domingo, 30 de junho de 2019

LIÇÃO 13 – O SACERDÓCIO CELESTIAL (SUBSÍDIO)






Hb 9.11-15; Ap 21.1-4




INTRODUÇÃO
Nesta última lição do trimestre trataremos do sacerdócio de Cristo, destacando quais as características que fazem do Senhor Jesus um sacerdote singular, acrescentando também a natureza ímpar desse sacerdócio celestial.


I. CRISTO JESUS COMO SACERDOTE
O título “Messias” foi usado para o Salvador do mundo no AT (Sl 2.2; Dn 9.25,26) e teve seu cumprimento na pessoa de Jesus no NT, pois Ele é o Ungido, o Cristo de Deus (Lc 2.11,26; 24.26; Jo 4.25,26; At 2.36; 8.5; Rm 1.1; 1 Co 1.1). Somente Jesus possui a unção tríplice. Ele é: sacerdote; profeta; e, rei. Embora, a linhagem sacerdotal levítica estivesse restrita a descendência de Levi por meio de Arão e seus filhos, a ordem sacerdotal à qual Jesus pertenceu não tinha origem nem numa família e nem numa tribo (Hb 7.14). Portanto, Jesus pertence à ordem sacerdotal eterna e especial, como vemos em vários lugares da Epístola aos Hebreus (2.17; 3.1; 4.14,15; 5.6,10; 6.20; 7.11-28; 8.1; 9.11; 10.21). Como sacerdote é necessário destacar que Ele é:

1. O sacerdote perfeito (Hb 7.26).
Os sacerdotes do AT eram homens falhos (Hb 7.28a), que também deveriam sacrificar por si mesmos (Lv 4.3-12). Quanto a Cristo, é necessário dizer que Ele é o sacerdote perfeito (Hb 7.28b). Cinco coisas são afirmadas aqui sobre Jesus:

a) Ele é santo. Aqui, no texto grego, temos a palavra “hosios” em vez de “hagios” (separado). O termo grego “hosios” ocorre oito vezes no NT e tem o sentido de “santo, piedoso, misericordioso, livre de iniquidade”. Ele se identifica a igreja de Filadélfia como aquele que é santo: “Isto diz o que é santo” (Ap 3.7a). Até os demônios testificaram isso: “Bem sei quem és: o Santo de Deus!” (Mc 1.24b).

b) Ele é inocente. Aqui, a ideia é de alguém que não tem maldade, no grego “akakos” que quer dizer: “sem malícia”. O pecado da raça humana foi imputado em Cristo, mas Ele mesmo não tinha pecado, era inocente. Falando de Jesus Paulo disse: “Aquele que não conheceu pecado” (2 Co 5.21).

c) Ele é imaculado. A ideia aqui é extraída dos princípios exigidos na consagração dos sacerdotes. O sacerdote na antiga aliança não poderia ter defeito corporal algum (Lv 21.17-21). O autor mostra que Jesus possui um caráter imaculado (Hb 9.14). Pedro o compara com o cordeiro da páscoa que não poderia ter mancha (Êx 12.5; 1 Pe 1.18,19).

d) Ele é separado dos pecadores. Ao fazer essa declaração, o autor usa o tempo perfeito, que mantém a ideia de algo que começou no passado, mas cujos efeitos continuam no presente. Nesse aspecto, Jesus foi separado dos pecadores, isto é, pertence a uma classe distinta deles e continua dessa forma. Ele não pode ser alcançado pelo pecado. Embora tenha sido tentado, porque era plenamente humano (Hb 4.15a), Jesus não possuía a natureza pecaminosa (Lc 1.35; Hb 7.26); e, nunca pecou (Hb 4.15-b; Jo 8.46; 1 Pd 2.22).

e) Mais sublime do que os céus. Esta expressão pode estar se referindo ao céu firmamento, mostrando que Jesus está acima da criação, pois um dia a criação passará, mas Ele permanece eternamente: “E Tu, Senhor, no princípio fundaste a terra, e os céus são obra de tuas mãos. Eles perecerão, mas tu permanecerás; e todos eles, como roupa, envelhecerão, e como um manto os enrolarás, e serão mudados. Mas tu és o mesmo, e os teus anos não acabarão” (Hb 1.10-12); como também de que Jesus é mais sublime que, até mesmo das mais altas hostes angelicais. O escritor aos Hebreus afirmou que, por “causa da encarnação”, Jesus, fez-se por um pouco de tempo, “menor do que os anjos” (Hb 2.9), mas, ainda assim, em figura humana, foi servido e adorado por eles (Mt 4.11; Lc 2.10-14; Hb 1.6). Portanto, Jesus é superior aos anjos e não pode ser confundido com eles (Hb 1.7-9).

2. O sacerdote eterno (Hb 7.17). O cargo sacerdotal era vitalício, ou seja, somente pela morte os sacerdotes deixavam de ministrar (Hb 7.23). Cristo, como sacerdote, superior tem um sacerdócio eterno, pois ainda que tenha experimentado a morte (1 Co 15.3), ressuscitou ao terceiro dia e permanece vivo para sempre (Ap 1.18). Portanto, é sacerdote eterno, cumprindo a profecia da Escritura (Sl 110.4).

3. O sacerdote e a oferta (Hb 9.25,26). O sumo sacerdote entrava na presença de Deus com sangue de um animal, ou seja, com sangue alheio (Hb 9.25). No entanto, Cristo Jesus, além de ser sacerdote, se dispôs a ser a oferta. Ele ofereceu o seu próprio corpo como oblação pelo pecado do mundo (Hb 9.26), e ofereceu Seu sangue como propiciação (Rm 3.25; Hb 9.12; 13.12; 1 Jo 2.2).

4. O sacerdote celestial (Hb 9.11,24). Os sacerdotes levíticos ministravam no tabernáculo terrestre (Êx 25.8; 31.1-11). Cristo Jesus, é “ministro do santuário, e do verdadeiro tabernáculo, o qual o Senhor fundou, e não o homem” (Hb 8.2). Ele só principiou a Sua obra sacerdotal na terra, e continua no céu, onde exerce de forma plena o seu sacerdócio no tabernáculo celeste a direita de Deus: “Porque Cristo não entrou num santuário feito por mãos, figura do verdadeiro, porém no mesmo céu, para agora comparecer por nós perante a face de Deus” (Hb 9.24).


II. A NATUREZA DO SACERDÓCIO DE CRISTO
Jesus é o nosso grande sumo sacerdote (Hb 4.14; 10.21). Abaixo destacaremos a natureza deste ofício de Jesus, evidenciando sua singularidade. Vejamos:

1. No Tabernáculo celeste.
Existe um tabernáculo celeste do qual o terrestre era apenas uma sombra. O escritor aos hebreus declara esta verdade (Hb 8.5; 10.1). Acerca disso o Pr. Antônio Gilberto (2010, p. 111) afirmou: “as peças do tabernáculo eram tão-somente uma espécie de cópia de seus originais existentes no Céu”. O apóstolo João, quando estava na ilha de Patmos, foi arrebatado em espírito e viu este tabernáculo celeste (Ap 1.9,10; 4.1). Foi nesse tabernáculo que Cristo entrou para se apresentar ao Pai, depois de haver consumado a obra da salvação da qual foi incumbido realizar (Ap 5.1-10). Abaixo falaremos a respeito destes dois tabernáculos. Notemos:

TABERNÁCULO TERRESTRE (Êx 25.8)
TABERNÁCULO CELESTE (Ap 21.3)
Temporário (Hb 9.8)
Permanente (Hb 9.11)
Era uma sombra (Êx 25.8,9; Hb 9.24)
É a realidade (Hb 8.2,5)
Feito por mão humanas (Êx 31.1-11)
Feito pelo próprio Deus (Hb 8.2)
Arão e seus filhos eram os ministrantes (Êx 28.1; Hb 5.4)
Jesus Cristo é o ministrante (Hb 8.2; 9.11-15)


2. Intercede junto Pai.
Enquanto que a obra sacrificial de Cristo foi simbolizada primordialmente pelas funções sacerdotais desempenhadas junto ao altar de bronze e pelos sacrifícios que nele eram apresentados - um ato passado (Is 53.12); Sua obra intercessória foi prefigurada pela queima diária de incenso no altar de ouro, no Lugar Santo, um ato presente e contínuo (Rm 8.34; Hb 7.25). Os resultados iniciais desta intercessão, podemos ver no envio do Espírito Santo a igreja, como Ele mesmo prometeu: “E eu rogarei ao Pai, e ele vos dará outro Consolador, para que fique convosco para sempre” (Jo 14.16). E, dez dias depois, o Espírito Santo foi concedido (At 2.1-4). As demais bênçãos que a igreja desfruta também se dá por essa atitude de Jesus junto ao Pai (Ef 1.3). O apóstolo João nos fala dessa função intercessória contínua, dizendo: “Meus filhinhos, estas coisas vos escrevo para que não pequeis; e, se alguém pecar, temos um Advogado para com o Pai, Jesus Cristo” (1 Jo 2.1). Sobre a intercessão de Cristo é necessário afirmar que:

a) A intercessão de Cristo tem como base seu sacrifício (Hb 9.12);
b) A intercessão de Cristo é poderosa (Jo 14.16; 16.26; 17.9, 15, 20);
c) A intercessão de Cristo é contínua (Rm 8.34; Hb 7.25);
d) A intercessão de Cristo é eficaz quanto a justificação (Rm 8.34);
e) A intercessão de Cristo é eficaz quanto a santificação (Jo 17.17);
f) A intercessão de Cristo é eficaz quanto a tentação (Hb 2.17,18).

3. Plenamente homem e plenamente Deus.
Os sacerdotes eram apenas homens, sujeitos as mesmas fraquezas que os demais hebreus (Hb 5.1,2). Todavia, Jesus sendo plenamente homem e plenamente Deus, fez a reconciliação com Deus, o Pai, de forma plena. Ele é a ponte que nos leva ao Pai, como Ele mesmo afirmou: “Ninguém vem ao Pai senão por mim” (Jo 14.6). Paulo diz que por Cristo somos reconciliados com Deus: “[...]Deus [...] nos reconciliou consigo mesmo por Jesus” (2 Co 5.18-20). Cristo entrou por nós na presença de Deus “Jesus, o precursor, entrou por nós” (Hb 6.20). A expressão “precursor” no grego “pródromos” que significa: “alguém que vem primeiro até um lugar onde outros o seguirão”. Ele também Ele entra conosco, pois nos fez reis e sacerdotes (1 Pe 2.9; Ap 1.6; 5.10).


CONCLUSÃO
Temos um sacerdote que compareceu por nós no céu, apresentando-se como sacrifício definitivo pelos nossos pecados, e, baseado neste sacrifício, Ele intercede por nós continuamente.




REFERÊNCIAS
Ø  CHAMPLIN, R. N. Dicionário de Bíblia, Teologia e Filosofia. 1 ed. SP: HAGNOS, 2004.
Ø  GILBERTO, Antônio, et al. Teologia Sistemática Pentecostal. CPAD.
Ø  GONÇALVES, José. A supremacia de Cristo Fé. CPAD.
Ø  HOFF, Paul. O Pentateuco. VIDA.
Ø  HOUAISS, Antônio. Dicionário da Língua Portuguesa. OBJETIVA.
Ø  STAMPS, Donald C. Bíblia de Estudo Pentecostal. CPAD.




Por Rede Brasil de Comunicação.



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