terça-feira, 7 de março de 2017

LIÇÃO 08 – A BONDADE QUE CONFERE VIDA








Mt 5.20-26





INTRODUÇÃO
Nesta lição estudaremos sobre a bondade – um dos aspectos do fruto do Espírito; introduziremos o assunto trazendo uma definição desta virtude; veremos que a bondade é um atributo que caracteriza o caráter divino e que ele compartilhou com o homem quando o criou; pontuaremos a ligação que existe entre a bondade e a generosidade; falaremos sobre a maldade como o contraponto da bondade; e, por fim, quais as exortações bíblicas quanto a prática deste fruto do Espírito.


I. DEFINIÇÃO DA PALAVRA BONDADE
A sexta virtude elencada por Paulo em Gálatas 5.22 é a bondade. O Aurélio (2004, p. 315) nos diz que a palavra bondade significa: “qualidade ou caráter de bom; benevolência; clemência”. Segundo Gilberto (2004, pp. 92,93) “bondade como fruto do Espírito é a tradução de uma palavra grega que encontrada apenas quatro vezes na Bíblia: agathosune (Rm 15.14; Gl 5.22; Ef 5.9; 2 Ts 1.11). A bondade é a prática ou a expressão da benignidade, ou seja, fazer aquilo que é bom. Bondade, então, fala de serviço ou ministério uns aos outros, um espírito de generosidade posto em ação; diz respeito a servir e a dar”.

1.1 Deus é bondoso.
Segundo Jesus a bondade era um atributo e um título próprio da divindade “E Jesus lhe disse: Por que me chamas bom? Ninguém há bom senão um, que é Deus” (Mc 10.18). Campos (2002, p. 256) diz que a bondade de Deus é: a) original: a bondade que os homens possuem lhes é comunicada, mas em Deus a bondade é essencialmente infinita; b) imutável: os homens podem ser bons, mas eles o serão por alguns momentos; mas a bondade do Senhor “dura para sempre” (Sl 52.1); e, c) necessária: Ele é bondoso e tudo quanto faz é cheio de bondade (Gn 1.31).


II. ATRIBUTO COMUNICÁVEL
Bondade é um dos atributos comunicáveis de Deus. Campos (2002, p. 256) nos diz que “o termo comunicáveis indica que podemos encontrar em nossa personalidade traços dos atributos divinos. Deus nos criou e comunicou esses atributos ao nosso ser, mesmo que em medida infinitamente menor”.

2.1 A bondade natural.
O homem foi criado com bondade natural, quando foi feito a imagem e semelhança de Deus (Gn 1.26). No entanto, o pecado distorceu essa imagem, e, se não houver arrependimento e consequente transformação, dia a dia o pecado vai tomando o coração dos homens fazendo com que percam a afeição natural (2 Tm 3.1-3).

2.2 A bondade como fruto do Espírito.
É natural que o homem não regenerado seja bondoso com as pessoas que lhe são bondosas (Mt 5.46); mas, somente os que foram regenerados podem ser bondosos como Jesus foi e também agir com bondade até com os seus inimigos (Lc 6.27,35; Rm 12.14; 20,21). Portanto, somente após o novo nascimento o Espírito Santo passa a restaurar a imagem moral de Deus no homem, produzindo nele as virtudes de Cristo (Gl 5.22).


III. CARACTERÍSTICAS DA BONDADE COMO ASPECTO DO FRUTO DO ESPÍRITO
3.1 Bondade desinteressada.
A bondade como fruto do Espírito não é feita em troca de reconhecimento ou de favores. Assim como o amor, a bondade “não busca os seus interesses” (I Co 13.5b). Ela é altruísta e despretensiosa, ou seja, não faz o bem como moeda de troca. Segundo Jesus não receberá recompensa diante de Deus aquele que age bondosamente com o seu próximo para barganhar algo (Mt 6.1-4). O verdadeiro ato de bondade consiste em fazermos o bem a quem não tem condições de nos recompensar (Lc 14.12-14).

3.2 Bondade imparcial.
A bondade como fruto não faz distinção de pessoas, assim como Deus não faz beneficiando até os ingratos e maus (Mt 5.45; Lc 6.35). Jesus disse que se fizermos o bem apenas aqueles que nos amam e nos fazem bem nos assemelhamos aos incrédulos (Lc 6.32-35). A bondade como fruto não faz distinção de cor, raça, sexo, religião, status social. Tiago repreendeu severamente aqueles que davam preferência aos ricos e subjugavam os pobres (Tg 2.1-4).

3.2 Bondade decorrente do amor.
Uma pessoa pode até agir com bondade sem ter amor; mas, ninguém pode ter amor e não agir com bondade, pois o amor é a virtude de onde flui todas as outras. Gilberto (2004, p. 46) diz: “o amor vem primeiro, depois o serviço”. Paulo diz que até mesmo grandes feitos sem amor não tem nenhum proveito “[...] ainda que distribuísse toda a minha fortuna para sustento dos pobres, e ainda que entregasse o meu corpo para ser queimado, e não tivesse amor, nada disso me aproveitaria” (I Co 13.3). O apóstolo exorta aos crentes de Corinto dizendo “todas as vossas coisas sejam feitas com amor” (I Co 16.14).


IV. A BONDADE E A GENEROSIDADE
A bondade é um aspecto do fruto do Espírito que envolve ação. Gilberto (2004, p. 97) diz que “uma característica distintiva da bondade cristã no grego agathosune é a generosidade ou liberalidade”. O cristão deve ser uma pessoa generosa, exercendo bondade da seguinte forma:

4.1 Contribuindo para a obra de Deus.
O apóstolo Paulo encorajou a igreja de Corinto a prática de generosidade entre os necessitados. A Judéia enfrentava tempos difíceis como resultado de uma escassez que deixou muitos santos aflitos (At 11.28-29). Paulo sentiu que as igrejas dos gentios tinham uma divida de gratidão para com Israel e Jerusalém, a Igreja mãe (Rm 11.13-25; 15.27), por seu papel de trazê-los para a fé em Cristo. Precisamos entender que os nossos dízimos e ofertas quando trazidos para a Casa do Senhor também são usados para atender a obra social (Projeto Samuel) e os nossos irmãos que estão passando por dificuldades. Além disto, podemos também ajudar aqueles que estão ao nosso alcance.

4.2 Auxíliando o próximo.
A bondade está entre as três virtudes que estão conectadas diretamente a nossa relação com o próximo: “[...] longanimidade, benignidade, bondade [...]” (Gl 5.22). Auxiliar o próximo é assistí-lo em suas necessidades físicas (Tg 2.15-17; I Jo 3.17,18); mas também visitá-lo nas enfermidades (Rm 12.13); compartilhar sua dor e alegria (Rm 12.15). Paulo também aconselha “[...] admoesteis os desordeiros, consoleis os de pouco ânimo, sustenteis os fracos, e sejais pacientes para com todos” (I Ts 5.14).


V. A MALDADE O OPOSTO DA BONDADE
O Aurélio (2004, p. 1254) diz que “maldade” significa: “qualidade ou caráter de mal; perversidade, crueldade, iniquidade”. A maldade está listada entre as obras da carne de forma implicita e explícita (Gl 5.19-21; Rm 1.29). Ela tem origem no mau uso do livre arbítrio (Gn 3.22). Desde a Queda do primeiro casal, que todos os homens foram afetados pela inclinação natural para a prática do mal (Gn 8.21; Sl 51.5; 14.3; 143.2; Rm 5.18,19). No AT observamos que foi pela multiplicação da maldade que Deus trouxe o dilúvio como juízo sobre os homens (Gn 6.5.7). Paulo profetizou que nos últimos dias a maldade estaria mais presente na sociedade (2 Tm 3.1-9). Vejamos quais áreas a maldade está atuando:

ÁREA
2TM 3.1-9


1


Moral
“... amantes de si mesmos, avarentos, presunçosos, soberbos, blasfemos, ingratos, profanos, caluniadores, incontinentes, cruéis, sem amor para com os bons, traidores, obstinados, orgulhosos...” (2Tm 3.1-3).
2
Religiosa
“... irreconciliáveis, mais amigos dos deleites, aparência de piedade...” (2Tm 3.3-5).
3
Familiar
“...desobedientes a pais e mães...” (2Tm 3.2).
4
Política
“... resistem à verdade, sendo homens corruptos...” (2Tm 3.8).
5
Sentimental
“... sem afeto natural...” (2Tm 3.3).
6
Pedagógica
“Que aprendem sempre, e nunca podem chegar ao conhecimento da verdade” (2Tm 3.7).


VI. EXORTAÇÕES BÍBLICAS QUANTO A PRÁTICA DA BONDADE
6.1 Devemos desejar fazer o bem.
No exercício do seu livre arbítrio o homem pode ou não fazer o bem. O Espírito impulsiona, no entanto, precisamos ceder a esta inclinação e não endurecermos a sua voz (Hb 3.8). Jesus ensinou que podemos auxiliar as pessoas se quisermos (Mc 14.7). Portanto, a questão está mais no querer do que em poder.

6.2 Não podemos nos cansar de fazer o bem.
Há pessoas que porque não são reconhecidos pelos atos de bondade que realizam, desanimam. Todavia, o apóstolo Paulo nos diz “e não nos cansemos de fazer bem, porque a seu tempo ceifaremos, se não houvermos desfalecido” (Gl 6.9). Confira também (2 Ts 3.13). Deus tem a recompensa para aqueles que fazem o bem, tanto nesta vida quanto no porvir (Ap 22.12).

6.3 A omissão em fazer o bem é pecado.
Aquele que conhece a vontade de Deus e não obedece torna-se ainda mais transgressor do que aquele que não conhece (Mt 24.45-51; Lc 12.35-48; II Pe 2.21; Tg 4.17).


CONCLUSÃO
Devemos no uso do nosso livre arbítrio permitir que o Espírito Santo produza em nós a virtude da bondade a fim de que possamos como filhos de Deus refletirmos o seu caráter em palavras e obras beneficiando os nossos semelhantes de forma imparcial e despretensiosa unicamente motivados por amor.




REFERÊNCIAS
CAMPOS, Heber Carlos de. O Ser de Deus e seus atributos. CULTURA CRISTÃ.
FERREIRA, Aurélio Buarque de Holanda. Novo Dicionário da Língua Portuguesa. POSITIVO
GILBERTO, Antônio. O fruto do Espírito: a plenitude de Cristo na vida do crente. CPAD.
STAMPS, Donald C. Bíblia de Estudo Pentecostal. CPAD.
STOTT, John. A Mensagem de Gálatas. ABU.




Por Rede Brasil de Comunicação.


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