrige a educação anticristã ministrada nas escolas seculares. E, em muitas situações ela complementa a educação cristã ministrada nos lares. Pode-se acrescentar ainda a EBF (Escola Bíblica de Férias) que é uma das estratégias evangelísticas realizadas pela Escola Bíblica Dominical a fim de evangelizar crianças não salvas conduzindo-as a Cristo, bem como reforçar as crianças salvas, ensinos que enriqueçam sua vida espiritual.

3.2 O Círculo de Oração Infantil.
Outro trabalho de evangelismo que a igreja exerce para alcançar as crianças se dá através do COI (Círculo de Oração Infantil). Este tem como objetivo geral incentivar a criança a conhecer melhor a Deus e Sua Palavra, para que possa com convicção, professar a fé em Cristo a fim de se tornarem cidadãos do céu.

3.3 No culto infantil.
No culto infantil, se reúnem as crianças de 3 a 11 anos, realizando-o com uma linguagem apropriada para os infantes. Nele, as crianças terão a oportunidade de serem evangelizadas, de aprenderem as doutrinas bíblicas, além de ter participação direta na liturgia.


IV. PORQUE EVANGELIZAR AS CRIANÇAS
Evangelizar as crianças é necessário pelos seguintes motivos:
a) Em Adão, todos pecaram, inclusive crianças (Sl 58.3; Rm 3.23);
b) o coração do homem é mau desde a sua meninice (Gn 8.21; Sl 58.3);
c) a criança possui alma e espírito imortais (Ez 18.4; 1 Ts 5.23), portanto, necessita de salvação (Mt 18.6);
d) é mandamento bíblico (Dt 4.9,10; 6.6,7; Pv 22.6; Mt 28.19; Mc 16.15);
e) Jesus deu o exemplo, por isso devemos imitá-lo (Mt 18.2; Mc 9.36,37); e,
f) não é vontade de Deus que uma criança se perca (Mt 18.14; Mc 10.14).


V. COMO EVANGELIZAR AS CRIANÇAS
5.1. Através da Bíblia.
A Bíblia é a Palavra de Deus (2 Tm 3.14-17; 2 Pd 1.20,21). Ela é essencial para o crescimento de todo cristão (1 Pd 2.1-5, Cl 1.9-12; Fl 2.12; Tt 2.11-14). Ela é o manual de instrução que nos orienta como devemos agradar a Deus, para uma vida feliz de fé e santidade na presença em Sua presença.

5.2.Convidando e levando-a à Igreja.
Todo cristão tem a responsabilidade de conduzir pessoas a Cristo (Mt 28.19,20; Mc 16.15). Convidar e levar crianças a Igreja, além de ser uma estratégia evangelística, é uma oportunidade de proporcionar a elas conhecer o plano de Salvação de Deus, por meio de nosso Senhor e Salvador Jesus Cristo, num ambiente de louvor e adoração ao Senhor na EBD, nos Círculos de Oração, Culto Infantil e nos Cultos Evangelísticos.

5.3. Pelo exemplo pessoal.
De nada adiantará evangelizar as crianças, se o comportamento do ensinador difere do que ele ensina. Jesus ensinou dando exemplo (Jo 13.15,34; 15.12). Paulo procurava imitar a Cristo e por isso podia dizer a igreja “sede meus imitadores, como também eu de Cristo” (I Co 11.1). Com frequência, as crianças reproduzem o que veem nos adultos, seja bom ou mau. Alguém já disse acertadamente: “as palavras ensinam, mas os exemplos arrastam”.

5.4. Utilizar uma linguagem compreensível.
Jesus utilizava-se de uma linguagem acessível para transmitir suas mensagens. A parábola do semeador (Mt 13.3-9), da ovelha perdida (Lc 15.3-7), das bodas (Mt 22.1-13), mostra-nos que o Mestre se valeu de experiências do seu cotidiano para ensinar a Palavra de Deus (Mc 13.34,35). De igual forma, na evangelização de crianças, precisamos utilizar lições bíblicas evangelísticas, em uma linguagem infantil, compreensível a elas, a fim de que entendam o plano da salvação. A mensagem é a mesma, mas a metodologia deve adequar-se a realidade do ouvinte.

5.5. Utilizar recursos visuais.
Cartazes, livro sem palavras, cenários, maquetes, objetos concretos, visual de mãos, etc faz parte da lista de recursos didáticos que apelam para a visão como fonte de experiência. É um meio de comunicação de massa de natureza visual cuja finalidade é anunciar os mais diversos tipos de mensagens (Hc 2.2). Jesus, na explicação de seus ensinos, utilizou diversos recursos como um grão de mostarda (Mt 17.20;Lc17:6), uma Moeda (Mt 22.18-22); Lavando os pés dos discípulos (Jo 13.1-13), uma criança (Mt 18.1-5); Sal (Mt 5.13); Luz (Mt 5.14-16), etc.

5.6. Utilizar literatura adequada.
Há muitas literaturas produzidas na área de educação e evangelismo infantil, dentre as quais podemos citar: A Bíblia de recursos para o Ministério de Crianças ed. Hagnos/APEC; Evangelização e discipulado infantil, autora Débora Ferreira da Costa, CPAD; A importância do Evangelismo Infanto-Juvenil, autora Helena de Figueiredo, CPAD. Ressaltamos, porém, que se reservem de cuidados, pois também existe no mercado, uma série de literaturas que possuem erros doutrinários e teológicos, contrários ao ensino ortodoxo doutrinário.


CONCLUSÃO
A fase infanto juvenil é o período da vida em que o coração e a mente estão mais predispostos à influência do evangelho. Uma criança ganha para Cristo representa uma alma salva e uma vida que poderá ser empregada no serviço do Mestre. Sabendo disto, devemos nos empenhar para conduzir o maior número de crianças a Cristo.




REFERÊNCIAS
·    ANDRADE, Claudionor Correa de. Dicionário Teológico. CPAD.
·    Bíblia de Recursos para o Ministério Infantil. HAGNOS/APEC
·    COSTA, Débora Ferreira da. Evangelização e discipulado infantil. CPAD
·    DOERTHY, Sam. Bases Bíblicas para a evangelização das crianças. APEC.
·    FIGUEIREDO, Helena de. A importância do Evangelismo Infantil. CPAD.
·    GILBERTO, et al. Teologia Sistemática Pentecostal. CPAD.
·    STAMPS, Donald C. Bíblia de Estudo Pentecostal. CPAD.




Por Rede Brasil de Comunicação.
  

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